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Roteiros

Eletricidade e Magnetismo
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

ROTEIROS EXPERIMENTAIS I

Lei de Ohm

Quando ligamos uma lâmpada, estamos na verdade ligando o filamento metálico a uma tensão
(ou diferença de potencial) que provoca um fluxo de cargas elétricas através do condutor. Como
é de imaginar, há vários fenômenos ocorrendo nesse simples ato, e três grandezas são de extrema
importância para definir todos os fenômenos da eletrodinâmica: corrente elétrica, diferença de
potencial e resistência.

Essas três grandezas serão abordadas com detalhes na introdução teórica que faremos a seguir,
porém, já podemos dizer que a Lei de Ohm (criada por Georg Simon Ohm – físico alemão que viveu entre
1789 e 1854) as relaciona de forma espetacular.

A Lei de Ohm está associada à grande maioria dos aparelhos elétricos que vemos em nosso dia a dia,
desde coisas simples, como uma lâmpada, até coisas mais complexas, como uma usina.

Figura 127 – Lâmpada de filamento


Unidade IV

Figura 128 – Usina nuclear

Para uma melhor organização do conteúdo, separamos as Leis de Ohm em duas: a Primeira Lei de Ohm
relaciona a diferença de potencial com a corrente que percorre o condutor, e a Segunda Lei de Ohm determina
que a resistência de um fio condutor é diretamente proporcional ao tamanho do fio e inversamente proporcional
à área da secção.

Saiba mais

Para visualizar algumas aplicações das Leis de Ohm na tecnologia


atual, acesse:

OHM LAW. Learn all about Ohm’s law. 2018. Disponível em: <http://
ohmlaw.com/5‑practical‑applications‑of‑ohms‑law‑in‑daily‑life/>. Acesso
em: 5 jul. 2018.

Objetivo

Propomos agora um experimento cujo objetivo é comprovar experimentalmente a Primeira Lei de


Ohm através da determinação experimental da curva característica de um resistor.

Fundamentação teórica

A corrente em um condutor é definida como o fluxo de carga elétrica através da secção transversal
de um condutor por unidade de tempo:

∆Q
I=
∆t
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

em que:

∆Q = quantidade de carga que atravessa a secção transversal do condutor (C)

∆t = tempo (s)

I = corrente elétrica média no intervalo de tempo (A)

A unidade de corrente no sistema internacional é ampère (A). Considera‑se que 1A = 1C/s.

A corrente elétrica é impelida por uma diferença de potencial, que produz uma força elétrica sobre
as cargas livres. A figura a seguir mostra uma corrente I percorrendo um segmento de fio condutor de
comprimento L e área transversal A. Como o campo elétrico E, de modo geral, sempre está no sentido da
diminuição do potencial elétrico, o potencial Va é maior que o potencial Vb. Imaginando‑se a corrente
como fluxo de cargas positivas, essas cargas se movem no sentido da diminuição do potencial.
Va Vb

I
L

q
→ v
E A

Figura 129 – Seguimento de fio percorrido por corrente I

O potencial entre os pontos a e b é dado por:

∆V = Va - Vb = E . L

em que:

E = campo elétrico (N/C)

L = comprimento do fio (m)

DV = diferença de potencial ou tensão (V)

A unidade da diferença de potencial são os volts. Considera‑se que 1V = 1J/C.

Efetivamente, a Primeira Lei de Ohm relaciona a diferença de potencial à corrente. A relação entre
essas duas grandezas é chamada de resistência:
Unidade IV

∆V
R=
I

em que:

R = resistência elétrica, dada, em unidades do SI, por ohm (Ω)

I = corrente elétrica (A)

DV = diferença de potencial (V)

Para a ampla maioria dos materiais, a resistência não depende da tensão elétrica aplicada.
Os materiais com essa característica, entre eles muitos metais, são chamados de materiais
ôhmicos. Para materiais não ôhmicos, cuja resistência depende da corrente, a tensão V não é
proporcional à corrente I.
I(A) I(A)

U(V) U(V)

Figura 130 – Gráficos da corrente em função da tensão para materiais ôhmicos (da esquerda) e para materiais não ôhmicos (da direita)

A Segunda Lei de Ohm mostra que a resistência elétrica de um condutor também pode ser
determinada da seguinte forma: considere um condutor de comprimento L, área da secção transversal
A e resistividade ρ, de acordo com a figura a seguir.

A ρ

Comprimento L

Figura 131 – Fio condutor com área, comprimento e resistividade conhecidos

A resistência elétrica do fio poderá ser determinada por:

L
R = ρ.
A

A resistividade ρ é uma grandeza que indica o quanto o material se opõe à passagem de corrente
elétrica. Sua unidade é Ω.m.
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Materiais utilizados

Os materiais utilizados para a realização desse experimento são:

• Resistor de 470Ω.

• Voltímetro 0 – 15V.

• Multímetro.

• Fonte DC.

• Cabo banana.

Figura 132 – Material utilizado na experiência das Leis de Ohm

Procedimento experimental

Faça a ligação do circuito conforme indicado na figura a seguir e utilize como amperímetro o
multímetro digital.

Amperímetro
A

V +
V 470 Ω - Fonte

Figura 133 – Montagem experimental

Uma vez ligado o multímetro, adote os procedimentos a seguir:


Unidade IV

• Varie a tensão no gerador até que o voltímetro (ligado em paralelo ao resistor) indique 1 V.

• Faça a medida de corrente elétrica com o multímetro e complete a primeira linha da tabela do
exercício 4 do subitem a seguir, sobre análise de dados.

• Repita os procedimentos anteriores para as tensões 2 V, 3 V, 4 V, 5 V e 6 V.

• Faça o gráfico de corrente x tensão e trace a curva média.

• Determine o valor experimental da resistência do resistor fazendo o coeficiente angular da reta


(exercício 6 da análise de dados).

Análise e interpretação de dados

1. Qual é o objetivo do experimento?

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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Quais são as precisões dos instrumentos utilizados?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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3. Desenhe o esquema do circuito utilizado.


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

4. Monte o circuito como descrito no procedimento experimental e preencha a tabela:

Tabela 1

Tensão – V (V) Corrente – i (A)


1V
2V
3V
4V
5V
6V

5. Construa o diagrama cartesiano de corrente elétrica x tensão.

Figura 134
Unidade IV

6. Determine o valor experimental da resistência do resistor pelo coeficiente angular da reta.

7. Compare o valor teórico e experimental da resistência com o cálculo do erro.

exp. − tab.
E% = * 100
tab.

8. Os objetivos propostos neste experimento foram alcançados? Justifique sua resposta.

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Saiba mais

Para conhecer um pouco mais os princípios de funcionamento do


multímetro, acesse:

INSTITUTO NEWTON C. BRAGA. Como funciona o multímetro (INS069).


[s.d.]. Disponível em: <http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/instrume
ntacao/108artigos‑diversos/1899‑ins069>. Acesso em: 28 jun. 2018.

Bipolo gerador

Por definição, geradores são dispositivos que transformam qualquer tipo de energia em elétrica.
Geradores químicos, por exemplo, como pilhas e baterias, transformam energia química em elétrica.

Figura 135 – Pilhas são exemplos de geradores químicos

Mas há vários outros tipos de gerador que podemos citar: geradores mecânicos são os mais comuns
e transformam energia mecânica em elétrica. As usinas hidrelétricas e os alternadores de veículos são
exemplos de geradores mecânicos.

Figura 136 – Exemplo de geradores mecânicos


Unidade IV

Geradores térmicos, cujos exemplos mais importantes são as usinas de carvão e petróleo, transformam
energia térmica em elétrica.

