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Resumo

OSCE
UC 12
Renata Bittar
Medicina Unit
2016 1
ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO Nome, telefone, idade, cor (negra + leiomioma), naturalidade e procedência (CA de mama +
frequente nos EUA), profissão (grávidas que trabalham com materiais tóxicos), estado civil (nome do
parceiro + contato), religião (práticas, transfusão de sangue), escolaridade

QUEIXA PRINCIPAL Com queixas ou sem queixas (exames de rotina)

HDA Evolução das manifestações clínicas (períodos de melhora espontânea, medicação utilizada, exames
laboratoriais e tratamentos)

INTERROGATÓRIO Cabeça e face, respiratório (tuberculose pode causar incontinência urinária de esforço pela tosse
SINTOMATOLÓGICO crônica), cardiovascular (gravidez sobrecarrega esse sistema), digestivo (algumas alterações nesse
sistema podem ser confundidas com as ginecológicas como diverticulite ou apendicite – mudança de
hábitos intestinais), urinário (cistites, litíases renais, incontinência urinária, infecção urinária)

ANTECEDENTES HAS, diabetes, osteoporose, alergias, hipo/hipertireoidismo, trombose venosa profunda, história
FAMILIARES de CA de mama (idade do parente - <50 anos: predisposição genética, >50 anos: idade), ovário, colo
do útero ou endométrio, leiomiossarcoma (ou outras neoplasias malignas)
ANTECEDENTES Doenças contagiosas na infância (toxoplasmose, caxumba, rubéola, sarampo), infecção
PESSOAIS urinária de repetição, DSTs (clamídia, gonorreia, tricomoníase, dardnerella, HPV, HIV...),
PATOLÓGICOS cirurgias e internamentos
HÁBITOS DE VIDA Tabagismo, etilismo, drogas ilícitas,
CONDIÇÕES Tipo de moradia, saneamento básico, higiene, nível socioeconômico, exercícios,
SOCIOECONÔMICAS alimentação
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ANAMNESE GINECO-OBSTÉTRICA
DESENVOLVIMENTO Idade e características da menarca, sexarca, pubarca, telarca e menopausa (ordem
PUBERAL cronológica do desenvolvimento dos caracteres secundários)

HISTÓRIA MENSTRUAL DUM, tipo menstrual (duração dos ciclos – 3 a 8 dias, intervalo regular de 26 a 32 dias ou
irregular, fluxo menstrual (normal = 80mL e intenso > 100mL), sintomas prémenstruais
(cólicas, sensibilidade, turgência das mamas, irritação, agressividade, distensão abdominal),
ingestão de estrogênios, dor pélvica, sangramento anormal
ANTECEDENTES SEXUAIS Atividade sexual (ritmo, libido normal, dispareunia, práticas sexuais, orgasmo), método
anticoncepcional, corrimento vaginal (coloração, odor, duração, quantidade, tratamento
utilizado e resultado), alterações vulvares (prurido, tumores, fístulas ou prolapsos),
cauterizações, última citologia e resultado
ANTECEDENTES Número e tipo de gestações, duração de cada gravidez, número de partos e o tipo,
OBSTÉTRICOS abortos (espontâneos ou provocados e se foi realizada a curetagem – ate 20 sem e 1500g),
vitalidade do recém-nascido, peso dos filhos ao nascer, evolução do puerpério,
amamentação (como foi e por quanto tempo), intercorrências no parto, alimentação dos filhos
Ex: G2P1A1 (2 gestações, 1 paridade e 1 aborto)
SINAIS E SINTOMAS DO Atrofia vulvogenital (dispareunia, secura vaginal, diminuição da libido), tratamento de
CLIMATÉRIO reposição hormonal (qual e a duração), fogachos
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ANAMNESE GINECOLÓGICA

1. Disúria: dificuldade/dor ao urinar  infecção urinária


2. Algúria: ardor ao urinar  infecção urinária ou vaginite/vulvite
3. Poliúria: eliminação de grande volume de urina
4. Polaciúria: aumento do número de micções com quantidade reduzida
5. Dispareunia: dor durante as relações sexuais
6. Amenorreia: ausência da menstruação por, pelo menos, 3 ciclos consecutivos (3 meses)
7. Oligomenorreia: diminuição do fluxo menstrual
8. Hipermenorreia/Menorragia: aumento do fluxo menstrual
9. Dismenorreia: cólica menstrual
10.Metrorragia: sangramentos uterinos irregulares fora da menstruação
11.Algomenorreia: menstruação acompanhada de dor
12.Galactorreia: produção de leite fora do puerpério e lactação
13.Mastalgia: dor nas mamas
14.Menacme: período fértil

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EXAME FÍSICO DA MAMA E LINFONODOS
 Divisão da mama em quadrantes
 *Quadrante superior direito: mais acometido pelo
câncer
 Paciente sentada e membros superiores paralelos
ao tronco
 Pele das mamas e aréolas: eritema, solução de
continuidade, nódulos subcutâneos, poros
anormalmente dilatados indicando edema da pele
= “casca de laranja”
 Mamas: volume, contorno, simetria, abaulamentos,
retrações, tumorações visíveis
 Aréola: pigmentação, abaulamento, retração, edema
e solução de continuidade
1. INSPEÇÃO ESTÁTICA E
DINÂMICA
 Papila: inversão, retração, desvio, ulceração,
eritema e secreção papilar espontânea
2. PALPAÇÃO
3. EXPRESSÃO PAPILAR
 Circulação venosa 4. PALPAÇÃO DOS
 Sinais flogísticos (edema e rubor) LINFONODOS AXILARES
 Tumoração visível Renata Bittar - Medicina Unit E SUPRACLAVICULARES 5
EXAME FÍSICO DA MAMA E LINFONODOS
INSPEÇÃO ESTÁTICA INSPEÇÃO DINÂMICA
 Paciente sentada e membros superiores paralelos ao  Acentuação de alterações identificadas na etapa precedente:
tronco retração da pele, retração e/ou desvio da papila e
 Pele das mamas e aréolas (“casca de laranja”) abaulamentos
 Volume, contorno e simetria das mamas  Algumas alterações são observadas apenas nessa fase:
 Pigmentação da aréola assimetria de contorno, retração da pele, retração e/ou desvio
 Aspecto da papila da papila
 Secreção papilar espontânea  O objetivo da contração dos peitorais é avaliar a mobilidade
 Abaulamentos ou retrações das mamas = preservada, diminuída ou ausente
 Circulação venosa  CÂNCER  diminuição da mobilidade ou mesmo
 Sinais flogísticos (edema e rubor) imobilidade das mamas pela fixação parcial ou total da
 Tumoração visível neoplasia aos planos profundos (fáscia do peitoral maior ou
costelas)

