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GESTÃO FINANCEIRA
SAÚDE
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176p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-073-8
CDD 658.15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................4
5 MATEMÁTICA FINANCEIRA....................................................................................................16
18 PLANEJAMENTO TIBUTÁRIO................................................................................................148
21 CONCLUSÃO ..........................................................................................................................173
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................174
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1 INTRODUÇÃO
Todas essas facilidades surgiram com o tempo e para atender algumas das principais
necessidades do ser humano, mas existem determinados assuntos que a solução não é a
simples invenção de um aparelho, mas sim a aplicação de procedimentos, conceitos e definições
que os estudiosos passaram a defender e aplicar.
Dentre esses assuntos está um dos que mais impactam e preocupam as pessoas,
seja física ou juridicamente, “o dinheiro”, ou melhor, a falta dele.
Perguntas surgem a todo o momento e devido a vários motivos, como por exemplo:
A eterna busca é pela forma de equilibrar os ganhos de acordo com os gastos, e ter
saldo positivo na contracorrente, de conseguir planejar e adquirir produtos e serviços para uma
melhora na qualidade de vida. E para isso, é necessário ter alguns conhecimentos, ter disciplina
e aplicar determinados procedimentos na vida financeira, visando o tão sonhado “pote de ouro
no final do arco-íris”, ou seja, a tranquilidade financeira.
3 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO
Para fazer uma gestão financeira de qualidade precisa ter claramente conceitos
administrativos, seus fundamentos e principalmente características de administrador.
Toda organização é dividida em áreas funcionais e são estas áreas que devem ser
administradas.
As principais áreas da administração nas organizações são: marketing,
produção/logística, financeira e recursos humanos. Em nosso curso estamos interessados na
área financeira, visando um detalhamento maior sobre a gestão financeira e como os
fundamentos administrativos nos auxiliam, então veremos a área financeira sob o aspecto
administrativo.
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A área financeira trata dos assuntos relacionados à administração das finanças das
organizações. As finanças correspondem ao conjunto de recursos disponíveis que serão usados
em transações e negócios com transferência e circulação de dinheiro. Ao analisar, veremos que
as finanças fazem parte do cotidiano, no controle de recursos para compras e contratações, tal
como precisa no gerenciamento da empresa e suas respectivas áreas, seja o marketing,
produção, recursos humanos. A necessidade de gerenciamento das finanças ocorre em toda a
organização seja no nível operacional, gerencial e/ou estratégico, pois envolvem dados e
informações financeiras necessárias para a execução de atividades operacionais e tomadas de
decisão em todos esses níveis.
Todo administrador financeiro deve levar em conta os objetivos dos acionistas e donos
da empresa, pois conduzindo bem financeiramente os negócios proporcionará o
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desenvolvimento e prosperidade da empresa, de seus proprietários, sócios e stakeholders em
geral.
Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a serem alcançadas nesta
área dependendo da situação e necessidade. Mas, no geral a administração financeira serve
para manusear da melhor forma os recursos financeiros com o objetivo de otimizar o máximo
possível o valor agregado dos produtos e serviços da empresa a fim de se ter uma posição
competitiva mediante a um mercado competitivo, garantindo o retorno positivo a tudo o que foi
investido, crescimento financeiro e satisfação aos investidores.
Segundo Chiavenato (2003, p. 03) “existem três tipos de habilidades importantes para
o desempenho administrativo bem-sucedido: as habilidades técnicas, humanas e conceituais”.
Tais habilidades podem ser vistas na figura abaixo, separadas por níveis organizacionais.
De acordo com Chiavenato (2003), as habilidades técnicas envolvem o uso de
conhecimento especializado (conhecimento de contabilidade, programação de computador,
engenharia, etc.).
Porque não basta ter conhecimento, ter perspectiva se não souber fazer com que as
coisas aconteçam. Deve-se partir do princípio de que o administrador é o agente de mudanças
na organização, portanto, é preciso que desenvolva certas características pessoais que o tornem
um verdadeiro líder na organização.
Contabilidade geral.
Auditoria interna.
Contabilidade fiscal.
Orçamentação e custos de produtos já fabricados.
Análise dos resultados contábeis.
Plano de contas e normas contábeis.
Planejamento e controle orçamentário.
Planejamento fiscal e tributário.
Demonstrativos financeiros e contábeis.
Estudo das margens dos produtos e serviços.
Aplicações financeiras.
Descontos de duplicatas de clientes.
Operações de financiamento bancário.
Programação financeira.
Relacionamento geral com bancos.
Seguros. 13
Controle de contas a pagar e a receber.
Faturamento, crédito e cobrança.
Aprovação de créditos aos clientes.
Reconciliação bancária.
Estudo da situação econômica e financeira da empresa e do país.
As funções que são relevantes na área financeira podem ser definidas resumidamente
como segue:
Orçamentação: função responsável pela preparação, acompanhamento e
execução do orçamento financeiro.
Contabilidade: instrumento fundamental da gestão financeira, pois registra todas
as transações ou movimentações de recursos que envolvam valores monetários; pode ser vista
como a "central de informação" da gestão financeira.
Tesouraria: função ou área que cuida de todos os pagamentos e recebimentos e 14
administra o dinheiro que é mantido em caixa ou em contas bancárias para esse fim.
Faturamento: área que cuida da preparação e envio das contas.
Custos: função ou área responsável pela apuração e controle dos custos dos
serviços prestados.
Auditoria: conjunto de mecanismos de verificação dos registros contábeis ou de
quaisquer procedimentos que envolvam recursos financeiros.
Administração do capital de giro: consiste em gerenciar os recursos financeiros
de que a organização necessita no seu dia-a-dia: quanto manter em caixa, em conta bancária,
em investimentos de curto prazo e alta liquidez, administração dos estoques de materiais e
outros insumos.
Análise de investimentos: consiste na análise das possibilidades e necessidades
de investimentos (em instalações, equipamentos, área física, etc.).
As funções identificadas acima, incluindo as de planejamento, controle e avaliação,
constituem as áreas clássicas da área financeira.
5 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Porcentagem é uma medida com base 100 onde se expressa uma relação entre dois
valores. O símbolo que representa a porcentagem é % .
Capital
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também
conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras).
Juros
Juros representam à remuneração do Capital empregado em alguma atividade
produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou compostos.
Juros Simples: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital
inicial emprestado ou aplicado.
Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou
simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes de somarmos os juros.
Transformando em fórmula temos:
J = P. i. n
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Onde, J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos
Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m.
pelo regime de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:
Onde, M = Montante
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos
O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque a maioria das
pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um preço por isto. Por outro lado,
quem for capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu desejo, e neste
ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a alguém, menos paciente, deve ser
recompensado por esta abstinência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver. O
tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para empréstimos definem qual
deverá ser a remuneração, mais conhecida como taxa de juros.
A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos. Estão incluídas:
compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as
aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de renda
fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso das operações
de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas.
1º mês: M =P.(1 + i)
M = P. (1 + i ) n
Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja,
taxa de juros ao mês para n meses.
J = M- P
Solução: M = P. (1 + i ) n
M = 6000.(1+0,035)12
M = 6000. (1,035)12
log x = log 1,03512 log x = 12 log 1,035 log x = 12( 0,0149) = 0,1788 log x =
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0,1788 => x = 1,509
Taxa de juros
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um
determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em seguida da
especificação do período de tempo a que se refere:
Cuidado com o período que vem representado na taxa porque em muitas situações
precisamos transformar o valor da taxa devido ao período não estar adequado ao problema e
aos dados da questão. A isso temos as Taxas Equivalentes.
Taxas Equivalentes
Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas ao mesmo Capital P durante o
mesmo período de tempo, através de diferentes sistemas de capitalização, produzem o mesmo
montante final.
Seja o capital P aplicado por um ano a uma taxa anual ia.
Consideremos agora, o mesmo capital P aplicado por 12 meses a uma taxa mensal i m.
Com esta fórmula podemos calcular a taxa anual equivalente a uma taxa mensal
conhecida.
Taxas Nominais
A taxa nominal é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital
não coincide com aquele a que a taxa está referida. Alguns exemplos:
Exemplo: Uma taxa de 15 % a.a. de capitalização mensal, terá 16.08 % a.a. como
taxa efetiva: 15/12 = 1,25 1,25 12 = 1,1608.
Taxas Efetivas
A taxa Efetiva é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital
coincide com aquele a que a taxa está referida. Alguns exemplos:
Taxa Real: é a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período da operação.
Desconto Simples
A operação de desconto é inversa e a operação da capitalização consiste em se
determinar um Valor Presente equivalente a um determinado Valor Futuro. Em termos práticos,
as operações de desconto são realizadas com os títulos de crédito - o instrumento de crédito que
possuem garantia legal (duplicatas, notas promissórias etc.). Possuindo garantia legal, esses
títulos podem ser negociados livremente, antes de sua data de vencimento.
Assim, um título de crédito pode ser convertido em dinheiro ou substituído por outro(s)
título(s) anteriormente à data prevista para sua liquidação. A conversão é feita pelo Valor Atual
ou Valor Presente (PV) do título, que corresponde ao Valor de Face, Valor Nominal ou Valor
Futuro (FV) do título, menos o desconto (d) que é a compensação em valor pela antecipação do
resgate do título.
O Desconto Simples Comercial (dc), também chamado Desconto Simples "Por Fora", 22
equivale aos juros simples calculados sobre o Valor Nominal (FV) do título. A partir da fórmula
dos juros simples que é:
J = PV. i . n
dc = FV . i . n
Como o prazo não está em uma unidade de tempo compatível com o período de
capitalização da taxa, é necessário expressá-lo em função dessa nova unidade de tempo.
