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LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
LICENCIATURAS EM FOCO
UNIASSELVI 2016
Organização
Ana Clarisse Alencar Barbosa
Fábio Roberto Tavares
Autoria
Clara Aniele Schley
Jean Carlos Morell
Patrícia Cesário Pereira Offial
Reitor da Uniasselvi
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação
Matheus Cristi
Capa
Djenifer Luana Kloehn
Revisão Final
José Roberto Rodrigues
Marcio Kisner
LICENCIATURAS em foco
Ficha catalográfica
Elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri – UNIASSELVI – Indaial.
370
S339l Schley; Clara Aniele
Licenciaturas em foco/ Clara Aniele Schley; Jean Carlos Morell;
Patrícia Cesário Pereira Offial : UNIASSELVI, 2016.
243 p. : il.
ISBN 978-85-7830-997-8
1.Educação.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Impresso por:
LICENCIATURAS em foco
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------------------ [ APRESENTAÇÃO LICENCIATURAS EM FOCO ] ------------------
Uma educação que valoriza a diversidade surge como uma alternativa para
que possamos buscar respostas para as problemáticas existentes no cotidiano
escolar. Muito embora a Declaração dos Direitos Humanos tenha sido aprovada
em 1948, os estudos acerca dos seus encaminhamentos continuam mais atuais do
que nunca, tendo em vista a premência de provocar discussões e estudos sobre a
temática. Principalmente no que diz respeito ao preconceito em seus mais variados
contextos.
Boa leitura!
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SUMÁRIO
UNIDADE 1: EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE................................................... 1
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UNIDADE 2: POLÍTICAS EDUCACIONAIS..................................................... 65
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UNIDADE 3: METODOLOGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA........ 131
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2.12 PORTAL DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS -
LÍNGUA ESTRANGEIRA........................................................................... 209
2.13 BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL............................................................ 210
2.14 TRABALHANDO COM MAPAS................................................................. 211
2.15 AS PINTURAS HISTÓRICAS.................................................................... 216
2.16 O PROJETO DE RÁDIO NA ESCOLA...................................................... 218
2.17 PODCAST................................................................................................. 224
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................... 227
AUTOATIVIDADE............................................................................................. 228
REFERÊNCIAS................................................................................................. 233
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UNIDADE 1
EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
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LICENCIATURAS em foco
------ [ TÓPICO 1 - DIVERSIDADE E OS DESAFIOS ATUAIS ] ------
1 INTRODUÇÃO
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De norte a sul de nosso país encontramos riquezas imensuráveis da
biodiversidade, contidas não só na vegetação, ou animais dos mais comuns aos
mais raros, como ainda na face de cada pessoa. Rostos que revelam os diferentes
tipos de sentimentos contidos no desenhar de seus traços, na expressão corporal,
que de alguma maneira demonstram uma identidade própria.
FIGURA 1 - DIVERSIDADE
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Falar de diversidade envolve também entender as multiculturas, que vêm
se tornando cada vez mais comuns na constituição das atuais sociedades. Para
esclarecer como se formam essas multiculturas, podemos citar os imigrantes que
colonizaram as regiões brasileiras. Também um exemplo recente que ocorreu no ano
de 2010, a imigração de alguns haitianos ao Brasil após sofrerem com um terremoto
em seu país, uma tragédia que deixou 150 mil mortos e muitos em estado de total
pobreza. O governo brasileiro, com o apoio das empresas, ofereceu trabalho e os
mesmos direitos que cidadãos brasileiros possuem, garantindo o acesso à saúde e
ao ensino. Esse acolhimento envolveu não só recebê-los fisicamente no espaço
concedido, como também envolvê-los em nossa cultura, todavia, há uma adaptação
de ambas as partes que deverá ser construída com o tempo.
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A partir desses exemplos, queremos que você entenda a diferença entre
multicultural e multiculturalismo, pois são termos que envolvem as discussões
pertinentes à diversidade e que divergem de acordo com a concepção de cada autor.
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Nos planos econômico, social, político e das relações pessoais,
"diferença" tem significado, em nosso país, quase sempre de
"desigualdade"; ou mais exatamente: as diferenças étnicas,
culturais, fenotípicas, serviram de marcas entre desiguais
sociais. No plano da cultura, porém, a aplicação dessa
equivalência (diferença = desigualdade) confunde os partidários
da "democracia", levando-os a postular o fim das diferenças
como garantia de igualdade. Eis o que pensaria um "democrata"
bem-intencionado: "nossos alunos serão iguais a nós quando
não forem diferentes”.
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identidades, lidando com sua coletividade.
Quando Habermas (1983, p. 22) discute que “ninguém pode edificar a sua
própria identidade independentemente das identificações que os outros fazem dele”,
nos reforça que somos construídos por uma coletividade, e com isso devemos cuidar
para que essa coletividade não sufoque ou discrimine um específico indivíduo.
É isso que acontece quando entra num grupo “homogêneo” alguém com
características - sejam elas físicas ou culturais - diferentes. No caso de ser em
ambiente escolar, deve o educador saber lidar com essa situação, não permitindo
que rótulos ou discriminações façam parte de um grupo em formação. Os valores
como a ética e o respeito ao próximo devem ser eixo norteador no sentido de
combater ações discriminatórias, bem como colaborar para a formação cidadã do
sujeito. Eis que surge aqui outro desafio da diversidade, o de educar para a cidadania
num ambiente plural que é a escola. Como formar cidadãos que zelam pelos seus
direitos e deveres, que contribuem para uma sociedade justa e equilibrada, num
mundo globalizado?