Figura 137 – Exemplo de geradores térmicos (Usina Termelétrica de Camaçari)

Geradores nucleares, por sua vez, transformam energia nuclear em elétrica. Como é de supor, o
melhor exemplo desse tipo de gerador são as usinas nucleares.

Figura 138 – Exemplo de geradores nucleares (usina nuclear na Finlândia)

Geradores solares transformam energia solar ou luminosa em elétrica. Um exemplo clássico desse
tipo de gerador são as placas solares. Esse tipo de energia é sustentável e, cada vez mais, está sendo
utilizado como uma alternativa para fontes não sustentáveis – o petróleo, por exemplo.

Os receptores fazem justamente o inverso dos geradores, ou seja, transformam energia elétrica em
qualquer outro tipo de energia. No nosso dia a dia, estamos absolutamente cercados de receptores
elétricos e, como exemplo, podemos citar: ventiladores, liquidificadores e geladeiras.
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Objetivo

Propomos agora um experimento cujo objetivo é levantar a curva característica de um gerador e,


dessa forma, determinar experimentalmente a sua força eletromotriz e a sua resistência interna.

Fundamentação teórica

Se há algum movimento contínuo de cargas em um condutor, é necessário haver uma fonte


permanente de energia elétrica. Em outras palavras, precisamos ter uma diferença de potencial entre os
terminais do referido condutor.

A força eletromotriz (conhecida também como FEM) é o dispositivo que fornece energia elétrica ao
circuito, ou seja, que mantém a diferença de potencial entre os terminais do condutor.

Podemos dizer que a força eletromotriz é o equivalente ao trabalho realizado para tirar 1 coulomb
de carga do polo negativo para o polo positivo.

+ -

Figura 139 – Representação da força eletromotriz em uma bateria

Matematicamente, essa sentença é escrita como:


E=
dQ

em que:

τ = trabalho realizado para tirar a carga do polo negativo e levar para o polo positivo (J)

Q = quantidade de carga (C)

E = força eletromotriz (V)

Podemos também representar essa equação da seguinte forma:

dτ = E . dQ
Unidade IV

Se dividimos tudo por dt, temos:

dτ dQ
= E.
dt dt

P=E.I

em que P representa a potência total gerada (w).

Como se pode imaginar, um gerador não consegue fornecer toda a potência elétrica que origina.
Por isso, podemos dizer que há uma potência dissipada e uma potência útil. O esquema a seguir
representa a divisão da potência em um gerador:
Potência dissipada
Potência total Pd = r . I2
Gerador Potência útil
PT = E . I
Pu = U . I

Figura 140 – Esquema do gerador para a potência total, útil e dissipada

Considerando o esquema do gerador, podemos escrever:

PT = PU + PD

E . I = U . I + r . I2

E=U+r.I

E assim chegamos à equação do gerador:

U=E-r.I

em que:

U = diferença de potencial nos polos do gerador (V)

I = corrente elétrica que passa pelo gerador (A)

E = força eletromotriz (V)

r = resistência interna do gerador (Ω)

Desse modo, podemos representar um gerador com uma força eletromotriz e uma resistência interna,
como na figura a seguir:
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

r E

Corrente

Figura 141 – Representação esquemática de um gerador

Com a equação do gerador, podemos obter a curva característica do gerador (tensão em função da
corrente), tal como mostra o esquema a seguir:
U(V)
E

0 Icc I(A)

Figura 142 – Curva característica do gerador

Na curva característica, o ponto em que a reta corta o eixo da tensão (corrente zero) representa a
força eletromotriz e o ponto em que a reta corta o eixo da corrente (tensão zero) representa a corrente
de curto-circuito.

A corrente de curto-circuito pode ser calculada da seguinte forma:

E
Icc =
r

Lembrete

A corrente de curto‑circuito é a corrente máxima que um gerador


elétrico pode apresentar.

Materiais utilizados

Os materiais utilizados para a realização desse experimento são:

• Voltímetro analógico (0 – 15 V).

• Amperímetro analógico (0 – 100 mA).


Unidade IV

• Reostato de 500 Ω.

• Porta‑pilhas.

• Cabo banana.

Figura 143 – Material utilizado na experiência do bipolo gerador

Procedimento experimental

Faça a ligação conforme indicado na figura a seguir:

+
- E
V
Voltímetro

r Amperímetro Reostato
A

Figura 144 – Montagem experimental da experiência de bipolo gerador

Devemos lembrar que a ligação deve ser feita de modo a usar o resistor do porta‑pilhas (montar em
acordo com a figura seguinte).

Figura 145 – Ligação dos fios no porta‑pilhas


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Tenha cuidado na ligação do reostato. Lembre‑se de que um dos pontos deve estar ligado ao cursor
do reostato. Veja detalhes na figura:

Figura 146 – Foto da montagem experimental da experiência de bipolo gerador

Na sequência, adote os seguintes procedimentos:

• Ajuste o reostato de modo a obter 1,5 V no voltímetro e anote, na primeira tabela da análise de
dados, os valores de corrente.

• Repita o procedimento anterior para todos os valores de tensão indicados na primeira tabela da
análise de dados.

• Tenha o cuidado de reparar que, neste experimento, à medida que aumentamos a tensão, a
corrente tende a diminuir.

• Complete a terceira coluna da primeira tabela da análise de dados (potência útil) utilizando a
seguinte equação:

Pu = U. I

em que:

P = potência útil (mW)

U = tensão (V)

I = corrente (mA)
Unidade IV

Utilizando o multímetro como ohmímetro, faça a medida da resistência interna do gerador na parte
de baixo do porta‑pilhas.

Análise e interpretação de dados

1. Qual é o objetivo do experimento?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Quais são as precisões dos instrumentos utilizados?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Desenhe o esquema do circuito utilizado.

4. Monte o circuito como descrito no procedimento experimental e preencha a tabela a seguir:

Tabela 2

Tensão – V (V) Corrente – I (mA) Potência – P (mW)


1,5
2,0
2,5
3,0
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

3,5
4,0
4,5
5,0
5,5

5. Construa o diagrama cartesiano de corrente elétrica x tensão.

Figura 147

217
Unidade IV

6. Determine o valor experimental da força eletromotriz e da corrente de curto-circuito.

7. Determine o valor da resistência interna considerando a equação a seguir:

E
r=
Icc
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

8. Construa o diagrama cartesiano de corrente elétrica x potência.

Figura 148

9. Para qual valor de corrente temos a maior potência útil?


Unidade IV

10. Compare o valor teórico e experimental da resistência interna com o cálculo do erro.
(Obs.: considere o valor teórico como o valor medido com o multímetro na parte de baixo do
porta‑pilhas.)

exp. − tab.
E% = * 100
tab.

11. Os objetivos propostos neste experimento foram alcançados? Justifique sua resposta.

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Osciloscópio

O osciloscópio é um aparelho de medida de tensão em circuitos elétricos com muito mais recursos
do que os de um multímetro. Ele permite que vejamos a forma de onda do sinal elétrico de entrada ou,
em outras palavras, o modo como o sinal elétrico está variando com o tempo.

Hoje em dia, a maioria dos osciloscópios são digitais, mas ainda é possível encontrar osciloscópios
analógicos. A qualidade de ambos, quando de boas marcas, é similar.

A utilização do osciloscópio pode ser feita por profissionais nas mais diversas áreas, como na
medição de ondas cerebrais, por um técnico que faz reparos em equipamentos domésticos ou até por um
pesquisador da área de física nuclear. A utilidade do osciloscópio não se limita ao mundo da eletricidade.