O Valor Atual é o valor pelo qual o título é resgatado ou negociado antes do seu
vencimento e corresponde à diferença entre o Valor Nominal e o Desconto:
PVc = FV - dc PVc = FV (1 – i . n)
ou
FV = PV (1 + i) n
Ao trabalhar com juros compostos, é mais simples obter o montante e depois subtrair
o capital inicial para obter o valor dos juros. Assim:
J = FV - PV J = PV [(1 + i)n – 1]
ou
Desconto Composto
O desconto é a operação inversa da capitalização. Enquanto a operação de
capitalização agrega, a cada período, os juros ao capital inicial ou Valor Presente para produzir o
montante ou Valor Futuro, a operação de desconto retira, a cada período, os juros de um
determinado Valor Futuro para produzir o Valor Presente daquele período.
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PV = FV. (1 + i) -n
Fluxo de Caixa
Fluxo de caixa é o detalhamento mensal das rendas e despesas da empresa, ou seja,
a entrada e saída física do dinheiro empregado no desempenho das atividades empresariais. Se
esta diferença for positiva, o saldo irá para o caixa ou conta bancária da empresa. Se for
negativa, significa que a empresa estará gastando mais do que recebeu, identificando a
necessidade de um controle de gastos mensais.
Conceitualmente, podemos dizer ainda que o fluxo de caixa seja um instrumento que
relaciona os ingressos (entradas) e desembolsos (saídas) de recursos monetários (dinheiro) de
uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é
possível identificar eventuais excedentes (sobras) ou escassez (falta) de caixa.
Séries Antecipadas
Em uma série antecipada, os fluxos ocorrem no início dos respectivos períodos. As
séries antecipadas são mais frequentes nas operações de capitalização, embora sejam
utilizadas, também, em operações de amortização. O DFC de uma série antecipada de entradas
de capital tem o seguinte aspecto:
Séries Diferidas
Em uma série diferida, os fluxos ocorrem no final dos respectivos períodos, posteriores
a um prazo de carência ou diferimento. As séries diferidas são praticamente exclusivas das
operações de amortização, embora sejam utilizadas, ainda que raramente, em operações de
capitalização nos mesmos casos previstos nas séries imediatas. Estas séries incluem no cálculo
um elemento adicional no cálculo: a carência ou prazo de diferimento (m). O DFC de uma série
diferida de entradas de capital tem o seguinte aspecto:
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6 RELACIONAMENTO BANCÁRIO
“É pouco provável que todos os proprietários, ao mesmo tempo e num mesmo dia,
exijam a devolução imediata de todo seu dinheiro. Emprestarei parte do dinheiro a quem pedir,
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sob a condição de que seja devolvido num prazo determinado. E como meu devedor empregará
o dinheiro como quiser durante este é natural que eu obtenha alguma vantagem. Por isso, além
do dinheiro emprestado, deverá entregar-me, no vencimento do prazo estipulado, uma soma
adicional”.
Assim tiveram início as operações creditícias. Aqueles que, por alguma razão, se
encontravam sem dinheiro como - comerciantes senhores feudais e não raras vezes o próprio rei
ou o erário nacional -, recorriam ao cambista que lhes emprestava grandes somas de dinheiro a
juros "razoáveis".
O juro era pago pelo usufruto do dinheiro recebido ou, mais propriamente, era a
"compensação pelo temor" de quem dava dinheiro emprestado e assim se expunha a um grande
risco.
Estes juros foram chamados - com toda justiça - de usurário, o dinheiro recebido
emprestado, de capital usurário e o credor, de usureiro. O cambista exercia sua profissão
sentada num banco de madeira em algum lugar do mercado. Daí a origem da palavra
"banqueiro" e "banco". Os primeiros bancos de verdade da História foram criados pelos
sacerdotes.
O primeiro banco privado foi fundado pelo duque. Vitali em 1157, em Veneza. Após
este, nos séculos XIII, XIV e XV toda uma rede bancária foi criada. Assim os bancos foram um
dos grandes propulsores práticos para o avanço da Matemática Comercial e Financeira e da
Economia durante os séculos X até XV. Pois sem essa motivação para o aprimoramento dos
cálculos, talvez, essa área de Matemática não estivesse tão avançada nos dias atuais.
Pronto está criado a empresa que participa da vida de 10 entre 10 pessoas no mundo
financeiro, o Banco. É o início de uma relação que nunca ficaremos livres, porque sempre no
mercado seja em que área de atuação for teremos um relacionamento bancário.
E com a criação do banco, vêm a criação de produtos e serviços para serem ofertados
as pessoas físicas e jurídicas. São empréstimos, linhas de crédito, aplicações, contas correntes
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especiais, seguros de todos os tipos, enfim um verdadeiro shopping center financeiro.
Ou seja, ser fiel ao nosso banco, para que no momento que precisar de ajuda, terá um
histórico junto à instituição que dará o aval para a esperada ajuda. A fidelidade é demonstrada
em atitudes como o tempo em que forem clientes, na preferência para aplicações, na indicação
do banco para parceiros e todo tipo de atitude com que faça de você um cliente especial e
preferencial.
7 ORÇAMENTO EMPRESARIAL
O estilo proativo de administração hoje, mais do que nunca, é essencial para o bom
andamento dos negócios e proteção do patrimônio de seus proprietários. Ao contrário do estilo
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reativo, onde a improvisação lança dúvidas quanto à competência de seus administradores a
seriedade ou, até mesmo, continuidade da empresa.
O orçamento empresarial deve ser elaborado com vistas aos objetivos a médio e longo
prazo da empresa para que se possa ter tempo de implantá-lo, avaliar seu grau de adequação
as situações específicas de cada empresa e proceder aos ajustes que se fizerem necessários
para o seu correto funcionamento.
As empresas que contam com a possibilidade de prever, com algum grau de certeza,
os acontecimentos futuros, podem se preparar melhor para aproveitar oportunidades de
negócios ou minimizar os riscos de uma eventual crise.
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Conforme Horngren et al (1997:125), o Orçamento pode contribuir para trazer essa
possibilidade uma vez que permitem quantificar, para um determinado período, os recursos e
níveis de atividade necessários para obtenção de seus objetivos.
O orçamento não deixa de ser uma pura repetição dos relatórios gerenciais atuais, só
que com os dados previstos. Portanto, não há basicamente nada de especial para se fazer
orçamento, bastando apenas colocar no sistema de informação contábil gerencial os dados que
deverão acontecer no futuro.
Segundo Horngren et al (1997:125), o orçamento em seus “aspectos financeiros
quantificam as expectativas da administração com relação a receitas futuras, fluxos de caixa e
posição financeira”.
Passarelli & Bomfim (2003a: 13), nos dizem que o controle orçamentário significa:
Possibilita, ainda, que através da comunicação clara, sejam conhecidos, por parte dos
gestores, as exigências e resultados esperados deles, permitindo à compreensão e participação
de cada um nos objetivos empresariais, motivando o desenvolvimento e implantação de planos
de ação voltados a melhoria contínua dos processos visando à boa administração dos recursos
disponíveis (Horngren et al, 1997:125).
O orçamento sozinho não é suficiente para fazer a empresa atingir seus objetivos,
mas quando acompanhado de controle, avaliação permanente e distribuição de
responsabilidades com os gerentes executores, convencendo-os de que o orçamento está ali
para auxiliá-los. Identificando e corrigindo distorções eventuais, torna-se ferramenta
indispensável para obtenção das metas empresariais.
Nessa perspectiva pode-se afirmar que, para efetuar um orçamento, é necessário ter:
Então será visto, para que são feitos e para que servem os orçamentos.
Por exemplo:
Se no seu projeto serão necessárias algumas viagens, você deve tornar evidente o 35
trajeto, o número de passagens necessárias, as despesas com hospedagem, locomoção,
refeições e outras despesas que poderão ocorrer, tendo sempre o cuidado de quantificar essas
ocorrências de tal forma que elas possam ser comparadas em qualquer época.
Antes de qualquer coisa precisa-se fazer um alerta para não cometer erros primários,
do tipo, um orçamento deve ser elaborado em moeda local, para depois ser convertido em outra
moeda, se for o caso. Ainda que o orçamento seja elaborado a partir de um projeto pré-
aprovado, com um montante já definido e em moeda diferente da local, todos os valores devem
ser orçados em moeda local, para depois serem convertidos.
Por fim, e mais importante que todos os itens acima, o planejamento orçamentário
deve ser elaborado tomando por base algumas premissas:
b) Que a organização tenha claro que orçamento é produto de intensos debates entre
o sonho e a realidade, ou seja, ajuste entre o desejável e o possível;
4) É revisto periodicamente.
Ser transparente
Definir metas
Discutir estratégias
Ter clareza das necessidades
Ter equilíbrio entre o desejado e o possível
Aceitar os limites na utilização dos recursos
Aceitar o orçamento como instrumento de orientação
Fazer revisões periódicas. 37
3) Fazer uma descrição sucinta das atividades, procurando identificar, com o maior
grau de acerto possível, os diversos recursos que serão utilizados nelas.
5) Procurar informar-se dos preços unitários de cada item, assim como o custo/hora
dos trabalhos de consultoria e assessoria, eventualmente necessários.
Estas informações são obtidas, em geral, nas reuniões iniciais, onde a equipe deve
escutar mais e expressar menos sua opinião.
Limitações da Orçamentação
Baseiam-se em estimativas.
Deve ser continuamente monitorado e adaptado às circunstâncias.
Nem todas as empresas possuem recursos para implementar um sistema
adequado.
Atrasos na emissão dos dados comprometem as ações corretivas.
As dificuldades de ajustes geram desconfianças em relação ao resultado
projetado.
É apenas uma ferramenta de apoio a decisão, não podendo tomar o lugar da
administração.
Com esses dados, será possível iniciar os trabalhos e é muito importante que tudo
seja Documentado, para que sirva de consulta no decorrer da geração do Planejamento
Orçamentário. No módulo seguinte será abordada a Gestão de Aplicações, Gestão de Caixa
Gestão de Competência, Análise dos Demonstrativos Financeiros e Análise de Investimentos.
