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A ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

THE SCHOOLING OF YOUNG PEOPLE AND ADULTS

Lucilha Antônia de Souza Oliveira


lucilhalucilia@hotmail.com
Formação Pedagógica em Pedagogia

RESUMO

A educação de adultos é o tipo de educação voltada para o


desenvolvimento de estratégias que facilitem o processo de aprendizagem em
adultos, que concluíram ou abandonaram a educação formal. Embora a formação de
adultos seja encontrada em espaços informais e não formais, baseia-se em um
critério aplicável a outras áreas educacionais: o da formação ao longo da vida e
contínua, através do qual qualquer pessoa está inserida em um processo de
aprendizagem e reciclagem de conhecimento ao longo de sua vida. No caso
específico das Escolas Institucionais de Adultos, o principal objetivo é superar as
desigualdades sociais e promover a inclusão integral de pessoas sem qualificação
acadêmica ou sem formação. Diante da necessidade de formação de sociedades de
conhecimento, a educação de adultos aspira a oferecer outros tipos de ferramentas
aos adultos para toda a vida; o que significa não limitar a educação de adultos a um
tipo específico de educação. Essa exigência requer uma mudança na aprendizagem
tanto no ensino quanto na aprendizagem de adultos. Assim, a aprendizagem e a
educação de adultos estão no centro de uma necessária mudança de paradigma
para a aprendizagem ao longo da vida para todos como um quadro coerente e
significativo para a provisão e prática da educação e da formação.

Palavras-chaves: Educação de jovens e adultos, escolarização e a importância da


formação continuada

ABSTRACT

Adult education is the type of education focused on the development of strategies


that facilitate the learning process in adults, who have completed or abandoned
formal education. Although adult education is found in informal and non-formal
spaces, it is based on a criterion applicable to other educational areas: lifelong and
continuous training, through which anyone is inserted in a process of learning and
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recycling knowledge throughout their life. In the specific case of Adult Institutional
Schools, the main objective is to overcome social inequalities and promote the
integral inclusion of people without academic qualification or without training. Faced
with the need to form knowledge societies, adult education aspires to offer other
types of tools to adults for life; which means not limiting adult education to a specific
type of education. This requirement requires a change in learning in both adult
teaching and learning. Thus, adult learning and education are at the heart of a
necessary paradigm shift for lifelong learning for all as a coherent and meaningful
framework for the provision and practice of education and training.

Keywords: Education of young people and adults, schooling and the importance of
continuing education.

INTRODUÇÃO

No passado como no presente a educação de jovens e adultos


sempre compreendeu um conjunto muito diverso de processos e práticas formais e
informais relacionadas à aquisição ou ampliação de conhecimentos básicos, de
competências técnicas e profissionais ou de habilidades socioculturais. Muitos
desses processos se desenvolvem de modo mais ou menos sistemático fora de
ambientes escolares, realizando-se na família, nos locais de trabalho, nos espaços
de convívio sociocultural e lazer, nas instituições religiosas e, nos dias atuais,
também com o concurso dos meios de informação e comunicação à distância.
Qualquer tentativa de historiar um universo tão plural de práticas formativas
implicaria sério risco de fracasso, pois a educação de jovens e adultos,
compreendida nessa acepção ampla, estende-se por quase todos os domínios da
vida social. O texto que segue aborda alguns dos processos sistemáticos e
organizados de formação geral de pessoas jovens e adultas no Brasil, conferindo
especial atenção à educação escolar. A análise não abrange, portanto, o vasto
âmbito das práticas de qualificação profissional, de tele-educação, nem a
diversidade de experiências de formação sociocultural e política das pessoas jovens
e adultas que se realizam fora de processos de escolarização e que, na pesquisa
educacional brasileira, vêm sendo abordadas pelos estudos de educação popular. O
artigo também não tem a pretensão de compreender todos os níveis e modalidades
de ensino, privilegiando a educação básica realizada por meios presenciais e, no
seu interior, as etapas iniciais da escolarização. O texto oferece uma rápida visão
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panorâmica do tema ao longo dos cinco séculos da história posteriores à chegada


dos portugueses às terras brasileiras, mas detém o olhar sobretudo na segunda
metade do século XX, em que o pensamento pedagógico e as políticas públicas de
educação escolar de jovens e adultos adquiriram a identidade e feições próprias, a
partir das quais é possível e necessário pensar seu desenvolvimento futuro.