Os osciloscópios mais tradicionais são os analógicos, mas temos os osciloscópios digitais. Eles ganham
no quesito taxa de amostragem (resolução da forma de onda apresentada) e memória (tamanho da forma
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

de onda) quando comparados aos osciloscópios analógicos. Entretanto, num osciloscópio analógico, a
tela é mais do que adequada para a análise dos sinais em tempo real.

Observação

Um grande benefício do osciloscópio digital é que geralmente é


equipado com portas USB e, portanto, pode ser conectado a um computador
e armazenar formas de onda. Os princípios envolvidos na construção
de osciloscópios são empregados em diversos equipamentos, como nos
refletômetros, utilizados na localização de falhas em cabos de potência.
A importância dos osciloscópios é muito maior do que se pode imaginar em
um primeiro momento de estudo.

Objetivo

Propomos agora um experimento cujo objetivo é fazer com que você, aluno, aprenda a realizar
medidas de tensão contínua, tensão alternada e frequência com um osciloscópio.

Fundamentação teórica

O principal componente de um osciloscópio é um tubo de raios catódicos, no qual uma tensão


aplicada gera a emissão de um elétron dentro desse tubo. Uma diferença de potencial é aplicada para
acelerar esse elétron em uma tela de material fotoluminescente, que emite luz quando o elétron a atinge.
Por meio de campos elétricos perpendiculares à trajetória do elétron (placas defletoras), é possível ainda
deslocar sua trajetória tanto na direção vertical como na direção horizontal.

O osciloscópio possui duas entradas para cabos coaxiais, de forma que é possível trabalhar com dois
sinais distintos. A tela do tubo de raios catódicos de que falamos anteriormente é a tela do osciloscópio.

Figura 149 – Osciloscópio com as duas entradas coaxiais


Unidade IV

Sobre cada uma das entradas, temos o controle vertical, no qual é possível ajustar o campo elétrico
e deslocar o sinal elétrico produzido pelo feixe de elétrons, mostrado na tela. Temos o ajuste de ganho,
que indica o valor de tensão de cada divisão da tela na vertical. Se temos um sinal que ocupa quatro
divisões na tela, por exemplo, com ganho de 2V/div ou 2 volts por divisão, a tensão deve ser lida como
4x2 = 8V.

Note que temos ainda uma escala mais fina na linha vertical do centro da tela, em que cada
divisão principal possui 5 divisões menores, ou seja, cada uma representa 0,2 da divisão principal.
Se considerarmos a precisão como metade dessa divisão, a precisão de uma medida com o
osciloscópio será 0,1 vezes o ganho, ou seja, a precisão dependerá do ganho selecionado.

Podemos ainda ajustar a direção horizontal do sinal. Para tanto, temos, à esquerda do osciloscópio,
um botão que ajusta a escala do tempo (time/div) (conforme figura a seguir) no sinal mostrado. Podemos
ajustar esse seletor para exibir a onda na tela de forma adequada.

Figura 150 – Ajuste de escala temporal e ajuste horizontal do sinal

Na direção horizontal, podemos fazer medidas da frequência da tensão alternada. Definimos período
como a separação horizontal entre dois picos ou vales sucessivos da onda. Medimos esse deslocamento
contando as divisões e subdivisões na direção horizontal, e multiplicamos pela escala de tempo que está
selecionada (time/div). Se a separação entre dois picos consecutivos é de 2 divisões e o seletor de escala
de tempo está em 0,5 s, o período do sinal é de 2x0,5 = 1 s.

Podemos ainda usar o osciloscópio para comparar dois sinais distintos. Para tanto, temos que desligar
a varredura temporal na direção x e selecionar o modo x‑y. Devemos injetar um sinal em uma entrada
coaxial e outro na outra entrada. Se as frequências dos sinais se relacionam por um número inteiro,
temos a formação de figuras fechadas na tela, conhecidas como figuras de Lissajous.

Materiais utilizados

Os materiais utilizados para a realização desse experimento são:

• Osciloscópio analógico de 20 MHz.


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

• Gerador de áudio.

• Fonte DC.

• Multímetro.

• Conversor BNC‑banana.

• Cabos banana.

Figura 151 – Material utilizado na experiência do osciloscópio

Procedimento experimental

Parte 1: medida de tensão contínua

Ligue o osciloscópio, ajuste os controles de brilho e foco, coloque o conversor BNC‑banana no canal
2, posicione a chave seletora de tensão do canal 2 em DC e selecione GND para o canal 1.

Figura 152 – Osciloscópio para medida de tensão contínua

Em seguida, ligue o gerador DC ao canal do osciloscópio de acordo com o que se vê na figura


a seguir:
Unidade IV

Figura 153 – Montagem experimental do osciloscópio para medida de tensão contínua

Uma vez feito isso, adote os seguintes procedimentos:

• Selecione 1 V no gerador DC, ajuste o melhor ganho para a realização da medida e anote-o na
primeira tabela do item de análise de dados.

• Verifique o deslocamento vertical Y do traço e calcule a tensão medida pelo osciloscópio fazendo:
U = Y.Ganho (ver primeira tabela do item de análise de dados).

• Repita esses passos para as tensões 2 V, 3 V, 4 V, 5 V e 6 V.

Parte 2: medida da tensão alternada

Desligue o controle de varredura do osciloscópio e passe a chave seletora do canal 2 de DC para AC.
Na sequência, ligue o gerador de áudio ao osciloscópio (como mostrado na figura a seguir) e coloque
um multímetro para a medição da tensão alternada na saída do gerador.

Figura 154 – Montagem experimental do osciloscópio para medida de tensão alternada


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Uma vez feito tudo isso, adote os seguintes procedimentos:

• Selecione 1 kHz no gerador de áudio (medida apenas de referência).

• Varie a amplitude do gerador e selecione um valor aleatório (anote o valor indicado no multímetro
na segunda tabela da análise de dados).

• Ajuste o melhor ganho para a realização da medida no osciloscópio e anote-o na segunda tabela
do item de análise de dados.

• Faça a medida do tamanho do traço e calcule a tensão de pico a pico no osciloscópio, fazendo:
U = Y.Ganho (ver segunda tabela do item de análise de dados).

• Sabendo que o multímetro faz a leitura da tensão eficaz, para poder comparar, determine a tensão
eficaz pela equação a seguir:

Upp
Uef =
2. 2

• Repita os passos para, pelo menos, mais cinco valores aleatórios de tensão alternada. Preencha
todos os valores na segunda tabela da análise de dados.

Parte 3: medida da frequência

Ligue o controle de varredura do osciloscópio e mantenha a chave seletora do canal 2 em AC.


Lembre‑se de que o traço horizontal deve coincidir com o eixo horizontal da tela.

Ligue o gerador de áudio ao osciloscópio (como mostrado na figura a seguir).

Figura 155 – Montagem experimental do osciloscópio para a medida de frequência


Unidade IV

Na sequência, adote os seguintes procedimentos:

• Selecione o valor de 1 kHz de frequência no gerador de áudio e mantenha constante um valor


qualquer de amplitude.

• Selecione, no controle de varredura, um valor de modo a obter na tela uma imagem que permita
ver nitidamente um período (conforme figura a seguir). Anote os valores na terceira tabela da
análise de dados.

Figura 156 – Medida do período no osciloscópio

• Faça a medida do tamanho do sinal X de acordo com o que é mostrado na figura anterior, ou seja,
de um pico a outro.

• Calcule o período do sinal fazendo T = X.(CV).

• Calcule a frequência fazendo f = 1/T.

