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Apostila de
Avaliação do Estado Nutricional
2021
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 2
Sumário
Introdução___________________________________________________________ 03
Crianças_____________________________________________________________ 09
Adolescentes_________________________________________________________ 15
Adultos______________________________________________________________ 23
Idosos_______________________________________________________________ 48
Atletas_______________________________________________________________ 55
Parâmetros Bioquímicos_________________________________________________ 56
Referências___________________________________________________________ 63
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 3
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
MÉTODOS SUBJETIVOS:
➢ CLÍNICO
Inclui uma análise visual de sinais e sintomas apresentados pelo indivíduo e que podem
estar relacionados a deficiências nutricionais. Deve-se observar: olhos, face, lábios,
pele, cabelos, unhas, mucosas, estabilidade psicomotora, reflexos nervosos, entre
outros.
EXAME FÍSICO:
O exame físico com enfoque nutricional é capaz de detectar alterações físicas compatíveis com
algum grau de desnutrição ou com alguma deficiência específica de determinado nutriente.
Não deve ser usado isoladamente e sim como coadjuvante a outros métodos.
Importante lembrar que história clínica e anamnese nutricional devem preceder o exame
físico.
Inflamação conjuntival.
Riboflavina, vitamina A.
Vermelhidão e fissuras nos
epicantos. Riboflavina e piridoxina.
Hemorragia gengival.
Vitamina C, riboflavina.
Perda do esmalte do dente.
Flúor, zinco.
Glândulas Aumento da tireóide. Iodo.
Hiperpigmentação.
Niacina.
Palidez.
Ferro, cobalamina, folato.
Seborréia nasolabial.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 5
Vitamina K ou C.
Unhas Quebradiças, rugosas, coiloníquas. Ferro.
EM PACIENTES HOSPITALIZADOS:
Processo mais cuidadoso devido ao fato do paciente poder apresentar traumas, doenças
crônicas pré-existentes, dificuldade de acesso a alimentos, impossibilidade de alimentação e o
jejum alimentar prolongado.
CUIDADO NUTRICIONAL:
Objetivos:
✓ Identificar pacientes com risco aumentado de complicações clínicas ou pós-
cirúrgicas devido a um estado carencial;
✓ Diminuir a morbimortalidade.
COMPOSIÇÃO CORPORAL
Químicos:
Excreção de creatinina,
Contagem de potássio
radioativo,
Diluição de óxido de
deutério,
Outros.
ANTROPOMETRIA
É a medição das variações nas dimensões físicas e na composição corporal global do corpo
humano em diferentes idades, sexo, raça e graus de nutrição com a finalidade de estabelecer
diferenças entre os indivíduos e grupos.
▪ INDICADOR: Representa a medida, associada ao valor crítico (ponto de corte), que indica
determinada situação, como desnutrição ou obesidade.
▪ ÍNDICES: Representa a relação entre as medidas, como peso x altura, altura x idade, etc.
PESO
ESTATURA
CRIANÇAS
Com a utilização dessas novas curvas pais, profissionais de saúde e gestores de políticas
públicas tomarão conhecimento dos padrões do que constitui uma boa nutrição, saúde e
desenvolvimento infantil.
Como consequência, a OMS optou por reconstruir a referência de crescimento que era
recomendada anteriormente, a do National Center for Health Statistics (NCHS) de 1977, para as
crianças dos 5 aos 19 anos. Foi utilizada a amostra original dos participantes de 1 a 24 anos e
acrescentaram-se os dados de crianças de 18 a 71 meses provenientes do padrão de crescimento
da OMS, visando facilitar o alisamento na transição aos 5 anos de idade. Foram aplicados os
métodos estatísticos mais atuais para o desenvolvimento de referências para crianças pré-
escolares.
As novas curvas da OMS de 2007 adaptam-se bem ao padrão de crescimento infantil da OMS aos
5 anos de idade e aos pontos de corte de sobrepeso e obesidade recomendados para os adultos.
Dessa forma, a referência da OMS de 2007 preenche a lacuna antes existente nas curvas de
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 12
Leitura obrigatória:
Victora CG, Araújo CL, Onis M [homepage on the Internet]. Uma nova curva de
crescimento para o século XXI. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. Available
from: http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/nova_curva_cresc_sec_xxi.pdf
ESCORE Z
Nos últimos anos tem se dado cada vez mais, importância a novos métodos de classificação
mais adequados estatisticamente. Pois os métodos para classificar o estado nutricional que
utilizam como referência à porcentagem de adequação, embora amplamente utilizados,
assumem que a informação dada pelas medidas antropométricas tem distribuição normal e
isso não é verdade para todas as medidas.
