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Eletricidade e Magnetismo
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
ROTEIROS EXPERIMENTAIS I
Lei de Ohm
Quando ligamos uma lâmpada, estamos na verdade ligando o filamento metálico a uma tensão
(ou diferença de potencial) que provoca um fluxo de cargas elétricas através do condutor. Como
é de imaginar, há vários fenômenos ocorrendo nesse simples ato, e três grandezas são de extrema
importância para definir todos os fenômenos da eletrodinâmica: corrente elétrica, diferença de
potencial e resistência.
Essas três grandezas serão abordadas com detalhes na introdução teórica que faremos a seguir,
porém, já podemos dizer que a Lei de Ohm (criada por Georg Simon Ohm – físico alemão que viveu entre
1789 e 1854) as relaciona de forma espetacular.
A Lei de Ohm está associada à grande maioria dos aparelhos elétricos que vemos em nosso dia a dia,
desde coisas simples, como uma lâmpada, até coisas mais complexas, como uma usina.
Para uma melhor organização do conteúdo, separamos as Leis de Ohm em duas: a Primeira Lei de Ohm
relaciona a diferença de potencial com a corrente que percorre o condutor, e a Segunda Lei de Ohm determina
que a resistência de um fio condutor é diretamente proporcional ao tamanho do fio e inversamente proporcional
à área da secção.
Saiba mais
OHM LAW. Learn all about Ohm’s law. 2018. Disponível em: <http://
ohmlaw.com/5‑practical‑applications‑of‑ohms‑law‑in‑daily‑life/>. Acesso
em: 5 jul. 2018.
Objetivo
Fundamentação teórica
A corrente em um condutor é definida como o fluxo de carga elétrica através da secção transversal
de um condutor por unidade de tempo:
∆Q
I=
∆t
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
em que:
∆t = tempo (s)
A corrente elétrica é impelida por uma diferença de potencial, que produz uma força elétrica sobre
as cargas livres. A figura a seguir mostra uma corrente I percorrendo um segmento de fio condutor de
comprimento L e área transversal A. Como o campo elétrico E, de modo geral, sempre está no sentido da
diminuição do potencial elétrico, o potencial Va é maior que o potencial Vb. Imaginando‑se a corrente
como fluxo de cargas positivas, essas cargas se movem no sentido da diminuição do potencial.
Va Vb
I
L
q
→ v
E A
∆V = Va - Vb = E . L
em que:
Efetivamente, a Primeira Lei de Ohm relaciona a diferença de potencial à corrente. A relação entre
essas duas grandezas é chamada de resistência:
Unidade IV
∆V
R=
I
em que:
Para a ampla maioria dos materiais, a resistência não depende da tensão elétrica aplicada.
Os materiais com essa característica, entre eles muitos metais, são chamados de materiais
ôhmicos. Para materiais não ôhmicos, cuja resistência depende da corrente, a tensão V não é
proporcional à corrente I.
I(A) I(A)
U(V) U(V)
Figura 130 – Gráficos da corrente em função da tensão para materiais ôhmicos (da esquerda) e para materiais não ôhmicos (da direita)
A Segunda Lei de Ohm mostra que a resistência elétrica de um condutor também pode ser
determinada da seguinte forma: considere um condutor de comprimento L, área da secção transversal
A e resistividade ρ, de acordo com a figura a seguir.
A ρ
Comprimento L
L
R = ρ.
A
A resistividade ρ é uma grandeza que indica o quanto o material se opõe à passagem de corrente
elétrica. Sua unidade é Ω.m.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Materiais utilizados
• Resistor de 470Ω.
• Voltímetro 0 – 15V.
• Multímetro.
• Fonte DC.
• Cabo banana.
Procedimento experimental
Faça a ligação do circuito conforme indicado na figura a seguir e utilize como amperímetro o
multímetro digital.
Amperímetro
A
V +
V 470 Ω - Fonte
• Varie a tensão no gerador até que o voltímetro (ligado em paralelo ao resistor) indique 1 V.
• Faça a medida de corrente elétrica com o multímetro e complete a primeira linha da tabela do
exercício 4 do subitem a seguir, sobre análise de dados.
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Tabela 1
Figura 134
Unidade IV
exp. − tab.
E% = * 100
tab.
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ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Saiba mais
Bipolo gerador
Por definição, geradores são dispositivos que transformam qualquer tipo de energia em elétrica.
Geradores químicos, por exemplo, como pilhas e baterias, transformam energia química em elétrica.