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Educar para a cidadania global requer a compreensão da multiculturalidade,
o reconhecimento da interdependência com o meio ambiente e a criação de espaço
para o consenso entre os diferentes segmentos da sociedade. Nesse sentido, a
escola deve preocupar-se em “(...) educar para a diversidade dos outros, saber que
somos diferentes e que cada um tem o direito de ser diferente, único e singular, o
que exige um aprofundamento no respeito pelo outro e na compreensão do outro”
(MORAES, 2010, p. 225).
Para você entender melhor o que quer dizer essa projeção de imagem e
os danos que ela poderá causar a alguém ou a um grupo, analise a seguir o que
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expressa a pesquisa desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
(FIPE), no ano de 2009, apontando o percentual de respondentes com algum nível
de preconceito:
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De acordo com o resultado e a conclusão da pesquisa apresentada pela
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas em 2009, as pessoas não se julgam
preconceituosas, mas suas ações representam a discriminação. É o exemplo
de quem diz “não tenho nada contra, porém não quero contato”. Essa questão é
muito complexa, pois envolve a subjetividade do indivíduo. Alguns acham que tal
comportamento não define uma prática discriminatória, já outros julgam que sim.
Cabe refletirmos que, à medida que nos afastamos dessas pessoas socialmente
não aceitas, entramos no círculo do preconceito e da discriminação, embora que
muitos não concordem.
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LICENCIATURAS em foco
Percebam a seguir como este quadro se altera: quando se trata de
funcionários, o grau de conhecimento de práticas discriminatórias sofridas por
funcionários se expressa um pouco diferente, analisem:
LICENCIATURAS em foco
Perceba que esta ação é um tipo de preconceito primário, pois por uma
questão de sobrevivência, o ser humano não tinha valor, ele era apenas o caçador.
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difícil e a força teria que ser utilizada, mas poderia acontecer
(MACHADO, 2009, s.p.)
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QUADRO 2 - CONTEXTOS DA DIVERSIDADE
FONTE: Adaptado de Ribeiro (2016), Feitosa (2016), Kretzmann (2007), Silva e Alvarenga (2009).
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teóricos. Diante disso, traremos o conceituado autor deste assunto, Hall (2003, p.
50), que nos esclarece, sustentando que:
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QUADRO 3 - DIFERENTES CONCEPÇÕES DE MULTICULTURALISMO
Multiculturalismo
Multiculturalismo Multiculturalismo
Crítico ou
Conservador Liberal
Revolucionário
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Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer que a
difusão instantânea de notícias realmente informa as pessoas.
A partir desse mito e do encurtamento das distâncias – para
aqueles que realmente podem viajar – também se difunde a
noção de tempo e espaço contraídos. É como se o mundo
houvesse se tornado, para todos, ao alcance da mão. Um
mercado avassalador dito global é apresentado como capaz
de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças
locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade,
ao serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se torna
menos unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania
verdadeiramente universal. Enquanto isso, o culto ao consumo
é estimulado (SANTOS, 2000, p.9).
Vamos refletir agora sobre uma questão ENADE de 2008, que trata de uma 17
das problemáticas da diversidade, a educação escolar e a desigualdade social.
Alternativa correta: A
Comentários:
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A alternativa A é a única que se atém a um dado de realidade factível e,
portanto, é a alternativa correta. Seu tom é prosaico e despretensioso, redundando
em uma constatação óbvia e aparentemente sem importância. Há uma relação de
continuidade, embora não determinista: “a escolarização progressiva da população
vem acompanhada de um aumento das exigências educacionais do mercado de
trabalho” e não postula o que vem antes ou depois, o que determina o que. A
expressão “vem acompanhada” indica uma condição de indissociabilidade entre
as premissas, ou seja, afirma que uma coisa (a escolarização progressiva) vem
acompanhada da outra (o aumento das exigências educacionais). Por vezes,
o aumento da complexidade no mundo do trabalho faz aumentar as exigências
educacionais para seu acesso e, em consequência, isso demanda um aumento da
escolarização da população; por vezes, é a escolarização progressiva da população
que vai empurrar o nível de exigência do mercado de trabalho.
A segunda alternativa tenta forçar uma conclusão improvável, uma vez que a
garantia da empregabilidade não deriva do aumento da escolaridade da população.
De certa forma, considerando o argumento já destacado na alternativa anterior,
até poderíamos dizer que esse aumento de escolarização vai fazer aumentar as
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exigências do mercado e exigir progressiva compatibilidade com o nível de instrução.
No entanto, não é verdade que garanta empregabilidade em alguma instância.
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De modo geral, as crises econômicas e o desemprego andam juntos, mas não há
nenhuma relação evidente entre elas e a escolarização progressiva da população.
Por fim, a última alternativa peca pela associação de duas assertivas que
não mantêm correlação entre si (a equanimidade entre os segmentos sociais e a
diminuição dos conflitos culturais) e pela pretensão de associá-las à escolaridade.
Muito embora se pretenda que a escolarização progressiva contribua para a
diminuição da desigualdade social através da equiparação das condições de acesso
da população às mesmas benesses sociais, sabemos que isso não representa a
equalização social idealizada.
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------ [RESUMO DO TÓPICO 1] ------
• Os desafios atuais da diversidade têm raízes no passado, por isso é uma questão de
consciência coletiva. As pessoas não assumem que são preconceituosas. Contudo,
estão predispostas a manter distância social de outros grupos.
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DE
ATIVIDA
AUTO
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É correto apenas o que se afirma em
A) I e III.
B) II e V.
C) II, III e IV.
D) I, II, IV e V.
(E) I, III, IV e V.