9 GESTÃO DE APLICAÇÕES
Analisando o aspecto financeiro das empresas, é possível perceber a importância de
atuar fortemente na Gestão Financeira para ter sucesso no negócio. Existem variáveis de todos
os tipos, mas num mercado capitalista e diversificado, não será permitido limitar apenas ao
“core” (principal atividade) da empresa. É imprescindível diversificar e atuar em áreas paralelas
para que alcancemos o tão sonhado equilíbrio financeiro.
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O mercado percebeu que um grande negócio para as empresas bem estruturadas e
porque não considerar para pessoas físicas bem estruturadas, é o negócio onde o principal
produto é o próprio dinheiro.
Não existe forma correta de se estabelecer tempo para os prazos, depende do ponto
de vista, mas no geral convencionou-se que:
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Caderneta de Poupança
A caderneta de poupança é um investimento tradicional, conservador e muito popular
entre investidores de menor renda.
Quase todos os bancos comerciais possuem esse tipo de investimento e não é preciso
ser correntista para investir. Basta apenas comparecer uma agência bancária portando CPF,
documento de identidade e comprovantes de renda e residência.
Garantias
Aplicação Inicial
Liquidez imediata
Prazo
Não há prazo. No entanto, os valores mantidos por menos de 1 mês não recebem
nenhuma remuneração.
Rentabilidade
Taxa de juros de 0.5% ao mês, aplicada sobre os valores atualizados pela TR,
creditada mensalmente na data de aniversário da aplicação.
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Riscos
Desvantagem
Tributação
Ao comprar um CDB, você está emprestando dinheiro para o Banco e recebendo juros
em troca. Ao final do prazo contratado, o banco deve lhe pagar o valor aplicado (principal),
acrescido da remuneração prevista quando da aplicação.
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Esta remuneração nunca é negativa. A diferença entre os CDBs e os RDBs é que os
CDBs podem ser negociados antes do vencimento, enquanto os RDBs são inegociáveis e
intransferíveis.
Porém, no caso do CDB, negociar o título antes do prazo mínimo implica em perda de
parte da remuneração (devolução com deságio).
É importante lembrar que tanto o CDB quanto o RDB podem ser resgatados junto à
instituição emissora, antes do prazo contratado, desde que decorrido o prazo mínimo de
aplicação. Antes do prazo mínimo não são auferidos rendimentos.
Rentabilidade
As taxas podem ser pré-fixadas, pós-fixadas ou flutuantes e podem ter mais de uma
base de remuneração, desde que prevaleça a mais vantajosa para o cliente.
Geralmente, as taxas são proporcionais aos volumes aplicados, isto é, quanto mais
recursos você investe em um CDB do banco, melhor a taxa de remuneração.
Prazo
Risco
Tributação
Você não precisa se preocupar com o pagamento dos impostos, pois o próprio banco
recolhe para o fisco a parte que lhe é devida. No vencimento do CDB, você recebe o rendimento
bruto obtido no período descontado o imposto de renda.
Renda fixa
Nos investimentos em renda fixa, a remuneração, ou sua forma de cálculo, é
previamente definida no momento da aplicação.
Ao investir seus recursos em um título de renda fixa, seja ele emitido pelo governo ou
por uma empresa privada, você está emprestando a quantia investida ao emissor do título. Para,
em troca, depois de certo período, receber o valor aplicado (denominado "principal"), acrescido
de juros pagos como forma de remuneração de seu empréstimo.
Mas há também outras aplicações, tais como: Fundos de Renda Fixa, CDBs e
debêntures, entre outras.
Renda variável
Nos investimentos em títulos de renda variável, o investidor não tem como saber,
previamente, qual será a rentabilidade da aplicação.
Porém, se a escolha for feita com critério, diante de opções bem avaliadas e com
diversificação dos investimentos, a aplicação em renda variável poderá proporcionar ao
investidor um retorno maior do que o obtido em aplicações de renda fixa.
Por exemplo, com as ações os preços são formados pela interação entre ofertas e
demandas propostas por um número diversificado de investidores.
Por exemplo, pode enviar suas ordens por uma corretora para o sistema de
negociação da BOVESPA no qual a cota esteja registrada.
Os fundos abertos normalmente são constituídos para existir por tempo indeterminado,
ao contrário dos fechados, que podem ter tempo determinado, ao final dos quais os ativos são
vendidos, os cotistas recebem o valor total de suas cotas e o fundo é encerrado, o que pode
ocorrer também com os fundos abertos.
Risco x retorno:
O primeiro é o decorrente das oscilações nos preços dos títulos que compõem a
carteira do fundo. Uma vez que estes ativos são contabilizados por seu valor de mercado,
quanto maior a oscilação nos preços, maior a oscilação no valor das cotas e mais difícil estimar o
valor de resgate ou de venda das cotas.
Já o risco de crédito se refere à certeza sobre a liquidação do título na data de
vencimento. Quando o fundo adquire um título, está emprestando dinheiro a alguém ou
aplicando sua quantia em determinado empreendimento e, certamente, correndo o risco de que
o tomador dos recursos não honre a obrigação, ou não pague os juros combinados, ou o
empreendimento não renda o esperado.
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Por fim, existe o risco de liquidez, que tanto pode ser dos ativos quanto das cotas que
compõem o fundo. No caso dos ativos, o risco de liquidez consiste na eventual dificuldade que o
administrador possa encontrar para vender os ativos que compõem a carteira do fundo, ficando
impossibilitado de atender aos pedidos de resgate do investimento. No caso das cotas, o risco
de liquidez decorre da dificuldade, no fundo fechado, do investidor encontrar um comprador para
as suas cotas, forçando-o a vender por um valor mais baixo que o esperado, caso sua
necessidade de recursos seja imediata.
Por tudo isso, é importante que o investidor se mantenha informado sobre os ativos
que compõem a carteira do fundo. Sobre as restrições ao resgate e sobre o mercado para a
negociação de cotas de fundos fechados, tanto na hora de investir quanto periodicamente, para
decidir se permanecerá ou não com o investimento.
Custos:
Essa forma de divulgação do valor das cotas é boa, porque facilita a comparação dos
resultados. Porém, para descobrir os custos incidentes sobre um fundo será sempre necessário
consultar o seu regulamento.
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As taxas normalmente cobradas são a taxa de administração e, eventualmente, a taxa
de performance - que é uma taxa cobrada nos termos do regulamento, quando o resultado do
fundo supera certo patamar previamente estabelecido. Alguns fundos podem também cobrar
taxas de ingresso (devidas quando se faz o investimento) e de saída (devidas quando se realiza
o resgate).
Vantagens e desvantagens:
A principal vantagem dos fundos é possibilitar que investidores de perfil similar - com
objetivos comuns, estratégias de investimento semelhantes e mesmo grau de tolerância a risco -
concentrem recursos para aumentar seu poder de negociação e diluir os custos de
administração, além de contarem com profissionais especializados, dedicados exclusivamente à
gestão dos recursos.
Classificação da CVM
São fundos cuja rentabilidade geralmente está associada às taxas SELIC ou CDI e
considerados mais conservadores quanto ao risco, sendo compatíveis com objetivos de
investimento de curto prazo, pois suas cotas são menos sensíveis às oscilações das taxas de
juros. O crédito do resgate costuma se dar no mesmo dia da solicitação.
Fundos Referenciados
Devem aplicar pelo menos 80% de seus recursos em títulos de renda fixa - públicos ou
privados, pré ou pós-fixados - e ter como principal fator de risco a variação da taxa de juros e/ou
de índice de preços. Podem utilizar derivativos tanto para proteção da carteira quanto para
alavancagem. Nos fundos de Renda Fixa a rentabilidade pode ser beneficiada pela inclusão, em
carteira, de títulos que apresentem maiores risco de crédito, como os títulos privados.
Geralmente o crédito do resgate se dá no mesmo dia da solicitação.
Fundos de Ações
São também chamados de fundos de renda variável e devem investir, no mínimo, 67%
de seu patrimônio em ações negociadas em bolsa ou mercado de balcão organizado. Alguns
fundos deste tipo têm como objetivo de investimento acompanhar ou superar a variação de um
índice do mercado acionário, tal como o IBOVESPA ou o IBX.
Como seu principal fator de risco é a variação nos preços das ações que compõem
sua carteira, podem ser compatíveis com objetivos de investimento de longo prazo e que
suportem uma maior exposição a riscos em troca de uma expectativa de rentabilidade mais
elevada. Geralmente o crédito do resgate se dá quatro dias após a solicitação.
Fundos Cambiais
Deve manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em ativos que sejam
relacionados, direta ou indiretamente (via derivativos), à variação de preços de uma moeda
estrangeira, ou a uma taxa de juros denominada cupom cambial. Os mais conhecidos são os
chamados Fundos Cambiais Dólar, que buscam acompanhar a variação de cotação da moeda
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americana. Geralmente o crédito do resgate se dá no dia seguinte ao da solicitação.
Os títulos componentes de sua carteira são mantidos fora do país. Para o investidor
no Brasil, este fundo é uma forma ágil e de baixo custo operacional para aplicar em papéis do
governo brasileiro negociados no exterior.
Fundos Multimercado
Deve apresentar política de investimento que envolva vários fatores de risco, sem o
compromisso de concentração em nenhum fator em especial, podendo investir em ativos de
diferentes mercados - como renda fixa, câmbio e ações - e utilizar derivativos tanto para
alavancagem quanto para proteção da carteira.
Exemplos:
1) O contrato de crédito consignado firmado entre o banco comercial e um cliente é
cedido ao fundo, de maneira que seus cotistas serão remunerados pelo pagamento das parcelas
devidas pelo cliente do banco, conforme previsto no contrato de concessão do crédito;
Deve ser constituído sob a forma de condomínio fechado, cujos recursos sejam
destinados ao investimento em empreendimentos imobiliários, tais como compra para locação ou
arrendamento, compra e venda incorporação e/ou construção, projetos visando viabilizar o
acesso à habitação e serviços urbanos etc. Suas cotas são remuneradas com base no
desempenho do empreendimento.