Mas há vários outros tipos de gerador que podemos citar: geradores mecânicos são os mais comuns
e transformam energia mecânica em elétrica. As usinas hidrelétricas e os alternadores de veículos são
exemplos de geradores mecânicos.
Geradores térmicos, cujos exemplos mais importantes são as usinas de carvão e petróleo, transformam
energia térmica em elétrica.
Geradores nucleares, por sua vez, transformam energia nuclear em elétrica. Como é de supor, o
melhor exemplo desse tipo de gerador são as usinas nucleares.
Geradores solares transformam energia solar ou luminosa em elétrica. Um exemplo clássico desse
tipo de gerador são as placas solares. Esse tipo de energia é sustentável e, cada vez mais, está sendo
utilizado como uma alternativa para fontes não sustentáveis – o petróleo, por exemplo.
Os receptores fazem justamente o inverso dos geradores, ou seja, transformam energia elétrica em
qualquer outro tipo de energia. No nosso dia a dia, estamos absolutamente cercados de receptores
elétricos e, como exemplo, podemos citar: ventiladores, liquidificadores e geladeiras.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Objetivo
Fundamentação teórica
A força eletromotriz (conhecida também como FEM) é o dispositivo que fornece energia elétrica ao
circuito, ou seja, que mantém a diferença de potencial entre os terminais do condutor.
Podemos dizer que a força eletromotriz é o equivalente ao trabalho realizado para tirar 1 coulomb
de carga do polo negativo para o polo positivo.
+ -
dτ
E=
dQ
em que:
τ = trabalho realizado para tirar a carga do polo negativo e levar para o polo positivo (J)
dτ = E . dQ
Unidade IV
dτ dQ
= E.
dt dt
P=E.I
Como se pode imaginar, um gerador não consegue fornecer toda a potência elétrica que origina.
Por isso, podemos dizer que há uma potência dissipada e uma potência útil. O esquema a seguir
representa a divisão da potência em um gerador:
Potência dissipada
Potência total Pd = r . I2
Gerador Potência útil
PT = E . I
Pu = U . I
PT = PU + PD
E . I = U . I + r . I2
E=U+r.I
U=E-r.I
em que:
Desse modo, podemos representar um gerador com uma força eletromotriz e uma resistência interna,
como na figura a seguir:
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
r E
Corrente
Com a equação do gerador, podemos obter a curva característica do gerador (tensão em função da
corrente), tal como mostra o esquema a seguir:
U(V)
E
0 Icc I(A)
Na curva característica, o ponto em que a reta corta o eixo da tensão (corrente zero) representa a
força eletromotriz e o ponto em que a reta corta o eixo da corrente (tensão zero) representa a corrente
de curto-circuito.
E
Icc =
r
Lembrete
Materiais utilizados
• Reostato de 500 Ω.
• Porta‑pilhas.
• Cabo banana.
Procedimento experimental
+
- E
V
Voltímetro
r Amperímetro Reostato
A
Devemos lembrar que a ligação deve ser feita de modo a usar o resistor do porta‑pilhas (montar em
acordo com a figura seguinte).
Tenha cuidado na ligação do reostato. Lembre‑se de que um dos pontos deve estar ligado ao cursor
do reostato. Veja detalhes na figura:
• Ajuste o reostato de modo a obter 1,5 V no voltímetro e anote, na primeira tabela da análise de
dados, os valores de corrente.
• Repita o procedimento anterior para todos os valores de tensão indicados na primeira tabela da
análise de dados.
• Tenha o cuidado de reparar que, neste experimento, à medida que aumentamos a tensão, a
corrente tende a diminuir.
• Complete a terceira coluna da primeira tabela da análise de dados (potência útil) utilizando a
seguinte equação:
Pu = U. I
em que:
U = tensão (V)
I = corrente (mA)
Unidade IV
Utilizando o multímetro como ohmímetro, faça a medida da resistência interna do gerador na parte
de baixo do porta‑pilhas.
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Tabela 2
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
Figura 147
217
Unidade IV
E
r=
Icc
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Figura 148
10. Compare o valor teórico e experimental da resistência interna com o cálculo do erro.
(Obs.: considere o valor teórico como o valor medido com o multímetro na parte de baixo do
porta‑pilhas.)
exp. − tab.
E% = * 100
tab.
11. Os objetivos propostos neste experimento foram alcançados? Justifique sua resposta.
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Osciloscópio
O osciloscópio é um aparelho de medida de tensão em circuitos elétricos com muito mais recursos
do que os de um multímetro. Ele permite que vejamos a forma de onda do sinal elétrico de entrada ou,
em outras palavras, o modo como o sinal elétrico está variando com o tempo.