• Repita os passos para as frequências 1,5 kHz, 2 kHz, 2,5 kHz, 3 kHz e 3,5 kHz, de acordo com o que
é mostrado na terceira tabela da análise de dados.

Análise e interpretação de dados

1. Qual é o objetivo do experimento?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

2. Quais são as precisões dos instrumentos utilizados?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Monte o circuito como descrito no procedimento experimental e preencha as tabelas a seguir:

Tabela 3 – Medidas utilizando tensão contínua

Constante de
Tensão no gerador DC Deslocamento Tensão no osciloscópio
proporcionalidade
U (V) Ganho (V/div) Y (div) U = Ganho.Y
1
2
3
4
5
6

Tabela 4 – Medidas utilizando tensão alternada

Tensão no Constante de Tensão de pico a


Deslocamento Tensão eficaz
voltímetro proporcionalidade pico
Uef (V) Ganho (V/div) Y (div) Upp = Ganho.Y Uef (V)

Tabela 5 – Medida da frequência

Frequência no Controle de Comprimento da onda Período Frequência


gerador de áudio varredura
f (kHz) CV (tempo/div) X (div) T = (CV).X f (kHz)
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Unidade IV

4. Os objetivos propostos neste experimento foram alcançados? Justifique sua resposta.

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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ROTEIROS EXPERIMENTAIS II

Circuito RL e RC em série

Quando trabalhamos com corrente alternada (AC ou CA), podemos construir circuitos RC (resistor e
capacitor) em série, usando resistores e capacitores em série, ou ainda circuitos RL (resistor e indutor)
em série, utilizando resistores e indutores em série.

Os sistemas residenciais, por exemplo, são alimentados por corrente alternada e, de maneira geral,
a tensão e a corrente sofrem uma variação com o tempo, assim como apresentado na figura a seguir.

+V
max

Tempo

-V
min

Figura 157 – Variação da tensão com o tempo

No Brasil, ocorrem 120 inversões do sinal a cada segundo, ou seja, a corrente elétrica, a cada segundo,
percorre o condutor 60 vezes em um sentido e 60 vezes no sentido contrário. Por isso, dizemos que a
corrente elétrica tem frequência de 60 Hz. Outros países, como o Japão, utilizam a frequência de 50 Hz.

Essa variação é decorrente do processo natural de geração de energia, e cerca de 67% do total de
energia no Brasil é proveniente de hidrelétricas.

Os circuitos RC em série e RL em série são empregados quando precisamos de filtros no circuito para
restringir a passagem de altas frequências (filtros passa‑baixas) ou baixas frequências (filtros passa‑altas).

Por exemplo, um circuito RC em série, quando medido no capacitor, torna‑se um filtro para baixas
frequências, ou seja, é um filtro passa‑alta, como mostrado na figura a seguir.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

fc Frequência (Hz)

Filtro passa-alta

Figura 158 – Exemplo de um filtro passa-alta

Um circuito RL em série, quando medido no indutor, torna‑se um filtro para altas frequências, ou
seja, é um filtro passa‑baixa, como mostrado na figura a seguir.
R

fc
L

Frequência (Hz)

Filtro passa-baixa

Figura 159 – Exemplo de um filtro passa-baixa

Lembrete

Os circuitos RC e RL em série, quando submetidos a tensões alternadas,


não apresentam a corrente em fase com a tensão.

Objetivo

Este experimento tem dois objetivos:

• estudar o comportamento da tensão no indutor e no resistor em um circuito RL em série ao variar


a frequência da fonte;
Unidade IV

• estudar o comportamento da tensão no capacitor e no resistor em um circuito RC em série ao


variar a frequência da fonte.

Fundamentação teórica

Em um circuito com corrente alternada, a tensão sofre uma variação com o tempo e, dessa forma,
grandezas como frequência e período devem ser consideradas.

Tensão Contínua

Tempo

Alternada
Tensão
T
Umax f = 1/T

Tempo

-Umax

Figura 160 – Diferença entre circuito de corrente contínua e corrente alternada

T indica o período e é dado em segundos; representa o tempo para que a tensão complete um ciclo.
Já f é a frequência, que é calculada em hertz e representa o número de ciclos que temos em um segundo.

A relação entre as duas grandezas é f = 1/T.

A tensão, em um circuito de corrente alternada, deve ser apresentada como uma equação dependente
do tempo:

U = Umax . cos(ωt)

Como o cosseno é uma função limitada entre ‑1 e +1 e desejamos representar sinais de tensões
além dessa faixa, multiplicamos essa função por uma amplitude Umax, conhecida como tensão máxima.
Como argumento do cosseno, temos o produto da pulsação ω pelo tempo. O argumento do cosseno é
ainda chamado de fase, representada pela letra grega θ, ou seja:

θ = ωt
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

A pulsação se relaciona com a frequência f do sinal pela expressão

ω = 2πf

A frequência é ainda o inverso do período da onda, ou seja:


ω=
T

Existem duas formas de estudar circuitos em correntes contínuas: a primeira envolve cálculos usando
exponenciais complexas; a segunda usa fasores. O uso de fasores é matematicamente mais simples e
facilita a visualização das diferenças de fase entre os diversos componentes do circuito.

O fasor é um segmento orientado, também conhecido como ponteiro girante, de módulo igual a
Umax e formando ângulo θ = ωt em relação ao eixo horizontal. Esse eixo horizontal é chamado de eixo
polar. Como o tempo segue sempre em sentido crescente, o ângulo entre o fasor e o eixo polar sempre
aumenta e, dessa forma, o fasor apresenta rotação no sentido anti‑horário.

Umax

ωt

U = Umax . cosωt

Figura 161 – Diagrama fasorial para tensão alternada

A projeção desse fasor sobre o eixo polar é igual a Umax . cosωt, ou seja, a projeção do fasor sobre o
eixo polar é igual à tensão para um dado instante t.

Considere um circuito com um resistor ligado a um gerador de tensão alternada (como mostrado na
figura a seguir).

+
R
-

Figura 162 – Circuito com gerador de corrente alternada ligado a um resistor


Unidade IV

A relação entre tensão e corrente em um resistor é dada pela primeira lei de Ohm, U = R. I. Isolando
a corrente nessa expressão, temos:

U
I=
R

A lei de Ohm é válida tanto para o caso de tensão contínua como para o caso de tensão alternada.
Substituindo nessa expressão a equação para a tensão alternada, temos:

Umax .cos ωt
I=
R

A lei de Ohm é válida para qualquer valor de tensão e resistência, inclusive para os valores máximos.
Temos então que:

Umax
= Imax
R

I(t) = Imax . cosωt

Comparando as expressões para tensão e corrente em um resistor em corrente alternada,


vemos que as expressões são similares e que os argumentos da função cosseno são idênticos.
Se traçarmos um fasor para a tensão e outro para a corrente, veremos que ambos os fasores giram
juntos. Então, tensão e corrente estão em fase. Se fizermos o gráfico cartesiano para tensão e
corrente, veremos que os pontos de mínimo e máximo de ambas as curvas ocorrem para um
mesmo instante.

Imax
Umax

ωt Eixo polar

U = Umax . cosωt

I = Imax . cosωt

Figura 163 – Diagrama fasorial para tensão e corrente no resistor


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Imax

Umax

Figura 164 – Forma de onda da tensão e corrente no resistor

Consideremos um capacitor ideal em um circuito de corrente contínua. Para o capacitor, vale a relação

Q=C.U

em que Q é a carga armazenada no capacitor, C a sua capacitância (capacidade de armazenar carga)


e U, a tensão.