DESENVOLVIMENTO

A ação educativa junto a adolescentes e adultos no Brasil não é


nova. Sabe-se que já no período colonial os religiosos exerciam sua ação educativa
missionária em grande parte com adultos. Além de difundir o evangelho, tais
educadores transmitiam normas de comportamento e ensinavam os ofícios
necessários ao funcionamento da economia colonial, inicialmente aos indígenas e,
posteriormente, aos escravos negros. Com a desorganização do sistema de ensino
produzido pela expulsão dos jesuítas do Brasil em 1759, somente no Império
voltaremos a encontrar informações sobre ações educativas no campo da educação
de adultos. Em primeiro lugar, porque no período do Império só possuía cidadania
uma pequena parcela da população pertencente à elite econômica à qual se admitia
administrar a educação primária como direito, do qual ficavam excluídos negros,
indígenas e grande parte das mulheres. Em segundo, porque o ato adicional de
1834, ao delegar a responsabilidade por essa educação básica às Províncias,
reservou ao governo imperial os direitos sobre a educação das elites, praticamente
delegando à instância administrativa com menores recursos o papel de educar a
maioria mais carente. Nas palavras de Celso Beisiegel: [...] no Brasil, na colônia e
mesmo depois, nas primeiras fases do Império [...] é a posse da propriedade que
determina as limitações de aplicação das doutrinas liberais: e são os interesses
radicados na propriedade dos meios de produção colonial [...] que estabelecem os
conteúdos específicos dessas doutrinas no país. O que há realmente peculiar no
liberalismo no Brasil, durante este período, e nestas circunstâncias, é mesmo a
estreiteza das faixas de população abrangidas nos benefícios consubstanciados nas
formulações universais em que os interesses dominantes se exprimem. Mais uma
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vez garantiu-se a formação das elites em detrimento de uma educação para as


amplas camadas sociais marginalizadas, quando novamente as decisões relativas à
oferta de ensino elementar ficaram dependentes da fragilidade financeira das
Províncias e dos interesses das oligarquias regionais que as controlavam
politicamente. Apesar do descompromisso da União em relação ao ensino
elementar, o período da Primeira República se caracterizou pela grande quantidade
de reformas educacionais que, de alguma maneira, procuraram um princípio de
normatização e preocuparam-se com o estado precário do ensino básico. No
entanto, já a partir da década de 1920, o movimento de educadores e da população
em prol da ampliação do número de escolas e da melhoria de sua qualidade
começou a estabelecer condições favoráveis à implementação de políticas públicas
para a educação de jovens e adultos. Além do mais, os precários índices de
escolarização que nosso país mantinha, quando comparados aos de outros países
da América Latina ou do resto no mundo, começavam a fazer da educação escolar
uma preocupação permanente da população e das autoridades brasileiras. Essa
inflexão no pensamento político-pedagógico ao final da Primeira República está
associada aos processos de mudança social inerentes ao início da industrialização e
à aceleração da urbanização no Brasil. Nossas elites, que já haviam se adiantado no
estabelecimento constitucional do direito à educação para todos – sem propiciar as
condições necessárias para sua realização –, viam agora esse direito unido a um
dever que cada brasileiro deveria assumir perante a sociedade.

[...] ao direito de educação que já se afirmara nas leis do Brasil, com


as garantias do ensino primário gratuito para todos os cidadãos, virá agora associar-
se, da mesma forma como ocorrera em outros países, a noção de um dever do
futuro cidadão para com a sociedade, um dever educacional de preparar-se para o
exercício das responsabilidades da cidadania.