Hoje em dia, a maioria dos osciloscópios são digitais, mas ainda é possível encontrar osciloscópios
analógicos. A qualidade de ambos, quando de boas marcas, é similar.
A utilização do osciloscópio pode ser feita por profissionais nas mais diversas áreas, como na
medição de ondas cerebrais, por um técnico que faz reparos em equipamentos domésticos ou até por um
pesquisador da área de física nuclear. A utilidade do osciloscópio não se limita ao mundo da eletricidade.
Os osciloscópios mais tradicionais são os analógicos, mas temos os osciloscópios digitais. Eles ganham
no quesito taxa de amostragem (resolução da forma de onda apresentada) e memória (tamanho da forma
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
de onda) quando comparados aos osciloscópios analógicos. Entretanto, num osciloscópio analógico, a
tela é mais do que adequada para a análise dos sinais em tempo real.
Observação
Objetivo
Propomos agora um experimento cujo objetivo é fazer com que você, aluno, aprenda a realizar
medidas de tensão contínua, tensão alternada e frequência com um osciloscópio.
Fundamentação teórica
O osciloscópio possui duas entradas para cabos coaxiais, de forma que é possível trabalhar com dois
sinais distintos. A tela do tubo de raios catódicos de que falamos anteriormente é a tela do osciloscópio.
Sobre cada uma das entradas, temos o controle vertical, no qual é possível ajustar o campo elétrico
e deslocar o sinal elétrico produzido pelo feixe de elétrons, mostrado na tela. Temos o ajuste de ganho,
que indica o valor de tensão de cada divisão da tela na vertical. Se temos um sinal que ocupa quatro
divisões na tela, por exemplo, com ganho de 2V/div ou 2 volts por divisão, a tensão deve ser lida como
4x2 = 8V.
Note que temos ainda uma escala mais fina na linha vertical do centro da tela, em que cada
divisão principal possui 5 divisões menores, ou seja, cada uma representa 0,2 da divisão principal.
Se considerarmos a precisão como metade dessa divisão, a precisão de uma medida com o
osciloscópio será 0,1 vezes o ganho, ou seja, a precisão dependerá do ganho selecionado.
Podemos ainda ajustar a direção horizontal do sinal. Para tanto, temos, à esquerda do osciloscópio,
um botão que ajusta a escala do tempo (time/div) (conforme figura a seguir) no sinal mostrado. Podemos
ajustar esse seletor para exibir a onda na tela de forma adequada.
Na direção horizontal, podemos fazer medidas da frequência da tensão alternada. Definimos período
como a separação horizontal entre dois picos ou vales sucessivos da onda. Medimos esse deslocamento
contando as divisões e subdivisões na direção horizontal, e multiplicamos pela escala de tempo que está
selecionada (time/div). Se a separação entre dois picos consecutivos é de 2 divisões e o seletor de escala
de tempo está em 0,5 s, o período do sinal é de 2x0,5 = 1 s.
Podemos ainda usar o osciloscópio para comparar dois sinais distintos. Para tanto, temos que desligar
a varredura temporal na direção x e selecionar o modo x‑y. Devemos injetar um sinal em uma entrada
coaxial e outro na outra entrada. Se as frequências dos sinais se relacionam por um número inteiro,
temos a formação de figuras fechadas na tela, conhecidas como figuras de Lissajous.
Materiais utilizados
• Gerador de áudio.
• Fonte DC.
• Multímetro.
• Conversor BNC‑banana.
• Cabos banana.
Procedimento experimental
Ligue o osciloscópio, ajuste os controles de brilho e foco, coloque o conversor BNC‑banana no canal
2, posicione a chave seletora de tensão do canal 2 em DC e selecione GND para o canal 1.
• Selecione 1 V no gerador DC, ajuste o melhor ganho para a realização da medida e anote-o na
primeira tabela do item de análise de dados.
• Verifique o deslocamento vertical Y do traço e calcule a tensão medida pelo osciloscópio fazendo:
U = Y.Ganho (ver primeira tabela do item de análise de dados).
Desligue o controle de varredura do osciloscópio e passe a chave seletora do canal 2 de DC para AC.
Na sequência, ligue o gerador de áudio ao osciloscópio (como mostrado na figura a seguir) e coloque
um multímetro para a medição da tensão alternada na saída do gerador.
• Varie a amplitude do gerador e selecione um valor aleatório (anote o valor indicado no multímetro
na segunda tabela da análise de dados).