Deve ser constituído sob a forma de condomínio fechado, cujos recursos sejam
destinados à aplicação em projetos audiovisuais aprovados pela Agência Nacional de Cinema -
ANCINE.
Exemplo: O fundo adquire CAV, que são títulos de participação em projetos
audiovisuais, de forma que a remuneração do FUNCINE dependerá do desempenho comercial
dos projetos investidos.
Deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto ou fechado, cujos recursos
sejam destinados à aplicação em projetos culturais e artísticos.
Também conhecido como Fundo de "Venture Capital" deve ser constituído sob a
forma de condomínio fechado, cujos recursos sejam destinados à aplicação em carteira
diversificada de valores mobiliários de emissão de empresas emergentes - companhia que
apresente faturamento líquido anual, ou faturamento líquido anual consolidado, inferiores a R$
100.000.000,00 (cem milhões de Reais). Apurados no balanço de encerramento do exercício
anterior à aquisição dos valores mobiliários de sua emissão.
Deve ser constituído sob a forma de condomínio fechado, exclusivo para pessoas
físicas ou jurídicas estrangeiras (residentes, domiciliadas ou com sede no exterior), fundos ou
outras entidades estrangeiras de investimento coletivo, cujos recursos sejam destinados à
aplicação em carteira diversificada de valores mobiliários de emissão de empresas emergentes.
Deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto ou fechado, cujos tenham por
finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros
públicos federais em virtude das parcerias de que trata a Lei 11.079, de 30 de dezembro de 2004
(Lei da Parceria Público-Privada).
Ações
Ação é um valor mobiliário, emitido por sociedades anônimas, que representa uma
parcela do seu capital social.
Quando você compra uma ação de uma companhia aberta se torna acionista e
participa do lucro da companhia através do recebimento de dividendos e de bonificações.
63
Quando for o caso de emissão de novas ações por parte da companhia, haverá ainda
o direito de subscrição dessas ações.
Pode ganhar também caso haja valorização do preço das ações na bolsa de valores.
Dividendos
Nesta hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou seja, uma vez atingido o
montante determinado no estatuto, as ações preferenciais com direito ao dividendo fixo não
participam dos lucros remanescentes, que serão distribuídos entre as ações ordinárias e
preferenciais de outras classes, se houver.
Bonificações
Ao longo das atividades, a Companhia poderá destinar parte dos lucros sociais para a
constituição de uma conta de "Reservas" (termo contábil). Caso a companhia queira, em
exercício social posterior, distribuir aos acionistas o valor acumulado na conta de Reservas,
poderá fazê-lo na forma de Bonificação, podendo efetuar o pagamento em espécie ou com a
distribuição de novas ações.
É importante lembrar que a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76) permite
que nas companhias abertas com capital autorizado, em certas situações excepcionais previstas
no art. 172 da referida lei. O direito de preferência seja excluído ou, ainda, que o prazo de
30(trinta) dias para o seu exercício seja reduzido, desde que haja previsão no estatuto social.
Bônus de Subscrição
Exemplo: Se o preço pago pelo Bônus foi de R$ 2,00, dando ao acionista o direito de
subscrever a ação por R$ 3,00, o preço total de compra da ação seria de R$ 5,00. Se a cotação
da ação no mercado estiver a R$ 6,00, valerá a pena o investidor exercer o direito. É importante
mencionar que se o investidor não subscrever a ação ou subscrever sem a utilização do Bônus,
perderá os R$ 2,00 pagos quando da compra do direito.
Espécies de Ações
Ações de Fruição
São ações que já foram amortizadas, ou seja, a companhia antecipou ao acionista a
quantia a que ele teria direito no caso de liquidação da companhia. Somente o Estatuto ou a
Assembléia Geral Extraordinária da companhia poderá autorizar esta operação.
Clube de Investimento
É uma comunhão de recursos de pessoas físicas, no máximo 150 participantes, salvo
exceções previstas na regulamentação, administrada profissionalmente por instituição
credenciada pela CVM.
Note também que, do lado da seguradora houve o ingresso de uma receita de seguros
em um único mês. Porém esta receita só será efetivamente um ganho depois de passados doze
meses e nenhuma avaria aconteça no objeto segurado ou ainda se a contratante segurada não
desistir ou interromper o período de contrato.
69
Transações
Comentários:
Janeiro
Janeiro
Reduz o
Luz a Pagar 100 Despesa com Luz (100) patrimônio em
janeiro.
(aumenta passivo) (reduz resultado)
Fevereiro
Note que a despesa será sempre registrada no momento em que ocorreu (janeiro),
71
independente da forma de pagamento. O resultado de fevereiro não é afetado por esta despesa
que pertence a janeiro. Esse é o conceito de competência e caixa.
72
o Fornecedores: pelo fato de negociarem o fornecimento de mercadorias e
serviços, precisam tomar conhecimento da estrutura patrimonial de seus clientes, a fim de
viabilizar seus créditos com maior segurança, fundamentalmente por meio da análise de
liquidez.
Principais restrições
Tipos de Análise
Análise vertical
Este tipo de análise propicia a comparação das percentagens dos itens das diversas
demonstrações em relação a outras empresas, basicamente as concorrentes que atuam no
mesmo ramo de atividade.
Análise horizontal
A análise horizontal toma por base dois ou mais exercícios sociais para verificar a
evolução ou “involução” de seus componentes. Observando o comportamento dos diversos itens
do patrimônio e, principalmente, dos índices, pode-se fazer uma análise de tendência.
Permite fazer diversas análises comparativas, seja da variação dos valores de cada
conta ou grupo de contas ao longo dos exercícios, seja da variação dos índices apresentados
pela empresa nos períodos analisados. A avaliação das modificações das contas é feita por meio
da comparação com:
Indicadores econômico-financeiros
Investimento é o valor que você retira do caixa para investimento inicial ou para
pagamento de despesas de manutenção das atividades empresariais, com o objetivo de gerar
resultados positivos (lucro) no futuro.
75
Quando você realiza um investimento, deseja receber o máximo de retorno que ele
pode oferecer. Você já viu o conceito de taxa interna de retorno anteriormente, mas é bom você
saber que ela pode ser calculada através da fórmula:
Investimento
Não existe decisão com alternativa única, todas as alternativas devem ser
consideradas.
Somente é comparável alternativa homogênea, não se pode optar entre pouco
retorno com pouco investimento e muito retorno com muito investimento, por exemplo.
Apenas as diferenças entre as alternativas são relevantes, não perca tempo com
o que é comum a elas.
Os critérios para decisão entre alternativas econômicas devem levar em
consideração o valor do dinheiro no tempo, o princípio da equivalência é básico.
Não devem ser subestimados os problemas relativos ao racionamento de
capital, a menos que isso não seja problema para você.
Decisões separáveis são tomadas separadamente.
As previsões são necessariamente falhas e o seu grau e tipos de incerteza
devem ser explicitados.
O evento qualitativo, não quantificado monetariamente, deve ser claramente
especificado.
A retroalimentação (feedback) de informações é fundamental e é a única 76
maneira de minimizar o impacto dos erros das previsões.
Os dados relevantes são os econômicos e gerenciais; os dados contábeis só
são importantes na avaliação após o Imposto de Renda. Não importa se um equipamento é
depreciado contabilmente em 10 anos, se está obsoleto em 5 anos.
77
Método do Custo Anual
Consiste em transformar os fluxos de caixa das alternativas em séries uniformes
equivalentes, utilizando uma taxa de juros igual à Taxa Mínima de Atratividade. É possível,
então, chegar a um Custo Anual Equivalente, que servirá de parâmetro para comparação entre
as alternativas.
PMT = PV x (1 + i)n x i
(1 + i)n - 1
n é o número de períodos
i é a taxa de juros
PV = PMT x (1 + i )n – 1
( 1+ i )n x i
Cabe ressaltar que, embora chamado de Método do Custo Anual, ele é adequado
para a análise de diferentes períodos do ano. É importante, no entanto que, por ora, as
alternativas tenham a mesma duração de tempo, isto é, a mesma Vida Econômica.
Vejamos o exemplo abaixo.
78
Solução:
Alternativa A
Alternativa B
1,1010 - 1
Alternativa C
1,1010 - 1
79
Retorno Anual Equivalente do Valor Residual (FV):
1,1010 - 1
Assim, um VPL positivo significa que o Valor Presente dos retornos é maior que o
Valor Presente dos investimentos e das despesas. Quanto maior o VPL positivo, maior essa
diferença e, portanto, maior a razão entre retorno e investimento. Se VPL=0 (nulo) o projeto
oferece a mesma rentabilidade que a alternativa de investimento financeiro remunerada pela
TMA. Se VPL<0 (negativo), o Valor Presente dos desembolsos supera o Valor Presente dos
recebimentos, o que torna o projeto economicamente não recomendável. No caso da escolha
obrigatória entre alternativas com VPL<0, a opção mais econômica será a que apresentar o
menor VPL.
80
n é o número de períodos
i é a taxa de juros
Todas as alternativas são ruins, pois apresentam uma rentabilidade menor que a
esperada (TMA). Porém, se a escolha é obrigatória, a melhor alternativa é C, pois apresenta o
menor VPL negativo, o que significa menor custo real.
Resumindo:
Alternativa A
VPLA= -2000 + PV(PMT) + PV(FV)= -2000 + 910 . (1+0,10)10 – 1 +
0,10.(1+0,10)10
Alternativa B
VPLB= -2500 + PV(PMT) + PV(FV)= -2000 + 1120 . (1+0,10)10 – 1 +
0,10.(1+0,10)10
A alternativa B é a melhor uma vez que apresenta o maior Valor Presente Líquido
positivo.
Método da Taxa Interna de Retorno
Consiste em determinar a taxa para a qual o Valor Presente Líquido é igual a zero, ou
seja, a taxa para a qual o Valor Presente dos retornos do projeto é igual ao Valor Presente dos
investimentos necessários.
Vamos ao exemplo abaixo representado pelo fluxo de caixa a seguir, durante sete
anos:
84
Solução: Calculando o VPL para uma taxa arbitrária de 15% a.a., teremos:
VPL = 2146.