Contração dos peitorais Levantamento do braço


Mãos pressionando as asas Elevar braços acima da
Renata Bittar - Medicina Unit Inclinação anterior do para aumentar6a tensão dos
do ossos ilíacos cabeça
tronco ligamentos de Cooper
Mamas assimétricas
e com alterações na
pele
Exame das Mamas

Secreção sanguínea
Politelia Polimastia por um único ducto

Mamas Assimetrias, abaulamentos, Galactorreia


pendentes Nevo epidérmico
retração aréola

Mamas
Simétricas
Descarga papilar presente e secreção
por incisão cirúrgica inframamária

Papila invertida
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Exame dos Linfonodos
OBS: Para facilitar o exame, a avaliação
INSPEÇÃO DAS AXILAS: dos linfonodos pode ser feita após a
 Erupções provocadas por desodorantes ou material inspeção estática e dinâmica das mamas.
de depilação Essa conduta pode deixar a paciente mais
 Infecções das glândulas sudoríparas (hidradenite) tranquila e evita a mudança constante de
 Pigmentação posições visto que a inspeção e palpação
dos linfonodos é feita sentada e a palpação
das mamas/expressão papilar são
PALPAÇÃO DOS LINFONODOS AXILARES E realizadas com a paciente em decúbito
SUPRACLAVICULARES dorsal.
 Paciente sentada de frente para o examinador
 Examinador com a mão espalmada faz-se a
palpação deslizante do oco axilar e sua
proximidades (mão direita examina o lado
esquerdo do paciente)
 Fossas supraclaviculares e axila são palpadas com
as pontas dos dedos
 Linfonodos palpáveis: localização, quantidade,
maior diâmetro transverso, consistência,
mobilidade e coalescência
 Linfonodos axilares aumentados podem sugerir
infecção das mãos ou braços e câncer de mama
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Exame das Mamas
PALPAÇÃO

 Paciente deitada com as mãos atrás da cabeça e os braços bem abertos


 Região subareolar  regiões paraesternais infraclaviculares e axiais
 Volume do panículo adiposo e seu possível comprometimento por inflamação ou
neoplasia
 Quantidade de parênquima mamário e alterações: pré-menstruação: aumento da
modularidade; nódulos e áreas de condensação (consistência mais firme)
 Elasticidade da papila (tração sobre ela)
 Secreção papilar
 Temperatura da pele da mama
 NÃO ESQUECER DE PALPAR A REGIÃO CENTRAL DA ARÉOLA

OBS: NÓDULOS OU MASSAS PALPÁVEIS


 Limites (bem ou mal delimitado)
 Consistência (mole/elástica ou endurecida)
 Mobilidade (móvel ou fixa)
 Fixação nas estruturas circunjacentes (avaliada na inspeção dinâmica pela contração
dos m. peitorais)
 Diâmetro

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Exame das Mamas
EXPRESSÃO PAPILAR
 Paciente deitada com as mãos atrás da cabeça e os braços bem abertos
 Faz-se delicada pressão no nível da aréola e da papila
 Qualquer secreção deve ser submetida a exame citológico (exceção: paciente
grávida ou em período de lactação)
 Identificada secreção papilar, deve-se estabelecer: se a secreção provém de
um único conduto ou de vários, se o óstio ductal, sede do derrame, é
periférico ou central, localização e aspecto da secreção
 Aspecto da secreção: sanguíneo, seroso, claro, purulento, leitoso ou
semelhante a colostro, pastoso, esverdeado ou acastanhado
 Afecção intraductal: secreção de ducto único, aspecto sanguíneo, seroso claro
ou pastoso

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Exame do Abdome
 Paciente deitada

1. INSPEÇÃO (estática e dinâmica)


 Forma, abaulamento, umbigo, pelos, marcas e
manchas, circulação colateral, movimentos e
pulsações e lesões elementares da pele

2. PALPAÇÃO
 Iniciada em regiões distantes da zona dolorosa
 Superficial e profunda
 Espessura da parede, hiperestesia, dor provocada,
defesa, contratura, tumor, tensão da parede
abdominal, soluções de continuidade e ruídos
hidroaéreos

3. PERCUSSÃO
 Zonas de macicez e de timpanismo; ascite

 Em alguns casos faz-se ausculta


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Exame da Genitália

estática
1. INSPEÇÃO dinâmica
inspeção do colo do útero
2.EXAME ESPECULAR coleta de material para a citologia
colposcopia (teste do Ácido Acético e de Schiller)
unidigital
3.TOQUE VAGINAL bidigital
combinado

4.TOQUE RETAL
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Exame da Genitália
1. INSPEÇÃO ESTÁTICA
VULVA PERÍNEO
 Distribuição de pelos (ginecoide ou androide):  Íntegro ou com ruptura de I, II ou III
adequados ou não para etnia, idade e sexo grau com extensão ao esfíncter e canal
 Aspecto da fenda vulvar: fechada, entreaberta, anal
aberta  Cicatrizes de episiorrafias
 Morfologia e trofismo dos grandes e pequenos  Perineoplastia
lábios
 Umidade ÂNUS
 Secreções  Hemorroidas
 Hiperemia  Plicomas
 Ulcerações  Fissuras
 Distrofias  Prolapso da mucosa
 Neoplasias  Malformações
 Dermatopatias
 Distopias  Clitóris
 Malformações  Óstio uretral
 Hímen
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 Canal vaginal 13
Exame da Genitália
INSPEÇÃO ESTÁTICA