Substituindo nessa expressão a equação para a tensão alternada, temos

Q  C.Umax .cos(t)

Sabendo que a corrente elétrica I é a taxa de variação da carga,

I = dQ/dt

podemos escrever a corrente para um capacitor em CA:

d
I= CUmax.cos ( ωt )
dt

Como a tensão máxima e a capacitância são constantes,

d
I = C.Umax cos ( ωt ) = −C.Umax .ω.sen ( ωt )
dt

Mas usando a identidade

 π
− sen ( ωt ) = cos  ωt + 
 2
Unidade IV

chegamos a

 π
I = Umax .ω.C.cos  ωt + 
 2

Definindo reatância capacitiva XC:

1
XC =
ωC

Com a relação entre tensão máxima e corrente máxima no capacitor sendo dada por

Umax= XC . Imax

temos:

Umax  π  π
I= cos  ωt +  = Imax cos  ωt + 
XC  2  2

Comparando as expressões para tensão e corrente de um capacitor em CA, vemos que ocorre uma
diferença de fase de π/2. Fazendo a representação por fasores, vemos que a corrente está adiantada de
π/2 em relação à tensão.

Imax

Umax

ωt Eixo polar

Figura 165 – Diagrama fasorial para tensão e corrente no capacitor

Considere um indutor ideal em corrente alternada. O caso do indutor é similar ao do capacitor, mas
a diferença de fase surge com o sinal oposto, ou seja, a tensão será dada por:

U = Umax.cos(ωt)

Já a corrente será dada pela função:

 π
I = Imax.cos  ωt − 
 2
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Para chegar a essa expressão, definimos uma reatância indutiva XL, em que:

XL = ωL

Vemos, então, que, para o caso de um indutor, a corrente está atrasada de π/2 em relação à tensão.

Umax

ωt Eixo polar

Imax

Figura 166 – Diagrama fasorial para tensão e corrente no indutor

Para o caso de um circuito RC em série, temos a corrente como referência (em um circuito em série,
a corrente é a mesma). A tensão no capacitor está π/2 atrasada.

-
C

Figura 167 – Circuito RC em série

Umax (resistor)
Imax

ωt Eixo polar

Umax (capacitor)

Figura 168 – Diagrama fasorial do circuito RC em série


Unidade IV

Nesse caso, a tensão total do circuito será dada por:

=
U UR2 + U2C

em que:

U = tensão total (V)

UR = tensão no resistor (V)

UC = tensão no capacitor (V)

É importante ressaltarmos que, em circuitos de corrente alternada, a resistência não é a única


grandeza que impede a passagem de corrente elétrica. Efeitos como a indutância, quando temos um
circuito com bobinas, ou a capacitância, quando temos um circuito com capacitores, também podem
impedir a passagem de corrente elétrica. Dessa forma, podemos definir a grandeza impedância, que, na
verdade, representa a resistência total do circuito e é uma função da frequência do sinal da fonte.

Para o caso do circuito RC em série, a impedância, em ohms, é:

=Z R2 + X 2C

em que:

R = resistência (Ω)

XC = reatância capacitiva (Ω)

Para o caso de um circuito RL em série, temos a corrente como referência (em um circuito em série,
a corrente é a mesma). A tensão no indutor está π/2 adiantada.

-
L

Figura 169 – Circuito RL em série


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Umax (indutor)
Umax (resistor)
Imax

ωt Eixo polar

Figura 170 – Diagrama fasorial do circuito RL em série

Basicamente, indutores são bobinas e, como tais, são construídos através do enrolamento de fio
condutor que não possui resistividade nula. Em outras palavras, a resistência de uma bobina não é
desprezível. Como todas as resistências do circuito ficam em fase com a corrente, podemos representar
a tensão total do circuito como:

U= (UR + Ur )2 + UL2

em que:

U = tensão total (V)

UR = tensão no resistor (V)

Ur = tensão na resistência interna da bobina (V)

UL = tensão no indutor (V)

Para o caso do circuito RC em série, a impedância, em ohms, é:

Z= (R + r)2 + XL2

em que:

R = resistência (Ω)

r = resistência interna da bobina (Ω)

XL = reatância indutiva (Ω)


Unidade IV

Materiais utilizados

Os materiais utilizados para a realização desse experimento são:

• Placa com circuito RLC.

• Gerador de áudio.

• Multímetro.

• Osciloscópio analógico de 20 MHz.

• Conversor BNC‑banana.

• Fios de ligação.

Figura 171 – Materiais utilizados para a experiência RC e RL em série

Procedimento experimental

Circuito RC em série

Faça a montagem experimental do circuito RC em série conforme apresentado na figura a seguir:

R v

-
C Osciloscópio

Figura 172 – Montagem experimental para experiência do circuito RC em série


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Veja com mais detalhes, na figura a seguir, a ligação do circuito RC em série. Repare que na placa
utilizada nessa experiência não havia ligação entre o resistor e o capacitor. Dessa forma, precisamos
utilizar um fio para a ligação em série.

Figura 173 – Detalhes da montagem experimental

Varie a frequência do gerador de modo aleatório até que a primeira tabela da análise de dados seja
completada. Anote os valores de tensão no resistor e de tensão no capacitor. Tente usar valores de
frequência bem diferentes.

Cuidado ao anotar os valores de tensão no resistor. Lembre‑se de que o multímetro faz a leitura da
tensão eficaz e na tabela é pedido o valor da tensão de pico a pico. Como o osciloscópio nos fornece a
tensão de pico a pico, não teremos problemas na medida do capacitor.

Upp = 2,38 . Uef

Calcule também, para cada caso, a corrente de pico a pico e a reatância capacitiva, conforme é
mostrado na primeira tabela da análise dados.

URpp
Ipp =
R

C
Upp
XC =
Ipp

Circuito RL em série

Faça a montagem experimental do circuito RL em série conforme apresentado na figura a seguir.


Unidade IV

R v

-
L Osciloscópio

Figura 174 – Montagem experimental para experiência do circuito RL em série

Veja com mais detalhes na figura a seguir a ligação do circuito RL em série. Repare que, na placa
utilizada nesta experiência, foi necessário fazer um jump (usar um fio para produzir um curto‑circuito
entre dois pontos) para tirar o capacitor do circuito.

Figura 175 – Detalhes da montagem experimental

Varie a frequência do gerador de modo aleatório até que esteja completa a segunda tabela da
análise de dados. Anote os valores de tensão no resistor e tensão no indutor. Tente usar valores de
frequência bem diferentes.

Cuidado ao anotar os valores de tensão no resistor. Lembre‑se de que o multímetro faz a leitura da
tensão eficaz e na tabela é pedido o valor da tensão de pico a pico. Como o osciloscópio nos fornece a
tensão de pico a pico, não teremos problemas para a medida no capacitor.

Upp = 2,38 . Uef

Calcule também, para cada caso, a corrente de pico a pico e a impedância da bobina, conforme é
mostrado na segunda tabela da análise de dados.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

URpp
Ipp =
R

bob
Upp
X bob =
Ipp

Análise e interpretação de dados

1. Qual é o objetivo do experimento?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Quais são as precisões dos instrumentos utilizados?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Desenhe o esquema do circuito utilizado para os casos RC em série e RL em série.