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LICENCIATURAS em foco
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------ [ TÓPICO 2 - EDUCAÇÃO INTERCULTURAL] ------
1 INTRODUÇÃO
LICENCIATURAS em foco
resoluções daqueles órgãos concernentes à convocação da
Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial,
Xenofobia e Intolerância Correlata e lembrando, também,
as duas Conferências Mundiais de Combate ao Racismo e
à Discriminação Racial, ocorridas em Genebra em 1978 e
1983, respectivamente; observando com grande preocupação
que, a despeito dos esforços da comunidade internacional,
os principais objetivos das três Décadas de Combate ao
Racismo e à Discriminação Racial não foram alcançados e
que um número incontável de seres humanos continuam, até
o presente momento, a serem vítimas de várias formas de
racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata
(...) (BRASIL, 2001).
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FIGURA 3 - ESCRAVOS LIBERTOS
Como você viu, há amparo na lei, que tenta, de alguma forma, trazer esses
conhecimentos que fizeram parte um dia da vida de nossos antepassados, com o
intuito de resgatar a cultura, pois é considerado um patrimônio da história mundial.
A valorização desta cultura é uma questão de inclusão, de ética e compromisso
com gerações castigadas pela discriminação. Por conta disso, há programas
desenvolvidos pelo governo que tentam suprir essa “deficiência” nas escolas. O
Programa Ética e Cidadania, construindo valores na escola e na sociedade, é um
Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado desenvolvido pelo MEC,
que tem por objetivo criar subsídios para um trabalho voltado à democracia, à ética,
à cidadania e à justiça.
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Para isso, propõe a criação dos Fóruns Escolares de Ética e
de Cidadania nas escolas, nos municípios e nos estados, e
buscará instrumentalizar a ação dos profissionais da educação
envolvidos em sua implementação nas escolas participantes, por
meio de recursos didáticos e materiais pedagógicos adequados
(BRASIL, 2007, p. 4).
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conhecimentos e saberes, a utilização de pluralidade de lingua-
gens, estratégias pedagógicas e recursos didáticos, a promoção
de dispositivos de diferenciação pedagógica e o combate a toda
forma de preconceito e discriminação no contexto escolar.
FONTE: CURY, C. R. J. A educação básica como direito. Caderno de Pesquisa, v. 38, n. 134,
maio/ago. 2008, p. 300 (adaptado).
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II. Os estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio,
públicos e privados, conforme previsto na Lei nº 10.639/2003,
devem priorizar o estudo da história e da cultura afro-
brasileira e indígena na áreas de educação artística e
geografia.
III. No ensino de história e de cultura afro-brasileira e indígena
devem ser incluídos, entre outros aspectos, conhecimentos
relativos à cultura negra brasileira e ao papel do negro na
formação da sociedade nacional.
IV. No ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena
deve-se destacar a contribuição dos negros nas áreas social,
econômica e política de história do Brasil.
Resposta correta: D
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Conforme apontam as opções I, II e IV, podemos perceber que há um olhar
atencioso por parte das políticas públicas em educação, no respeito à diversidade em
seu conceito amplo. Essa preocupação faz surgir também novas leis e programas
que atendem essa problemática abrigada de preconceitos, discriminações e
agressões a um povo oprimido, seja por uma característica cultural, física, linguística
ou de gênero. Constatado na Lei nº 13.005 do Art. 2º, inciso III, no qual estabelece
a eliminação das desigualdades no âmbito educativo, promovendo a cidadania
e a erradicação da discriminação. Consta também neste mesmo artigo, inciso X,
a ascensão dos princípios na valorização aos direitos humanos, no que tange à
diversidade e à sustentabilidade socioambiental. Na continuidade da análise da
Lei, rege o artigo 7 que:
32
A preocupação também se estende à população isolada, como se confirma
no Artigo 8, inciso II, no qual institui o atendimento às demandas específicas do povo
do campo e dos grupos indígenas e quilombolas, assegurando o direito à educação
e a diversidade cultural. Nesse sentido, a miscigenação humana vem sendo pauta
de constantes debates e os conceitos sobre o assunto se ressignificam em função
das ideias dos diferentes autores quanto à noção de raça e diferenças raciais.
LICENCIATURAS em foco
prima pela cidadania, em busca do respeito às etnias e suas diferenças culturais;
as diferenças sociais e econômicas. Portanto, não é suficiente falar do respeito
se nas atitudes é manifestado o preconceito. O docente e todo o ambiente
educativo precisam conscientizar-se para que a ação esteja coerente com o
discurso. Nesse sentido, devemos compreender, segundo Mantoan (2003, p. 53):
Conferimos também que a Lei nº 13.005, a qual aprova o novo PNE (Plano
Nacional de Educação), prevê metas e estratégias para o período de 2014/24, que
têm impacto no cumprimento de ações que envolvem a valorização da diversidade
nos aspectos culturais, sociais, pautados nos direitos humanos. A partir daí,
conforme consta na meta 7 deste mesmo plano, buscam a promoção da qualidade
da educação, com avanço do andamento escolar e na aprendizagem, atingindo as
consequentes médias nacionais para o Ideb:
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QUADRO 4 - MÉDIAS NACIONAIS PARA O IDEB (META 7 DO PNE)
Anos iniciais
do Ensino 5,2 5,5 5,7 6,0
Fundamental
Anos finais
5,5
do Ensino 4,7 5,0 5,2
Fundamental
5,2
Ensino Médio 4,3 4,7 5,0
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cacional, trabalhista, institucional, política ou religiosa, além de
todas as dimensões éticas e estéticas, bem como seus modos
de pensar e fazer (MORAES, 2010, p. 121).
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É preciso colocar o conhecimento à disposição do maior nú-
mero possível de pessoas, criando um ambiente que seja não
só de comunicação, mas que também atue como ferramenta
instigadora, que colabore para uma reflexão crítica, para o
desenvolvimento da pesquisa, que facilite uma aprendizagem
contínua, permanente e autônoma. (MORAES, 2010, p. 121).