Como o Valor Presente Líquido resultou positivo, precisamos arbitrar outra taxa que
minimize o Valor Presente dos fluxos positivos, portanto uma taxa maior, por exemplo, 20% a.a.:
VPL = (605)
O Valor Presente Líquido negativo representa uma inversão de sinal em relação à taxa
anterior, o que significa que a Taxa Interna de Retorno (que faz VPL = 0) está entre 15% a.a. e
20% a.a. Por meio de uma simplificação do processo, estimamos a TIR por Interpolação Linear
(Método para calcular valores intermediários em gráficos lineares através da geometria) das
taxas utilizadas:
0 i = i ~ 18,9% a.a.
Alternativas Singulares
Na análise de alternativas singulares pode-se utilizar os métodos do Valor Presente
Líquido e da Taxa Interna de Retorno, como fizemos para cada alternativa nos exemplos desses
dois métodos.
A análise, nesse caso, é simples. O investimento que possui Valor Presente Líquido
positivo (VPL > 0) é economicamente viável, pois possibilita um retorno sobre o investimento
superior ao propiciado por uma aplicação financeira à Taxa Mínima de Atratividade. No caso do
método da Taxa Interna de Retorno, a conclusão é a mesma, desde que o investimento possua
a Taxa Interna de Retorno maior que a Taxa Mínima de Atratividade.
Alternativas Múltiplas
13 CONTAS A PAGAR
“As firmas a braços com escassez de recursos sentem-se tentadas a ‘escorar-se nos
fornecedores’, atrasando o pagamento das dívidas comerciais muito além das datas
de vencimento. Quando não está em questão a perda dos descontos, o crédito extra
tomado à custa dos fornecedores parece ser um crédito ‘gratuito’. Alguns
administradores tornaram-se mestres na tática de prolongar os seus créditos até um
ponto quase inadmissível.
As táticas para o uso pleno – melhor diríamos do ‘abuso’ – dos créditos comerciais
compreendem o ‘pagamento seletivo’ dos créditos comerciais. O que é um eufemismo
para testar e tirar o máximo proveito dos limites da indulgência (ou paciência) dos
principais credores, da concentração das compras nos credores mais complacentes, e
de uma ‘arrumação’ periódica das contas vencidas, numa base rotativa, como meio de
reduzir as pressões dos fornecedores” (HUNT et al., 1961:145).
14 CONTAS A RECEBER
Schirickel (1995, p. 25) define crédito como sendo “todo ato de vontade ou disposição
de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte se seu patrimônio a um terceiro, com a
expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente, depois de decorrido o tempo
estipulado”. Esse patrimônio pode ser representado por bens, no caso de mercadorias pagas a
prazo, ou mesmo de dinheiro.
Esta será afetada pelo custo do financiamento do capital de giro, pela rentabilidade
das vendas e pelo percentual de perda com devedores incobráveis.
Para que se possa conceder crédito a um cliente é preciso, antes de qualquer coisa,
calcular o risco do não recebimento deste crédito. Para isso, faz-se uma análise de crédito.
Ross (2001) classifica como principais itens para uma política de crédito: a) Condições
de venda: são as formas de como os clientes poderão comprar ou usufruir dos produtos ou
serviços da empresa. b) Análise de crédito: são os esforços para saber se o cliente tem
condições de pagar o crédito concedido ou não. c) Política de cobrança: forma com a qual a
empresa fará a cobrança do crédito concedido na data do vencimento.
Autores como Gitman (1997), Brigham e Houston (1999), citam cinco dimensões para
análise do crédito, são os “5 C’s do Crédito” são elas:
Estes demonstrativos podem ser utilizados para análise de crédito. Quando os clientes
forem empresas menores, ou até mesmo pessoas físicas, pode-se fazer consultas em órgãos
como SPC, SERASA ou outras lojas onde o cliente já tenha feito compras no crédito.
Quando se espera vender bem para um cliente, vale a pena gastar certa quantia para
fazer a análise dele. Nesse caso, o custo será menor que o benefício proporcionado pela
conquista desse cliente. É importante observar também que apesar da necessidade de se fazer
uma consulta bem feita, não se deve cansar o cliente, pois este pode acabar se irritando e não
sentido mais o desejo em usufruir o produto da empresa. Para que essa consulta se torne ágil,
existem vários programas de consulta de crédito via Internet, ou até mesmo por telefone, que
podem ser adquiridos pela empresa.
A Política de Crédito trata das condições que serão concedidas aos clientes aptos a
ter crédito. Já a análise de crédito, trata do estudo das condições de cada cliente para que ele
seja aprovado ou não para utilizar o crédito concedido pela empresa. Para essa aprovação, faz-
se necessária uma análise, na verdade, do risco que existe de não receber o valor da compra.
15 CRÉDITO E COBRANÇA 95
Todas as empresas encontram uma grande dificuldade de cobrar o que seus clientes
lhes devem. Considera-se isso como uma realidade, muito natural, pois a empresa industrial,
comercial, prestadora de serviços não é uma entidade financeira ou um banco, que vive o dia-a-
dia de conceder créditos, isto é, a mercadoria de um Banco ou Financeira é o dinheiro e por isso
trabalham profissionalmente. E não costuma ser assim nas empresas e, em alguns casos, fazem
isso na base do improviso e amadorismo.
Mas há o outro lado da moeda, você atuando como consumidor, o fornecedor nos
96
facilita para pagarmos o que compramos em 15, 30, 60 e em 90 dias. Por muitas vezes até mais,
por isso, as empresas adotaram a prática de repassar o benefício para seus clientes, ou seja, o
que você está fazendo é dar crédito com o crédito que você recebeu no mercado. Muitos dizem
fazer dinheiro com o dinheiro dos outros. Enfatiza-se o fato de o seu fornecedor ser uma grande
empresa capitalizada, e possivelmente muito experiente em lidar com o crédito, enquanto você,
muitas vezes sem experiência comercial, se lança a conceder financiamentos com base no
prazo de crédito que você recebeu.
É possível que você perca dinheiro, enquanto seu fornecedor vai receber direitinho o
que lhe financiou, já que você não vai querer perder a fonte de renda que são os seus produtos e
preços especiais.
Sendo assim, há aqui um dos principais elementos da área de crédito e porque não
dizer de cobrança, o cadastro de clientes ou de possíveis clientes, podendo esse cadastro ser de
fornecedores ou de qualquer outra entidade necessária à organização.
O que é o Cadastro?
Um curso de cobrança tem como finalidade organizar a empresa visando esta área
gerencial. As empresas terão informações técnicas de como decidir vendas concedendo crédito
a clientes confiáveis, receber e mantê-los.
O tratamento da cobrança deverá ser um caso especial para cada equipe, por várias
razões, veja duas a seguir:
Empresas que são exclusivas no mercado, e por isso não querem e não
precisam vender para quem não tem crédito. Como elas não precisam dos clientes, podem
selecioná-los aos seus critérios. Geralmente são indústrias ou comércios exclusivos.
Atitudes: Usam uma rigidez fortíssima nas exigências e condições para quem perdeu o
crédito e só voltam a vender no crédito após muito custo.
Nota: As mudanças devem ser realizadas por quem sabe e tem poder para executá-
las, adaptando as técnicas ao seu dia-a-dia.
A seguir um exemplo de plano de cobrança, com algumas das medidas que podem
constar num plano de cobrança (vale salientar que é apenas uma sugestão):
"Palavras não pagam dívidas, mas adiam", brincava o humorista barão de Itararé.
Assim sendo, toda tentativa de cobrança tem de ultrapassar a barreira de explicações duvidosas
de difícil comprovação que o devedor provavelmente apresentará em sua defesa. É preciso
interrogá-lo com persistência e tentar esclarecer se está sendo sincero ou exagerando. Mesmo
que sejam argumentos verdadeiros, o cobrador deve manter a cabeça fria, sem desenvolver um
sentimento de culpa por colocar o endividado contra a parede, justamente quando vive grande
aperto. Tente sempre negociar um acordo, com nova data de pagamento ou parcelamento da
dívida dentro das possibilidades de ambas as partes.
Na maioria dos casos mais demorados e complexos de cobrança, a solução
negociada ainda é mais vantajosa do que a contratação de serviço de cobrança judicial, que fica
com 35% ou mais do que arrecada e ainda desgasta a imagem da empresa. Por negociação
direta, o cobrador pode estabelecer desconto para a dívida (por exemplo, 20 ou 30%),
dependendo de prazos e valores. Assim, é possível economizar tempo e dinheiro, minimizando
as perdas e preservando as relações com o cliente (que poderá recuperar-se financeiramente, 103
no futuro).
Na gestão do risco e do crédito há uma regra fundamental: quanto mais cedo o credor
agir, maiores serão as possibilidades de reaver o dinheiro. Essa é a recomendação, por
exemplo, da Check Services and Recovery, empresa de Michigan especializada em serviços de
cobranças de atrasados e resgate de cheques sem fundo. Na administração de pequenos
faturamentos, porém, a utilização de serviços de cobrança é apenas o último recurso, pois a
engenharia financeira contemporânea dispõe de alternativas originais e inovadoras para
enfrentar o problema.
Por outro lado, a maioria das micro e pequenas empresas com problemas de
recebimento de dívida não têm condições de contratar os serviços de especialistas para receber
os atrasados. Os empresários que se encontram nessa situação crítica (de vítimas da
inadimplência) terminam saindo em busca de seus atrasados de forma intuitiva, pressionando os
devedores de acordo com seus instintos e experiência. Mesmo agindo por conta própria, essas
empresas podem conseguir melhores resultados no recebimento de dívidas se racionalizarem e 104
sistematizarem o processo de cobrança.
Para acompanhar e controlar essa operação já existem (em inglês) alguns programas
de computador desenvolvidos com objetivo específico de organizar a cobrança nas micro e
pequenas empresas.