Aí, já se configurava uma nova concepção que, superando a ideia de


um Estado de Direito, entendido apenas como o Estado destinado à salvaguarda
das garantias individuais e dos direitos subjetivos, para pensar-se no Estado aberto
para a problemática econômica, de um lado, e para a problemática educacional e
cultural, de outro. Nos aspectos educacionais, a nova Constituição propôs um Plano
Nacional de Educação, fixado, coordenado e fiscalizado pelo governo federal,
determinando de maneira clara as esferas de competência da União, dos estados e
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municípios em matéria educacional: vinculou constitucionalmente uma receita para a


manutenção e o desenvolvimento do ensino; Criada em novembro de 1945, logo
após a 2a Guerra Mundial, a UNESCO denunciava ao mundo as profundas
desigualdades entre os países e alertava para o papel que deveria desempenhar a
educação, em especial a educação de adultos, no processo de desenvolvimento das
nações categorizadas como “atrasadas”. Em 1947, foi instalado o Serviço de
Educação de Adultos (SEA) como serviço especial do Departamento Nacional de
Educação do Ministério da Educação e Saúde, que tinha por finalidade a
reorientação e coordenação geral dos trabalhos dos planos anuais do ensino
supletivo para adolescentes e adultos analfabetos. Uma série de atividades foi
desenvolvida a partir da criação desse órgão, integrando os serviços já existentes na
área, produzindo e distribuindo material didático, mobilizando a opinião pública, bem
como os governos estaduais e municipais e a iniciativa particular. Sua influência foi
significativa, principalmente por criar uma infraestrutura nos estados e municípios
para atender à educação de jovens e adultos, posteriormente preservada pelas
administrações locais.1 Duas outras campanhas ainda foram organizadas pelo
Ministério da Educação e Cultura: uma em 1952 – a Campanha Nacional de
Educação Rural, e outra, em 1955 a Campanha Nacional de Erradicação do
Analfabetismo. Tal ação do Estado pode ser entendida no quadro de expansão dos
direitos sociais de cidadania, em resposta à presença de amplas massas populares
que se urbanizavam e pressionavam por mais e melhores condições de vida. Os
níveis de escolarização da população brasileira permaneciam, no entanto, em
patamares reduzidos quando comparadas à média dos países do primeiro mundo e
mesmo de vários dos vizinhos latino-americanos os primeiros anos da década de
1960, até 1964, quando o golpe militar ocorreu, constituíram um momento bastante
especial no campo da educação de jovens e adultos. Já no Seminário Regional
preparatório ao Congresso realizado no Recife, e com a indispensabilidade da
consciência do processo de desenvolvimento por parte do povo e da emersão deste
povo na vida pública nacional como interferente em todo o trabalho de elaboração,
participação e decisão responsáveis em todos os momentos da vida pública;
Sugeriam os pernambucanos a revisão dos transplantes que agiram sobre o nosso
sistema educativo, a organização de cursos que correspondessem à realidade
existencial dos alunos, o desenvolvimento de um trabalho educativo “com” o homem
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e não “para” o homem, a criação de grupos de estudo e de ação dentro do espírito


de autogoverno, o desenvolvimento de uma mentalidade nova no educador, que
deveria passar a sentir-se participante no trabalho de soerguimento do país;

[...] marcava o Congresso o início de um novo período na educação


de adultos no Brasil, aquele que se caracterizou pela intensa busca de maior
eficiência metodológica e por inovações importantes neste terreno, pela reintrodução
da reflexão sobre o social no pensamento pedagógico brasileiro e pelos esforços
realizados pelos mais diversos grupos em favor da educação da população adulta
para a participação na vida política da Nação.

À medida que a tradicional relevância do exercício do direito de todo


cidadão de ter acesso aos conhecimentos universais uniu-se à ação
conscientizadora e organizativa de grupos e atores sociais, a educação de adultos
passou a ser reconhecida também como um poderoso instrumento de ação política.
Apoiavam-se no movimento de democratização de oportunidades de escolarização
básica dos adultos mas também representavam a luta política dos grupos que
disputavam o aparelho do Estado em suas várias instâncias por legitimação de
ideais via prática públicos estaduais e municipais em favor do ensino fundamental de
crianças e adolescentes, o FUNDEF deixou parcialmente a descoberto o
financiamento de três segmentos da educação básica – a educação infantil, o ensino
médio e a educação básica de jovens e adultos. Com a aprovação da Lei 9.424, o
ensino de jovens e adultos passou a concorrer com a educação infantil no âmbito
municipal e a com o ensino médio no âmbito estadual pelos recursos públicos não
capturados pelo FUNDEF. Como a cobertura escolar nestes dois níveis de ensino é
deficitária e a demanda social explícita por eles muito maior, a expansão do
financiamento da educação básica de jovens e adultos (condição para a expansão
da matrícula e melhoria de qualidade) experimentou dificuldades ainda maiores que
aquelas já observadas no passado. Convergindo para fins amplos da Educação
Nacional, expressos na LDB, o curso de EJA tem por objetivo geral proporcionar aos
educandos o acesso à educação e à formação com vista na interação com
diferentes áreas de conhecimentos, no desenvolvimento de suas potencialidades e
na promoção PAULO FREIRE. O mais célebre educador brasileiro, com atuação e
reconhecimento internacionais, conhecido principalmente pelo método de
alfabetização de adultos que leva seu nome A educação freiriana está voltada para a
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conscientização de vencer primeiro o analfabetismo político para concomitantemente