• Ajuste o melhor ganho para a realização da medida no osciloscópio e anote-o na segunda tabela
do item de análise de dados.
• Faça a medida do tamanho do traço e calcule a tensão de pico a pico no osciloscópio, fazendo:
U = Y.Ganho (ver segunda tabela do item de análise de dados).
• Sabendo que o multímetro faz a leitura da tensão eficaz, para poder comparar, determine a tensão
eficaz pela equação a seguir:
Upp
Uef =
2. 2
• Repita os passos para, pelo menos, mais cinco valores aleatórios de tensão alternada. Preencha
todos os valores na segunda tabela da análise de dados.
• Selecione, no controle de varredura, um valor de modo a obter na tela uma imagem que permita
ver nitidamente um período (conforme figura a seguir). Anote os valores na terceira tabela da
análise de dados.
• Faça a medida do tamanho do sinal X de acordo com o que é mostrado na figura anterior, ou seja,
de um pico a outro.
• Repita os passos para as frequências 1,5 kHz, 2 kHz, 2,5 kHz, 3 kHz e 3,5 kHz, de acordo com o que
é mostrado na terceira tabela da análise de dados.
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ELETRICIDADE E MAGNETISMO
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Constante de
Tensão no gerador DC Deslocamento Tensão no osciloscópio
proporcionalidade
U (V) Ganho (V/div) Y (div) U = Ganho.Y
1
2
3
4
5
6
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ROTEIROS EXPERIMENTAIS II
Circuito RL e RC em série
Quando trabalhamos com corrente alternada (AC ou CA), podemos construir circuitos RC (resistor e
capacitor) em série, usando resistores e capacitores em série, ou ainda circuitos RL (resistor e indutor)
em série, utilizando resistores e indutores em série.
Os sistemas residenciais, por exemplo, são alimentados por corrente alternada e, de maneira geral,
a tensão e a corrente sofrem uma variação com o tempo, assim como apresentado na figura a seguir.
+V
max
Tempo
-V
min
No Brasil, ocorrem 120 inversões do sinal a cada segundo, ou seja, a corrente elétrica, a cada segundo,
percorre o condutor 60 vezes em um sentido e 60 vezes no sentido contrário. Por isso, dizemos que a
corrente elétrica tem frequência de 60 Hz. Outros países, como o Japão, utilizam a frequência de 50 Hz.
Essa variação é decorrente do processo natural de geração de energia, e cerca de 67% do total de
energia no Brasil é proveniente de hidrelétricas.
Os circuitos RC em série e RL em série são empregados quando precisamos de filtros no circuito para
restringir a passagem de altas frequências (filtros passa‑baixas) ou baixas frequências (filtros passa‑altas).
Por exemplo, um circuito RC em série, quando medido no capacitor, torna‑se um filtro para baixas
frequências, ou seja, é um filtro passa‑alta, como mostrado na figura a seguir.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
fc Frequência (Hz)
Filtro passa-alta
Um circuito RL em série, quando medido no indutor, torna‑se um filtro para altas frequências, ou
seja, é um filtro passa‑baixa, como mostrado na figura a seguir.
R
fc
L
Frequência (Hz)
Filtro passa-baixa
Lembrete
Objetivo
Fundamentação teórica
Em um circuito com corrente alternada, a tensão sofre uma variação com o tempo e, dessa forma,
grandezas como frequência e período devem ser consideradas.
Tensão Contínua
Tempo
Alternada
Tensão
T
Umax f = 1/T
Tempo
-Umax
T indica o período e é dado em segundos; representa o tempo para que a tensão complete um ciclo.
Já f é a frequência, que é calculada em hertz e representa o número de ciclos que temos em um segundo.
A tensão, em um circuito de corrente alternada, deve ser apresentada como uma equação dependente
do tempo:
U = Umax . cos(ωt)
Como o cosseno é uma função limitada entre ‑1 e +1 e desejamos representar sinais de tensões
além dessa faixa, multiplicamos essa função por uma amplitude Umax, conhecida como tensão máxima.
Como argumento do cosseno, temos o produto da pulsação ω pelo tempo. O argumento do cosseno é
ainda chamado de fase, representada pela letra grega θ, ou seja:
θ = ωt
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
ω = 2πf
2π
ω=
T
Existem duas formas de estudar circuitos em correntes contínuas: a primeira envolve cálculos usando
exponenciais complexas; a segunda usa fasores. O uso de fasores é matematicamente mais simples e
facilita a visualização das diferenças de fase entre os diversos componentes do circuito.