Observações realizadas de acordo com sexo, em distribuições de dados antropométricos
mostram que o peso corporal, por exemplo, não tem distribuição normal, mas a curva de
distribuição se desloca para a direita (Frisancho, 1993).
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 13
Além disso, para uma mesma medida, o significado de um ponto de corte varia com a idade:
por exemplo, um valor menor que 60% de peso para a idade representa um desnível de
desnutrição muito mais grave para uma criança menor que um ano do que para um escolar.
Por esse motivo tem-se utilizado recentemente um outro tipo de classificação baseada em
técnicas estatístico-aplicáveis a variáveis com distribuição normal ou não, que é a classificação
em escore z. A fórmula para se calcular o escore z é a seguinte:
PORTANTO:
o É a medida de quanto um indivíduo se afasta ou aproxima da medida em desvios-
padrão (DP).
o Pode ser referente a peso/estatura, peso/idade e estatura/idade.
o É um excelente método para estudos populacionais, pois é aceito internacionalmente.
o A faixa de normalidade situa-se entre -2 e +2 DP.
o Abaixo de -2 DP indica deficiência.
o Acima de +2 DP, indica excesso.
ADOLESCENTES
A OMS recomenda o Índice de Massa Corpórea (IMC) para a idade e sexo como o melhor
indicador do estado nutricional em adolescentes, pois dada uma estatura, o peso corresponde
a um percentil particular, que não é o mesmo para todas as idades e sexos.
Idade Percentil
(anos) 5th 15th 50th 85th 95th
9 14,03 14,71 16,17 18,85 21,47
10 14,42 15,15 16,72 19,60 22,60
11 14,83 15,59 17,28 20,35 23,73
12 15,24 16,06 17,87 21,12 24,89
13 15,73 16,62 18,53 21,93 25,93
14 16,18 17,20 19,22 22,77 26,93
15 16,59 17,76 19,92 23,63 27,76
16 17,01 18,32 20,63 24,45 28,53
17 17,31 18,68 21,12 25,28 29,32
18 17,54 18,89 21,45 25,92 30,02
19 17,80 19,20 21,86 26,36 30,66
20-24 18,66 20,21 23,07 26,87 31,26
Fonte: MUST et al., 1991.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 16
Idade Percentil
(anos) 5th 15th 50th 85th 95th
9 13,87 14,66 16,33 19,19 21,78
10 14,23 15,09 17,00 20,19 23,20
11 14,60 15,53 17,67 21,18 24,59
12 14,98 15,98 18,35 22,17 25,95
13 15,36 16,43 18,95 23,08 27,07
14 15,67 16,79 19,32 23,88 27,97
15 16,01 17,16 19,69 24,29 28,51
16 16,37 17,54 20,09 27,74 29,10
17 16,59 17,81 20,36 25,23 29,72
18 16,71 17,99 20,57 25,56 30,22
19 16,87 18,20 20,80 25,85 30,72
20-24 17,38 18,64 21,46 26,14 31,20
Tabela 5 – Valores críticos internacionais de IMC para sobrepeso e obesidade por sexo
e idade (2 a 18 anos).
MATURAÇÃO SEXUAL
Masculino 11 – 14 P1 G1 P2 G2
15 – 18 P3 G3 P4 G4
19 – 24 P5 G5
Feminino 11 – 14 Sem menarca
15 – 18 Com menarca
Pré-púberes:
Meninos – genitais e pelos púbicos l e volume testicular 1 – 3 ml
Meninas – mamas e pelos púbicos l
Púberes:
Meninos – genitais e pelos púbicos ll, lll, e lV, volume testicular 4 – 12 ml
Meninas – mamas e pelos púbicos ll, lll e lV
Pós-púberes:
Meninos – genitais e pelos púbicos lV, volume testicular 15 – 25 ml
Meninas – mamas e pelos púbicos V
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 20
Rapazes:
G2 – início do crescimento
G3 – crescimento
G4 – estirão
G5 – declínio na velocidade de desenvolvimento
Garotas:
M1 – início do crescimento
M2 – crescimento
M3 – M4 – estirão
M5 – fase adulta
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 21
ADULTOS
1 - PESO
Obtido com o auxílio de uma balança do tipo plataforma ou eletrônica digital e que possua um
valor de aproximação de 100g. O indivíduo deve ficar em pé sobre a plataforma da balança, com o
peso do corpo igualmente distribuído entre os pés.