Esse regime de cobrança por terceiros consegue recuperar pelo menos parte da
dívida em cerca de 60% dos casos, segundo pesquisa do Check Services and Recovery. Os
cobradores modernos dispõem em seus computadores de grandes bancos de dados sobre
empresas e indivíduos com problemas crônicos de crédito. Em caso de grandes dívidas, muitas
utilizam investigadores particulares e serviço jurídico especializado em acordos extrajudiciais.
Apesar das cartas ameaçadoras, dos desmoralizantes telefonemas para o emprego, 90% do
dinheiro resgatado vem de acordos estabelecidos entre as partes para evitar a cobrança judicial.
A definição dessa política de crédito não constitui exercício intelectual diletante, mas
instrumento de grande utilidade, desde que seja acompanhada pela implantação de pequeno
código de conduta ou procedimento-padrão. Também serve para expor claramente quais as
regras da empresa em relação ao crédito. A inclusão de certos pormenores específicos dessa
política de crédito em contratos-padrão, por exemplo, evitará grandes mal-entendidos e muito
desgaste pessoal na hora da cobrança.
Cada saldo positivo (excesso de caixa) orçado num período gera cobertura nos saldos
negativos posteriores. Os saldos negativos (déficits de caixa) orçados têm que ser cobertos com
financiamentos em curto prazo.
Para planejar o Fluxo de Caixa, os Setores da empresa têm que elaborar os seus
Orçamentos, fornecendo os dados ao Administrador Financeiro, ou seja:
Orçamento de Produção – para empresas industriais;
Orçamento de Vendas, com prazos de recebimentos;
Orçamento de Custos e Despesas;
Orçamentos de Investimentos;
Orçamentos de Pagamento de Passivos.
108
Para melhor compreensão e total entendimento sobre Fluxo de Caixa, é preciso ter o
conhecimento de determinados termos bastante utilizados pelo mercado:
Ciclo Operacional: corresponde ao intervalo entre a compra de mercadorias ou
matérias-primas e o prazo de recebimento das vendas a prazo. Portanto, o Ciclo Operacional é
igual o prazo médio de estocagem mais o prazo médio de recebimento das vendas a prazo.
Segundo Gitman [7] “é definido como o montante de tempo que vai do ponto em que a empresa
coloca o material e trabalho no processo de produção até o momento em que o dinheiro da
venda do produto acabado resultante é acabado”. CO = PME + PMR 113
Ciclo Financeiro: corresponde ao intervalo de tempo entre o pagamento de
compras e o recebimento de vendas. O Ciclo Financeiro é soma do prazo médio de estocagem
com prazo médio de recebimento e em seguida deduz o prazo médio de pagamento. CF =
PME + PMR – PMP
Fluxo Financeiro: significa entradas e saídas de recursos financeiros do caixa.
Disponibilidade Financeira: trata-se do valor correspondente ao saldo de Caixa
mais os recursos financeiros depositado nos bancos.
Saldo Inicial: é o saldo de caixa no início do período da data da elaboração do
Fluxo de Caixa.
Entradas de Caixa: corresponde as vendas realizadas a vista, como também os
valores correspondentes aos recebimentos de duplicatas, cheques pré-datados e faturas de
cartão crédito etc.
Saídas de Caixa: corresponde aos pagamentos de fornecedores e as despesas
operacionais da empresa tais como, folha de pagamento e encargos sociais, impostos, água, luz,
telefone, aluguel etc.
Saldo Final de Caixa: o saldo final é obtido através da soma do saldo inicial mais
as entradas de caixa deduzindo as saídas de caixa.
Ciclo de caixa: é o montante de tempo em que o caixa da empresa está
imobilizado entre o pagamento por insumos de produção e a cobrança do pagamento de venda
do produto acabado resultante.
Giro do Caixa: representa quantas vezes o caixa movimenta-se por ano na
empresa em função do seu ciclo financeiro. Exemplificando, supondo que o Ciclo Financeiro da
empresa fosse de 60 dias, neste caso o Giro de Caixa seria de 6 vezes ao ano (360 dias: 6).
Quanto maior for o giro melhor para empresa, pois irá necessitar de menos capital de giro para
suprir o caixa.
Caixa Operacional Mínimo: representa o volume mínimo de recursos financeiros
de que uma empresa necessita para financiar suas atividades operacionais. Para calcular o
COM (Caixa Operacional Mínimo) é necessário estimar o valor do SAC (Saídas Anuais de Caixa)
que corresponde aos valores desembolsados para pagamento de fornecedores de mercadorias
ou matérias-primas, como também para cobrir as despesas operacionais. Para facilitar o
entendimento faremos o uso de um exemplo numérico. Supondo que os valores previstos de 114
saídas de caixa anual fossem: pagamento de fornecedores R$ 200.000,00 e pagamento das
despesas operacionais R$ 100.000,00. Portanto, o total do SAC é de R$ 300.000,00.
Considerando que o Giro do Caixa fosse de 6 vezes. O valor do Caixa Operacional Mínimo é de
R$ 50.000,00 (R$ 300.000,00: 6 vezes).
Por sua vez, Thiesen (2000, p.10) complementa explicando que a DFC “permite
mostrar, de forma direta ou mesmo indireta, as mudanças que tiveram reflexo no caixa, suas
origens e aplicações”.
Percebe-se que a DFC demonstra tanto a origem quanto a aplicação dos recursos da
empresa. Ressalta-se que os recursos mencionados referem-se somente aos recursos em
dinheiro, ou seja, aqueles que têm reflexo no caixa da empresa.
Assaf Neto e Silva (1997, p. 38) explicam que o fluxo de caixa, de maneira ampla, “é
um processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas
várias atividades desenvolvidas”, onde as atividades da empresa dividem-se em operacionais,
de investimentos e de financiamento.
Atividades de Investimento
(-) aquisição de imobilizado, inclusive juros e despesas capitalizadas;
Atividades de Financiamento
Atividades Operacionais
(-) aquisição de materiais para produção ou revenda;
(+/-) outras transações não definidas nos outros grupos, inclusive pagamentos de
causas judiciais, donativos e devolução de pagamentos a clientes;
Fonte: SILVA, César Augusto Tibúrcio, SANTOS, Jocineiro Oliveira dos, OGAWA,
Jorge Sadayoshi. Fluxo de caixa e DOAR. Caderno de Estudos FIPECAFI/FEA-USP. São
Paulo, n. 9, p. 37-66, out./93, p.50.
117
Neste contexto, a relevância da DFC está em seu poder informacional, visto que
permite as organizações, sejam elas com ou sem fins lucrativos, públicas ou privadas, terem
maior poder preditivo quanto a sua capacidade de cumprir com suas obrigações financeiras, vez
que propicia um melhor planejamento financeiro, por parte da empresa, em relação a sua
disponibilidade de caixa, de forma que não ocorram excessos nem insuficiências de fundos.
Além disso, propicia aos usuários uma maior facilidade no entendimento da real
situação financeira da empresa.
Componentes da DFC
119
Por meio da análise dos elementos que compõem a DFC, pode-se perceber questões
muito importantes para a empresa, como a saúde do negócio e a melhor forma de otimização
dos resultados, bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro da
empresa.
Segundo Campos Filho (1997, p. 41), “as empresas que decidirem não mostrar os
recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma importância de fluxo de caixa
líquido das atividades operacionais indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconciliá-lo ao
fluxo de caixa líquido das atividades operacionais (método indireto ou de reconciliação)”.
- depreciação e amortização;
A DFC, quando feita pelo método indireto, é indicada por Silva, Santos e Ogawa
(1993) como mais semelhante à estrutura da DOAR, portanto de mais fácil compreensão aos
que entendem essa demonstração. Ao contrário, a DFC elaborada pelo método direto é de mais
fácil entendimento para aqueles que já não compreendem a DOAR, visto que é feita de forma
direta, com entradas e saídas no caixa.
Outro aspecto importante a ser considerado é o fluxo de caixa tornar mais conveniente
à administração e acompanhamento do dia a dia das atividades operacionais da empresa. Do
contrário, se ela quiser tomar decisões em função de um horizonte maior, terá que recorrer a
outros demonstrativos contábeis, como a demonstração das origens e aplicações dos recursos –
DOAR, por exemplo.
É importante ressaltar que os gestores devem estar atentos aos mecanismos que
utilizam no planejamento e acompanhamento do desempenho das empresas. A visão holística
da organização e do ambiente em que atua deve ser o parâmetro para a aferição e ajustes nos
125
instrumentos utilizados.
17 ECONOMIA E MERCADO
É impossível falar de Gestão Financeira sem falar de Economia e Mercado. Seja qual
for o mercado, então veja os principais conceitos e pontos necessários para nos auxiliar na
compreensão da Gestão Financeira.
Em Economia tudo se resume a uma restrição quase que física, a lei da escassez, isto
é, produzir o máximo de bens e serviços a partir dos recursos escassos disponíveis a cada
sociedade.
Na realidade, ocorre que a escassez dos recursos disponíveis acaba por gerar a
escassez dos bens - chamados "bens econômicos". Por exemplo: as jazidas de minério de ferro
são abundantes, porém, o minério pré-usinável, as chapas de aço e finalmente o automóvel são
126
bens econômicos escassos. Logo, o conceito de escassez econômica deve ser entendido como
a situação gerada pela razão de se produzir bens com recursos limitados, a fim de satisfazer as
ilimitadas necessidades humanas.
Todavia, somente existirá escassez se houver uma procura para a aquisição do bem.
Por exemplo: se alguém quiser adquirir uma roupa de astronauta. É um bem raro, mas não é
escasso porque a procura para a aquisição é bastante limitada, ou seja, a oferta deve ser maior
que a procura ou como muitos preferem chamar, de demanda.
Desta última definição resta conceituar o que são “bem” e “necessidade humana”.