O fasor é um segmento orientado, também conhecido como ponteiro girante, de módulo igual a
Umax e formando ângulo θ = ωt em relação ao eixo horizontal. Esse eixo horizontal é chamado de eixo
polar. Como o tempo segue sempre em sentido crescente, o ângulo entre o fasor e o eixo polar sempre
aumenta e, dessa forma, o fasor apresenta rotação no sentido anti‑horário.
Umax
ωt
U = Umax . cosωt
A projeção desse fasor sobre o eixo polar é igual a Umax . cosωt, ou seja, a projeção do fasor sobre o
eixo polar é igual à tensão para um dado instante t.
Considere um circuito com um resistor ligado a um gerador de tensão alternada (como mostrado na
figura a seguir).
+
R
-
A relação entre tensão e corrente em um resistor é dada pela primeira lei de Ohm, U = R. I. Isolando
a corrente nessa expressão, temos:
U
I=
R
A lei de Ohm é válida tanto para o caso de tensão contínua como para o caso de tensão alternada.
Substituindo nessa expressão a equação para a tensão alternada, temos:
Umax .cos ωt
I=
R
A lei de Ohm é válida para qualquer valor de tensão e resistência, inclusive para os valores máximos.
Temos então que:
Umax
= Imax
R
Imax
Umax
ωt Eixo polar
U = Umax . cosωt
I = Imax . cosωt
Imax
Umax
Consideremos um capacitor ideal em um circuito de corrente contínua. Para o capacitor, vale a relação
Q=C.U
Q C.Umax .cos(t)
I = dQ/dt
d
I= CUmax.cos ( ωt )
dt
d
I = C.Umax cos ( ωt ) = −C.Umax .ω.sen ( ωt )
dt
π
− sen ( ωt ) = cos ωt +
2
Unidade IV
chegamos a
π
I = Umax .ω.C.cos ωt +
2
1
XC =
ωC
Com a relação entre tensão máxima e corrente máxima no capacitor sendo dada por
Umax= XC . Imax
temos:
Umax π π
I= cos ωt + = Imax cos ωt +
XC 2 2
Comparando as expressões para tensão e corrente de um capacitor em CA, vemos que ocorre uma
diferença de fase de π/2. Fazendo a representação por fasores, vemos que a corrente está adiantada de
π/2 em relação à tensão.
Imax
Umax
ωt Eixo polar
Considere um indutor ideal em corrente alternada. O caso do indutor é similar ao do capacitor, mas
a diferença de fase surge com o sinal oposto, ou seja, a tensão será dada por:
U = Umax.cos(ωt)
π
I = Imax.cos ωt −
2
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Para chegar a essa expressão, definimos uma reatância indutiva XL, em que:
XL = ωL
Vemos, então, que, para o caso de um indutor, a corrente está atrasada de π/2 em relação à tensão.
Umax
ωt Eixo polar
Imax
Para o caso de um circuito RC em série, temos a corrente como referência (em um circuito em série,
a corrente é a mesma). A tensão no capacitor está π/2 atrasada.
-
C
Umax (resistor)
Imax
ωt Eixo polar
Umax (capacitor)
=
U UR2 + U2C
em que:
=Z R2 + X 2C
em que:
R = resistência (Ω)
Para o caso de um circuito RL em série, temos a corrente como referência (em um circuito em série,
a corrente é a mesma). A tensão no indutor está π/2 adiantada.
-
L
Umax (indutor)
Umax (resistor)
Imax
ωt Eixo polar
Basicamente, indutores são bobinas e, como tais, são construídos através do enrolamento de fio
condutor que não possui resistividade nula. Em outras palavras, a resistência de uma bobina não é
desprezível. Como todas as resistências do circuito ficam em fase com a corrente, podemos representar
a tensão total do circuito como:
U= (UR + Ur )2 + UL2
em que:
Z= (R + r)2 + XL2
em que:
R = resistência (Ω)
Materiais utilizados
• Gerador de áudio.
• Multímetro.
• Conversor BNC‑banana.
• Fios de ligação.
Procedimento experimental
Circuito RC em série
R v
-
C Osciloscópio
Veja com mais detalhes, na figura a seguir, a ligação do circuito RC em série. Repare que na placa
utilizada nessa experiência não havia ligação entre o resistor e o capacitor. Dessa forma, precisamos
utilizar um fio para a ligação em série.
Varie a frequência do gerador de modo aleatório até que a primeira tabela da análise de dados seja
completada. Anote os valores de tensão no resistor e de tensão no capacitor. Tente usar valores de
frequência bem diferentes.
