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Baitello Júnior, Norval. (199). O animal que parou os relógios: ensaios sobre comunicação,
cultura e mídia. 2. ed. São Paulo: Annablume.
Assim, a cultura, enquanto sistema comunicativo tem como principal função a de ordenar as
informações de uma sociedade. E ordenar implica criar ritmos para estas informações,
ritmizar em concordância com as ritmicidades observadas na própria vida (BAITELLO
JR.,1999, p. 96-97).
O suporte material, sensorial dos vínculos são os símbolos, criações das coletividades não
apenas humanas, mas também animais. Contudo a criação de símbolos — que por si já
constitui uma atividade social de base, já que supõe um contrato arbitrado entre indivíduos —
aliada ao princípio da ritmicidade, arbitra também a sincronização das atividades produtivas
materiais e atividades simbólicas de uma sociedade (BAITELLO JR.,1999, p. 98-99).
O mesmo contrato que constrói símbolos, constrói, com base na ritmicidade, um complexo
sistema simbólico que se chama "tempo". Cria-se aí, nesta junção, o poderoso símbolo
"tempo", que é uma projeção das ritmicidades sobre a percepção do espaço, tão presente e
aguçada em muitas espécies animais (BAITELLO JR.,1999, p. 99).
Um dos mais importantes portadores materiais do sistema simbólico chamado tempo, um dos
seus suportes, é a atividade de geração, distribuição e conservação das informações. Neste
contexto desempenha papel de destaque em nossa contemporaneidade a atividade da mídia, os
meios de comunicação de massas: sistemas de notícias, desde a sua geração até a sua chegada
ao receptor, jornais, emissoras de rádio e televisão, redes etc. Estes suportes atuam
invariavelmente como demarcadores do tempo de vida dos indivíduos, sincronizando suas
atividades dentro de um todo maior (BAITELLO JR.,1999, p. 100).