Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
unidade 1
Objetivos de aprendizagem
Conhecer os diferentes tipos de materiais.
Seções de estudo
Seção 1 Classificação dos materiais
16
Ciência dos Materiais
Unidade 1 17
Universidade do Sul de Santa Catarina
1.2 Cerâmicas
Os materiais cerâmicos são normalmente combinações de
Segundo Askeland e Phule
metais com elementos não metálicos, unidos através de ligações
(2008), as cerâmicas também são iônicas ou covalentes. Estas ligações são resultado de reações
consideradas os materiais mais termoquímicas formadas durante o processo de fabricação a altas
naturais que existem, por que temperaturas.
esta é a constituição das rochas ou
mesmo da areia, espalhadas por
Em geral, as estruturas são complexas e, em vários casos, usam-
todo lado em nosso planeta.
se misturas de diferentes compostos. Geralmente uma cerâmica
é um óxido metálico, ou um boreto, ou um carbeto, ou mesmo,
um nitreto. Ela também pode ser uma mistura de tais materiais.
Veja, por exemplo, a composição típica do vidro: 70-74% de
sílica (SiO2), 12-16% de óxido de sódio (Na 2O), 5-11% de óxido
de cálcio (CaO), 1-3% de óxido de magnésio (MgO) e 1-3% de
óxido de alumínio (Al 2O3).
18
Ciência dos Materiais
1.3 Polímeros
Os polímeros são materiais orgânicos de elevada massa
molecular, resultante de reações químicas chamadas “Os materiais poliméricos
polimerização. Sua composição é baseada em um conjunto são macromoléculas
de cadeias poliméricas e cada cadeia polimérica é uma formadas pela reunião de
macromolécula constituída pela união de moléculas simples unidades fundamentais (os
“meros”) repetidamente
ligadas por covalência. Os polímeros são constituídos que dão origem a longas
basicamente por átomos de carbono, hidrogênio, nitrogênio, cadeias. O tamanho
oxigênio, flúor e de outros elementos não metálicos. A ligação das cadeias formadas
química entre átomos da cadeia é covalente, enquanto a ligação principalmente por átomos
intercadeias é fraca, secundária. de carbono, ou seja a
massa molar, é o aspecto
principal que confere à este
Os polímeros têm diversas aplicações. Os exemplos mais comuns grupo de materiais uma
deste tipo de material são os plásticos e as borrachas, mas série de características
podemos citar também o couro, a seda, o chifre, o algodão e a lã. à eles associadas.
Materiais poliméricos
Os polímeros possuem baixa resistência mecânica, baixos pontos apresentam usualmente
baixa densidade,
de fusão e ebulição, entretanto vários polímeros são bastante
pequena resistência à
resistentes a produtos químicos corrosivos, como o poliestireno temperatura, baixas
usado em gabinetes de rádios e TV, por exemplo. condutividades elétrica
e térmica, etc. Polímeros
É claro que, hoje em dia, existem polímeros os quais foram são sintetizadas por
modificados para que se obtivessem propriedades especiais reações de polimerização
a partir de dos reagentes
interessantes para a aplicação no nosso dia a dia. É o caso
monômeros.“ Fonte:
das borrachas dos pneus dos carros: estas são borrachas mais Disponível em <http://
resistentes, pois elas passam pelo processo de vulcanização. www.demet.ufmg.br/
docentes/rodrigo/r1.htm>.
Unidade 1 19
Universidade do Sul de Santa Catarina
Curiosidade
20
Ciência dos Materiais
Figura 1.3 – Imagem no microscópio eletrônico de varredura de uma argamassa de cimento Portland
com os constituintes microestruturais identificados.
Fonte: Stancato; 2006; p. 42.
Unidade 1 21
Universidade do Sul de Santa Catarina
1.5 Semicondutores
Os materiais semicondutores têm propriedades elétricas
intermediárias entre condutores e isolantes.
22
Ciência dos Materiais
1.6 Biomateriais
Os biomateriais são aqueles materiais empregados em
componentes usados para implantes humanos, em substituição
de partes do corpo doentes ou danificados.
Unidade 1 23
Universidade do Sul de Santa Catarina
I. Sólido cristalino
É o material no qual os átomos estão situados em um arranjo
cristalino que se repete ou que é periódico ao longo de grandes
distâncias atômicas. Tal estrutura tridimensional, que chamamos
rede cristalina, determina uma série de propriedades nos sólidos.