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Exame da Genitália
Cisto de Bartholin Condiloma Lesões por HPV
Acuminado
Cicatriz de Episiorrafia Câncer de vulva

Prolapso uterino
Secreção
(Gardnerella) Candidíase
vulvovaginal

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Exame da Genitália
 Fazer esforço semelhante
ao de urinar ou evacuar INSPEÇÃO DINÂMICA
 Manobra de Valsalva Distopias Genitais: prolapso uterino, perda de urina e abaulamento das paredes vaginais

 Cistocele: procidência  Retocele: procidência da  Prolapso Uterino


da parede vaginal parede vaginal posterior
anterior

OBS:
Distopia = localização anômala de um órgão
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ESVAZIAR A BEXIGA ANTES! Exame da Genitália  O espéculo deve ser introduzido
com uma angulação de 45° para
se desviar do meato uretral.
Objetivos:
 Coleta de material para exame 2. EXAME ESPECULAR  Deve deslocar as paredes anterior
e posterior da vagina
citológico, bacteriológico, cristalização
 Abertura após rotação completa
e filância do muco cervical

 Avaliação da morfologia da vagina e


colo do útero e presença de
anormalidades

 Teste do Ácido Acético e de Schiller

Materiais: ORDEM
 Espéculo de Collins (P, M e G) 1. Inspeção das paredes vaginais
 Espátula de Ayres (trofismo)
 Escova Endocervical 2. Presença ou não de secreções
 Lâmina ou meio líquido vaginais e seu aspecto
 Pinça hemostática 3. Fundos de saco vaginais
 Algodão 4. Colo do útero
 Solução de ácido acético a 5% 5. Coleta de material para a citologia
 Lugol 3% a 5% 6. Teste do Ácido Acético
Renata Bittar - Medicina Unit 7. Teste de Schiler 17
Exame da Genitália
CUIDADOS PRÉVIOS
Colocar uma amostra de cada vez na
 Não usar ducha higiênica durante 48h
lâmina e aplicar o fixador imediatamente
 Evitar relações sexuais nos 2 dias
COLETA DUPLA OU TRÍPLICE EXAME ESPECULAR anteriores
 Não usar cremes vaginais 1 semana
a) Fundo de saco vaginal com a antes
extremidade maior da espátula de
Ayres em apenas um sentido

b) Ectocérvice com a extremidade


menor da espátula de Ayres fazendo
movimento de 360°
De rotina: anual de 25 a 69
anos
c) Canal cervical ou endocérvice com a
escova endocervical fazendo
Após 2 citologias normais,
movimento de 360°
fazer a cada 3 anos

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 Presença de secreção clara, límpida e Exame da Genitália
cristalina (muco cervical fisiológico)
 Ausência de secreções purulentas ou EXAME ESPECULAR
sanguinolentas
 Fundos de saco vaginais sem
abaulamentos (massas pélvicas)
 Colo do útero de tamanho pequeno,
médio ou grande; locizado
centralmente ou desviado para à
esquerda ou direita; superfície lisa e
brilhante e coloração rósea (a gestante
tende ao roxo pela alta vascularização)
 Tipo do orifício cervical puntiforme,
fenda transversa ou estrelado;
 Ausência de lesões macroscópicas,
lacerações, neoplasias, ulcerações,
pólipos
 Colo do útero epitelizado

 Secreção anormal: descrever volume,


cor, consistência e odor Renata Bittar - Medicina Unit 19
Normal com lesão acetobranca na zona de transformação
Exame da Genitália
NIC III

Pólipo Lesão acetobranca NIC I NIC II

Condiloma
Ectrópio Ectrópio Ectrópio Acuminado
Câncer

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Lesão por HPV Cisto de Naboth
Exame da Genitália

Teste de Schiller

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Células neoplásicas
 Schiller positivo e iodo negativo Exame da Genitália
 Lesões acetobrancas = positivo
Apenas as células escamosas (ectocérvice) se coram COLPOSCOPIA
 Avaliação do trato anogenital através de um colposcópio (microscópio binocular)
 Principal objetivo: identificar lesões neoplásicas pré-invasivas ou invasivas para biópsia direta e tratamento subsequente
 Padrão-ouro para investigação de pacientes com citologia anormal do colo uterino
 A colposcopia deve ser realizada APENAS quando houver indicação específica

TESTE DE SCHILLER TESTE DO ÁCIDO ACÉTICO


 Embrocamento do colo do útero com  Embrocamento do colo do útero e
lugol a 5%. paredes vaginais com solução de ácido
 O epitélio escamoso normal fica com acético a 3 a 5%.
uma coloração acastanhada escura, a  A região que corar = acetorreagente e
região que não corar fala a favor de representa uma área de intensa atividade
alterações. nuclear com maior teor proteico
 O lugol cora células com bastante  O ácido acético é um agente mucolítco e
glicogênio, ou seja, células que não sejam causa desidratação das células e
displásicas, imaturas, atróficas, coagulação das proteínas, diminuindo a
glandulares e áreas ulceradas. transparência do epitélio.
 Displasias não são coradas pelo lugol,  Quanto mais acetobranca a lesão, maior a
ficam esbranquiçadas ou amareladas. Renata Bittar - Medicina Unit gravidade. 22
Exame da Genitália
3. TOQUE VAGINAL
 O toque unidigital deve ser o inicial: expressão da uretra, palpação das glândulas
vestibulares, palpação das paredes vaginais, fundo de saco e colo do útero. Dedos
indicador e médio da mão dominante.
 O toque bidigital é o mais utilizado: colo do útero e fundos de saco vaginais.
 Toque combinado: uma das mãos palpa o hipogástrio e as fossas ilíacas e a outra
realiza o toque vaginal, retal o retovaginal.
 Vantagem: avalia o corpo do útero e anexos. Aumenta a sensibilidade e acurácia
do exame.

o Temperatura
o Elasticidade
o Mobilidade
o Capacidade
o Consistência
o Extensão
o Orifício externo
o Superfície
o Lacerações
o Irregularidades
o Forma
o Sensibilidade
o Volume

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Exame da Genitália
4. TOQUE RETAL

 Avaliação dos paramétrios ou quando não é possível o exame


vaginal (crianças e pacientes virgens)

 Indicações: tumorações pélvicas e câncer do colo do útero


(estadiamento do CCU)

OBS: PARAMÉTRIO
Tecido fibroso e frouxo que cerca parcialmente o útero. Parte
inferior do ligamento largo do útero que liga o seu bordo lateral à
parede pélvica lateral. Constituído por tecido celulofibroso, contém
os pedículos vasculonervosos uterinos.