O fato concreto é que no mundo de hoje todos pensam que desejam e "necessitam"
de geladeiras, esgotos, carros, televisão, rádios, educação, cinemas, livros, roupas, cigarros,
relógios etc. As ilimitadas necessidades já se expandem para fora da esfera biológica da
sobrevivência. Poder-se-ia pensar que o suprimento dos bens destinados a atender às
necessidades biológicas das sociedades modernas seja um problema solucionado e com ele
também o problema da escassez.
O QUE produzir? Isto significa quais produtos deverão ser produzidos (carros, 128
cigarros, café, vestuários etc.) e em que quantidades deverão ser colocadas à disposição dos
consumidores.
COMO produzir? Isto é, por quem serão os bens e serviços produzidos, com que
recursos e de que maneira ou processo técnico.
PARA QUEM produzir? Ou seja, para quem se destinará a produção, fatalmente para
os que têm renda.
É muito fácil entender que: QUAL, QUANTO, COMO e PARA QUEM produzir não
seriam problemas se os recursos utilizáveis fossem ilimitados. Todavia, na realidade existem
ilimitadas necessidades e limitados recursos disponíveis e técnicas de fabricação. Baseada
nessas restrições, a Economia deve optar dentre os bens a serem produzidos e os processos
técnicos capazes de transformar os recursos escassos em produção.
Mas tanto a Teoria do Consumidor como a Teoria da Firma permitem que sejam
inferidos os instrumentais e/ou as noções, como as subjacentes às Procuras Individuais e
Agregada e às de Ofertas Individual e Agregada. É de se observar, contudo, que tanto a Procura
Agregada como a Oferta Agregada permitem que se obtenha um elemento padrão do conjunto,
dado o caráter homogêneo de que são dotadas.
É claro que o tema economia é vastíssimo e pode abranger muito mais tópicos e com
mais profundidade, mas como o curso é de Gestão Financeira a preocupação maior é inserir no
contexto do curso a economia, com seu conceito básico e a divisão elementar entre micro e
macroeconomia.
Existem definições clássicas sobre mercado, como por exemplo, a de Adam Smith,
mas de forma mais simplista defini-se mercado como um conjunto de pontos de contatos
voluntários entre vendedores e potenciais compradores de um bem ou serviço, que mediante
condições contratuais de compra e venda concretizam os negócios.
Aspectos implícitos no conceito de mercado:
a) Concorrência Perfeita
A empresa em regime de concorrência perfeita só fixa a quantidade a ser vendida,
pois o preço está fixado pelo mercado (é chamado de variável exógena). Assim, se o preço
fixado pelo mercado for de “p” reais por unidade do produto, a firma sempre receberá sempre p
reais por unidade adicional que vender.
c) Concorrência Monopolista
d) Oligopólio
Caracteriza-se por:
e) Monopsônio
f) Monopólio Bilateral
Após ter visto as diversas estruturas de mercado, podemos detalhar um dos grandes
instrumentos utilizados no mercado para melhor captação de clientes, criar diferenciações de
produtos e ofertas, ou seja, segmentação do mercado.
A maior parte dos mercados é grande demais para que uma empresa possa fornecer
todos os produtos e serviços necessários a todos os compradores naquele mercado. A
segmentação de mercado é o processo de se identificar grupos de compradores com
semelhantes desejos ou necessidades de compras.
18 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Dentro das minhas despesas, está uma que consome muito da minha receita e
consequentemente diminui o lucro, são os tributos.
A carga tributária no país, cidade ou município é enorme, uma das maiores do mundo,
então é necessário fazer um planejamento adequado para que possamos pagar o mínimo
possível, mas tudo dentro da lei. Isso porque a lei oferece incentivos, opções e maneiras de
pagar determinados impostos em detrimento de outros. O mercado é impiedoso, sendo preciso
lutar com todas as armas disponíveis, e uma delas é o planejamento tributário.
É comum ouvir falar com muita frequência sobre o planejamento tributário e muitas
vezes nem saber exatamente o que isso significa. Uns pensam que se trata simplesmente de
algum "trambique" para pagar menos impostos, outros que é algo muito complicado, e que
somente grandes empresas podem ter acesso a ele, e até existem aqueles que acham algo
misterioso, portanto, tão difíceis e inacessíveis que não se animam a procurá-lo.
Planejar um tributo é organizar todas as etapas de sua apuração, de forma a prever
antecipadamente quanto será pago, preparando cada operação para que seja gerado o menor
valor possível, tudo dentro da lei.
Em que pese a má aplicação de uma parte dos tributos arrecadados, é com eles que o
Poder Público mantém os serviços que são prestados à população. Não se deve revoltar contra
o seu pagamento. Entretanto, é dever de todo empresário responsável cuidar para que seja pago
apenas o tributo devido pelas suas atividades, que é o tributo justo. Não pode ser o justo
segundo a própria vontade, mas sim, segundo a legislação vigente.
Outras vezes o planejamento tributário pode ser feito já na hora da compra. Uma
pequena indústria, que esteja enquadrada no ICMS como apuração normal, ao adquirir insumos
de uma empresa localizada em outro Estado, terá direito de creditar-se de 12% de ICMS sobre o
valor da compra. Se esta mesma compra for efetuada de empresa localizada dentro do Estado o
seu crédito será de 18%, portanto, se o preço pago for o mesmo, haverá uma economia de ICMS
de 6% sobre o valor da compra quando esta for feita dentro do Estado. Isto também é uma forma
de planejamento tributário.
Exemplo: uma empresa que tenha poucos empregados e que apresenta prejuízo e
está enquadrada no Lucro Presumido. Em sentido inverso, uma empresa que esteja enquadrada
no Lucro Real e que tenha lucro acima dos índices do Lucro Presumido.
Outro caso que ocorre com alguma frequência é a aquisição de mercadorias com
redução de base de cálculo de ICMS e venda da mesma sem a redução, por falta de orientação
ou erro de lançamento nos livros fiscais. Este procedimento acarreta o pagamento de imposto a
maior, embora indevidamente.
Há ainda os casos em que apenas se deixa de emitir a nota fiscal na hora da venda
imaginando-se que com este procedimento se estará pagando menos tributos. Ledo engano! É
só lembrar que as vendas devem ser suficientes para o pagamento das compras e das
despesas, exceto se as contas não estiverem sendo pagas, situação que não perdurará por
longo tempo, pois, logo algum credor pedirá a falência da empresa.
Também é bom lembrar que, pelo recolhimento da extinta CPMF, a fiscalização tem a
informação sobre a movimentação bancária. Como ninguém vai ao Banco retirar dinheiro para
depois redepositá-lo, a regra geral é que todos os depósitos correspondem a vendas efetuadas.
O plano pode ser usado como uma ferramenta de negociação e contribui para
aprovação de empréstimos nos bancos e acesso a linhas de financiamento. Um velho axioma
ensina que se deve “ser claro a respeito do que se deseja do investidor, mas vago a respeito
naquilo que está disposto a ceder”.
A quem se destina
As fontes de financiamento não veem com bons olhos um plano que está sendo
“leiloado” por aí. O ideal é que seja enviado para poucos, no máximo dez fontes financeiras.
Nunca se deve enviar os planos às fontes financeiras em sequência. Esta abordagem pode
adiar por anos um sucesso.
Ser empreendedor não é só ganhar muito dinheiro, ser independente ou realizar algo.
Ser empreendedor também tem um custo que muitos não estão dispostos a pagar. É preciso
esquecer, por exemplo, uma semana de trabalho de 40 horas, de segunda a sexta-feira, das 8h
às 18h e com duas horas de almoço. Normalmente, o empreendedor, mesmo aquele muito bem
sucedido, trabalha de 12 a 16 horas por dia, não raro sete dias por semana. Ele sabe o valor do
seu tempo e procura utilizá-lo trabalhando arduamente na consecução de seus objetivos. O
sucesso na criação de um negócio próprio depende basicamente do desenvolvimento, pelo
empreendedor, de três etapas:
É a primeira parte que será lida por um eventual investidor. Deve conter os pontos
principais e mais interessantes do Plano. Não costuma ter mais de uma página.
Descrição da Empresa
Produtos e Serviços
Estrutura Organizacional
Plano de Marketing
Aqui será descrito o setor, o mercado, as tendências, a forma de comercialização,
distribuição e divulgação dos produtos, preços, concorrentes e vantagens competitivas. De cinco
a seis páginas.
Estrutura de Capitalização
Plano Financeiro
O tom deve ser empresarial, sem sentimentalismo, para ser levado a sério. Os
possíveis investidores reagirão bem a uma apresentação positiva e interessante, mas reagirão
com indiferença diante uma apresentação vaga, prolongada, ou que não tenha sido bem
ponderada e organizada. Cuidado ao dar ênfase no preenchimento a argumentos
exclusivamente de venda da ideia. Esta ênfase pode levá-lo a redigir um plano exagerado,
destituído de objetividade.
Dicas
Não tenha pressa ao elaborar o seu Plano de Negócio. Para garantir a qualidade, um
bom plano deve cobrir informações abrangentes, bem resumidas e pertinentes. Na maioria das
vezes, estas informações não se encontram facilmente consolidadas. Elas devem ser
procuradas, trabalhadas e manipuladas. É recomendável que se escreva o Plano
paulatinamente, na medida em que as informações forem obtidas, e não de uma só vez.
Algumas dicas simples, mas muito importantes e que tem uma grande aplicabilidade:
149
Nem muito longo, nem muito curto.
No relatório impresso, devem constar apenas os nomes das seções e grupos, e não
as perguntas individuais. Isso dá liberdade para você colocar o conteúdo do grupo onde bem
entender, sem precisar se ater às respostas específicas de cada pergunta, de forma a utilizar as
perguntas apenas como referência ou um tipo de check-list.
Uma palavra de cautela a respeito da gramática e ortografia: esses erros podem gerar
uma imagem negativa sobre o empreendedor, e, portanto, sobre todo o empreendimento. Faça
com que alguém qualificado nessa área revise o Plano, para eliminar esses pequenos
aborrecimentos, que podem ter um forte impacto sobre os leitores.