Todos os metais, muitos cerâmicos e alguns polímeros formam
estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação.
24
Ciência dos Materiais
a) b)
Figura 1.8 – (a) Foto e esquema do quartzo, que é uma forma cristalina da sílica, SiO2, com átomos
num arranjo ordenado. (b) Quando a sílica fundida se solidifica, torna-se vidro, neste caso os átomos
formam um arranjo desordenado.
Fonte: Disponível em <http://www.qmc.ufsc.br>.
Unidade 1 25
Universidade do Sul de Santa Catarina
Amorphus
region
Região
Cristalina
Região
Amorfa
26
Ciência dos Materiais
2.3 Cristal
É um sólido fisicamente uniforme em três dimensões, com uma
ordem repetitiva a longa distância.
Unidade 1 27
Universidade do Sul de Santa Catarina
a) b)
28
Ciência dos Materiais
Quadro 1.1 - Classificação das estruturas cristalinas dentro dos sistemas cristalinos.
a) Cúbica simples
Aresta: a=b=c ,
b) Cúbica de corpo
Ângulo entre
Cúbico centrado
aresta: α=β=γ=90º
(c) Cúbica de faces
centradas
a) Tetragonal
Aresta: a=b≠c,
simples
Tetragonal Ângulo entre
b) Tetragonal de
aresta: α=β=γ=90°
corpo centrado
a) Ortorrômbico
simples
b) Ortorrômbico de
Aresta: a≠b≠c,
bases centradas
Ortorrômbico Ângulo entre
(c) Ortorrômbico de
aresta: α=β=γ=90°
corpo centrado a) b) (c) (d)
(d) Ortorrômbico
de faces centradas
Continua...
Unidade 1 29
Universidade do Sul de Santa Catarina
Aresta: a=b=c,
Ângulo entre Romboédrico
Romboédri-co
aresta: α=β=γ≠90° simples
Aresta: a=b≠c,
Ângulo entre
Hexagonal aresta: α=β=90°, Hexagonal simples
γ=120°
Estrutura Metal
CFC Ag, Al, Au, Ca, Co-β, Cu, Fe-γ, Ni, Pb, Pd, Pt, Rh, Sr
HC Be, Cd, Co-α, Hf-α, Mg, Os, Re, Ru, Ti-α, Y, Zn, Zr-α
Ba, Cr, Cs, Fe-α, Fe-δ, Hf-β, K, Li, Mo, Na, Nb, Rb, Ta,
CCC
Ti-β,V, W, Zr-β
30
Ciência dos Materiais
2.6 Interstícios
Como você pôde perceber, em qualquer uma destas células
unitárias o material não vai ser cem por cento preenchido, ou
seja, os átomos não ocupam todo o espaço disponível na célula
unitária. Este fato implica existirem espaços vazios entre os
átomos da estrutura. Estes espaços vazios são conhecidos como
interstícios e exercem um papel muito importante, que você
compreenderá mais adiante. Veja, na figura, os interstícios
preenchidos por esferas pequenas (vermelhas).
2.7 Polimorfismo
Este é o fenômeno segundo o qual um sólido (metálico
ou não metálico) pode apresentar mais de uma estrutura
cristalina, dependendo da temperatura e da pressão. Como
exemplo, podemos citar a sílica, SiO2 cristalina. Segundo
Motoki e colaboradores, de acordo com a temperatura e pressão,
a sílica mostra polimorfismo de seis minerais: quartzo de
baixa temperatura (fase β), quartzo de alta temperatura (fase
α) tridimita, cristobalita, coesita e stishovita. O quartzo
β, tridimita e cristobalita são minerais estáveis em alta
temperatura, que se encontram em rochas vulcânicas. A coesita e
a stishovita são minerais de ultra-alta pressão.
Unidade 1 31
Universidade do Sul de Santa Catarina
2.8 Alotropia
Alotropia é um fenômeno químico em que um mesmo elemento
forma substâncias simples diferentes. Este fenômeno só ocorre
com os elementos Carbono, Oxigênio, Fósforo e Enxofre. É o
polimorfismo em elementos puros.
a) b)
2.9 Monocristalinos
São aqueles materiais constituídos por um único cristal em toda
a extensão do material. Todas as células unitárias se ligam da
mesma maneira e possuem a mesma orientação.