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Patologias
CANDIDÍASE GARDNERELLA CLAMÍDIA TRICOMONÍASE
Mulheres em período fértil Crianças e mulheres após a menopausa

pH ácido pH básico pH ácido pH ácido

Após menstruação Antes da menstruação (ovulação) Após a menstruação Após a menstruação

Fungo cândida Bactéria Gardnerella vaginalis Bactérias Protozoário Trichomonas vaginalis

Corrimento espesso, grumoso e Assintomático/Corrimento amarelado ou Assintomático/Disúria, dor em baixo Dispareunia, disúria, prurido e
esbranquiçado acinzentado com odor fétido ventre, corrimento amarelado ou claro, corrimento amarelado ou esverdeado
dor ou sangramento durante ato sexual bolhoso com odor fétido
Prurido local Pode ter prurido Prurido

Aspecto em
“framboesa”

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BARTOLINITE Patologias CISTO DE NABOTH

 Inflamação das glândulas de  Cistos que se formam na


Bartholin superfície do colo do útero
 São glândulas localizadas  São repletos de muco
bilateralmente na vagina e têm secretado pelas glândulas
função de lubrificação do canal endocervicais que tem seus
vaginal ductos obstruídos
 Surgem com a obstrução dos  Cisto de retenção
ductos dessas glândulas

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Atrofia Vulvovaginal O epitélio escamoso atrófico se cora
fracamente

 Com o passar da idade, ocorre um aumento


significativo das queixas relacionadas com a vulva e
vagina em mulheres na fase de pré e pós-
menopausa
 Hipoestrogenismo da menopausa  manifestações
atróficas vulvovaginais
 Sintomas mais comuns do climatério
 Manifestações clínicas: secura vaginal, dispareunia,
afinamento do epitélio, perda da rugosidade,
redução da secreção vaginal, redução da
elasticidade e do tamanho da vagina, prurido
genital, irritação ou ardor
 Sinais: palidez das mucosas, petéquias, friabilidade
e ausência de pregas, apagamento dos grandes
lábios
 Conduta: uso de estrogênio tópico local melhora os
sintomas e sinais e tem menos efeitos colaterais
 Citologia oncótica: uso de cremes intravaginais com Mucosa pálida após
embrocamento com
estrogênio 1 semana antes da consulta, aguardar
ácido acético e
entre 3 a 7 dias após o uso e realizar o exame Renata Bittar - Medicina Unit petéquias 27
EXAME OBSTÉTRICO
 Após a confirmação da gravidez em consulta
médica ou de enfermagem, dá-se início ao
acompanhamento da gestante, com seu
cadastramento no SISPRENATAL
 Os procedimentos e as condutas que se seguem
devem ser realizados sistematicamente e
avaliados em toda consulta de pré-natal. As
condutas e os achados diagnósticos sempre
devem ser anotados na ficha perinatal e no cartão
da gestante

1. O cartão da gestante, com a identificação


preenchida, o número do SISPRENATAL, o
hospital de referência para o parto e as
orientações sobre este

2. O calendário de vacinas e suas orientações

3. A solicitação dos exames de rotina

4. As orientações sobre a participação nas


atividades educativas – reuniões e visitas
Renata Bittar - Medicina Unit domiciliares 28
EXAME OBSTÉTRICO
FATORES DE RISCO

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ANAMNESE OBSTÉTRICA
Número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho
6.1 ROTEIRO DA PRIMEIRA CONSULTA doméstico);
I. História clínica (observar cartão da gestante) • Renda familiar;
• Pessoas da família com renda;
• Identificação: • Condições de moradia (tipo, nº de cômodos);
• Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo);
– nome; • Distância da residência até a unidade de saúde;
– número do SISPRENATAL; • Antecedentes familiares:
– hipertensão arterial; – malária;
– idade; – diabetes mellitus; – viroses (rubéola, hepatite);
– cor; – doenças congênitas; – alergias;
– gemelaridade; – hanseníase, tuberculose ou outras
– naturalidade; – câncer de mama e/ou do colo uterino; doenças infecciosas;
– hanseníase; – portadora de infecção pelo HIV (em
– procedência;
– tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o uso de retrovirais? quais?);
– endereço atual; grau – infecção do trato urinário;
de parentesco); – doenças neurológicas e psiquiátricas;
– unidade de referência. – doença de Chagas; – cirurgia (tipo e data);
• Dados socioeconômicos; – parceiro sexual portador de infecção pelo HIV. – transfusões de sangue.
• Antecedentes pessoais:
• Grau de instrução; – hipertensão arterial crônica;
– cardiopatias, inclusive doença de Chagas;
• Profissão/ocupação;
– diabetes mellitus;
• Estado civil/união; – doenças renais crônicas;
– anemias e deficiências de nutrientes específicos;
– desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso,
obesidade);
– epilepsia;
– doenças da tireóide e outras endocrinopatias;
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ANAMNESE OBSTÉTRICA
Antecedentes ginecológicos:
Antecedentes obstétricos:
– ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade); – número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica,
mola
– uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto tempo e hidatiforme); Gestação atual:
motivo do abandono); – número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais – data do primeiro dia/mês/ano
espontâneos, da última menstruação – DUM
– infertilidade e esterilidade (tratamento); fórceps, cesáreas – indicações); (anotar
– número de abortamentos (espontâneos, provocados, causados por certeza ou dúvida);
– doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive DST, – peso prévio e altura;
pelo parceiro); complicados por infecções, curetagem pós-abortamento); – sinais e sintomas na gestação em
– número de filhos vivos; curso;
– doença inflamatória pélvica; – idade na primeira gestação; – hábitos alimentares;
– intervalo entre as gestações (em meses); – medicamentos usados na
– cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
– isoimunização Rh; gestação;
– mamas (alteração e tratamento); – número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de – internação durante essa
gestação), pós-termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação); gestação;
– última colpocitologia oncótica (papanicolau ou “preventivo”, data e – número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500 g) e 28
com – hábitos: fumo (número de
resultado).
mais de 4.000 g; cigarros/dia), álcool e drogas
– mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número e motivo ilícitas;
dos – ocupação habitual (esforço físico
Sexualidade: óbitos); intenso, exposição a agentes
– mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de vida (número e químicos
– início da atividade sexual (idade da primeira relação);
motivo e físicos potencialmente nocivos,
– dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual); dos óbitos); estresse);
– natimortos (morte fetal intra-útero e idade gestacional em que – aceitação ou não da gravidez
– prática sexual nessa gestação ou em gestações anteriores; ocorreu); pela mulher, pelo parceiro e pela
– recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia, ex- família,
– número de parceiros da gestante e de seu parceiro, em época recente
sangüíneotransfusões; principalmente se for
ou pregressa; – intercorrências ou complicações em gestações anteriores adolescente;
(especificar); – identificar gestantes com fraca
– uso de preservativos masculino ou feminino (uso correto? uso – complicações nos puerpérios (descrever); rede de suporte social.
habitual?). – história de aleitamentos anteriores (duração e motivo do
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desmame). 31
EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO
EXAMES DA 1ª CONSULTA PRÉ-NATAL

– dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht);


– grupo sangüíneo e fator Rh;
– sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo à 30ª semana;
– glicemia em jejum: repetir próximo à 30ª semana;
29
– exame sumário de urina (Tipo I): repetir próximo à 30ª
semana;
– sorologia anti-HIV, com consentimento da mulher após o
“aconselhamento
pré-teste”. Repetir próximo à 30ª semana, sempre que
possível;
– sorologia para hepatite B (HBsAg), de preferência próximo à
30ª semana de
gestação, onde houver disponibilidade para realização;
– sorologia para toxoplasmose, onde houver disponibilidade.

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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO

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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO

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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO
DUM: 11/05/16
DPP?
IDADE GESTACIONAL?

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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO

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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO

1ª: delimitação do fundo do útero com ambas as mãos


MANOBRAS
para identificar o polo fetal que se encontra no fundo uterino.
2ª: deslizar as mãos para baixo para tentar palpar, de DE LEOPOLD
um lado, o dorso fetal e do outro, as partes fetais.
Identificar a
3ª: identifica o grau de mobilidade da apresentação
estática fetal são
fetal. Tenta-se apreender esse polo fetal entre o polegar e o
realizadas a partir da 30ª
indicador da mão direita.
semana até durante o
4ª: complemento para a 1ª, identifica o polo fetal que
trabalho de parto.
está na abertura superior da pelve, ou seja, a apresentação
fetal. O examinador deve estar posterior à paciente, como
exceção.
Renata Bittar - Medicina Unit 37
EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO

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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO

A partir da 6ª semana: USEV


A partir da 7ª semana: USTA
A partir da 12ª semana: sonar-doppler
A partir da 20ª semana: estetoscópio de Pinard

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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO

Renata Bittar - Medicina Unit 40


MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS

Renata Bittar - Medicina Unit 41


PARTOGRAMA

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PARTOGRAMA

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TOQUE VAGINAL NO TRABALHO DE PARTO
 O parto é o período que vai do início das contrações uterinas
regulares até a expulsão da placenta. O processo pelo qual isto
normalmente acontece é chamado de TRABALHO DE PARTO
• Toque realizado é o BIDIGITAL.
• É bastante útil para diagnosticar a gestação no 1º trimestre e
na vigência de trabalho de parto.
• Por seu intermédio, identifica-se o apagamento e a dilatação
cervical, a presença ou não da bolsa amniótica, a sua
integridade e, eventualmente, a sua ruptura; a altura da
apresentação; o exame da pelve óssea com a determinação
dos diâmetros conjugados; a confirmação da apresentação; e o
diagnóstico da variedade de posição.

Posição fetal
• O diagnóstico da posição fetal antes do trabalho de parto é,
geralmente, inconclusivo pois deve ser palpado através da
cérvice fechada.
• Com o início do trabalho de parto e depois da dilatação
cervical, as apresentações de vértice e suas posições são
reconhecidas por palpação das diversas fontanelas e suturas
fetais.
• As apresentações da face e pelve podem ser identificadas pela
palpação dos aspectos faciais e do sacro fetal,
respectivamente.
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TOQUE VAGINAL NO TRABALHO DE PARTO
• A presença ou não da bolsa amniótica, a sua Apagamento e dilatação cervical
integridade e, eventualmente, a sua ruptura Comumente, o grau de apagamento cervical é expresso em relação ao
• Com maior frequência, a menos que tenha comprimento do canal cervical em comparação com o de um colo normal. Quando
havido sangramento além do muco cervical o comprimento do copo se encontra reduzido pela metade, está apagado em 50%.
sanguinolento, deve-se realizar um exame Quando o colo se torna tão fino quanto o segmento uterino inferior adjacente,
vaginal. Os dedos indicador e médio enluvados encontra-se totalmente apagado ou 100% apagado.
devem ser introduzidos na vagina, evitando a
região anal A dilatação cervical é determinada estimando o diâmetro médio da abertura
• O número de exames vaginais correlaciona-se cervical ao deslizar o dedo examinador desde a margem da abertura cervical em
com a morbidade decorrente da infecção, um lado até a margem do lado oposto. O diâmetro transverso é estimado em
principalmente nos casos de ruptura precoce centímetros. Diz-se que o colo se encontra totalmente dilatado quando o diâmetro
das membranas mede 10 cm, porque a parte apresentada de um neonato a termo comumente pode
atravessar um colo amplamente dilatado.