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Nesse sentido, o combate à discriminação começa por uma educação
consciente e crítica. Para tanto, é necessário o entendimento global de nossa história,
que por muitos anos foi camuflada sutilmente pelos livros didáticos de uma época.
Hoje, com a globalização tecnológica, a informação corre numa velocidade em tempo
real. O que acontece neste instante o mundo recebe em questão de um estalar de
dedos. É por isso que formar cidadãos críticos frente a essa nova era tecnológica
é tão necessário quanto urgente, pois se antes conhecíamos a história pelos livros
didáticos, pelo contexto, muitas vezes limitados do autor, hoje se conhece pelas
mídias e, sendo assim, há muita informação distorcida, manipulada e questionável.
LICENCIATURAS em foco
a reestruturação e a aquisição de equipamentos; a oferta de
programas para a formação inicial e continuada de profissio-
nais da educação; e o atendimento em educação especial.
(OBSERVATÓRIO DO PNE, 2013, s.p., grifos nossos).
LICENCIATURAS em foco
Acompanhe a seguir a leitura complementar que trata dos desafios de uma
educação intercultural, pautada nos direitos humanos:
LICENCIATURAS em foco
Um elemento importante nesta perspectiva são as histórias de vida dos
sujeitos e das diferentes comunidades socioculturais. É importante que se opere com
um conceito dinâmico e histórico de cultura, capaz de integrar as raízes históricas
e as novas configurações, evitando-se uma visão das culturas como universos
fechados e em busca do “puro”, do “autêntico” e do “genuíno”, como uma essência
preestabelecida e um dado que não está em contínuo movimento.
LICENCIATURAS em foco
S!
DICA
Literatura afro-brasileira
Literaturas que valorizam a diversidade étnica e cultural afro-brasileira e
africana são uma ótima alternativa para abordar os conteúdos exigidos
pela Lei 10.639, que obriga o ensino da "História e Cultura afro-brasileira e
africana" nas escolas de Ensino Fundamental e Médio das redes pública e
privada de todo o Brasil.
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LICENCIATURAS em foco
Primeiro livro do autor africano, Terra Sonâmbula
foi considerado um dos 12 melhores romances do
continente no século 20. Numa estória emocionante
sobre o encontro de um menino sem memória e
um velhinho meio perdido pelo mundo, Mia Couto
mistura símbolos tradicionais da cultura e da história
moçambicana.
S!
DICA
LICENCIATURAS em foco
Um grupo de jovens apaixonados por cinema participa
de um concurso de vídeos amadores no qual devem
filmar uma cena de O Guarani, de José de Alencar.
Para isso, eles estudam a obra e a comparam com a
atualidade, o que muito auxilia o contato dos nossos
jovens leitores com esse clássico da literatura brasileira.
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LICENCIATURAS em foco
------ [RESUMO DO TÓPICO 2] ------
LICENCIATURAS em foco
DE
ATIVIDA
AUTO
LICENCIATURAS em foco
III. A diversidade cultural é tema a ser abordado na perspectiva da
transversalidade, o que possibilita colocar em prática a relação entre as áreas
dos conhecimentos em sua aplicabilidade transformadora dos fenômenos
sociais e naturais.
IV. A principal característica do trabalho com temas transversais é a condição
de estabelecimento de relações entre disciplinas e teoria e prática; sujeito e sua
produção; conhecimento trabalhado em sala e conhecimentos não constantes
dos programas escolares.
LICENCIATURAS em foco
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LICENCIATURAS em foco
------ [ TÓPICO 3 - EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL] ------
1 INTRODUÇÃO
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LICENCIATURAS em foco
Vejamos as mudanças que desencadearam outras vias educacionais,
trazendo alguns aspectos:
LICENCIATURAS em foco
[...] “nas bibliotecas e nos museus, num processo de educação
a distância e numa brinquedoteca. Na rua, no cinema, vendo
televisão e navegando na internet, nas reuniões, nos jogos e
brinquedos (mesmo que eles não sejam dos chamados edu-
cativos ou didáticos) etc. ocorrem, igualmente, processos de
educação (TRILLA, GHANEM, 2008, p. 29).
LICENCIATURAS em foco
A educação não formal é uma atividade com uma intencionalidade, mas
com outra organização, sistema e tempo, podendo ser encontrada nos trabalhos
comunitários e atividades culturais, bem como na escola e nas atividades
extracurriculares que integram os conhecimentos da educação formal. Para Trilla
(2008), a educação não formal rompe com algumas características escolares, com
uma educação regrada. “A educação não formal tem outros atributos: ela não é
organizada por séries/idades/conteúdos. [...] desenvolve laços de pertencimento.
Ajuda na construção da identidade coletiva do grupo” (GOHN, 2010, p. 20). Sendo
um dos objetivos o aprender em conjunto, de forma interativa e dinâmica e que
ocorre por diversas metodologias, muitas oferecem certificação, mas cabe a cada
pessoa escolher participar e se envolver com determinação naquilo que se propõe a
realizar. Podemos encontrar esse envolvimento no estudo de línguas, cursos de curta
duração, seja presencial ou on-line, mediação e participação nas ações educativas
em museus; congressos; reuniões de entidades para definir metas, estratégias ou
ações; associações dos bairros e comunidades, formações continuadas etc. Essa
forma diferenciada da educação formal, segundo Gohn (2010), resulta em:
LICENCIATURAS em foco
qualquer ambiente, sem intenção, e não é institucionalizada. “A casa onde mora,
a rua, o bairro, o condomínio, o clube que frequenta, a igreja ou local de culto a
que se vincula sua crença religiosa, o local onde nasceu etc.” (GOHN, 2010, p.
