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Falácias Informais
2. As falácias informais
Exemplos:
✓ O candidato X é melhor para estas eleições, pois assim afirmou o cantor
Y, por quem eu tenho grande admiração.
Exemplos:
✓ Dizem que um disco voador caiu em Minas Gerais, está todo mundo
comentando. Certamente é verdade.
✓ Havaianas é uma boa sandália, tendo em vista que todo mundo usa.
ou evidências que defendam que ela seja falsa ou, então, que um enunciado pode ser
considerado falso, porque não podemos demonstrar que ele é verdadeiro. Nestes
casos, utilizamos a nossa ignorância, a falta de provas e de conhecimentos sobre
algo, para fundamentar uma conclusão. Trata-se de um recurso argumentativo
falacioso, pois a falta de conhecimento ou de provas não basta para estabelecer a
verdade ou falsidade de uma proposição.
Este recurso argumentativo não é falacioso somente em um tribunal de justiça,
tendo em vista o princípio jurídico de presunção da inocência, que supõe a inocência
dos indivíduos até que a sua culpabilidade possa ser demonstrada. No Brasil, este
princípio é previsto pelo artigo 5º, LVII, da Constituição de 1988, que afirma que
“ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”, o que pode ser também traduzido pela expressão “todo mundo é
inocente até que se prove o contrário”. Em outras circunstâncias, este recurso
argumentativo é falacioso.
Exemplos:
✓ Extraterrestres existem, tendo em vista que ninguém foi capaz de provar,
até hoje, que não existem.
✓ Deus não existe, pois não temos provas concretas de sua existência.
como conclusão ou, ainda, demonstrar que quem argumenta assim, apelando aos
sentimentos de piedade e misericórdia, ignora a questão discutida e foge do assunto.
Exemplos:
✓ Ele não pode ser condenado: é bom pai de família, contribuiu com a
escola, com a igreja, etc.
Exemplos:
✓ Você deve se enquadrar nas novas normas do setor. Ou quer perder o
emprego?
Raciocínio Lógico e Analítico
Prof. Dr. Luiz de Camargo Pires Neto
✓ Você precisa tomar banho agora, menino. Caso contrário, você irá
apanhar.
Exemplos:
✓ Não acreditem no que ele diz: ele é um beberrão, bate na mulher e tem
amantes.
Raciocínio Lógico e Analítico
Prof. Dr. Luiz de Camargo Pires Neto
✓ Esta afirmação é certamente falsa, tendo em vista que foi feita por um
comunista.
g. Falsa causa
A falácia da falsa causa pode ser identificada quando tomamos como causa de
um efeito algo que não é a sua causa real ou quando inferimos que um acontecimento
é causa do outro pelo simples fato de que são sucessivos, ou seja, de que o primeiro
é anterior ao segundo. Esta falha no raciocínio é cometida por uma falha na
compreensão do princípio de causalidade.
As superstições são frequentemente justificadas por falácias deste tipo.
Quando afirmo que não usarei uma determinada camisa durante o jogo do meu time
de futebol, pois sempre que uso esta roupa, o meu time perde, estou inferindo que a
camisa que visto é causa real da vitória ou da derrota do meu time de futebol. Desta
forma, podemos observar que a coincidência não é suficiente para estabelecer uma
relação causal.
A mesma falácia pode ser observada na crença de que certas substâncias
sejam eficazes para determinadas doenças, independentemente de provas
científicas. Posso tomar uma substância, um “chá milagroso” ou até mesmo um
medicamento que não seja indicado para a minha realidade, e os meus sintomas
podem desaparecer, mas isso não quer dizer que esta substância por mim ingerida é
causa do desaparecimento dos sintomas, pode ocorrer que, neste caso, seja apenas
uma coincidência ou uma sucessão temporal dos acontecimentos.
Exemplos:
✓ Não vou mais lavar o carro, pois chove toda vez que eu faço isso.
Raciocínio Lógico e Analítico
Prof. Dr. Luiz de Camargo Pires Neto
Exemplos:
✓ Os salários dos homens sempre foram maiores que os das mulheres.
Em vista disso, seguiremos com esta prática em nossa política de
remuneração.
Exemplos:
✓ Saiu a nova geladeira Pólo Sul. Com design moderno, arrojado, ela é
perfeita para sua família, sintonizada com o futuro.
j. Generalização apressada
impossível. Nestes casos, selecionamos uma amostra representativa que nos permita
obter uma conclusão sobre a questão observada. Porém, segundo Copi (1968, p. 83),
os casos examinados “devem ser típicos e não atípicos”.
Este recurso se torna falacioso quando os casos considerados são
excepcionais e a conclusão é afirmada precipitadamente. A generalização apressada
parte de uma amostra pouco ou nada representativa do todo, considerando poucos
indícios, para se obter uma conclusão universal sobre a totalidade de casos dos quais
as amostras não representativas foram selecionadas.
Exemplos:
✓ João abusou de bebida alcoólica e passou muito mal.
Consequentemente, bebidas com álcool fazem mal para todas as
pessoas que bebem.
k. Falácia de ambiguidade
Exemplos:
✓ A disputa foi decidida entre a menina e o menino. Aquele que derrubar
o outro vence. Derrubou o menino a menina. Portanto, a menina é a
vencedora.
Exemplos:
✓ Roubar não é uma atividade moralmente certa; logo roubar é
eticamente errado.
Raciocínio Lógico e Analítico
Prof. Dr. Luiz de Camargo Pires Neto
m. Pergunta complexa
Exemplos:
✓ Você já abandonou seus maus hábitos?
BIBLIOGRAFIA:
ALMOSSAWI, Ali. O livro ilustrado dos maus argumentos. Trad. Leila Couceiro. São
Paulo: Sextante, 2017.
COPI, Irving. Introdução à Lógica. São Paulo: Ed. Mestre Jou, 1968.
NOLT, John e ROHATYN, Dennis. Lógica. Trad. Leila Zado Puga e Mineko
Yamashita.