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TOQUE VAGINAL NO TRABALHO DE PARTO
 A posição do colo é determinada pela relação entre o óstio
cervical e a cabeça fetal, sendo categorizada como posterior,
média ou anterior.
 Juntamente com a posição, a consistência do colo é determinada
como sendo macia, firme ou intermediária.
 O plano ou altura da parte fetal apresentada no canal de parto é
descrito em relação às espinhas isquiáticas, as quais estão a meio
caminho entre a entrada da pelve e a saíde pélvica. Quando a
porção mais inferior da parte fetal apresentada se encontra no
nível das espinhas, é considerada no PLANO ZERO.
 A classificação do plano divide a pelve acima e abaixo das
espinhas isquiáticas em quintos. Cada quinto representa 1 cm
acima ou abaixo das espinhas isquiáticas.
 Desta maneira, à medida que a parte fetal apresentada desce
desde a entrada no sentido das espinhas isquiáticas, a designação
é plano -5, -4, -3, -2, -1 e, em seguida, 0.
 Abaixo das espinhas, à medida que a parte fetal apresentada
desce, passa pelos planos +1, +2, +3, +4, +5 até o parto. O plano
+5 corresponde à cabeça fetal visualizada no introito vaginal.

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TOQUE VAGINAL NO TRABALHO DE PARTO
DESPROPORÇÃO CEFALO- PELVIMETRIA INTERNA
PÉLVICA
 Pode ser instrumental, digital ou manual.
• Pode ser previsto através  Mede os diâmetros internos da escavação.
da PELVIMETRIA
 Usa-se a regra de Smellie, que é uma medição indireta do
diâmetro da conjugada verdadeira ou diagonal (+-11 cm) feita
PELVIMETRIA
manualmente.
• É o estudo da capacidade  Paciente em posição ginecológica, faz-se o toque vaginal com a
da bacia.
mão direita no intuito de atingir o promontório. Uma vez tocado,
• O prognóstico do parto
com o dedo indicador da mão esquerda, marca-se o local onde a
pode ser razoavelmente
previsto, no seu aspecto sínfise púbica repousa sobre a mão que realiza o toque
mecânico, diante da
correta realização dos  Posto que o diâmetro biparietal (D.B.P.) fetal ao termo é em torno
métodos habituais de de 9,5 cm, avaliamos que, se esta conjugada obstétrica supera
exame da bacia.
os 9,5 cm, (subtrair 1,5 cm do valor encontrado na medida da
• Avalia o diâmetro do Conjugada diagonal) o parto vaginal a termo se faz possível. Em
estreito superior da pelve.
pelves normais, não se toca ou se toca com grande dificuldade o
• Aspectos a serem
avaliados: promontório. Se o promontório for tocado, deve-se suspeitar de
estreitamento, que deve ser confirmado com a medida descrita.
• Capacidade
Ao final, retiram-se as mãos e pede-se que o auxiliar que meça o
• Forma
ídice entre a ponta do dedo da mão direita e o dedo indicador =
• Inclinação
conugada diagonal. No final desse medida, não esquecer de
• A pelvimetria pode ser substrair 1,5cm).
interna ou externa.
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TOQUE VAGINAL NO TRABALHO DE PARTO
PELVIMETRIA EXTERNA
• Estimar os diâmetros do estreito inferior.
• Paciente em posição ginecológica com as coxas
hiperfletidas sobre a bacia, medir com uma régua a
distância entre as duas tuberosidades isquiáticas. Se a
medida for maior que 11, a criança poderá passar
sem maiores dificuldades pelo canal de parto.

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ANAMNESE EM INTOXICAÇÕES
Epidemiologia das intoxicações Agentes que causam intoxicações
• São situações comuns, no Brasil estima-se em 3
milhões casos /ano. 1. Medicamentos (crianças e suicídio)
2. Domissanitários (produtos ilegais)
• Grande número de pessoas faz uso de 3. Inseticidas de uso Doméstico
medicações ou estoca nas residências produtos
potencialmente tóxicos com várias finalidades. 4. Pesticidas agrícolas (maior causa de óbitos no Brasil)
5. Raticidas
• O abuso de substâncias ilícitas também é
comum. 6. Animais peçonhentos

• Em indústrias pode ocorrer vazamento de


substância químicas.
Fases da Intoxicação
Fase de exposição
• Áreas agrícolas existe o risco de exposição a Via de administração, dose, concentração do agente, frequência de
inseticidas. exposição e susceptibilidade individual
• A maioria das intoxicações ocorre nas Fase de toxicocinética
residências, especialmente em crianças (66% Disponibilidade química e a concentração da substância nos
dos casos), sendo acidentais em 90% dos casos. diferente tecidos do organismo
• 95% dos episódios cursam com pequenas Fase de toxicodinâmica
consequências ou nenhuma. Interação entre as moléculas do agente tóxico e os locais de ação
• 92% dos casos são por ingestão aguda, e não Fase clínica
crônica. Evidências de sinais e sintomas
• 92% dos casos ocorrem por substância única.
• 85% dos casos ocorrem de modo não Classificação das intoxicações
intencional. Aguda ( Curto prazo)
• 52% dos casos ocorrem em crianças menores Sub-aguda ( Médio prazo)
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de 6 anos. Crônica ( longo prazo)
ANAMNESE EM INTOXICAÇÕES
Abordagem Inicial
1)Avaliação do estado geral do paciente
• Sinais vitais
2)Anamnese cuidadosa: verificar se o paciente apresenta distúrbios que
representem risco de morte iminente e procurar corrigi-los:
• Respiratórios: obstrução das vias aéreas, apneia, frequência respiratória,
estertores; M onitorização
• Cardiocirculatórios: TA, frequência e ritmo;
• Neurológicos: escala de REED; O oxigênio
• Bioquímicos/metabólicos;
• Sanguíneas. V enoso (acesso)
3)Estabelecimento do diagnostico;
4)Procedimentos terapêuticos E xames
• Diminuir a exposição do organismo ao toxico (Descontaminação),
• Aumentar a excreção do toxico já absorvido (diurese forcada,
exsanguineo-transfusao, dialise peritoneal e hemodiálise)
• Utilizar antídotos e antagonistas
• Tratamento de suporte, sintomático e das complicações
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M onitorização
O oxigênio
V enoso (acesso)
E xames
Exames < 8: intubação
Complementares
Principios gerais na intoxicação aguda
Maioria: não necessita!
Hemograma  Reconhecer uma intoxicação
Glicemia  Identificação do tóxico
Eletrólitos  Avaliar o risco da intoxicação
Gasometria arterial  Avaliação da gravidade e estabilização
clínica
Urina
 Diminuir a absorção do tóxico
Screening toxicológico  Aumentar a eliminação do tóxico
Qualitativo
QuantitativoRenata Bittar - Medicina Unit
 Prevenir reexposição
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ANAMNESE EM INTOXICAÇÕES
ANAMNESE
Interrogatório sintomatológico
• Identificação do paciente Identificar síndromes
(Profissão, perfil sociodemográfico, idade, Antecedentes pessoais
estado civil) Doenças de base e possíveis interações
Hábitos de vida
• QPD Suicídio, uso de drogas, depressão, envenenamento, alimentação.