Cuidado ao anotar os valores de tensão no resistor. Lembre‑se de que o multímetro faz a leitura da
tensão eficaz e na tabela é pedido o valor da tensão de pico a pico. Como o osciloscópio nos fornece a
tensão de pico a pico, não teremos problemas na medida do capacitor.
Calcule também, para cada caso, a corrente de pico a pico e a reatância capacitiva, conforme é
mostrado na primeira tabela da análise dados.
URpp
Ipp =
R
C
Upp
XC =
Ipp
Circuito RL em série
R v
-
L Osciloscópio
Veja com mais detalhes na figura a seguir a ligação do circuito RL em série. Repare que, na placa
utilizada nesta experiência, foi necessário fazer um jump (usar um fio para produzir um curto‑circuito
entre dois pontos) para tirar o capacitor do circuito.
Varie a frequência do gerador de modo aleatório até que esteja completa a segunda tabela da
análise de dados. Anote os valores de tensão no resistor e tensão no indutor. Tente usar valores de
frequência bem diferentes.
Cuidado ao anotar os valores de tensão no resistor. Lembre‑se de que o multímetro faz a leitura da
tensão eficaz e na tabela é pedido o valor da tensão de pico a pico. Como o osciloscópio nos fornece a
tensão de pico a pico, não teremos problemas para a medida no capacitor.
Calcule também, para cada caso, a corrente de pico a pico e a impedância da bobina, conforme é
mostrado na segunda tabela da análise de dados.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
URpp
Ipp =
R
bob
Upp
X bob =
Ipp
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f (kHz) Upp (V) – resistor Upp (V) – Bobina Ipp (A) Zbob (Ω)
Observação
Figura 176
6. Ajuste uma reta média que passe pela origem do gráfico f(kHz) x Zbob (Ω). Os pontos próximos se
desviam da origem? Se sim, por qual motivo isso acontece?
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Unidade IV
7. Calcule, a partir do coeficiente angular da reta do gráfico f(kHz) x Zbob (Ω), a indutância L da
bobina. Para isso, considere:
(coef. angular)
L=
2π
8. Compare o valor teórico e experimental da indutância com o cálculo do erro. (Obs.: o valor tabelado
da indutância está indicado na placa do circuito RLC.)
exp. − tab.
E% = * 100
tab.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Figura 177
10. Ajuste uma reta média para o gráfico 1/f x XC (Ω) e determine o coeficiente angular da reta.
Unidade IV
1
C=
2π.(coef. angular)
12. Compare o valor teórico e experimental da capacitância com o cálculo do erro. (Obs.: o valor
tabelado da capacitância está indicado na placa do circuito RLC.)
exp. − tab.
E% = * 100
tab.
13. Os objetivos propostos nesse experimento foram alcançados? Justifique sua resposta.
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ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Circuito RLC
+
-
Antena
Diodo de galena
Terra
Objetivo
O objetivo deste experimento é estudar o comportamento da tensão no circuito RLC, com a variação
da frequência da fonte, e determinar a frequência de ressonância do circuito.
Unidade IV
Fundamentação teórica
Em um circuito RLC ligado em série, temos um resistor, um capacitor e uma bobina real (indutor +
resistência interna) ligados conforme a figura a seguir:
Bobina
C
R L r
+
-
Como sabemos, em uma associação em série, a corrente é a mesma para todos os elementos do
circuito e consideraremos:
I = Imaxcos(ωt)
• a tensão no indutor fica π/2 adiantada em relação à corrente (ver detalhes na fundamentação
teórica da experiência RL e RC em série);
• a tensão no capacitor fica π/2 atrasada em relação à corrente (ver detalhes na fundamentação
teórica da experiência RL e RC em série).
Umax (indutor)
Umax (resistores)
Imax
ωt Eixo polar
Umax (capacitor)
Dessa forma, podemos dizer que a tensão total no circuito será dada pela seguinte função:
U= (UR + Ur )2 + (UL + UC )2
Z= (R + r)2 + (XL + X C )2
em que:
Z = impedância (Ω)
U = tensão (V)
I = corrente (A)
XC = 1/ω.C XL = ω.L
em que:
A frequência de ressonância representa o valor para que a tensão total fique em fase com a corrente.
A equação da frequência de ressonância pode ser determinada das seguintes formas:
UL = UC
ou
XL . I = XC . I
XL = XC
1
ω.L =
ω.C
1
2.π.f.L =
2.π.f.C
1
4.π2 .f 2 =
L.C
1
fress =
4.π2 . L.C
• Gerador de áudio.
