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Hematopoese
A hematopoese, diz respeito a um processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos figurados
do sangue, que ocorre na medula óssea, a partir de uma célula precursora totipotente, ou seja, uma célula-tronco,
também chamada de stem-cell. Tal célula se diferencia em linhagem linfoide ou mieloide de acordo com o estímulo
que recebe.
Ou seja, essa célula totipotente é uma célula que apresenta a capacidade de se autoproliferar e dar origem a diversas
linhagens celulares. Existem determinadas moléculas que são responsáveis pela transcrição celular, determinando
em qual tipo de célula ocorrerá a diferenciação. As doenças onco-hematológicas representarão alterações na
transcrição de algum progenitor, impedindo o desenvolvimento correto das células.
Manu Med99
Leucograma
Contagem de leucócitos: varia de 4.000 – 11.000.
Contagem diferencial dos leucócitos (relativa e absoluta).
Descrição morfológica dos leucócitos: útil para patologias como a leucemia. Ex: tinha 2% de blastos na periferia.
Diferencial:
Basófilo: 0-1% como já mencionado, não encontramos basófilos na periferia, salvo em casos de doenças
patológicas graves. Ex: LMC
Eosinófilo: 1-5%.
Mielócito (0%)/ metamielócito (0%)/ bastão (1-5%)/ segmentado (50-70%) neutrófilos.
Linfócito: 20-45%.
Monócito: 4-10%.
OBS: o desvio para esquerda corresponde à utilização de células mais jovens, uma vez que a medula não dá conta de
fazer a maturação das células, ou seja, são lançadas células jovens na periferia. Isso ocorre por exemplo na infecção.
A quantidade de leucócitos não é um marcador de gravidade, mas pode servir como um marcador de resposta ao
tratamento.
Pergunta: se no leucograma do paciente for encontrado 1% de blastos na periferia, é para se preocupar ou ficar
tranquilo?
R: se preocupar. Pois como já explicado, esses blastos (mieloblastos ou linfoblastos) são células jovens que não
sofrem maturação e vão se acumulando na medula, porque estão com sua apoptose bloqueada, logo, para eles irem
parar na periferia significa que a medula já estava superlotada (infiltrada) dessas células.
OBS: nem sempre o aumento de blastos vai ser causado por uma leucemia.
Leucoeritroblastose é quando tem células jovens do setor eritroide somada a células jovens do setor Granulocítico.
Progenitor linfoide: inicialmente se diferencia em linfoblasto, dando origem às células pré-B, pré-NK e pré-T.
Pré-B: produzem os linfócitos B que são maturados na própria medula óssea, e por seguinte, vão até os linfonodos
para fazerem sua ação. Esses linfócitos B são responsáveis pela imunidade humoral.
Pré- T: produzem os linfócitos T que serão maturados no timo. Esses linfócitos T são responsáveis pela imunidade
celular.
Pré-NK: produzem os linfócitos natural killer que serão maturados no timo.
Alterações:
Leucócitos:
Leucopenia: redução do número de leucócitos. Ex: quimioterapia, anti-inflamatórios, tinta de cabelo (raro),
algumas infecções virais, doenças reumatológicas etc.
OBS: a meia vida dos leucócitos é 8h, e os mesmos, sofrem variação do ciclo circadiano, logo, pode ocorrer uma
leucopenia cíclica, ou seja, pode ocorrer uma redução dos números de leucócitos, de acordo com o horário em que
o exame foi colhido. Geralmente a tarde a produção de leucócitos é maior.
Leucocitose: aumento do número de leucócitos.
Ex: infecções (virais e bacterianas), uso de corticoesteroidedes como Betametasoma, leucemias agudas (fazem
leucocitose às custas de blastos), sepse etc.
OBS: os corticoides agem inibindo a COX, bloqueando a produção de citocinas como: Il-1, Il-2 Il-6 e o TNF alfa, além
disso, eles estimulam a produção de IL-4, IL-10 e IL-13. Manu Med99
Reação leucemoide: há um aumento expressivo dos leucócitos, deixando o sangue viscoso (síndrome de
hiperviscosidade), podendo causar trombose, distúrbios visuais, sinais de IC e IR. Doenças reumatológicas,
como o lúpus podem causar esse problema. Essa reação acaba simulando uma leucemia aguda.
Neutrófilos:
Neutropenia: redução do número de neutrófilos.
Neutrofilia: aumento do número de neutrófilos.
Eosinófilos:
Eosinofilia: aumento do número de eosinófilos. Ex: processos alérgicos (alergia medicamentosa, alimentar
etc.), parasitoses (só os helmintos), síndrome de dress (é uma reação medicamentosa à vancomicina, muito
semelhante à síndrome do homem vermelho. Nessa reação o indivíduo faz Linfopenia, Eosinofilia e aparecem
várias lesões no corpo), síndrome hiper-eosinofílica (causada por uma alteração genética que leva a uma
produção acelerada dos eosinófilos, e os mesmos, começam a se depositar em vários tecidos. Ex: se depositar
no fígado dá hepatite, se depositar no coração dá cardite etc. O diagnóstico é feito quando se tem mais de
1.500 eosinófilos em 3 meses + biópsia com comprovação de infiltração eosinofílica em determinados tecidos).
Eosinopenia: redução do número de eosinófilos. Ex: aplasia de medula
Linfócitos:
Linfocitose: aumento do número de linfócitos. Ex: LLC (leucemia linfocítica crônica- cursa com mais de 5000
linfócitos em 3 meses consecutivos), infeções por Epstein Barr (mononucleose) e infecções por
citomegalovírus.
Linfopenia: redução do número de linfócitos. Ex: infecções virais e causas medicamentosas.
Monócitos:
Monocitose: aumento do número de monócitos. Ex: Leucemia mielomonocítica crônica conjunto de uma
síndrome mielodisplásica + síndrome mieloproliferativa.
Monocitopenia: redução do número de monócitos. Ex: LCP (leucemia de células pilosas), tuberculose etc.
Manu Med99