Unidade IV

4. Monte o circuito como descrito no procedimento experimental e preencha as tabelas a seguir.

Tabela 6 – Circuito RC em série

Upp (V) – Upp (V) –


f (kHz) Ipp(A) XC (Ω) 1/f (s)
resistor capacitor

Tabela 7 – Circuito RL em série

f (kHz) Upp (V) – resistor Upp (V) – Bobina Ipp (A) Zbob (Ω)

Observação

Lembre‑se de que a medida de tensão feita pelo multímetro é a tensão


eficaz e, para converter para tensão de pico a pico (UPP), é necessário utilizar
a seguinte equação:

Upp = 2,38 . Uef


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

5. Construa o diagrama cartesiano de f(kHz) x Zbob (Ω).

Figura 176

6. Ajuste uma reta média que passe pela origem do gráfico f(kHz) x Zbob (Ω). Os pontos próximos se
desviam da origem? Se sim, por qual motivo isso acontece?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Unidade IV

7. Calcule, a partir do coeficiente angular da reta do gráfico f(kHz) x Zbob (Ω), a indutância L da
bobina. Para isso, considere:

(coef. angular)
L=

8. Compare o valor teórico e experimental da indutância com o cálculo do erro. (Obs.: o valor tabelado
da indutância está indicado na placa do circuito RLC.)

exp. − tab.
E% = * 100
tab.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

9. Construa o diagrama cartesiano de 1/f x XC (Ω).

Figura 177

10. Ajuste uma reta média para o gráfico 1/f x XC (Ω) e determine o coeficiente angular da reta.
Unidade IV

11. Determine o valor experimental da capacitância do capacitor considerando que:

1
C=
2π.(coef. angular)

12. Compare o valor teórico e experimental da capacitância com o cálculo do erro. (Obs.: o valor
tabelado da capacitância está indicado na placa do circuito RLC.)

exp. − tab.
E% = * 100
tab.

13. Os objetivos propostos nesse experimento foram alcançados? Justifique sua resposta.
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Circuito RLC

Nesta experiência, estudaremos o comportamento de um circuito de corrente alternada associado a


um resistor, a um capacitor e a um indutor, todos ligados em série (circuito RLC em série).

O circuito RLC aplicado a um gerador de corrente alternada é chamado de circuito ressonante.


Circuitos deste tipo são usados, por exemplo, para mudar a forma do sinal elétrico e são encontrados
em equipamentos de telecomunicações. Na verdade, circuitos RLC são responsáveis pela frequência do
sinal emitido ou recebido. Um exemplo clássico desse tipo de equipamento é o rádio.
C
R L

+
-

Figura 178 – Circuito RLC em série com indutor puro

Antena

Diodo de galena

Indutor Capacitor Capacitor do filtro Monofone de


variável passa-baixa impedância RL

Terra

Figura 179 – Circuito de um rádio de galena

Objetivo

O objetivo deste experimento é estudar o comportamento da tensão no circuito RLC, com a variação
da frequência da fonte, e determinar a frequência de ressonância do circuito.
Unidade IV

Fundamentação teórica

Em um circuito RLC ligado em série, temos um resistor, um capacitor e uma bobina real (indutor +
resistência interna) ligados conforme a figura a seguir:
Bobina
C
R L r

+
-

Figura 180 – Circuito RLC com bobina

Como sabemos, em uma associação em série, a corrente é a mesma para todos os elementos do
circuito e consideraremos:

I = Imaxcos(ωt)

A tensão se divide entre os elementos do circuito, de tal modo que:

• a tensão no resistor R e na resistência interna da bobina ficam em fase com a corrente;

• a tensão no indutor fica π/2 adiantada em relação à corrente (ver detalhes na fundamentação
teórica da experiência RL e RC em série);

• a tensão no capacitor fica π/2 atrasada em relação à corrente (ver detalhes na fundamentação
teórica da experiência RL e RC em série).

Umax (indutor)
Umax (resistores)
Imax

ωt Eixo polar

Umax (capacitor)

Figura 181 – Diagrama fasorial do circuito RLC em série


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Dessa forma, podemos dizer que a tensão total no circuito será dada pela seguinte função:

U= (UR + Ur )2 + (UL + UC )2

Essa função também pode ser apresentada por:

Z.I = (R.I + r.I)2 + (XL .I + X C .I)2

Como a corrente é mesma para todo o circuito:

Z= (R + r)2 + (XL + X C )2

em que:

Z = impedância (Ω)

U = tensão (V)

I = corrente (A)

R = componente resistiva da impedância

XC = componente capacitiva da impedância (conhecida como reatância capacitiva)

XL = componente indutiva da impedância (conhecida como reatância indutiva)

Os valores das reatâncias capacitivas e indutivas dependem da frequência da fonte e respeitam as


seguintes equações:

XC = 1/ω.C XL = ω.L

em que:

C = capacitância do capacitor (F)

L = indutância do indutor (H)

Como é possível reparar, a tensão no indutor e a tensão no capacitor dependem da frequência.


Dessa forma, se houver uma frequência na qual tenhamos a tensão no indutor e a tensão no capacitor
exatamente iguais, teremos a frequência de ressonância do circuito.
Unidade IV

A frequência de ressonância representa o valor para que a tensão total fique em fase com a corrente.
A equação da frequência de ressonância pode ser determinada das seguintes formas:

UL = UC

ou

XL . I = XC . I

Dessa forma, temos:

XL = XC

1
ω.L =
ω.C

Considerando que ω = 2.π.f, temos:

1
2.π.f.L =
2.π.f.C

1
4.π2 .f 2 =
L.C

1
fress =
4.π2 . L.C

8.2.3 Materiais utilizados

Os materiais utilizados para a realização desse experimento são:

• Placa com circuito RLC.

• Gerador de áudio.

• Multímetro.

• Osciloscópio analógico de 20 MHz.

• Conversor BNC‑banana.

• Fios de ligação.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Figura 182 – Materiais utilizados para a experiência RLC em série

Procedimento experimental

Faça a ligação do circuito conforme indicado a seguir.

Osciloscópio

V Bobina
C
R L r
+
-

Figura 183 – Montagem experimental da experiência RLC em série

Como o objetivo do experimento é estudar o comportamento da tensão em função da frequência,


deve‑se ligar o multímetro em paralelo ao resistor e o osciloscópio em paralelo à bobina + capacitor.
Veja na figura a seguir a ligação feita na placa do circuito RLC e repare que, para a placa utilizada, foi
necessário fazer uma ligação entre o resistor e o capacitor.

Figura 184 – Detalhes da montagem experimental


Unidade IV

Ligue, então, o gerador de áudio, selecione as frequências e faça a medição das tensões no resistor
e na bobina + capacitor.

Depois, complete a primeira tabela da análise de dados com os valores de tensão para as diferentes frequências.

Feito isso, determine o valor experimental para a frequência de ressonância do circuito considerando
os passos a seguir:

• faça o gráfico de frequência x Upp (V) resistor e o de frequência x Upp (V) bobina+capacitor.

• considere que a frequência de ressonância acontece para o menor valor de tensão na


bobina+capacitor e maior valor de tensão no resistor. Vale lembrar que a variação da tensão no
resistor é muito pequena.

Análise e interpretação de dados

1. Qual é o objetivo do experimento?


______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Quais são as precisões dos instrumentos utilizados?


______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Determine o valor teórico da frequência de ressonância para o circuito utilizado. Considere que:

1 1
fress =
2p LC
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

4. Desenhe o esquema do circuito utilizado.

5. Monte o circuito como descrito no procedimento experimental e preencha a tabela a seguir:

Tabela 8

Frequência (kHz) Upp (V) resistor Upp (V) bobina + capacitor

Lembrete

Lembre‑se de que a medida de tensão feita pelo multímetro é a tensão


eficaz e, para converter para tensão de pico a pico (Upp), é necessário utilizar
a seguinte equação:

Upp = 2,38 . Uef


Unidade IV

6. Construa o diagrama cartesiano de frequência x Upp (V) resistor e frequência x Upp (V) bobina + capacitor.

Figura 185

7. Determine o valor experimental da frequência de ressonância.


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

8. Compare o valor teórico e experimental da frequência de ressonância com o cálculo do erro.

exp - tab
E% = .100
tab

9. Os objetivos propostos neste experimento foram alcançados? Justifique sua resposta.


______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Campo de uma bobina chata

Um campo magnético pode ser criado por uma corrente elétrica (cargas elétricas em movimento) ou
por ímãs. A região próxima a um ímã interage com outros ímãs ou materiais ferromagnéticos.

