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Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Implantando a Gestão de Pessoas
por Competências
Objetivos
• Prover ao aluno um modelo inicial de implementação da Gestão de Pessoas por Competências.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Implantando a Gestão de Pessoas por Competências
Contextualização
Nesta unidade, veremos as fases da implantação da Gestão de Pessoas por Compe-
tências em uma organização, a fim de que você compreenda quais os impactos de passar
adequadamente por cada uma delas.
A ideia aqui não é tornar rígida uma metodologia de implantação, uma vez que te-
mos importantes autores que já discorreram sobre o tema e forneceram guias para suas
metodologias – que estão indicadas em materiais complementares nesta unidade –, mas
sim trazer a você um olhar sistêmico sobre o assunto.
Vamos começar?
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Fases da Implementação de uma
Gestão de Pessoas por Competências
Abaixo, listamos algumas formas de como uma empresa se beneficia da Gestão de
Pessoas por Competências:
• Apresentar clareza nos conhecimentos e habilidades necessárias para a realização
da estratégia do negócio;
• Ter uma equipe preparada para atingir os objetivos da organização;
• Apresentar clareza nos objetivos é um fator motivacional para as equipes;
• Recrutar, desenvolver, medir o desempenho das pessoas de forma mais assertiva e
sustentável para o negócio;
• Ter um banco de talentos para promoções internas;
• Possibilitar redução de turnover por inserir as pessoas em suas áreas de ótimo
desempenho;
• Estabelecer o reconhecimento dos profissionais;
• Apresentar boa gestão do capital intelectual da organização;
• Manter pessoas valorizadas e mais satisfeitas em estar na organização.
Apesar desses benefícios, sabemos, por meio das obras de consultores e escritores
da área como Maria Odete Rabaglio (2015) e Maria Rita Gramigna (2007), que algumas
empresas acreditam trabalhar com Gestão de Pessoas por Competências quando, na
realidade, não trabalham, ou o fazem apenas parcialmente, e, por esse motivo, não con-
seguem se beneficiar desse modelo, trazendo, assim, incredibilidade ao projeto.
Então, o indicado é que a empresa que pretende implantar a Gestão de Pessoas por
Competências o faça com consistência, em base de uma metodologia que pode ser
facilmente justificada em processos práticos e que tenha um objetivo em mente: de que
forma minha empresa será beneficiada com a implantação dessa ferramenta? O que, de
fato, será melhorado após o projeto ser entregue? O que estamos implantando está em
acordo com a nossa cultura e realidade? Essas competências são as mais importantes
para alavancar e sustentar o meu negócio?
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Implantando a Gestão de Pessoas por Competências
Essa visão sistêmica do negócio trará força para realização da implementação e prá-
tica. Vale ressaltar também que a equipe de trabalho que ficar responsável por esse pro-
jeto precisa estar disposta a defender e praticar o aperfeiçoamento contínuo do modelo
(RABAGLIO, 2015).
Ainda segundo a autora, não é necessário que o grupo de trabalho seja composto
apenas por colaboradores da área de Recursos Humanos. Uma equipe multidisciplinar
é interessante neste cenário, além de pessoas internas ou externas à organização que
estejam capacitadas para realizar o mapeamento das competências organizacionais e
individuais das funções.
Uma última dica é começar um projeto desse porte apenas quando houver a certeza
de entrega e continuidade, a fim de que a equipe de projeto tenha abertura para o traba-
lho e credibilidade nos benefícios que trarão. Caso o projeto seja abandonado, será mais
difícil retomá-lo em um segundo momento.
A Sensibilização
Antes de mais nada, é preciso vender a ideia. Para facilitar o endosso dela, é impor-
tante que estejam ao lado do projeto pessoas influentes na organização, como presiden-
te, diretores, gestores. Aqueles que participam do Planejamento Estratégico precisam
enxergar que a implantação desse modelo de Gestão de Pessoas influenciará positiva-
mente no alcance dos objetivos da organização. Além disso, estimulará a cooperação
dos demais colaboradores da empresa.
Vale lembrar que, para que essa venda se torne mais fácil, é necessário ter clareza
dos objetivos a serem alcançados após a implementação do modelo e ter definida a me-
todologia de Gestão por Competências que será utilizada.
Segundo Rabaglio (2017), a equipe para trabalhar nesse projeto pode ser multidis-
ciplinar, mas é preciso que haja uma equipe definida, com responsabilidades negocia-
das e definidas. Apesar de a Gestão de Pessoas por Competências ser algo perene na
empresa após sua implantação, nas fases iniciais, deve ser trabalhada como um projeto
e se beneficiar das ferramentas de Gestão de Projetos, tais como: planejamento, crono-
grama, controle dos entregáveis etc.