(Intoxicação aguda, tempo) Condições socioeconômicas e culturais


• HDA
EXAME FÍSICO: detalhado e orientado quanto aos
aspectos toxicológicos, facilitando o
reconhecimento de uma síndrome toxicológica.

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ANAMNESE EM INTOXICAÇÕES
PRINCIPAIS CONDUTA
INTOXICAÇÕES NA 1. Oferecer suporte clínico (MOVE)
PRÁTICA CLÍNICA
1. Paracetamol 2. Prevenir a absorção de mais droga
2. Antidepressivos a) Exposição tópica: retirar as roupas e lavar com muita água o local
tricíclicos
b) Ingestão
3. Betabloqueadores  CARVÃO ATIVADO: método de escolha na maioria dos casos. Complexo
4. Benzodiazepínicos carvão-toxina é eliminados nas fezes (não é bem adsorvido pelo carvão:
5. Digitálicos flúor, cianeto, ferro etc)
6. Drogas ilíticas (cocaína,  LAVAGEM GÁSTRICA: trendelemburg e decúbito lateral esquerdo para
anfetaminas ou ecstasy, reduzir o risco de broncoaspiração
maconha e LSD)  XAROPE DE IPECA: não mais utilizado
7. Inseticidas/pesticidas
organofosforados e
carbamatos 3. Administrar antídotos quando disponíveis
8. Opioides
4. Acelerar a eliminação da droga
9. Toxinas diversas
(benzeno, metais  Múltiplas doses de carvão ativado que estimulam a evacuação
pesados)  Diurese forçada
 Hemodiálise Renata Bittar - Medicina Unit 55
ANAMNESE EM INTOXICAÇÕES
DROGA QUADRO CLÍNICO ANTÍDOTO
PARACETAMOL Náuseas, vômito, palidezhepatite (dor em hipocôndrio N-acetilcisteína
direito), elevação da bilirrubina sérica

ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS Rebaixamento da consciência, convulsões, coma, Carvão ativado, NaHCO3 para controle da acidemia,
sintomas ANTI-COLINÉRGICOS variados, taquicardia terapêutica para as crises convulsivas, hipotensão e
sinusal, arritmias ventriculares, hipotensão, assistolia arritmia

BETABLOQUEADORES (propranolol, Bradicardia, arritmia, reducação da contratilidade


miocárdica, hipotensão, depressão respiratória e do Glucagon
atenolol...) SNC, crises convulsivas, hipoglicemia, broncoespamos

BENZODIAZEPÍNICOS Depressão do SNC Flumazenil

DIGITÁLICOS (digoxina) Bradiarritmias, taquicardia, fraqueza, náuseas, vômitos, Anticorpo Fab antidigoxina
dor abdominal, diarreia

COCAÍNA, LSD, MACONHA Cocaína – Estimulação do SNC com elevação de humor,


hipertensão, taquicardia, hipertermia, midríase, disforia, Benzodiazepínicos
alucinações, ataques de pânico

INSETICIDAS/PESTICIDAS Efeitos muscarínicos: salivação, lacrimejamento, miose,


sudorese, vômitos, incontinência fecal e urinária,
ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS broncoespasmo, bradicardia Atropina
Efeitos nicotínicos: taquicardia, midríase, hipertensão, Pralidoxima
delirium, coma, convulsões, fraqueza muscular,
fasciculações

OPIOIDES (morfina, tramadol, codeína) Constipação, anorexia, náuseas, vômitos, redução na


percepção da dor, euforia, disfunção sexual, depressão Naloxone
respiratória

METAIS PESADOS Depende do tipo Depende do tipo


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INTOXICAÇÃO POR ANIMAL PEÇONHENTO
 A presença de um aparato inoculador faz a distinção entre um ser dito venenoso e outro dito peçonhento

1. Ofídios
2. Escorpionismo
3. Araneismo
4. Quilópodos
5. Himenópteros
6. Lepidépteros
7. Coleópteros
8. Peixes, celenterados e
equinodermos
9. Sifonóforos e medusas
10.Batráquios
11.Sáurios
12.Mamíferos Renata Bittar - Medicina Unit 57
INTOXICAÇÃO POR ANIMAL PEÇONHENTO
 Peçonhenta: cabeça mais triangular e destacável do corpo, causa mais curta e afina abruptamente, mais
arisca, rasteja mais devagar e se enrola, possui mais hábitos noturnos

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INTOXICAÇÃO POR ANIMAL PEÇONHENTO
ACIDENTE BOTRÓPICO ACIDENTE CROTÁLICO ACIDENTE LAQUÉTICO ACIDENTE ELAPÍDICO
 JARARACA  CASCAVEL  SURUCUCU  CORAL VERDADEIRA
 Mais comum  Mais letal  Único que causa estimulação vagal  Micrurus
 Maior mortalidade
 Único que causa RABDOMIÓLISE  EXCEÇÃO: não tem fosseta
 Com mais loreal e as presas são pouco
sequelas/manifestações locais  Fácies miastênica desenvolvidas
 Única que não causa sintomas  Fácies miastênica
neurológicos