Todo ímã possui dois polos distintos, que têm comportamentos diferentes na presença de outros
ímãs, sendo denominados norte (N) e sul (S). Polos iguais se repelem e polos diferentes se atraem.

Figura 186 – Campo magnético criado por um ímã


Unidade IV

Também é possível definir um vetor que descreve→ o campo magnético, nesse caso. Esse vetor é
chamado de campo magnético e é representado por B. Se pudermos,

por acaso, colocar uma pequena
bússola em um ponto sob ação do campo magnético, o vetor B terá a direção da reta em que a agulha
se alinha e o sentido para onde aponta o polo norte magnético da agulha.

A figura a seguir representa o vetor campo magnético (junto com uma bússola) produzido por um
fio percorrido por corrente elétrica:

Figura 187 – Vetor campo magnético em um fio percorrido por corrente elétrica

Observação

A terra também possui um grande campo magnético, que é extremamente


importante, pois funciona como um escudo para radiação cósmica.

Objetivo

Neste experimento, pretendemos estudar o comportamento do campo magnético criado por uma
bobina, em seu centro, em relação ao raio da bobina, à corrente elétrica e ao número de espiras.

Fundamentação teórica

Considere uma espira circular de raio R e comprimento L, percorrida por uma corrente I e representada
no plano como mostra a figura a seguir.
Y

dI →
r
R
θ
0 P X

Figura 188 – Figura representativa para a determinação do campo magnético de uma espira
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Pelo princípio da superposição, consideramos trechos infinitesimais da espira: dl, e cada trecho criará
um campo magnético no ponto P dado por:

 µ 0 .I  
=dB .dl × r
4 πr2

em que μ0 representa a permeabilidade magnética no vácuo.

Note que, levando em conta as contribuições do campo magnético, o campo resultante terá a
direção de x e, dessa forma, teremos:

µ 0 .I
=
dBx .senθ.dl
4 πr2

Integrando os dois lados da função e considerando que a bobina em questão pode ter N espiras, o
campo magnético no centro da bobina será dado pela lei de Biot‑Savart:

µ 0 .I
B = N.
2R

Ao aplicarmos uma corrente à bobina, ela gerará um campo de acordo com o previsto pela
equação anterior.

Se colocamos um ímã em um pêndulo de torção e no centro de uma bobina chata (conforme a


figura a seguir), podemos afirmar que haverá um conjugado magnético sobre o ímã e o ângulo de
torção será proporcional ao campo magnético no centro da bobina.

Pêndulo
de torção

Bobina chata

Ímã

Figura 189 – Ímã ligado ao fio de um pêndulo de torção e no centro de uma bobina
Unidade IV

Sendo assim, sabemos que a lei de Biot‑Savart pode ser representada por:

B = (cte) . Nα . Iβ . Rγ

em que:

Nα = número de espiras elevado a α (enésima potência)

Iβ = corrente elevada a β (enésima potência)

Rγ = raio elevado a γ (enésima potência)

Assim, podemos escrever para o ângulo de torção que:

θ = (cte) . Nα . Iβ . Rγ

em que θ é o ângulo de torção.

Materiais utilizados

Os materiais utilizados para a realização desse experimento são:

• Balança de torção.

• Ímã.

• Bobina chata (diâmetro: 200mm).

• Bobina chata (diâmetro: 400mm).

• Sistema de amortecimento.

• Sistema luminoso.

• Espelho.

• Fonte DC (Variac retificado).

• Multímetro.

• Suporte de fixação do laser e da bobina.


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Figura 190 – Parte do material utilizado na experiência da bobina chata

Procedimento experimental

Faça a ligação conforme a figura a seguir. Tenha o cuidado de colocar um amperímetro em série para
a leitura da corrente.

Figura 191 – Montagem experimental da experiência de bobina chata

Para o preenchimento da primeira tabela da análise de dados, utilize a bobina de 200 mm e faça a
ligação para usar 10 espiras. Garanta que o ângulo de torção esteja em zero.

Figura 192 – Ligação da bobina chata para 10 espiras


Unidade IV

O laser deve atingir o espelho e se refletir na parede, onde teremos uma folha em branco. Indique na
própria folha a posição inicial do laser, conforme demonstrado na figura a seguir.

Figura 193 – Feixe de laser refletido na parede

Aumente o valor da corrente até 1 A e veja que a posição do feixe do laser irá mudar:

Figura 194 – Posição do feixe de laser após aplicação da corrente na bobina

Feito isso, adote os seguintes procedimentos:

• Movimente o cursor do pêndulo de torção até que o feixe de laser volte à posição inicial. Este será
o ângulo de torção para a corrente de 1 A.

• Sem alterar nada no sistema, aumente a corrente para 2 A e repita o procedimento, ou seja, traga
o feixe de laser de volta à posição inicial no cursor do pêndulo de torção.

• Repita os tópicos anteriores para as correntes de 3 A, 4 A, 5 A e 6 A e complete a primeira tabela


do roteiro experimental.
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

• Para preencher a segunda tabela da análise de dados, mantenha a mesma bobina, porém alterando
para 5 o número de espiras. Veja a ligação na figura a seguir:

Figura 195 – Ligação para o uso de 5 espiras

• Repita o procedimento descrito anteriormente e preencha a segunda tabela da análise de dados.

• Coloque agora a bobina de 400 mm para 10 espiras e preencha a terceira tabela da análise
de dados.

Análise e interpretação de dados

1. Qual é o objetivo do experimento?


______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Quais são as precisões dos instrumentos utilizados?


______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Unidade IV

3. Considerando a Lei de Biot‑Savart, quais devem ser os valores de α, β e γ? Considere que:

µ 0 .I
B = N.
2R

B = (cte) . Nα . Iβ . Rγ

4. Monte o circuito como descrito no procedimento experimental e preencha as tabelas a seguir:

Tabela 9 – Medida do ângulo de torção para bobina de 200 mm com 10 espiras

200mm I (A) 1 2 3 4 5 6
10 espiras θ (º)

Tabela 10 – Medida do ângulo de torção para bobina de 200 mm com 5 espiras

200mm I (A) 1 2 3 4 5 6
5 espiras θ (º)

Tabela 11 – Medida do ângulo de torção para bobina de 400 mm com 10 espiras

400mm I (A) 1 2 3 4 5 6
10 espiras θ (º)

5. Faça os gráficos de I (A) x θ (º) para as três condições das tabelas anteriores. Trace uma reta média
para cada um dos casos.

• bobina de 200 mm com 10 espiras;


ELETRICIDADE E MAGNETISMO

• bobina de 200 mm com 5 espiras;

• bobina de 400 mm com 10 espiras.

Figura 196

6. Observando os gráficos, obtenha experimentalmente os valores de α, β e γ.

7. Os objetivos propostos neste experimento foram alcançados? Justifique sua resposta.


______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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Unidade IV

Resumo

Estudamos um pouco da eletricidade e do magnetismo na prática.


Em outras palavras, trabalhamos em experiências que contemplaram os
conceitos básicos da eletrodinâmica e as medidas de grandezas.