17). A transmissão da informação ocorre de forma natural, onde o modo de pensar
e de se expressar é exercido no ambiente sociocultural em que se está inserido,
resultando em experiências e práticas que não estão vinculadas a uma instituição,
como na educação formal e não formal. Os efeitos educacionais nesse caso não
são configurados de forma educativa, mas as três vertentes juntas são [...] “o campo
prioritário para o desenvolvimento de valores – para desenvolver a capacidade de
enfrentar adversidades, mas também como capacidade de recriar, refazer, retraduzir,
ressignificar as condições concretas de vivência cotidiana [...]” (GOHN, 2010, p. 42).
Compreendemos que a educação formal, não formal e informal é necessária para o
desenvolvimento pessoal e profissional do sujeito. As informações que podem virar
conhecimento são cíclicas, como a figura a seguir nos proporciona.
51
LICENCIATURAS em foco
Portanto, a educação informal está presente tanto na educação formal
como na educação não formal, pois os indivíduos trazem na sua bagagem de vida
histórias de vida regadas de inúmeras informações. Porém, a educação formal e
a não formal interpenetram-se, implementando a educação informal com outros
saberes, transformando em conhecimento.
LICENCIATURAS em foco
NOT
A!
Patrimônio Imaterial: os bens culturais de natureza
imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida
social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de
fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas,
musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras
e santuários que abrigam práticas culturais coletivas).
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Para tanto, realizar parcerias com outras disciplinas ou outros lugares do
aprender não é uma prática construída em pouco tempo.
É preciso se deixar contaminar com outros lugares da cultura, por isso, nos
valemos da sensibilização, que é possível por meio da arte. Como registra Peixoto
(2003):
LICENCIATURAS em foco
Trazer esses saberes culturais para dentro da sala de aula, além de outros
lugares de experiência e convívio, ocorre de forma mais articulada com a disciplina.
S!
DICA
LICENCIATURAS em foco
FIGURA 6 - INTEGRAR-SE NO AMBIENTE CULTURAL
FONTE: O autor.
Para que o docente possa construir uma mediação cultural com os alunos,
ele precisa transitar por lugares não formais, e aí sim, construir ao longo do percurso
educacional a ampliação do repertório sociocultural discente. No entanto, cabe um
planejamento inicial para realizar a saída da escola, a saber:
56
• Compreender a interseção entre o aprendizado formal e o
não formal.
• Pesquisar sobre o(s) lugar(es) a ser(em) visitado(s) pessoal-
mente ou por meios midiáticos.
• Buscar maiores informações caso ocorram visitas mediadas,
estabelecendo contato com os profissionais do museu.
• Planejar o tempo que permanecerá no lugar.
• Discutir com os alunos a relação com o lugar a ser visitado.
• Discutir, posteriormente à visita, os pontos negativos e positivos
do passeio efetuado (SCHLEY, 2015, p. 68).
LICENCIATURAS em foco
pelo campo da arte e da cultura que “[...] transmite significados que não podem ser
transmitidos por nenhum outro tipo de linguagem, como a discursiva e a científica”
(BARBOSA, 2009, p. 21).
S!
DICA
LICENCIATURAS em foco
------ [LEITURA COMPLEMENTAR] ------
LICENCIATURAS em foco
mecanismos criados pela própria escola, como o Colegiado Escolar, a Constituinte
Escolar, plenárias pedagógicas e outros. Esse ato de sujeito da própria cidade leva
para dentro da escola os interesses e necessidades da população. Segundo Paulo
Freire (1993), esse é o “cenário” da cidade que educa no qual as práticas escolares
possibilitam qualificar tanto a leitura da palavra escrita como a “leitura do mundo”.
A cidade que educa não fica no imediato, mas aponta para uma compreensão
mais analítica e reflexiva tanto dos problemas do quotidiano quanto dos desafios
do mundo contemporâneo.
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LICENCIATURAS em foco
------ [RESUMO DO TÓPICO 3] ------
LICENCIATURAS em foco
DE
ATIVIDA
AUTO
LICENCIATURAS em foco
museu. Dessa maneira, forma grupos seletos para analisarem e
interpretarem obras de arte.
IV - A mediação exige abordagens interdisciplinares, pois cria acessos
aos mundos do cotidiano da vida e da mídia, além de educar
culturalmente.
A - I e II.
B - I e II.
C - III e IV.
D - I, II e IV.
E - II, III e IV.
62 Acadêmico!
A questão propõe uma abertura para entender uma mudança ocorrida com
o perpassar dos séculos na concepção de visão sobre o museu. Embora o
museu tenha iniciado como forma de colecionismo, hoje ele se torna dinâmico,
atraente por meio de suas ações que envolvem a sociedade, mediando com a
sociedade questões do cotidiano. As mediações e as ações educativas fazem
parte de muitos museus brasileiros como forma de conectar com a realidade,
ampliando os saberes e os fazeres, principalmente com grupos escolares.
Essa relação entre a educação formal e não formal proporciona uma mudança
de pensamento com relação a esses museus, que há muito tempo eram
denominados de “lugar de coisas velhas”. Em se tratando das afirmações
da pergunta, a mediação faz-se presente em todas as alternativas, em que
podemos entender que não está apenas no museu, mas presente na escola.