Aconselha-se o indivíduo estar descalço, com roupas leves e periodicamente checar a calibragem
da balança.
Uma tentativa é geralmente suficiente para obter uma medida exata do peso corporal
(Heyward; Stolarczyk, 2000).
2- ESTATURA
É obtida, utilizando-se o estadiômetro ou antropômetro. Posicione o indivíduo descalço em
uma superfície plana que está em ângulo reto com a haste vertical do estadiômetro. Verifique se o
peso está distribuído entre ambos os pés e os braços soltos ao longo do corpo com as mãos
voltadas para as coxas.
Sempre que possível, a cabeça, escápula e glúteos devem também estar tocando a haste
vertical do estadiômetro. A cabeça fica ereta, com os olhos fixos à frente. O indivíduo inspira
profundamente, enquanto procede-se a leitura. Observe que adornos nos cabelos devem ser
retirados (Heyward; Stolarczyk, 2000).
________________________
1
Matemático belga Lambert Adolphe Jacques Quetelet, formado em 1819 pela Universidade de Guent.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 24
ADEQUAÇÃO DE PESO
% Adequação Diagnóstico
< 70% Desnutrição Grave
70 – 80% Desnutrição Moderada
80 – 90% Desnutrição Ligeira
90 -110% Eutrofia
110 – 120% Sobrepeso
120 – 145% Obesidade
> 145% Obesidade Mórbida
Fonte: GRANT, 1981.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 25
% adequação Diagnóstico
< 75% Depleção Severa
75 – 85% Depleção Moderada
85 – 95% Depleção Leve
> 95% Eutrofia
Fonte: GRANT, 1981.
Tabela 08 – Peso Ideal em percentis de acordo com sexo, raça, e faixa etária segundo
MUST, 1991.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 27
Estudos prospectivos mostram que a gordura localizada no abdômen é fator de risco para
doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e alguns tipos de cânceres, como o de mama, de
ovário e de endométrio (FOLSON et al, 1990).
Denomina-se distribuição de gordura corporal do tipo andróide (obesidade superior)
quando o tecido adiposo está concentrado na região abdominal e ginóide (obesidade inferior)
quando esse tecido se concentra mais na região dos glúteos, quadris e coxas. É de importância
clínica identificar a distribuição de gordura, visto que a obesidade andróide está associada ao
desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas (KAMIMURA, 2002).
a = andróide b = ginóide.
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
A medida é realizada com o indivíduo em pé e o valor obtido com o auxílio de uma fita
métrica inextensível, que deve circundar o indivíduo na parte mais estreita do tronco, no nível da
cintura “natural” entre as costelas e a crista ilíaca. Realize a medida após uma expiração normal
(Heyward; Stolarczyk, 2000).
A partir desse dado é possível atribuir riscos de complicações metabólicas associadas à
obesidade.
RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL
DOBRAS CUTÂNEAS
As dobras cutâneas utilizadas para avaliação nutricional são: triciptal e subescapular, sendo
possível classificá-las de acordo com as tabelas propostas por FRISANCHO (1990). É importante
observar qual o padrão de referência que será utilizado, pois quando se utiliza CHUMLÉA et al.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 33
(1987) ou BURR & PHILIPS (1984) realizar as mensurações no braço esquerdo do indivíduo e
quando utilizar FRISANCHO (1990), no braço direito.
É muito importante que as dobras sejam coletadas de forma bastante cuidadosa, pois há
grande variabilidade inter e intra-avaliador, que podem ser minimizadas aplicando procedimentos
padronizados e treinando suas técnicas.
REGRAS GERAIS:
Para a obtenção da dobra cutânea triciptal é necessário avaliar a distância entre a projeção
lateral do processo acromial e a margem inferior do processo olecraniano. Medida está realizada
no aspecto lateral do braço, com o cúbito flexionado a 90° e usando fita inextensível. O ponto
médio deve ser marcado na lateral do braço, em seguida deve-se separar levemente a prega do
braço não-dominante, desprendendo-a do tecido muscular. A dobra é tomada a 1 cm acima da
linha marcada no aspecto posterior do braço. O adipômetro é aplicado no nível marcado. Observe
que está é uma medida vertical e a mesma deve ser realizada 3 vezes (após fazer média) e os
valores não devem diferir em 3 mm (HARRISON et al., 1988; KAMIMURA et al., 2002).