Muitas das perguntas que se faz para preparar um Plano de Negócios precisam ter
uma resposta, ou devem, ao menos, ser respondidas com “não pode ser respondido neste
momento, mas deve ser monitorado”, pelo bem da sobrevivência da empresa.
Estratégias em Finanças
Para se falar de Estratégia em Finanças ou Estratégia Financeira, primeiro é preciso
entender o que é estratégia e como planejá-la, para só depois evoluir para:
Estratégia empresarial;
Estratégia corporativa; 150
Estratégia de negócios;
Estratégia em finanças.
A estratégia empresarial
O conceito de estratégia aplicado ao campo dos negócios, aqui denominada estratégia
empresarial, absorve ideias do conceito original aplicado à área militar.
Entretanto, na maioria das ocasiões este conceito está dissociado do campo militar. É
usual atribuir-se à estratégia empresarial algumas categorias, como se fossem níveis. Os níveis 151
mais comuns são: corporativa, de uma unidade de negócios e funcional ou operacional.
Diversos autores atestam a existência de níveis de estratégia, entre eles HOFER &
SCHENDEL (1978:57), quando explicam que há a estratégia voltada para a corporação e aquela
voltada para a unidade de negócios.
Estratégia corporativa
Estratégia de negócios
Estratégia em finanças
A estratégia financeira tem como propósito assegurar que a organização conheça as
suas necessidades financeiras e onde pode obter o financiamento necessário para fazer face a
essas necessidades. Em geral, tem a ver com as necessidades financeiras a médio e longo
prazo da organização.
Ao preparar a sua estratégia financeira, convém não refletir apenas sobre o dinheiro
que procura para os projetos imediatos que pretende levar à frente ou para fazer face ao
orçamento do exercício corrente, como também deve refletir sobre formas de assegurar o futuro
financeiro da organização no médio e longo prazo. Resumidamente, há que assegurar que existe
dinheiro suficiente para o presente e para o futuro.
E a opção que tem maior impacto do equilíbrio das finanças e viabiliza de forma mais
efetiva a estratégia financeira é exatamente a de Diminuição/Controle de Custos.
Despesas administrativas;
Despesas tributárias (já foi abordado aqui o planejamento tributário onde se cria
alternativas lícitas para pagar menos imposto);
Despesas de viagens.
Enfim, há uma série de despesas que devem ser atenuadas e controladas antes da
folha de pagamento. Veja algumas dicas e procedimentos que podem causar um impacto
substancial nos gastos da empresa.
Existe um tradicional estudo de caso da IBM, que a alta diretoria se reuniu para
discutir problemas estratégicos, mas a pauta detalhada da reunião não foi divulgada. No
momento da reunião, foi informado pelo CEO que a pauta seria o cafezinho na IBM. Todos os
membros do conselho acharam ridículo convocar uma reunião para falar sobre o cafezinho, mas
sem opção de escolha, todos participaram e chegaram a algumas ações a respeito do assunto,
como por exemplo: trocariam a marca do café, disponibilizariam menos máquinas de café,
diminuíram o tamanho do copo do café, decidiram não mais liberar o leite nas máquinas, enfim,
decidiram algumas ações e colocaram em prática na semana seguinte.
Formular uma estratégia financeira pressupõe uma estimação, mesmo que grosseira,
158
dos recursos e empregos gerados pelo planejamento estratégico. Por outro lado, alguns
princípios orientadores podem ser decididos mesmo antes de qualquer avaliação.
O principal elemento de uma estratégia financeira diz respeito à repartição das fontes
de financiamento da empresa (FRACHOU et ROMANET, 1985):
Quota de autofinanciamento;
Quota de empréstimos (nomeadamente a médio e longo prazo);
Quota por aumento de capital;
Política de distribuição de dividendos e de participação dos salários no capital.
As decisões sobre estratégia financeira sustentam-se num plano financeiro, que,
considerando o seu grau de incerteza, deve ser visto como uma simulação para testar os
equilíbrios financeiros futuros.
Uma prática muito utilizada e com um grande percentual de acerto é fazer três tipos de
planejamento e preparar planos de ação para cada um. Os planos são os otimistas, pessimistas
e normais.
Os negócios de uma empresa têm que ser acompanhados de perto, com muito
cuidado e análise. Cada evento tem que ter um indicador de performance. Estes indicadores
servem de instrumentos que indicam o rumo a ser tomado, em caso de haver indícios de perda
de competitividade, qualidade e eficiência, ajudando a recompor a estratégia.
Muitos sabem que uma gestão perfeita passa por uma definição e conhecimento das
ferramentas de finanças. Estas ferramentas muitas vezes circulam somente entre poucas
pessoas da empresa, e quase sempre não são compreendidos ou bem interpretados.
159
Quem já não ouviu expressões como estas: - Esses relatórios só servem para o
pessoal da contabilidade! - São uns montes de tabelas que não servem para nada! - Eu não
preciso dos números do financeiro para saber como vender, produzir, comprar etc.
Os relatórios gerenciais têm grande parte dos dados vindo da área financeira da
empresa. Porém as áreas que compõem o processo da empresa devem aprender um pouco de
finanças e se envolver na gestão da empresa, por outro lado a empresa deve cobrar
responsabilidade dos gestores.
EVA - Economic Value Added (Valor econômico agregado). Muito utilizado por
empresas nos Estados Unidos como a Coca-Cola, Monsanto e Procter & Gamble. EVA é uma
marca registrada por Stern Stewart, empresa de New York.
CFROI - Cash Flow Return on Investment ( Retorno de Fluxo de Caixa sobre o
investimento) que é desenvolvido pelas consultorias BCG e pela HOLT Value.
BALANCED SCORECARD - Fornece a estrutura necessária para tradução da
estratégia em termos operacionais. Criado por Robert S. Kaplan e David P. Norton em 1990.
O Balanced Scorecard (BSC) é a principal ferramenta de análise de desempenho
empresarial. Surgiu em 1990 como um estudo intitulado de "Measuring Performance in the
Organization of the Future", patrocinado pela KPMG junto ao Instituto Nolan Norton. O trabalho
foi realizado por David Norton, executivo principal da Nolan e por Robert Kaplan, como consultor
acadêmico.
160
Visa atender uma das grandes preocupações dos gerentes em acompanhar e
assegurar que os objetivos da estratégia da empresa serão executados e alcançados. BSC é
uma ferramenta de apoio para acompanhar e monitorar a evolução das decisões da empresa,
centrada em indicadores chaves. Cada pessoa na organização deve entender cada aspecto
ligado à estratégia, para que o sucesso seja pleno.
O BSC precisa ser mais do que uma combinação de medidas financeiras e não
financeiras agrupadas em quatro perspectivas. Tem que compor e demonstrar a história da
estratégia da unidade de negócio. É a integração das medidas de resultados com vetores de
desempenho através de várias relações de causa e efeito.
Essas ferramentas são excelentes para a empresa, mas fazendo uma analogia
simplista antes de aprender a correr, é necessário aprender a andar, e as analogias do andar
nas ferramentas financeiras são: análise de relatórios, planejamentos estratégicos e
acompanhamentos financeiros.
Uma das formas de gestão mais básica de finanças para a maioria das empresas é a
análise do balanço, do fluxo de caixa e dos resultados financeiros.
O resultado da gestão de uma empresa pode ser observado pelo impacto causado na
área financeira - que deve ser compreendido como consequência das ações tomadas nas
diversas áreas da empresa - o que não isenta o gestor financeiro de responsabilidade pelos
resultados obtidos pela organização.
Uma nova visão sobre a gestão financeira das empresas surge gradativamente: não
161
basta apenas gerar caixa, mantendo as entradas maiores do que as saídas de dinheiro; é
necessário, também, captar e aplicar da melhor forma os recursos disponíveis na organização.
A captação de recursos ocorre não apenas através das Instituições Financeiras, mas
principalmente através de fornecedores, enquanto a aplicação dos recursos ocorre em diversas
contas tais como: estoques, financiamento de clientes, produção, folhas de pagamento,
investimentos, desenvolvimento de novos produtos, e nas instituições financeiras.
Por essa ótica, o gestor financeiro deve possuir um conhecimento mais abrangente,
não bastando apenas negociar com as instituições financeiras. É necessário conhecer todas as
áreas da empresa, bem como suas peculiaridades e, acima de tudo, saber como lidar com elas.
O bom coadjuvante é aquele que não aparece, mas faz com que os astros apareçam
e tenham oportunidade de uma atuação brilhante; isso é, na verdade, o que se espera de um
bom gestor financeiro.
21 CONCLUSÃO
As empresas mais preocupadas com esse item e que têm o mínimo de planejamento,
faz anualmente orçamentos, planejamentos estratégicos e estabelecimento de metas sempre
suportadas pela gestão financeira.
A lição e o aprendizado maior que temos que tirar do curso é: Nenhuma empresa,
projeto, aquisição ou negociação poderá ser feita sem um planejamento financeiro sério,
controlado e acertado quando necessário. Para isso a Gestão Financeira oferece ferramentas
que facilitam e permitem o total controle da empresa evitando assim fracassos como fechamento
e falência do negócio.
ASSAF NETO, Alexandre, SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do capital de giro.
165
2ª. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
BRASIL, Haroldo Vinagre, Gestão Financeira das Empresas - Um Modelo Di, Rio de Janeiro,
Editora Qualitymark.
BRASIL. Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações.
CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos fluxos de caixa: uma ferramenta indispensável
para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999.
CARMO, Augusto Blanqui Gondim, et. al. Fluxos de caixa. Revista do CRC - SP. São Paulo,
ano I, n.3, p.57-64, dez./1997.
DAMODARAN, Aswath, Finanças Corporativas - Teoria e Prática - 2ª Ed. 2004, São Paulo,
Editora Bookman.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Ed. Harbra Ltda, 1987.
IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos. Introdução à teoria da contabilidade: para o
nível de graduação. São Paulo, Atlas, 1999.
ROBICHEK, A. A., Myers, S. C. “Otimização das Decisões Financeiras” São Paulo: Atlas,
1971.