LICENCIATURAS em foco
O mediar abre caminho para o diálogo, a reflexão, os questionamentos e as
discussões que envolvem e conectam diversas áreas, ampliando o repertório
cognitivo e cultural do sujeito. Dessa forma, a interdisciplinaridade, ou seja,
a integração de várias disciplinas, pode auxiliá-lo a entender o mundo em
que se vive, pois o sujeito compreende que tudo está integrado. Portanto,
em um museu, como o de arte, a mediação realizada ocorre por pessoas
especializadas em arte, auxiliando o espectador no processo de formação
cultural para que em outro contexto, como o escolar, consiga transitar em seus
conteúdos realizando uma mediação cultural, bem como realizar projetos e
práticas de forma interdisciplinar.
63
LICENCIATURAS em foco
64
LICENCIATURAS em foco
UNIDADE 2
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
LICENCIATURAS em foco
66
LICENCIATURAS em foco
------ [ TÓPICO 1 - EDUCAÇÃO INCLUSIVA ] ------
1 INTRODUÇÃO
67
2 COMUNIDADE ESCOLAR E A POLÍTICA DE INCLUSÃO
LICENCIATURAS em foco
QUADRO 5 - PRINCIPAIS DISPOSITIVOS, POR ORDEM CRONOLÓGICA
LICENCIATURAS em foco
condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas
do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”.
LICENCIATURAS em foco
Destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria produzir
seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à
diversidade humana”.
LICENCIATURAS em foco
2004 – Decreto nº 5.296/04
Regulamenta as leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas e
critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou
com mobilidade reduzida (implementação do Programa Brasil Acessível).
LICENCIATURAS em foco
2009 – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Aprovada pela ONU e da qual o Brasil é signatário. Estabelece que os Estados
Parte devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis
de ensino. Determina que as pessoas com deficiência não sejam excluídas
do sistema educacional geral e que as crianças com deficiência não sejam
excluídas do Ensino Fundamental gratuito e compulsório; e que elas tenham
acesso ao Ensino Fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade
de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem (Art. 24).
LICENCIATURAS em foco
incluídos; implantar mais salas de recursos multifuncionais; fomentar a
formação de professores de AEE; ampliar a oferta do AEE; manter e aprofundar
o programa nacional de acessibilidade nas escolas públicas; promover a
articulação entre o ensino regular e o AEE; acompanhar e monitorar o acesso
à escola de quem recebe o benefício de prestação continuada.
LICENCIATURAS em foco
QUADRO 6 - DECLARAÇÃO SALAMANCA
74
Percebam que o documento promove o que é de direito do ser humano:
educação, com respeito à sua diversidade, atendendo todas as suas necessidades,
sejam elas físicas ou intelectuais, para que esse sujeito possa se desenvolver como
as demais pessoas da sociedade.
LICENCIATURAS em foco
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana,
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho.
LICENCIATURAS em foco
Na obra, o autor enfatiza a importância de continuarmos a discutir sobre
a inclusão, pois é uma questão histórica e social. Uma escola que percebe a sua
função social abre caminhos para a inclusão. Incluir, segundo Pacheco (2012), não
significa juntar as pessoas num mesmo lugar e continuar com o mesmo sistema de
currículo em que seleciona o bom do mau aluno, isso é exclusão. Inclusão é saber
lidar com o diferente, respeitando o tempo de cada um aprender. O atual sistema
educativo, segundo autor, não colabora para essa ação.
LICENCIATURAS em foco
S!
DICA
78
Nessa perspectiva, o processo de inclusão deve ser percebido pela escola
no seu aspecto mais amplo, como sendo um instrumento favorecedor do acesso e da
permanência nas classes comuns do sistema regular de ensino de todos os alunos
que possuem algum tipo de deficiência. Para que isso aconteça, faz-se necessário
que a escola repense suas ações nos diversos aspectos que perpassam toda a
estrutura escolar, bem como se proponha a desenvolver estratégias adequadas de
ensino para esses alunos, respeitando suas diferenças e seus modos de aprender,
procurando com isso a concretização e o sucesso da proposta de inclusão.
Com base nos suportes legais organizados pelo Ministério Público Federal
(2005, p. 30), temos que:
LICENCIATURAS em foco
Quando falamos em prática pedagógica voltada ao atendimento de crianças
e jovens, é imprescindível discutir o modo como ela vem sendo conduzida no atual
cenário educacional, tendo como ponto de referência o paradigma da inclusão
escolar.
Conforme expõe Carvalho (2000, p. 170), “as escolas inclusivas são escolas 79
para todos, o que implica num sistema educacional que reconheça e se prepare para
atender às diferenças individuais, respeitando as necessidades de todos os alunos”.
LICENCIATURAS em foco
FIGURA 7 - OS PROCESSOS DE EXCLUSÃO, SEPARAÇÃO, INTEGRAÇÃO E
INCLUSÃO, SOB A ÓTICA DE BEYER (2006)
80
LICENCIATURAS em foco
há um acesso legítimo aí? Não, claro que não, há a aproximação física, mas os
direitos da igualdade não são respeitados ainda. Somente na inclusão é que
percebemos sendo respeitados os direitos humanos.
Vamos trazer agora um caso que reflete, mesmo que não no âmbito escolar,
mas no contexto social, um exemplo de separação e discriminação, levando à
violência.
LICENCIATURAS em foco
casos de alunos que apresentam características mais
específicas, dentre outros temas. Para remover barreiras para a
aprendizagem é preciso sacudir as estruturas tradicionais sobre
as quais nossa escola está assentada. (CARVALHO, 2004, p. 66)
FIGURA 8 - INCLUSÃO
83
Nesse sentido, Carvalho (2004, p. 122) destaca que “para que a educação
inclusiva se concretize, na plenitude de sua proposta, é indispensável que sejam
identificadas e removidas barreiras conceituais, atitudinais e político-administrativas,
cujas origens são múltiplas e complexas”. O processo de inclusão não deve ser
encarado pela escola como algo pronto e encerrado em si mesmo. Como todo
processo, ele também é dinâmico e precisa alimentar-se dos questionamentos
que se apresentam diariamente no contexto escolar, fato que se constitui num
permanente e complexo desafio para todos os envolvidos.