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 34
Essa medida representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular e
gorduroso do braço.
É importante observar qual o padrão que será utilizado para seguir a mesma metodologia.
Quando utilizar CHUMLÉA et al. (1987) ou BURR & PHILLIPS (1984), realizar as mensurações no
braço esquerdo do indivíduo, quando utilizar FRISANCHO (1990), no braço direito.
A medida deve ser coletada a partir do braço do avaliado flexionado, formando um ângulo
de 90º. Localizar e marcar o ponto médio entre o acrômio e o olécrano. O indivíduo deve relaxar o
braço e estendê-lo ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa. Contornar o braço
com a fita flexível no ponto marcado de forma ajustada, evitando compressão ou folga (CHUMLÉA
et al., 1987; KAMIMURA et al., 2002).
Realizar a medida duas vezes consecutivas e não devem ultrapassar a diferença de 0,5 cm
(CHUMLÉA et al., 1987).
Este parâmetro avalia a reserva de tecido muscular, sem descontar a área óssea. É obtida
a partir dos valores da CB e da dobra cutânea triciptal (DCT).
SENDO:
CB = circunferência do braço (cm)
PCT = prega cutânea triciptal (cm) ***
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 42
Avalia a reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea. Reflete mais adequadamente a
verdadeira magnitude das mudanças do tecido muscular do que a CMB. É calculada a partir da
seguinte equação de HEYMSFIELD et al. (1982):
PARA HOMENS
PARA MULHERES
SENDO:
CB = circunferência do braço (cm)
PCT = prega cutânea triciptal (cm)
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 45
Depleção P 0 ao P 5
Abaixo da média / risco de depleção P 5,1 ao P 15
Média P 15,1 ao P 85
Acima da média P 85,1 ao P 95
Boa nutrição P 95,1 ao P 100
Peso Seco
Para corrigir o peso corporal ideal de amputados, deve-se subtrair o peso da extremidade
amputada do peso ideal calculado. Consulte as porcentagens do peso correspondentes a cada
segmento do corpo.
IDOSOS
American Academy of Family Physicians (1994) também propõe em outro estudo a mesma
faixa de normalidade de IMC para idoso entre 22 e 27 kg/m2.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 49
BURR & PHILLIPS (1984) estabeleceram percentis de IMC para indivíduos a partir dos 65 anos, os
quais são descritos a seguir:
IDADE PERCENTIL
Anos N 5 10 25 50 75 90 95
Homens
65-69 46 18,1 19,4 21,8 24,3 26,9 29,2 30,5
70-74 171 18,9 20,2 22,6 25,1 27,7 30,0 31,3
75-79 188 17,5 18,9 21,3 23,9 26,5 28,9 30,3
80-84 87 18,1 19,4 21,4 23,7 26,0 28,1 29,3
85+ 41 17,9 19,0 21,0 23,1 27,2 27,2 28,4
Mulheres
65-69 53 17,2 19,2 22,7 26,5 30,3 33,8 35,9
70-74 250 18,4 20,2 23,1 26,3 29,5 32,4 34,2
75-79 329 18,1 19,8 22,8 26,1 29,4 32,4 34,1
80-84 200 17,1 19,0 22,1 25,5 28,9 32,0 33,9
85+ 88 16,7 18,2 20,8 23,6 26,4 29,0 30,5
Fonte: Adaptado PHILLIPS, 1984.
Figura 16 - Classificação nutricional de idosos, segundo o valor do IMC, de acordo com diferentes
referências internacionais (1991 a 2005).
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 50
IDADE PERCENTIL
Anos N 5 10 25 50 75 90 95
Homens
65-69 47 206 218 238 260 282 302 314
70-74 45 209 219 236 255 274 291 301
75-79 119 197 208 226 245 264 282 293
80-84 56 193 202 219 237 255 272 281
85+ 31 189 198 213 230 247 262 271
Mulheres
65-69 54 212 223 243 264 285 205 317
70-74 47 201 213 233 255 277 297 309
75-79 219 193 206 226 249 272 293 305
80-84 131 179 192 212 235 258 279 291
85+ 75 164 176 198 221 245 266 278
Fonte: Adaptado PHILLIPS, 1984.