• Multímetro.
• Conversor BNC‑banana.
• Fios de ligação.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Procedimento experimental
Osciloscópio
V Bobina
C
R L r
+
-
Ligue, então, o gerador de áudio, selecione as frequências e faça a medição das tensões no resistor
e na bobina + capacitor.
Depois, complete a primeira tabela da análise de dados com os valores de tensão para as diferentes frequências.
Feito isso, determine o valor experimental para a frequência de ressonância do circuito considerando
os passos a seguir:
• faça o gráfico de frequência x Upp (V) resistor e o de frequência x Upp (V) bobina+capacitor.
3. Determine o valor teórico da frequência de ressonância para o circuito utilizado. Considere que:
1 1
fress =
2p LC
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Tabela 8
Lembrete
6. Construa o diagrama cartesiano de frequência x Upp (V) resistor e frequência x Upp (V) bobina + capacitor.
Figura 185
exp - tab
E% = .100
tab
Um campo magnético pode ser criado por uma corrente elétrica (cargas elétricas em movimento) ou
por ímãs. A região próxima a um ímã interage com outros ímãs ou materiais ferromagnéticos.
Todo ímã possui dois polos distintos, que têm comportamentos diferentes na presença de outros
ímãs, sendo denominados norte (N) e sul (S). Polos iguais se repelem e polos diferentes se atraem.
Também é possível definir um vetor que descreve→ o campo magnético, nesse caso. Esse vetor é
chamado de campo magnético e é representado por B. Se pudermos,
→
por acaso, colocar uma pequena
bússola em um ponto sob ação do campo magnético, o vetor B terá a direção da reta em que a agulha
se alinha e o sentido para onde aponta o polo norte magnético da agulha.
A figura a seguir representa o vetor campo magnético (junto com uma bússola) produzido por um
fio percorrido por corrente elétrica:
Figura 187 – Vetor campo magnético em um fio percorrido por corrente elétrica
Observação
Objetivo
Neste experimento, pretendemos estudar o comportamento do campo magnético criado por uma
bobina, em seu centro, em relação ao raio da bobina, à corrente elétrica e ao número de espiras.
Fundamentação teórica
Considere uma espira circular de raio R e comprimento L, percorrida por uma corrente I e representada
no plano como mostra a figura a seguir.
Y
→
dI →
r
R
θ
0 P X
Figura 188 – Figura representativa para a determinação do campo magnético de uma espira
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Pelo princípio da superposição, consideramos trechos infinitesimais da espira: dl, e cada trecho criará
um campo magnético no ponto P dado por:
µ 0 .I
=dB .dl × r
4 πr2
Note que, levando em conta as contribuições do campo magnético, o campo resultante terá a
direção de x e, dessa forma, teremos:
µ 0 .I
=
dBx .senθ.dl
4 πr2
Integrando os dois lados da função e considerando que a bobina em questão pode ter N espiras, o
campo magnético no centro da bobina será dado pela lei de Biot‑Savart:
µ 0 .I
B = N.
2R
Ao aplicarmos uma corrente à bobina, ela gerará um campo de acordo com o previsto pela
equação anterior.
Pêndulo
de torção
Bobina chata
Ímã
Figura 189 – Ímã ligado ao fio de um pêndulo de torção e no centro de uma bobina
Unidade IV
Sendo assim, sabemos que a lei de Biot‑Savart pode ser representada por:
B = (cte) . Nα . Iβ . Rγ
em que:
θ = (cte) . Nα . Iβ . Rγ
Materiais utilizados
• Balança de torção.
• Ímã.
• Sistema de amortecimento.
• Sistema luminoso.
• Espelho.
• Multímetro.
Procedimento experimental
Faça a ligação conforme a figura a seguir. Tenha o cuidado de colocar um amperímetro em série para
a leitura da corrente.
Para o preenchimento da primeira tabela da análise de dados, utilize a bobina de 200 mm e faça a
ligação para usar 10 espiras. Garanta que o ângulo de torção esteja em zero.
O laser deve atingir o espelho e se refletir na parede, onde teremos uma folha em branco. Indique na
própria folha a posição inicial do laser, conforme demonstrado na figura a seguir.
Aumente o valor da corrente até 1 A e veja que a posição do feixe do laser irá mudar:
• Movimente o cursor do pêndulo de torção até que o feixe de laser volte à posição inicial. Este será
o ângulo de torção para a corrente de 1 A.
• Sem alterar nada no sistema, aumente a corrente para 2 A e repita o procedimento, ou seja, traga
o feixe de laser de volta à posição inicial no cursor do pêndulo de torção.