Quer saber mais sobre Gestão de projetos? Veja no material disponibilizado pela Consulto-
ria Artia, os principais conceitos sobre o tema: https://bit.ly/2rM81N3
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É possível promover esses grupos de trabalho levando exemplos reais de aplicação
do modelo de competências e enfatizando conceitos sobre como os comportamentos
impactam os resultados das pessoas e que, a partir da definição das competências
necessárias na organização e nas funções, torna-se mais clara a forma de avaliar, dar
feedbacks, desenvolver, remanejar, promover, remunerar pessoas etc. Além disso,
sabemos que, ao investir em comportamentos positivos esperados, naturalmente são
reduzidos os comportamentos negativos não desejados.
Não se esqueça também de divulgar os passos do projeto à medida que eles aconteçam,
tornando claras as fases já cumpridas e, sempre que possível, os resultados já obtidos.
O Mapeamento de Competências
da Organização
Sabendo que as competências organizacionais estão relacionadas à visão, missão,
valores, planejamento estratégico, objetivos e indicadores de negócio da organização, é
possível defini-las com técnica e sem inferências aleatórias.
Vale identificar, como ressalta Rabaglio (2015), cada palavra-chave constante nesses
documentos a fim de mapear quais as que mais aparecem e que competências elas
evocam, a fim de listá-las todas, identificar similaridades para agrupamento e, então,
mapear as principais.
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Implantando a Gestão de Pessoas por Competências
Para que o modelo tenha consistência, é preciso que as competências definidas sejam
facilmente justificáveis e que seja fácil responder para que a empresa precisa delas. O con-
ceito de cada competência, ou seja, o que elas significam, também precisa estar claro para
todos, a fim de que todos os colaboradores saibam o que é esperado de suas atuações.
Os Indicadores de Desempenho:
• % Participação de Mercado;
• % Satisfação do Cliente;
• Aumento do Faturamento Anual em 15%.
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2. Quais delas se relacionam e de que maneira?
Para trabalhar nisso, podemos nos fazer algumas perguntas:
O que gera credibilidade na visão do cliente? Oferecer informações com trans-
parência, saber ouvir suas necessidades, focar em soluções, oferecer serviços de
qualidade etc. Então podemos entender que credibilidade é um termo que cabe
dentro de outros conceitos acima descritos.
O que gera proximidade com o cliente? Novamente saber ouvi-lo, tratá-lo como uma
pessoa e não como um negócio; estar à disposição para solucionar problemas quando
ocorrerem, ter empatia e cordialidade etc.
Uma boa ferramenta para essa entrevista é o Feedback 360 graus, que constitui da auto-
avaliação do colaborador e uma avaliação de seus pares, superiores e até mesmo de seus
clientes, sejam eles internos ou externos.
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Implantando a Gestão de Pessoas por Competências
É importante ressaltar que as competências para uma função não devem ser baseadas
nas competências das pessoas que já trabalham na função e sim na necessidade da
função em relação à entrega esperada dela. Outro ponto importante é que as pessoas
envolvidas na fase de mapeamento, seja nas entrevistas ou avaliações, estejam seguras
do objetivo do trabalho e que, ao colaborarem, não corram riscos em seus empregos.
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Pensa comigo: em uma empresa, as funções Vendedor e Analista Interno de TI têm
negociação como competência em sua matriz de competências por função. Para qual
das duas funções a competência deve se manifestar em maior grau?
De acordo com Leme (2005), é sugerida a adoção de uma escala numérica que
represente o percentual de relevância da competência para a função baseada em seus
Indicadores de Desempenho. Segundo o autor, é possível usar qualquer escala, como
no nosso exemplo, 1 a 5, sendo 5 o grau máximo de necessidade da manifestação da
competência na função.
O autor sugere uma fórmula para que seja possível identificar o peso da competência
dentro de um indicador de desempenho, que é a seguinte:
A Relação Indicador/Competência
Voltemos ao nosso exemplo:
O Vendedor tem como indicadores de Desempenho de sua função os seguintes:
• Tratamento de 90% dos clientes que enviam mensagens de interesse pela internet (leads);
• Vendas/mês = 15 veículos;
• Celebração de Entrega do Veículo = 100%;
• Pesquisa de Satisfação do cliente > 84%;
• Indicação do Cliente > 80%.
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Tabela 2
A fim de que tenha mais subsídios para aplicação dessa classificação, sugerimos a leitura
do material complementar.
A Disseminação
Depois de mapeadas as competências organizacionais e competências por função, é o
momento de disseminar o projeto a todos os colaboradores da empresa. Vale realizar um
trabalho de educação e engajamento, instruindo sobre quais são os conceitos, objetivos
e benefícios da Gestão de Pessoas por Competências, quais as competências imprescin-
díveis na organização e por funções, para o atingimento de seus objetivos estratégicos.
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É possível, nesse momento, utilizar vários dos canais de comunicação interna disponí-
veis na organização, como, por exemplo, a Intranet, TV interna, Redes Sociais Corpora-
tivas, Palestras e Workshops, Reuniões entre líder e equipe etc., desde que se busque a
interatividade e engajamento do colaborador. É interessante ter um especialista de fora da
organização endossando o projeto e realizando a transferência de conhecimento à equipe.