ler o seu mundo a partir da sua experiência, de sua cultura, de sua história. Em
geral, são pessoas excluídas socialmente em processos de desigualdade escolar
que os afastaram da escola e reiteraram processos profundos de analfabetismo
Entendemos que a Educação de Jovens e Adultos é um direito importante e valioso,
uma condição prévia para que o cidadão possa interagir com aspectos básicos da
sociedade: ler livros, escrever ou entender cartazes, sentar à frente de um
computador e saber manuseá-lo, votar com consciência e escrever o próprio nome
em registros, ler um manual de instrução, e, tratando-se de poetas e músicos,
escrever e ler seus próprios versos e notas (Cury, 2001). “Pensar em excluir o jovem
e o adulto do processo de educação e sentenciá-los a uma vida de comodismo em
situações difíceis como essa fosse à única saída é um dos conceitos que precisa ser
extinto na sociedade” (Cury, 2001), a começar por os profissionais que diretamente
estão ligados à possibilidade de modificar ou conduzir indivíduos à mudança de vida
em sua totalidade, pois, enfim, conhecimento é transformação.

O supletivo só foi regulamentado com a LDB (Lei de Diretrizes e


Bases) de 1971, em pleno regime militar. Apesar da regulamentação na LDB/71 as
características e princípios do ensino supletivo só serão explicitados no Parecer do
Conselho Federal de Educação quase um ano depois (HADDAD e DI PIERRO,
2000). Com a promulgação da constituição de 1988 o Estado amplia o seu dever
com a Educação de jovens e adultos. Na década de 90 emergiram iniciativas em
favor da Educação de jovens e adultos, o governo incumbiu também os municípios a
se engajarem nesta política, ocorrem parcerias entre ONG’s, municípios,
universidades, grupos informais, populares, Fóruns estaduais, nacionais e através
dos Fóruns a partir de 1997 a história da EJA começa a ser registrada no intitulado
“Boletim da Ação Educativa”. É notório que nesta fase da história da Educação
brasileira, a EJA possui um foco amplo, para haver uma sociedade igualitária e uma
Educação eficaz é necessária que todas as áreas da Educação sejam focadas e
valorizadas, não é possível desvencilhar uma da outra.

PROPOSTA DOCENTE – PLANEJAMENTO DE AULA


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Os objetivos gerais da Educação de jovens e adultos, é fazer com


que o educando consiga dominar a leitura e a escrita, consiga desenvolver as
quatros operações e tenha noção no meio em que vive de sua cultura, de seus
direitos e deveres perante a sociedade. Utilizar conhecimentos da vida deles
próprios, educando para trabalhar as dificuldades por eles encontradas como no
sentido de inferioridade e incapacidade, assumindo o papel de cidadãos conscientes
dos seus direitos e deveres perante a sociedade.

O professor deve trabalhar temas como saúde, natureza,


consciência do próprio corpo, seres humanos e meio ambiente, produção dos
espaços rurais e humanos, trabalhos e tecnologia e empregos e de cidadania e
participação. O ensino e aprendizagem são complexos exigindo uma duração
temporal relativamente longa, além disso o que está em jogo não são aspirações
individuais, mas as aspirações do educando e dos educadores.

Planejamento para aula de Artes

RECURSOS Quadro, cadernos, lápis, borracha, letra da música


xerocopiada e mídia com vídeo e letra da música. Todo Azul Do Mar de Flávio
Venturini.