IDADE PERCENTIL
Anos N 5 10 25 50 75 90 95
Homens
65-69 47 3,6 4,3 5,9 8,1 11,3 15,2 18,2
70-74 45 3,7 4,3 5,8 8,0 10,9 14,6 17,3
75-79 119 3,6 4,2 5,3 7,0 9,2 11,7 13,6
80-84 56 3,5 4,1 5,1 6,6 8,8 10,7 12,3
85+ 31 3,4 3,9 5,0 6,5 8,4 10,6 12,2
Mulheres
65-69 54 9,9 11,3 14,1 18,0 22,9 28,5 32,5
70-74 47 8,2 9,5 12,1 15,9 20,9 26,8 31,1
75-79 219 7,5 8,6 11,1 14,6 19,1 24,5 28,4
80-84 131 6,2 7,2 9,5 12,7 17,1 22,4 26,2
85+ 75 6,0 7,0 8,8 11,5 14,9 19,0 21,8
Fonte: Adaptado PHILLIPS, 1984.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 51
IDADE PERCENTIL
Anos N 5 10 25 50 75 90 95
Homens
65-69 47 2680 3040 3650 4320 4990 5420 5960
70-74 45 2710 3030 3560 4140 4720 5250 5570
75-79 119 2530 2840 3360 3940 4520 5040 5350
80-84 56 2370 2660 3160 3710 4260 4760 5060
85+ 31 2270 2540 2980 3470 3960 4450 4670
Mulheres
65-69 54 2020 2310 2810 3350 3890 4390 4680
70-74 47 1840 2160 2690 3270 3850 4380 4700
75-79 219 1970 2240 2710 3230 3750 4220 4490
80-84 131 1720 2000 2460 2970 3480 3940 4220
85+ 75 1430 1700 2170 2690 3210 3680 3950
Obs: para o cálculo da área muscular do braço utilizou-se a fórmula de Gurney & Jelliffe (1973).
IDADE PERCENTIL
Anos N 5 10 25 50 75 90 95
Homens
65-69 47 187 196 213 231 249 266 275
70-74 45 184 194 209 227 245 260 270
75-79 119 182 190 205 221 237 252 260
80-84 56 176 184 199 215 231 246 254
85+ 31 172 180 193 208 223 236 244
Mulheres
65-69 54 163 172 187 204 221 236 245
70-74 47 158 168 184 201 218 234 244
75-79 219 161 169 184 200 216 231 239
80-84 131 151 160 175 192 209 224 233
85+ 75 141 150 165 182 199 214 223
Fonte: Adaptado PHILLIPS, 1984.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 52
Tabela 18 – Pontos de corte para classificação por percentis para CB e DCT, segundo
Phillips (1984).
Percentis Classificação
<P5 Desnutrição
P 5 – P 10 Risco de desnutrição
P 10 – P 90 Eutrofia
P 90 – P 95 Risco de obesidade
> P 95 Obesidade
_______________________________________________________________
PESO
HOMEM
[(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 X CB) + (0,37 X DCSE) – 81,69]
MULHER
[(1,27 X CP) + (0,87 X AJ) + (0,98 X CB) + (0,40 X DCSE) – 62,35]
ONDE:
CP = circunferência da panturrilha (cm)
AJ = altura do joelho (cm)
CB = circunferência do braço (cm)
DCSE = dobra cutânea subescapular (mm)
Com o indivíduo deitado, forma-se um ângulo de 90º entre a perna e a coxa esquerda e
entre o pé e a perna. Posiciona-se a régua paralelamente à perna e mede-se o comprimento entre
o calcanhar e a patela.
O valor da circunferência do braço é obtido como já descrito anteriormente. Caso o
indivíduo esteja acamado, o braço deve estar levemente levantado da superfície da cama para que
se consiga passar a fita métrica. A fita é colocada no local onde foi realizada a medida do ponto
médio e então a leitura da circunferência é realizada (CHUMLÉA et al. 1987).
Para se obter o valor da dobra cutânea subescapular, deve-se ter os mesmos
procedimentos já descritos anteriormente. Entretanto, caso o indivíduo esteja acamado, esta
medida é obtida com o indivíduo virado para o seu lado direito, com o braço direito estendido à
frente do corpo. O tronco está ereto e as pernas dobradas. O braço esquerdo repousa ao longo do
corpo e a palma da mão está para baixo (CHUMLÉA et al. 1987).