2.10 Policristalinos
Figura 1.16 – Esquema de um São os materiais constituídos de vários cristais ou grãos, cada um
Material policristalino. deles com diferentes orientações espaciais.
Fonte: Callister; 2002; p. 35.
32
Ciência dos Materiais
Unidade 1 33
Universidade do Sul de Santa Catarina
34
Ciência dos Materiais
3.1 Classificação
A classificação das imperfeições cristalinas é feita de acordo com
sua geometria ou dimensões. São elas:
Vacâncias ou vazios
Neste tipo de defeito pontual, ocorre a ausência de um átomo da
sua posição normal em uma estrutura cristalina perfeita.
Unidade 1 35
Universidade do Sul de Santa Catarina
Intersticiais
É a ocorrência de um átomo em uma posição que não pertence
à estrutura do cristal perfeito, como um vazio intersticial. Este
defeito produz uma distorção no reticulado, já que as impurezas
têm diferente valência e tamanho em relação aos átomos do
cristal. A rede, então, fica deformada ao redor dos defeitos
pontuais. Veja nas figuras 1.21 (a) e (b).
36
Ciência dos Materiais
Frenkel
Unidade 1 37
Universidade do Sul de Santa Catarina
Schottky
Este defeito também é característico de sólidos iônicos, ou seja, está
presente em compostos que têm de manter o balanço de cargas.
Neste caso, o defeito envolve a falta de um ânion e um cátion.
38
Ciência dos Materiais
Unidade 1 39
Universidade do Sul de Santa Catarina
40
Ciência dos Materiais
Cu Ni
Unidade 1 41
Universidade do Sul de Santa Catarina
42
Ciência dos Materiais
de supefície externa;
de contorno de grão;
de Maclas ou Twins.
Unidade 1 43
Universidade do Sul de Santa Catarina
44
Ciência dos Materiais
Figura 1.29 – Esquema para representar o afastamento dos átomos no contorno de grão.
Fonte: Elaboração da autora, 2010.
Unidade 1 45
Universidade do Sul de Santa Catarina
46
Ciência dos Materiais
Poros
Os poros são espaços vazios que aparecem no material, ou seja,
envolvem a falta de um volume de átomos.
Unidade 1 47
Universidade do Sul de Santa Catarina
a) b)
Figura 1.31 - a) Compactado de pó de ferro, compactação a 550 MPa b) compactado de pó de ferro
após sinterização a 1150oC, por 120min, em atmosfera de hidrogênio.
Fonte: Disponível em <http://www.cimm.com.br>.
Precipitados
Os precipitados são partículas de impurezas que se acumulam em
um material, formando duas fases com propriedades distintas.
Temos dois tipos de precipitados: as partículas de segunda fase e
as inclusões.
48
Ciência dos Materiais
Ferro fundido cinzento perlítico Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta
pureza (99,26%) laminado a frio e recozido a 800 oC.
Unidade 1 49
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
50
Ciência dos Materiais
Espero que tenha gostado de tudo até aqui, porque ainda temos
muito para aprender, como: os defeitos presentes nos materiais
interferem no seu comportamento mecânico; compreender o
comportamento dos materiais referentes a solicitações do seu dia a
dia, ou seja, como um material reage a uma carga térmica, elétrica e
magnética.
Atividades de autoavaliação
1. O ferro puro é um dos elementos mais abundantes do Universo; o
núcleo da Terra é formado principalmente por ferro e níquel (NiFe).
Este material é utilizado extensivamente para a produção de aço para
ferramentas, máquinas, veículos de transporte (automóveis, navios,
etc.), como elemento estrutural de pontes, edifícios e uma infinidade de
outras aplicações. O ferro puro, ao ser resfriado, tem uma mudança de
CFC para CCC em 910ºC.
Explique o que é uma célula unitária do tipo CFC e CCC, não se esqueça
de dizer onde os átomos de ferro ficam alojados na estrutura.
Explique a diferença entre célula cristalina, cristal e grão.
Unidade 1 51
Universidade do Sul de Santa Catarina
52
Ciência dos Materiais
Saiba mais
Se você quiser saber mais sobre o assunto microestrutura dos
materiais, leia os livros:
Unidade 1 53
Universidade do Sul de Santa Catarina
Artigo
54