LICENCIATURAS em foco
Os professores comprometidos em desempenhar um trabalho de qualidade,
que possibilite a aprendizagem de todos os seus alunos, viabilizando, desse modo, a
proposta de inclusão escolar, precisam estar abertos para transformar seu ambiente
de sala de aula e ressignificar suas práticas pedagógicas.
LICENCIATURAS em foco
Educação Inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um
mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de educação não significa negar
as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não
são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da
realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades
de convivência a todas as crianças.
85
Flexibilização e adaptação curricular em favor da aprendizagem
LICENCIATURAS em foco
ele possa criar uma atmosfera acolhedora na classe. A sala de aula afirma ou
nega o sucesso ou a eficácia da inclusão escolar, mas isso não quer dizer que a
responsabilidade seja só do professor. O professor não pode estar sozinho, deverá
ter uma rede de apoio, na escola e fora dela, para viabilizar o processo inclusivo.
86
LICENCIATURAS em foco
------ [RESUMO DO TÓPICO 1] ------
• As escolas inclusivas são escolas para todos, o que implica um sistema educacional
que reconheça e se prepare para atender às diferenças individuais, respeitando as
necessidades de todos os alunos.
LICENCIATURAS em foco
DE
ATIVIDA
AUTO
LICENCIATURAS em foco
necessária a parceria de universidades, de entidades de classes, empresários,
gestores educacionais e escolares, professores, técnicos e, também, da
cúpula dos órgãos administrativos e técnicos do sistema de ensino. Todos
têm saberes, experiências e expectativas que não aparecem em questionários
e enquetes. É necessário, sobretudo, deixar o aluno falar, manifestar suas
angústias, desejos, anseios, o que pode contribuir para a elaboração de um
projeto pedagógico situado e contextualizado (SANTOS, C. R. A gestão
educacional e escolar para a modernidade. São Paulo: Cengage Learning,
2008, p. 61.)
LICENCIATURAS em foco
RESPOSTA COMENTADA PROVA ENADE: Acesse agora mesmo com seu
smartphone através do QrCode e aproveite o vídeo da questão 2:
90
LICENCIATURAS em foco
--------------- [ TÓPICO 2 – PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ] --------------
DIVERSIDADE E NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
1 INTRODUÇÃO
Aprender é uma habilidade de todo ser vivo, sendo que o ser humano evolui
progressivamente de geração em geração, elaborando esquemas para interagir no
mundo, afetando e sendo afetado pelo macrossistema das relações que o cerca.
As pessoas não são iguais, todos temos singularidades que fazem com que,
embora sejamos semelhantes a outras pessoas em vários aspectos, tais como ideias,
princípios, valores, cor dos olhos, cor da pele etc., somos essencialmente diferentes.
Essas diferenças dependem e são resultantes da interação das características
biológicas que cada um de nós traz consigo (genética) e das características sociais
(aquelas adquiridas após o nascimento, na interação com o outro). Todos temos
potencialidades e limitações, são esses pontos que nos constituem enquanto
indivíduos, merecedores de respeito pelas nossas diferenças.
91
Nesse sentido, é fundamental atores educativos manter-se atentos e
proporcionar estímulos ambientais constantes em prol de uma escola inclusiva que
coopera para a superação das atividades, bem como tornar possível um ambiente
que acolhe a diversidade.
LICENCIATURAS em foco
Nesse contexto, o filósofo Platão já afirmava, na Teoria da Reminiscência,
que aprender é recordar. Dizia que o ser humano deve ser entendido como corpo
(ou coisa) e alma (ideias). Na alma, o ser humano pode “contemplar a solução
verdadeira, a qual ele já possuía antes mesmo de nascer, e que, agora, através
do método maiêutico, passa então a se recordar” (ARAÚJO; FILHO, 2004, p. 354).
LICENCIATURAS em foco
QUADRO 8 – CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA
LICENCIATURAS em foco
É necessário ressaltar que a pessoa com deficiência intelectual também
passa pelos mesmos estágios do desenvolvimento, porém essas etapas se
processam de modo mais lento e, dependendo da intensidade da deficiência, o
sujeito não consegue atingir todos os estágios descritos.
Para que o aluno assimile o que foi ensinado é importante explorar várias
vezes os mesmos conceitos, distribuindo as atividades em períodos menores,
procurando relacioná-los aos diferentes contextos da realidade. O aluno com
deficiência intelectual tende, muitas vezes, a distrair-se com estímulos alheios, como
ruídos externos, objetos ou imagens chamativas, deixando de manter sua atenção
LICENCIATURAS em foco
para o foco de aprendizagem. Desta forma, é conveniente que ele ocupe um lugar
em sala de aula, para que esses estímulos sejam menos acentuados. Também
é fundamental expor constantemente ao aluno, de maneira atrativa, o conteúdo
desenvolvido, a fim de despertar curiosidade e interesse, possibilitando, assim, a
construção da aprendizagem.
Para que a inclusão escolar de uma criança com alguma deficiência física
ou sequela motora se efetive, necessita-se de ambientes acessíveis que permitam
a circulação e a permanência da cadeira de rodas, mesa com medidas compatíveis 95
à cadeira de rodas, utilização de tecnologias assistivas para a realização das
atividades em sala de aula.
LICENCIATURAS em foco
viabilize a educação bilíngue: Libras - Língua Portuguesa como
segunda língua;
II- de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua
Portuguesa, como segunda língua para surdos.