1ª Etapa: Distribuir entre os alunos a letra da música “Todo Azul do


Mar” xerocopiada, para que todos possam participar;

2ª Etapa: Fazer com que conheçam e interpretem a letra da música,


fazer com que todos se interessem;

3ª Etapa: Analisando o vocábulo e a linguagem da música, fazer


com que todos participem para não se tornar uma aula cansativa;

4ª Etapa: Pedir que se dividam em grupo para elaborarem um


poema utilizando a letra da música estudada, usando a criatividade;

5ª Etapa: Recitar seus poemas aos colegas;

6ª Etapa: Produzir um livro encadernado citando todos os poemas


obtidos para cada aluno da turma. E no final individualmente cada um relatará sua
experiência, citando o que a música significa em sua vida.
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AVALIAÇÃO: Interesse, participação, ocorrerá de maneira ampla,


individual e coletiva. Será avaliada também a sua postura diante da temática
estudada através da autoavaliação.

PRINCIPAIS OBJETIVOS

Proporcionar Competências e habilidades aos profissionais e assim


estarem dotados de informações serão associadas a conhecimentos desenvolvidos
ao longo do aprendizado, para que consiga ter uma compreensão que será utilizada
na solução de situação problema. Note que há conteúdos e habilidades envolvidos,
“informação e conhecimento”, para resolver o que foi proposto com competência.
Dessa forma, as escolas que trabalham com a proposta de ensinar os alunos a
entender e solucionar os problemas a sua volta, além de estarem formando melhor,
estarão também os preparando para terem um bom desempenho. Sendo assim
possível configurar um modelo pedagógico condicionado coerente com o nosso
contexto social, baseado na estrutura da escola, no método pedagógico e nos
conteúdos educacionais. Uma estrutura escolar perante a lei e a igualdade de
direitos, o que faz propiciar o movimento da particularidade refletida na generalidade
e que, ao mesmo tempo, constitui um ambiente carregado de valores, no qual o
estudante é socializado; métodos pedagógicos que facilitem a aprendizagem
necessária tanto para o desenvolvimento intelectual e moral do aluno, quanto para
que adquiram as habilidades, competências e hábitos que lhes permitam participar
ativamente na criação cultural e, portanto, na realização de valores; conteúdos
educacionais que contribuem tanto para dar substância às disposições cognitivas e
atitudinais, quanto para as razões com pretensões de validade que podem ser
contribuídas na ação comunicativa. Uma vez que o método e os conteúdos
adquirem significado graças à maneira como a prática docente é exercida e à
aplicação de uma certa didática que dá fundamento à interação educacional, então,
prática e didática são condições que possibilitam uma educação para a vida. Nós
futuros professores podemos nos deparar com esta situação em sala de aula a de
educar adultos. Devemos estar aptos a ajudar nossos alunos que têm dificuldades
com seus estudos ou outros problemas. Fazendo uso de recursos como materiais
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audiovisuais, quadros interativos e computadores para estimular o interesse e o


aprendizado, atender às necessidades de alunos com diferentes estilos de
aprendizado e produzir materiais didáticos. Devemos, entretanto, participar de
reuniões de equipe com outros professores para discutir questões relacionadas aos
cursos e manter contato com organizações e a sociedade em nosso entorno.

CAPACITAÇÃO CONSTANTE

Com esta pesquisa, pretende-se compreender se a falta de


capacitação específica dos professores para trabalhar com a modalidade EJA, tem
se tornado empecilho na formação escolar de qualidade dos indivíduos que querem
frequentar essa modalidade de ensino. Um número significativo tem pouca
experiência com esta modalidade de ensino, a maioria absoluta atua também em
outras modalidades de ensino na unidade escolar. Alguns desses professores nunca
participaram de capacitação específica para Educação de Jovens e Adultos, mesmo
assim, se dedicam para realizar um trabalho de qualidade junto aos estudantes.
Acreditamos que os dados trouxeram uma rica contribuição sobre a concepção,
atuação e formação docente para a Educação de Jovens e Adultos. A formação em
serviço do professor tem sido uma tentativa dos Sistemas Educacionais para a
superação de políticas e programas de formação continuada ineficientes para
resolver os graves problemas da educação, como o acesso e a permanência na
escola, a evasão, o fracasso escolar entre outros desafios. Percebe-se, que apesar
das várias propostas existentes no âmbito da educação, os resultados continuam
insatisfatórios no que diz respeito à Educação de Jovens e Adultos. Diante disso,
fica claro que a ação docente não pode ser reduzida à grade curricular e ao acúmulo
de disciplinas, ela deve ser fundamentada em práticas investigativas e criteriosas.
Para tanto, a formação continuada de Professores é mecanismo primordial e
essencial ao desencadeamento de mudança em sua prática. A Educação de Jovens
e Adultos é uma modalidade de ensino que, historicamente no Brasil, sempre foi
vista como uma prática fragmentada, como um suplemento de programas. Esse fato
deve-se a não exigência de formação específica de seus docentes, ficando a cargo
do próprio educador a busca por sua formação. Assim, qualquer professor com
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formação para atuar no Ensino Fundamental e Médio pode ser docente de EJA,
mesmo os que não cursaram disciplinas específicas para a EJA na sua graduação
ou discutiram internamente no âmbito de outras disciplinas sua especificidade.