Caso o projeto já tenha resultados positivos, aproveite esse momento para já torná-
-los conhecidos por todos os colaboradores!
A Capacitação
Como vimos anteriormente, o mapeamento das competências por função indicará se
há, na equipe, lacunas de CHA para o desenvolvimento de suas atividades com excelên-
cia e como alavanca para as metas.
No vídeo “Como um adulto aprende | Mentes Mudando o Mundo”, Márcio Martins Moreira
discorre sobre o aprendizado na vida adulta. Confira em: https://youtu.be/LX-yJ4RZkzM
Faz sentido para você que, para fazer sentido ao colaborador, o novo conhecimento
precisa estar ligado às suas atuações práticas e ter um objetivo claro de utilização?
A Gestão do Desempenho
Gestão de desempenho é uma estratégia de desenvolvimento de pessoas que implica
na comparação dos resultados de um Indicador em um determinado período de tempo.
Segundo Gramigna (2007), é por meio da avaliação das performances individuais que
o gestor verifica a evolução ou involução no desempenho das pessoas de sua equipe.
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A avaliação de desempenho é uma ferramenta da Gestão de Desempenho que auxi-
lia o gestor a acompanhar e corrigir detalhes na rota a fim de que os objetivos estabele-
cidos sejam cumpridos ao final do período estabelecido. Também serve de base de dados
do histórico do desempenho do colaborador.
O gestor, nesse contexto, atua como um líder coach, tendo uma intenção verdadeira
no desenvolvimento das pessoas, promovendo um encontro planejado e com tempo o su-
ficiente para que todos os pontos sejam analisados. Ao mencionar pontos de melhoria, o
líder coach sempre fala da situação ocorrida e não da identidade do colaborador e dá a ele
oportunidade de encontrar caminhos de correção. É importante que, ao final do encontro,
o colaborador entenda e aceite os pontos de melhoria e, que, seja estabelecido um plano
de ação prático, seguindo os mesmos critérios SMART mencionados anteriormente.
Quer saber mais sobre Gestão e Avaliação de Desempenho, dá uma lida neste artigo da
Consultoria em Recursos Humanos Solides. Disponível em: https://bit.ly/2DBoZnZ
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Implantando a Gestão de Pessoas por Competências
Exemplos de Competências
Para finalizarmos esta unidade, utilizamos da obra de Maria Rita Gramigna (2007)
para a descrição do CHA das competências citadas em nosso exemplo. Reforçamos que
a descrição da competência pode e deve ser adequada ao que é esperado de sua aplica-
ção em cada organização.
Tabela 3
Competência Conhecimento Habilidade Atitude
• Ferramentas de qualidade • Sabe ouvir críticas, sugestões
adotadas pela empresa; e solicitações de clientes;
• Funcionamento e a estrutura da • Age com exatidão e agilidade no
atendimento às necessidades • Verificar a qualidade do
empresa, compreendendo a relação
dos clientes; trabalho executado;
Compromisso e inter-relação entre as partes;
com a Excelência • Age de forma correta, deixando o • Procurar ativamente novas formas
• Básico de estatística;
cliente satisfeito; de trabalhar para melhorar
• As vantagens e o valor da cultura a produtividade.
de qualidade tanto no ambiente • Age com foco em resultados que
interno quando em relação à favoreçam as partes;
fornecedores e clientes. • Aprende continuamente.
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Competência Conhecimento Habilidade Atitude
• Valoriza resultados;
• Sobre o negócio; • Atua de acordo com os planos; • Enxerga-se como dono
• Obtém resultados; do negócio;
• Sobre o mercado;
• Cumpre metas; • Mantém o foco nas metas
Foco em Resultado • Sobre os processos de trabalho;
• Persegue objetivos; e nos resultados;
• Sobre as ferramentas de gestão • Analisa contextos, identificando • Apresenta posturas que indicam
disponíveis na empresa. indicadores favoráveis e resultados. seu comprometimento com
os resultados.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Como Implantar Gestão por Competências: Passo a Passo
RABAGLIO, M. O. Como Implantar Gestão por Competências: Passo a Passo. São
Paulo: Edição Eletrônica do Autor, 2015.
Leitura
Gestão por Competências
FERREIRA, P. Í. Gestão por Competências. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
https://bit.ly/2PymkQy
Gestão de Competências: Um Estudo de Caso
MORCERF, S. O.; VILAS BOAS, J. A.; FERREIRA, J. C.; SAID, R. A.; SEABRA, T. C.
Gestão de Competências: Um Estudo de Caso.
https://bit.ly/2GC7qVr
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Implantando a Gestão de Pessoas por Competências
Referências
GRAMIGNA, M. R. Modelo de Competências e Gestão de Talentos. São Paulo:
Person, 2. ed. 2007.
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