Nas duas primeiras experiências, as Leis de Ohm e o bipolo gerador,


tratamos da medição e estudo de grandezas básicas da eletrodinâmica, como:
corrente elétrica, diferença de potencial, força eletromotriz e resistência.

Na experiência do osciloscópio, aprendemos que este equipamento nos


proporciona a medição de tensão contínua, tensão alternada e frequência
com a incrível vantagem de podermos ver o comportamento dessas
grandezas em função do tempo, ou seja, na forma de onda. Vale ressaltar
que aprender a realizar leituras com um osciloscópio foi de fundamental
importância para os experimentos seguintes.

Os experimentos de RC e RL em série, bem como o experimento de RLC,


trataram da corrente alternada aplicada em um circuito com resistor, capacitor e
indutor. Nessas experiências, foi possível estudar a relação da reatância indutiva e
da reatância capacitiva com a frequência da fonte. Também foi possível calcular
a frequência de ressonância do circuito RLC em série.

A última experiência de nosso roteiro foi a da bobina chata e, nesse


caso, foi possível mostrar que o campo magnético de uma bobina chata
depende da corrente, do raio e do número de espiras da bobina.

Exercícios

Questão 1. Em uma experiência de laboratório, como mostra a figura a seguir, foi utilizada a
resistência de um chuveiro, que, no experimento, será alimentada por uma fonte de alimentação
de 220V.

B
A

Figura
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Sabe-se que a resistência pode operar em duas configurações: uma quando ela é ligada ao circuito
pelos terminais A e C, outra quando ela é ligada pelos terminais B e C. Sabe-se também que a potência
consumida é 4.400 W na primeira configuração e 2.200 W na segunda. Considere que essa resistência
seja uma resistência pura.

Sabendo que a potência em uma carga é igual ao produto da tensão pela corrente (P = V . I), que a
relação entre tensão e corrente em uma carga resistiva é igual ao próprio valor da resistência (R = V/I) e
que a energia em uma carga de potência constante é dada pelo produto da potência pelo tempo (E = P . t),
conclui-se que:

A) É adequado o uso de um disjuntor de 15 A para proteger o circuito, qualquer que seja a configuração
usada na resistência.

B) A resistência do chuveiro na configuração A-C é maior que a resistência da configuração B-C.


C) A quantidade de energia gasta em 10 minutos de experimento independe da configuração da resistência.
D) A potência consumida na configuração A-C, se o circuito fosse alimentado por uma fonte de 110 V, seria
de 1.100 W.

E) A potência independe do valor da resistência, visto que é dada pelo produto da tensão pela
corrente.

Resposta correta: alternativa D.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta

Justificativa: para as configurações A-C e B-C, podemos calcular as correntes, conforme segue:

PA −C 4400
I=
A −C = = 20 A
V 220
PB−C 2200
I=
B−C = = 10 A
V 220

Precisamos escolher um disjuntor que suporte corrente elétrica superior à corrente utilizada para que
ele não desarme. Para a configuração B-C, poderíamos usar um disjuntor de 15 A. Com a configuração
B-C, o disjuntor de 15 A desarmaria, sendo necessário um disjuntor maior que 20 A.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: a partir das correntes elétricas calculadas para as duas configurações, podemos calcular
a resistência em cada um dos casos, conforme segue:
Unidade IV

V 220
RA −C= = = 11Ω
IA −C 20
V 220
RB=
−C = = 22 Ω
IB−C 10

Temos resistência maior na configuração B-C (22 Ω) do que na A-C (11 Ω).

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: como a energia é proporcional à potência, ∆E = P . ∆t, uma potência maior implica
maior gasto de energia. Temos maior potência na configuração A-C e, consequentemente, o gasto de
energia nessa configuração é maior do que na B-C.

D) Alternativa correta.

Justificativa: ligamos a resistência a uma fonte de tensão diferente. Como os valores calculados para
as resistências continuam os mesmos. Calculamos, então, a corrente para o chuveiro na posição A-C em
V 110
110 V: =I = = 10 A
R 11
Com a corrente, podemos calcular a potência gasta nessa situação:

= = 110.10
P V.I = 1100 W

Logo, a potência desse chuveiro, na configuração A-C, quando ligado em uma rede de 110 V, é de
1.100 W.

E) Alternativa incorreta

Justificativa: a potência é calculada a partir da tensão e da corrente, P = V.I, não apresentando, à


primeira vista, dependência da resistência, que, apesar disso, existe e está implícita. Vejamos:

V V2
= = V. =
P V.I
R R

Logo, a potência é inversamente proporcional à resistência elétrica, ou seja, a potência depende do


valor da resistência.

Questão 2. A tela de um osciloscópio, em um determinado experimento em que se estuda a tensão


em um equipamento, está representada na figura a seguir:
ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Tensão
igual a zero

Figura

Sabe-se que a escala vertical é tal que cada divisão representa 0,5 V e que, na escala horizontal, cada
divisão representa 100ms. Considerando a figura, é possível afirmar que:

I – A frequência da onda é 625 Hz.

II – O pico de tensão é de + 8 V.

III – O circuito está ligado a uma fonte alternada.

Está correto o que se afirma em:

A) I, apenas.

B) II, apenas,

C) I e III, apenas

D) II e III, apenas

E) I, II e III.

Resolução desta questão na plataforma.


FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

FILE:FRANKLIN_LIGHTNING_ENGRAVING.JPG. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/


File:Franklin_lightning_engraving.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 2

FILE:BCOULOMB.PNG. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bcoulomb.png>.


Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 34

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Figura 45

CAREY, F. A. Química orgânica. 7. ed. São Paulo: Bookman, 2011. v. 1, p. 454. Adaptada.

Figura 72

FILE:VAN_DE_GRAAF_GENERATOR.SVG. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/


File:Van_de_graaf_generator.svg>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 93

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Figura 94

FILE:FARADAY‑MILLIKAN‑GALE‑1913.JPG. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/


File:Faraday‑Millikan‑Gale‑1913.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 95

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File:James_Clerk_Maxwell_big.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 105

FILE:MAGNET0873.PNG. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Magnet0873.png>.


Acesso em: 5 jul. 2018.
Figura 120

COC. Eletrostática e eletromagnetismo. São Paulo: Pearson, 2014. p. 74.

Figura 123

FILE:RIGHT_HAND_RULE.PNG. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Right_hand_


rule.png>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 125

COC. Eletrostática e eletromagnetismo. São Paulo: Pearson, 2014. p. 74.

Figura 127

611109. Disponível em: <https://morguefile.com/p/611109>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 128

725265. Disponível em: <https://morguefile.com/p/725265>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 135

214596. Disponível em: <https://morguefile.com/p/214596>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 136

FILE:ROTTERDAM_AHOY_EUROPORT_2011_(14).JPG. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/


wiki/File:Rotterdam_Ahoy_Europort_2011_(14).JPG>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 137

FILE:TERMELETRICA_CAMA%C3%A7ARI.JPG. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/


File:Termeletrica_Cama%C3%A7ari.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 138

FILE:EPR_OLK3_TVO_FOTOMONT_2_VOGELPERSPEKTIVE.JPG. Disponível em: <https://commons.


wikimedia.org/wiki/File:EPR_OLK3_TVO_fotomont_2_Vogelperspektive.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2018.

Figura 186

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Acesso em: 5 jul. 2018.
Figura 187

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REFERÊNCIAS

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Exercícios

Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2008: Automação Industrial.
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Unidade II - Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2014: Engenharia Elétrica.
Questão 23. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2014/17_
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Unidade III - Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2014: Engenharia Elétrica.
Questão 21. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2014/17_
engenharia_eletrica.pdf>. Acesso em: 2 ago. 2018.

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