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 54
ESTATURA
ONDE:
AJ = Altura do joelho (cm)
HOMEM
46,93 + (2,24 x comprimento da perna) + 2,72 amarelo + 0,14 pardo + 4,44
nível de escolaridade.
MULHER
37,08 + (2,35 x comprimento da perna) + 1,61 branco + 5,84 amarelo + 3,75
nível de escolaridade.
ONDE:
AMARELO = assume valor igual a 1 se o indivíduo for oriental e zero se for de outra cor.
PARDO = assume valor igual a 1 se o indivíduo for de cor parda e zero se for de outra cor.
BRANCO = assume valor igual a 1 se o indivíduo for de cor branca e zero se for de outra cor.
NÍVEL DE ESCOLARIDADE = ABAIXO DE 08 ANOS = ZERO
ACIMA DE 08 ANOS = 01
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 55
ATLETAS
Quando estudamos o atleta, sabemos que sua composição corporal, ou mais precisamente,
sua porcentagem de gordura corporal interfere diretamente em sua performance física.
Porcentagens maiores ou menores estão diretamente relacionadas à modalidade praticada, porém
é unânime que esses valores não devem ser inferiores à 5% para homens e 12 a 16% para
mulheres.
Segundo o American College of Sports Medicine, cabe aos atletas, técnicos, preparadores
físicos e cientistas do exercício estabelecerem metas individuais, ou seja, há variações de atleta
para atleta. Esse reconhecimento fará com que os atletas consigam apresentar rendimento de
acordo com sua individualidade e modalidade praticada.
PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
Os métodos bioquímicos incluem análise de substâncias em materiais como sangue, urina, tecidos
como fígado, cabelo, unha, etc.
São chamados de complementares, uma vez que podem confirmar ou não deficiências nutricionais
observadas por meio dos métodos dietéticos, antropometria ou sinais clínicos, entretanto alguns
fatores ou condições podem limitar o uso desses indicadores na avaliação, como utilização de
algumas drogas, condições ambientais, estado fisiológico, estresse, injúria e inflamação. Portanto
os parâmetros de avaliação laboratorial são importantes na identificação precoce de alterações
nutricionais, mas não devem, de modo algum, ser utilizados isoladamente para estabelecer
diagnóstico nutricional.
A utilização dos parâmetros bioquímicos fornece medidas objetivas, com vantagem de possibilitar
o seguimento em longo prazo das intervenções nutricionais realizadas.
A) PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
A diminuição da concentração sérica das proteínas de síntese hepática pode ser um bom índice de
desnutrição energético proteica.
A queda nessa proteína, indicaria diminuição na biossíntese hepática, resultado de um limitado
suprimento de substrato energético e proteico, comumente associado à desnutrição.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 57
ALBUMINA
Síntese – hepatócitos;
Funções – Manutenção da pressão osmótica do plasma e transporte de moléculas;
Vida média – 18 a 20 dias, pouco sensível a rápidas alterações do EM;
Intervalo de dosagem – mínimo de 20 dias;
Limitações de uso - Reduzida em doenças hepáticas, presença de inflamações, infecções, febre e
estresse.
PRÉ-ALBUMINA
Síntese - hepatócito
Funções – transportar hormônios da tireoide
Vida média – 2 a 3 dias - muito sensível para identificação de depleção
Intervalo de dosagem – semanal
Limitações de uso – distúrbios da tireoide, insuficiência hepática e renal, presença de inflamação,
infecção e febre.
Normal 20,0
Depleção leve 10,0– 15,0
Depleção moderada 5,0 – 10,0
Depleção grave < 5,0
(Blackburn & col, 1977)
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 58
Síntese - hepatócito
Funções – transporte de retinol
Vida média – 10 a 12 horas (muito curta) – muito sensível para identificação de depleção.
Intervalo de dosagem – semanal
Limitações de uso – deficiência de vitamina A e zinco, insuficiência hepática e renal, presença de
inflamação, infecção e febre.
Normal 20,0
(Aspen)
TRANSFERRINA
Síntese - hepatócito
Funções – Transporte de ferro
Vida média – 8 a 10 dias – sensível para identificar alterações agudas das proteínas viscerais
Intervalo de dosagem – semanal
Limitações de uso – anemias, gestação hepatopatias, inflamação, neoplasia, excesso de ferro.