A educação de jovens e adultos é toda educação destinada àqueles


que não tiveram oportunidades educacionais em idade própria ou que tiveram de
forma insuficiente, não conseguindo alfabetizar-se e obter os conhecimentos básicos
necessários. (PAIVA, 1973, p.16).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao refletirmos sobre a formação inicial do professor nos damos


conta de quantas dificuldades ele tem que atravessar ao se deparar com as
particularidades da Educação de Jovens e Adultos. Muito embora saibamos que ele
tenha se apropriado de algumas qualificações inerentes à docência, ainda assim, há
necessidade de uma formação voltada a essa modalidade de ensino em razão da
subjetividade que seus alunos têm. Cremos ainda que, diante do dinamismo da
função docente, de tempos em tempos, nos deparamos com novas situações em
sala de aula, as quais nos levam a procura de novos recursos para uma intervenção
mais eficiente junto ao aluno. Temos consciência também que, em se tratando de
educação, a formação estará sempre incompleta e sempre estará ao lado de quem
lida com o conhecimento. No exercício da função docente o professor deverá estar
sempre se atualizando tanto na aquisição de novos conhecimentos quanto na ação
didática, e um importante instrumento dessa atualização é, com certeza, a formação
continuada.

Apresentar uma relação entre autoestima e aprendizagem na


Educação de Jovens e Adultos, bem como seus efeitos. Inicia com conceitos de
Andragogia, de Pedagogia e a diferença entre ambos como modelos de ensino. Traz
o conceito de EJA, seus amparos legais, destaca conhecimentos sobre os modos de
ser do aluno adulto, de agir, como ocorre seu processo de aprendizagem e os
conceitos de autoestima, de autoconceito, autoimagem e de auto eficácia, bem
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como a atuação da autoestima e da baixa autoestima em toda a vida do educando,


principalmente em seu processo ensino aprendizagem. Destaca a influência dos
âmbitos familiar e escolar na vida do aluno adulto: como ambas, através de uma
fundamental parceria participativa na vida do educando, ainda que esse seja
adolescente ou adulto, podem contribuir para o sucesso na aprendizagem do
mesmo com incentivo às capacidades através do afeto que, por sua vez, eleva a
autoestima, pois tais instituições devem proporcionar condições saudáveis ao
indivíduo, dando-lhe uma vida feliz e saudável especialmente no âmbito emocional e
segurança diante das adversidades do cotidiano. Além disso, dar-lhe respeito, afeto
e ensinar o mesmo a amar e respeitar seu próximo.

REFERÊNCIAS

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Segmento. Link de acesso: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-eja-
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SCIELO. Escolarização de jovens e adultos - Sérgio Haddad Pontifícia Universidade


Católica de São Paulo Maria Clara Di Pierro Organização não-governamental Ação Educativa.
Disponiel em: https://www.scielo.br/pdf/rbedu/n14/n14a07.pdf
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EDUCAÇÃO PUBLICA. Reflexões sobre a Educação de Jovens e Adultos e a formação


docente - Marcélia Amorim Cardoso, docente (Fabel), mestre em Educação (UERJ),
doutoranda em Educação (UFRRJ), Gisele de Andrade Louvem dos Passos Graduanda em
Pedagogia (Fabel), docente da rede particular de ensino. Disponivel em:
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/16/25/reflexes-sobre-a-educao-de-jovens-
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DIA A DIA DA EDUCAÇÃO. A Importância Da Formação Continuada De


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Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1711-
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