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MM. JUÍZO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ....

JOSÉ ALVES, nacionalidade..., estado civil...,


profissão..., portador do RG de n..., e CPF n..., residente e domiciliado na rua
(endereço completo), vem, por intermédio de seu advogado, procuração (doc.
1) que infra subscreve, requerer

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE


Com fundamento no art. 310, inc. I, do CPP, e art. 5o,
inc. LXVI, da CF, consoante os fundamentos fáticos e jurídicos que passa a
expor.

I. DOS FATOS
No dia 22 de agosto de 2020, após ingerir meio copo de
vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a
conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após
percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José
Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de
procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos
policais, José Alves saiu de seu veículo exalando odor de álcool, oportunidade
em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de
alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que
José Alves tinha concentração de álcool de 0,2 miligramas por litro de ar
expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de
Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do
crime previsto no art. 306 da Lei 9.503/97,

Sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante


o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. Dois dias
após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter
permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família
do preso, sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não
comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública.
Matéria de direito pertinente ao caso. art. 306 da Lei
n. 9.503 de 1997, ocasião em que lhe foi negado o direito constitucional de
entrevistar-se com advogado ou familiares.

Assim, ante a evidente ilegalidade da prisão em flagrante,


esta deve ser relaxada, consoante se vê a seguir.

II. DO DIREITO
1) Da ilegalidade da prisão em flagrante
Primeiramente, é de se destacar que a prisão está eivada
de nulidades, sendo manifestamente ilegal.

Isso porque no auto de prisão em flagrante não foram


observadas as devidas formalidades legais - não foi observado o direito
constitucional do flagranciado de entrevistar-se com advogado e comunicar-se
com familiar, não foi comunicada a autoridade judiciária do flagrante dentro
do prazo legal e nem foi comunicada a defensoria pública.

Dessa forma, por ser evidente a ilegalidade da prisão em


flagrante, esta deve ser relaxada, com a consequente expedição de alvará de
soltura e liberação do indiciado.

2) Do não cabimento de prisão preventiva


Insta salientar, ainda, que mesmo que as nulidades do
auto de prisão em flagrante tivessem sido sanados, não caberia, no caso, a
prisão provisória.

Isso porque o delito supostamente cometido pelo


indiciado, previsto no art. 306 da Lei n. 9.503 de 1997, tem pena máxima
inferior ao que exige a redação do art. 313, inc. I, do CPP.

Assim, não cabendo prisão preventiva, deve a prisão ser


relaxada e o indiciado imediatamente solto.

III. DOS PEDIDOS


Ante a todo o exposto, requer seja a prisão ilegal
relaxada, com a imediata expedição de alvará de soltura e liberação do
acusado, consoante art. 310, inc. I, do CPP, e art. 5o, inc. LXVI, da CF.

Requer a concessão da presente ordem de habeas corpus


com a consequente expedição de alvará de soltura, concessão da liminar,
regular prosseguimento do feito e no mérito a concessão definitiva do presente
writ.

Requer ainda o regular prosseguimento do feito com a


ratificação da liminar concedida, decretando-se a liberdade provisória ao
paciente.

Nesses termos,

Pede e espera deferimento.

Local, data.

Nome do advogado.

OAB do Advogado.

______________________________________________________

Termos em que aguarda deferimento.

Local, data.

Advogado...

OAB...

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