Normal >200
Depleção leve 150 - 200
Depleção moderada 100 - 150
Depleção grave < 100
(Aspen)
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 59
B) ÍNDICE CREATININA-ALTURA
Método que avalia excreção urinária de creatinina combinada com a altura, de acordo com idade e
sexo.
A dosagem de creatinina urinária está relacionada às alterações na massa muscular, por ser um
metabólito da creatina (molécula de depósito energético sintetizada pelo fígado e concentrada
principalmente na massa muscular).
Cálculo:
ICA % = Creatinina do indivíduo nas 24 horas (mg) x 100
Creatinina urinária ideal (mg)
IDADE
ALTURA 20-29 30-39 40-49 50-59 60 70 80
146 1258 1169 1079 985 896 807 718
148 1284 1193 1102 1006 915 824 733
150 1308 1215 1123 1025 932 839 747
152 1334 1240 1145 1045 951 856 762
154 1358 1262 1166 1064 968 872 775
156 1390 1291 1193 1089 990 892 793
158 1423 1322 1222 1115 1014 913 812
160 1452 1349 1246 1137 1035 932 829
162 1481 1376 1271 1160 1055 950 845
164 1510 1403 1296 1183 1076 969 862
166 1536 1427 1318 1203 1094 986 877
168 1565 1454 1343 1226 1115 1004 893
170 1598 1485 1372 1252 1139 1026 912
172 1632 1516 1401 1278 1163 1047 932
174 1666 1548 1430 1305 1187 1069 951
176 1699 1579 1458 1331 1211 1090 970
178 1738 1615 1491 1361 1238 1115 992
180 1781 1655 1529 1395 1269 1143 1017
182 1819 1690 1561 1425 1296 1167 1038
184 1855 1724 1592 1453 1322 1190 1059
186 1894 1759 1625 1483 1349 1215 1081
188 1932 1795 1658 1513 1377 1240 1103
190 1968 1829 1689 1542 1402 1263 1123
Fonte: WALSER, JPEN 11 (5), Suppl, 1987.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 61
IDADE
ALTURA 20-29 30-39 40-49 50-59 60 70 80
140 858 804 754 700 651 597 548
142 877 822 771 716 666 610 560
144 898 841 790 733 682 625 573
146 917 859 806 749 696 638 586
148 940 881 827 768 713 654 600
150 964 903 848 787 732 671 615
152 984 922 865 803 747 685 628
154 1003 940 882 819 761 698 640
156 1026 961 902 838 779 714 655
158 1049 983 922 856 796 730 670
160 1073 1006 944 877 815 747 686
162 1100 1031 968 899 835 766 703
164 1125 1054 990 919 854 783 719
166 1148 1076 1010 938 871 799 733
168 1173 1099 1032 958 890 817 746
170 1199 1124 1055 980 911 835 766
172 1224 1147 1077 1000 929 853 782
174 1253 1174 1102 1023 951 872 800
176 1280 1199 1126 1045 972 891 817
178 1304 1223 1147 1065 990 908 833
180 1331 1248 1171 1087 1011 927 850
Fonte: WALSER, JPEN 11 (5), Suppl, 1987.
A relação entre estado nutricional e imunidade é evidente e comprovada por vários estudos. A
depressão da imunidade progride à medida que a desnutrição avança, portanto, a avaliação da
qualidade da ingestão alimentar é muito importante.
Testes imunológicos devem ser realizados para ajudar na conclusão do diagnóstico, e esses são:
contagem total de linfócitos ou linfocitometria e testes de hipersensibilidade cutânea.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 62
E) BALANÇO NITROGENADO
A excreção urinária de nitrogênio sob a forma de nitrogênio uréico é medida para avaliar a
adequação da reposição proteica em indivíduos que estão recebendo terapia nutricional.
Quando o nitrogênio diário total excretado na urina como ureia e amônia, junto com as perdas
menores de nitrogênio nas fezes e na pele (em torno de 4 g), é igual ao nitrogênio liberado
durante o metabolismo das proteínas exógenas e endógenas, considera-se balanço neutro.
Com a ingestão maior que a excreção - balanço positivo, portanto ANABOLISMO;
e excreção maior que a ingestão – balanço negativo, portanto CATABOLISMO.
* não deve ser usado em pacientes com doenças renais ou que apresentam perdas
anormais de nitrogênio devido à presença de diarreia, fístulas gastrointestinais, etc.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 63
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