• Para preencher a segunda tabela da análise de dados, mantenha a mesma bobina, porém alterando
para 5 o número de espiras. Veja a ligação na figura a seguir:
• Coloque agora a bobina de 400 mm para 10 espiras e preencha a terceira tabela da análise
de dados.
µ 0 .I
B = N.
2R
B = (cte) . Nα . Iβ . Rγ
200mm I (A) 1 2 3 4 5 6
10 espiras θ (º)
200mm I (A) 1 2 3 4 5 6
5 espiras θ (º)
400mm I (A) 1 2 3 4 5 6
10 espiras θ (º)
5. Faça os gráficos de I (A) x θ (º) para as três condições das tabelas anteriores. Trace uma reta média
para cada um dos casos.
Figura 196
Resumo
Exercícios
Questão 1. Em uma experiência de laboratório, como mostra a figura a seguir, foi utilizada a
resistência de um chuveiro, que, no experimento, será alimentada por uma fonte de alimentação
de 220V.
B
A
Figura
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Sabe-se que a resistência pode operar em duas configurações: uma quando ela é ligada ao circuito
pelos terminais A e C, outra quando ela é ligada pelos terminais B e C. Sabe-se também que a potência
consumida é 4.400 W na primeira configuração e 2.200 W na segunda. Considere que essa resistência
seja uma resistência pura.
Sabendo que a potência em uma carga é igual ao produto da tensão pela corrente (P = V . I), que a
relação entre tensão e corrente em uma carga resistiva é igual ao próprio valor da resistência (R = V/I) e
que a energia em uma carga de potência constante é dada pelo produto da potência pelo tempo (E = P . t),
conclui-se que:
A) É adequado o uso de um disjuntor de 15 A para proteger o circuito, qualquer que seja a configuração
usada na resistência.
E) A potência independe do valor da resistência, visto que é dada pelo produto da tensão pela
corrente.
A) Alternativa incorreta
Justificativa: para as configurações A-C e B-C, podemos calcular as correntes, conforme segue:
PA −C 4400
I=
A −C = = 20 A
V 220
PB−C 2200
I=
B−C = = 10 A
V 220
Precisamos escolher um disjuntor que suporte corrente elétrica superior à corrente utilizada para que
ele não desarme. Para a configuração B-C, poderíamos usar um disjuntor de 15 A. Com a configuração
B-C, o disjuntor de 15 A desarmaria, sendo necessário um disjuntor maior que 20 A.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a partir das correntes elétricas calculadas para as duas configurações, podemos calcular
a resistência em cada um dos casos, conforme segue:
Unidade IV
V 220
RA −C= = = 11Ω
IA −C 20
V 220
RB=
−C = = 22 Ω
IB−C 10
Temos resistência maior na configuração B-C (22 Ω) do que na A-C (11 Ω).
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: como a energia é proporcional à potência, ∆E = P . ∆t, uma potência maior implica
maior gasto de energia. Temos maior potência na configuração A-C e, consequentemente, o gasto de
energia nessa configuração é maior do que na B-C.
D) Alternativa correta.
Justificativa: ligamos a resistência a uma fonte de tensão diferente. Como os valores calculados para
as resistências continuam os mesmos. Calculamos, então, a corrente para o chuveiro na posição A-C em
V 110
110 V: =I = = 10 A
R 11
Com a corrente, podemos calcular a potência gasta nessa situação:
= = 110.10
P V.I = 1100 W
Logo, a potência desse chuveiro, na configuração A-C, quando ligado em uma rede de 110 V, é de
1.100 W.
E) Alternativa incorreta
V V2
= = V. =
P V.I
R R
Tensão
igual a zero
Figura
Sabe-se que a escala vertical é tal que cada divisão representa 0,5 V e que, na escala horizontal, cada
divisão representa 100ms. Considerando a figura, é possível afirmar que:
II – O pico de tensão é de + 8 V.
A) I, apenas.
B) II, apenas,
C) I e III, apenas
D) II e III, apenas
E) I, II e III.
Figura 1
Figura 2
Figura 34
Figura 45
CAREY, F. A. Química orgânica. 7. ed. São Paulo: Bookman, 2011. v. 1, p. 454. Adaptada.
Figura 72
Figura 93
Figura 94
Figura 95
Figura 105
Figura 123
Figura 125
Figura 127
Figura 128
Figura 135
Figura 136
Figura 137
Figura 138
Figura 186
REFERÊNCIAS
Textuais
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Exercícios