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FIM: AFUNDAMENTO
■ No 4º piso totalmente alagado por conta do rompimento completo do tubo de drenagem de
emergência (TDE)
■ Salas de bombas, propulsores e injeção completamente alagados
■ Tanques e válvulas, por não se ter conseguido fechá-las, deram passagem à água
■ A P-36 se inclina progressivamente, fica em ângulo irrecuperável e afunda
EVACUAÇÃO DA PLATAFORMA
Os empregados foram retirados e levados em embarcações para uma outra plataforma (a P-47,
um navio-cisterna que recebe a produção da P-36), distante 12 km do local do acidente.
A retirada do pessoal foi lenta. Começou por volta das 3h30 e só terminou pela manhã,
segundo relatou o superintendente da bacia de Campos, Eduardo Bellot. Da P-47, foram
levados de helicópteros para Macaé, centro terrestre da produção de petróleo da bacia de
Campos.
SEQÜÊNCIA DO RESGATE:
■ 12 navios são deslocados até a P-36. Um deles, "Fire Fighter",joga água na plataforma para
esfriá-la e acabar com focos de incêndio
■ A P-36 inclina, num ângulo de 30 graus. Com o risco de novas explosões, os navios se
afastam e a tripulação não consegue subir à plataforma
■ Todos os sobreviventes e o funcionário ferido -165 pessoas - são levados de barco para a
plataforma P-47, a 12 km dali. São retirados inclusive os integrantes da brigada de
emergência, quando se constata que a P-36 está inclinado.
■ Da P-47,eles são levados para Macaé em 15 vôos de helicóptero
O resgate durou cerca de nove horas
SEM PREVISÕES
As bombas de sucção foram encomendadas à empresa holandesa Smit e trazidas para o
Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, em aviões cargueiros russos. Pesam 50 toneladas
e devem chegar a Macaé em carretas, na manhã de domingo(18.03.01). A Smit também cedeu
oito mergulhadores para o trabalho. “A gerência da Bacia de Campos tem um cheque em
branco da Petrobrás para gastar o que for necessário para salvar a plataforma e recuperar os
corpos”, afirmou Reichstul.
De acordo com a explicação de Bellot, as bombas sugadoras podem retirar até mil metros
cúbicos de água por hora, se atuarem com capacidade plena. “Se tirarmos cinco mil metros
cúbicos, a plataforma volta à posição normal”, disse. “Mas é muito difícil precisar em quanto
tempo isso poderia acontecer.”
O bombeamento de nitrogênio para a plataforma começou às 16h40 de sábado e a previsão
era de que não pararia durante a noite.
Em nota oficial distribuída a estatal admitiu que os resultados obtidos com as primeiras
tentativas de salvar a plataforma P-36 são animadores. “As chances cresceram”, confirmou o
gerente geral da Bacia de Campos, Carlos Eduardo Bellot. Ele ressaltou que não há prazo para
o término da operação. “É impossível prever porque dependemos das condições do mar.”
Por volta das 14 horas de domingo, o bombeamento de nitrogênio foi interrompido e, até o fim
da tarde, não havia sido retomado.
O objetivo da operação é expulsar a água que está dentro dos flutuadores para manter a
plataforma estabilizada, eliminando o risco de naufrágio. “Paramos porque muito nitrogênio
estava sendo perdido devido a furos nos flutuadores. Tivemos de fechar esses orifícios e
reiniciar o processo com mais eficiência”, adiantou Bellot. Ele acredita que a operação será
retomada hoje.
Para que a plataforma volte a sua posição normal, segundo explicações do gerente geral, é
necessária a retirada de pelo menos 7 mil toneladas de água. Até domingo haviam sido
extraídas 700 toneladas.
19.03.01 - SEGUNDA-FEIRA
A plataforma P-36 adernou mais 4, aumentando para 27 o seu nível de inclinação, o que para a
Petrobrás significa que ela passa por "seu pior momento"..
No domingo, a estatal havia anunciado que o trabalho de recuperação da unidade estava tendo
bons resultados, uma vez que a estrutura tinha parado de afundar e recuperado dois graus na
inclinação -de 25 para 23.
A medição, feita na segunda-feira, por volta das 6h por técnicos que participam da recuperação
da plataforma, também indica que ela afundou mais 40 centímetros em relação ao dia anterior.
A notícia não é muito boa.
Foram apontadas duas causas para a piora do estado da estrutura: a frente fria que atinge a
bacia de Campos, provocando ondas, e a existência de aberturas, que se comunicam com os
vários compartimentos da plataforma, permitindo a entrada de água.
As ondas estavam ontem (18.03.01) com um tamanho médio de 1,5 m, com picos de até 1,8 m.
Segundo a Petrobrás, o tempo deve começar a melhorar hoje à tarde. A partir de amanhã, as
ondas poderão estar com altura máxima de 1,2 m.
"O tempo não está favorável, mas não está impedindo a operação, apenas tornando-a mais
difícil", disse o gerente-geral.
Apesar da piora da situação da plataforma, continuam os trabalhos de injeção de nitrogênio e
de ar comprimido -este último feito pela empresa holandesa Smit, especialista na operação-
nos tanques 41 e 43, situados abaixo do convés inferior da estrutura.
O segundo tanque foi completamente esvaziado com a retirada de 400 toneladas de água. De
manhã, começou a injeção no primeiro tanque, mas, até o início da noite, ainda não havia
dados sobre o resultado da operação.
Técnicos ainda fizeram um esforço desesperado para mantê-la flutuando. Quarenta minutos
depois, ela estava completamente submersa na Bacia de Campos. Cinco dias depois das
explosões que danificaram uma coluna de sustentação.