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INTOXICAÇÃO POR ANIMAL PEÇONHENTO
ESPÉCIE QUADRO CLÍNICO ANTÍDOTO CONDUTA
Manifestações locais + fenômenos Soro anti-botrópico ou soro  Medidas gerais de suporte (repouso,
Botrópico (Jararaca) hemorrágicos antibotrópico-laquético elevação do membro afetado,
hidratação, lavar o local da picada
apenas com água ou água e sabão,
ferida deve ser debridada)
 Soro (hidratação)
 Profilaxia para o tétano
Efeitos locais discretos + fácies Soro anti-crotálico  Medidas gerais de suporte (repouso,
Crotálico (Cascável) miastênica + rabdomiólise (insuficiência elevação do membro afetado,
renal) hidratação, lavar o local da picada
apenas com água ou água e sabão,
ferida deve ser debridada)
 Soro (hidratação)
 Profilaxia para o tétano

Manifestações locais + fenômenos Soro antibotrópico-laquético  Medidas gerais de suporte (repouso,


Laquético (Surucucu) hemorrágicos apenas locais + elevação do membro afetado,
estimulação vagal (hipotensão, vômitos, hidratação, lavar o local da picada
diarreia) apenas com água ou água e sabão,
ferida deve ser debridada)
 Soro (hidratação)
 Profilaxia para o tétano

Efeitos locais discretos + fácies Soro anti-elapídico  Medidas gerais de suporte (repouso,
Elapídico miastênica elevação do membro afetado,
(Micrurus – Coral hidratação, lavar o local da picada
apenas com água ou água e sabão,
Verdadeira) ferida deve ser debridada)
 Soro (hidratação)
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 Profilaxia para o tétano
INTOXICAÇÃO POR ANIMAL PEÇONHENTO
ESCORPIONISMO

 Principal gênero: Tityus

 Habitat: ambientes úmidos, escuros, que tenham insetos


para a sua alimentação (dentro de casa)

 Quadro clínico
a) Leve: apenas dor (dura 24h), parestesias, eritema e
sudorese local
b) Moderado e Grave: manifestações sistêmicas (alteração
do estado mental, hipo ou hipertensão, sialorreia, arritmas,
choque, alterações do ECG

 Tratamento:
a) Soro antiescorpiônico ou antiaracnídico (apenas para casos
moderados e graves)
b) Suporte
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INTOXICAÇÃO POR ANIMAL PEÇONHENTO
ARANEÍSMO

Marrom

Armadeira

Viúva
Negra

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INTOXICAÇÃO POR ANIMAL PEÇONHENTO
ARANEÍSMO

Acidentes por caranguejeira e tarântula (Lycosa)


não têm importância clínica

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INTOXICAÇÃO POR ANIMAL PEÇONHENTO
LAGARTAS
LAGARTAS-DE-FOGO
 Dão origem a borboletas e mariposas
 O gênero Lonomia é o causador dos acidentes hemorrágicos
mais graves
 QUADRO CLÍNICO: dor imediata em queimação, com edema
e eritema na região do contato, irradiando para o membro;
linfonodomegalia dolorosa; pode evoluir para bolhas e
necrose, mas é raro; sintomas geralmente autolimitados,
regredindo dentro de 24h
 O maior problema ocorre com a lagartas do gênero Lonomia
que provocam um DISTÚRBIO NA COAGULAÇÃO
SANGUÍNEA
 O paciente começa a se queixar de cefalia, mal-estar, náuseas
e dor abdominal. Em seguida, começam a aparecer
manifestações hemorrágicas como gengivorragias, equimoses,
epistaxes, hematúria, hematêmese
 Pode levar ao óbito por insuficiência renal aguda e
hemorragia intracraniana
 EXAMES: tempo de coagulação, distúrbio de coagulação
sanguínea, pode ter hemólise, elevação da ureia e creatinina
 TRATAMENTO: observação clínica e controle laboratorial
durante as 1ªs 24h; só manifestações locais – não necessita de
soroterapia e o tratamento é sintomático; Soro específico
(SALon – soro antilonômico) é indicado para quadros
hemorrágicos Renata Bittar - Medicina Unit 64
INTOXICAÇÕES EXÓGENAS
Metais Pesados
METAL FONTES DE QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO
CONTAMINAÇÃO
CHUMBO Inalação e ingestão Hipertensão, anemia normo-normo, História + exame físico + dosagem Dimercaprol, EDTA, d-penicilamina
Tintas à jato e de cabelo, baterias de dor abdominal, irritabilidade, de chumbo sérico e protoporfirina
carros, indústrias de armamentos e cefaleia, déficit neurológico, eritrocitária (HEMÁCIAS COM
encanamentos, mineração, batons, disfunção tubular renal, “linha de PONTILHADO BASOFÍLICO)
ração chumbo”

MERCÚRIO Fabricação de pesticidas e Sintomas pulmonares, História + exame físico + níveis no Prevenção e alguns quelantes
fungicidas, garimpeiros, consumo gastrointestinais, renais e lesões sangue e na urina podem ser utilizados
de peixes e frutos do mar permanentes do SNC (MAIS
contaminados ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS)

ARSÊNIO Fundição e indústrias de Gastroenterite hemorrágica, lesões Dosagens séricas, urinárias, nos Dimercaprol
microeletrônica renais, vasoespasmo, neoplasias, cabelos e nas unhas
hiperceratose, linhas de Mees

CROMO Galvanoplastias, indústrias de Prurido nasal, rinorreira e epistaxe Quelante não é eficaz e pode
cimento, produção de ligas  ulceração e perfuração do septo agravar a nefropatia
metálicas, soldagem de aço nasal; irritação de conjuntiva com
inoxidável, pigmentos da indústria lacrimejamento e irritação da
têxtil, cerâmica, vidro e borracha, garganta, erupções eritematosas
indústria fotográfica, vulcões “olho de pombo”; risco aumentado
para câncer de pulmão

MANGANÊS Mineradores, ração animal, Síndrome Parkinsoniana e alterações


fertilizantes, fabricantes de baterias psiquiátricas (psicose, mania,
de automóveis depressão)

NÍQUEL Inalação de óxido de níquel Dermatite de contato, aumenta risco


de câncer de pulmão
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