LICENCIATURAS em foco
Pesquisas demonstram que “95% dos alunos encaminhados aos serviços
especializados com problemas de aprendizagem, na verdade, são frutos de
problemas de ensino” (COLLARES, 1996, apud VASCONCELLOS, 2010, p. 68).
Assim, as políticas públicas, os órgãos de gestão educacional e a escola precisam
pensar em alternativas para minimizar o problema da não aprendizagem, entre eles,
pensar em aulas de reforço, aulas no contraturno, classes de aceleração, professor
de apoio, atendimento individualizado, monitorias e parcerias através de profissionais
de outras áreas para auxiliar no entendimento da condição que alguns estudantes
manifestam e propor estratégias que auxiliem na superação das dificuldades.
97
LICENCIATURAS em foco
QUADRO 9 - PERSPECTIVAS DE AVALIAÇÃO
Autor Avaliação
Ausubel (1968) Busca permanente de dados para proporcionar feedback.
LICENCIATURAS em foco
do supervisor/orientador, o que leva à preocupação em vencer o programa e não
garantir a aprendizagem.
99
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para
promover respostas às necessidades educacionais especiais, garantindo:
LICENCIATURAS em foco
Os estudos mais recentes no campo da educação especial enfatizam
que as definições e uso de classificações devem ser contextualizados, não se
esgotando na mera especificação ou categorização atribuída a um quadro de
deficiência, transtorno, distúrbio, síndrome ou aptidão. Considera-se que as pessoas
se modificam continuamente, transformando o contexto no qual se inserem. Esse
dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de
exclusão, reforçando a importância dos ambientes heterogêneos para a promoção da
aprendizagem de todos os alunos. A partir dessa conceituação, considera-se pessoa
com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física,
mental ou sensorial, que em interação com diversas barreiras pode ter restringida
sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade.
LICENCIATURAS em foco
com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre
outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.
101
LICENCIATURAS em foco
------ [RESUMO DO TÓPICO 2] ------
LICENCIATURAS em foco
DE
ATIVIDA
AUTO
LICENCIATURAS em foco
II. A educação inclusiva prevê o acesso, a participação e a
aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas
regulares.
III. O atendimento educacional especializado tem como função
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação
dos alunos, considerando suas necessidades específicas.
IV. O movimento mundial pela inclusão educacional é uma carta de
intenções que prevê, a partir da próxima década, ações políticas
de atendimento educacional especializado, que deve ocorrer em
salas de aula diferenciadas, na mesma escola.
LICENCIATURAS em foco
FONTE: WATERSON, B. Calvin, Haroldo e seus amigos, 1988. Declaração Universal dos
Direitos do Homem. UNESCO, 2006, art. 26
LICENCIATURAS em foco
106
LICENCIATURAS em foco
--------------- [ TÓPICO 3 – POLÍTICAS EDUCACIONAIS: ] --------------
LDB, PPP, PNE
1 INTRODUÇÃO
LICENCIATURAS em foco
Assim, o Estado, ao especificar na CF/88 a educação como dever também
da família, passa a obrigá-la a matricular seus filhos em instituições de ensino básico.
Importante salientar que Campello (2000 apud RAPOSO, 2005, s.p.) elenca
como princípios os artigos 205 a 214 da CF/88, divididos em:
LICENCIATURAS em foco
S!
DICA
LICENCIATURAS em foco
problemas há que são dela e obviamente podem também estar nela. Considerar
este contexto socioeconômico descritiva e analiticamente, vê-lo como suscetível
de superação por meio de políticas sociais redistributivas e considerar a situação
da educação escolar enquanto tal são princípios metodológicos indispensáveis
para uma análise adequada das políticas educacionais. Afirmar a determinação
socioeconômica sobre a educação não é negar as determinações internas a ela.
LICENCIATURAS em foco
O art. 22 da LDB, a fim de evitar uma interpretação dualista entre cidadania e
trabalho e para evitar o tradicional caminho no Brasil de tomar a qualificação do
trabalho como uma sala sem janelas que não a do mercado, acrescenta como
próprios de uma educação cidadã tanto o trabalho quanto o prosseguimento em
estudos posteriores.
A própria etimologia do termo base nos confirma esta acepção de
conceito e etapas conjugadas sob um só todo. Base provém do grego básis.
eós e significa, ao mesmo tempo, pedestal, suporte, fundação e andar, pôr em
marcha, avançar. A educação básica é um conceito mais do que inovador para
um país que, por séculos, negou, de modo elitista e seletivo a seus cidadãos, o
direito ao conhecimento pela ação sistemática da organização escolar.
[...]
111
Em 1961 surge a primeira versão da Lei de Diretrizes e Bases - LDB.
Uma nova versão foi aprovada em 1971 e a terceira e ainda vigente no Brasil foi
sancionada em 1996, como Lei n. 9.394/96.
LICENCIATURAS em foco
• 1985 – Desmembramento do MEC – Criação do Ministério da Cultura.
• 1992 – MEC passa a ser Ministério da Educação e do Desporto.
• 1995 – A Educação passa novamente a ser exclusividade do MEC.
• 1996 – É aprovada a atual Lei de Diretrizes e Bases, passando a constar
a formação do profissional da área de educação e a educação infantil
LDB – Lei 9.394/96.
• 2007 – Criação do Plano Nacional de Educação - PNE.
Não diferente de outras leis, a LDB precisa ainda passar por muitas reformas
para, quem sabe, chegar perto do esperado, porém as transformações estão
ocorrendo aos poucos desde a sua primeira versão.
LDB, como o nome diz, são diretrizes e bases que organizam o sistema
educacional. Paulo Renato Souza, ministro da Educação/1995-2002, acredita
que esta é realmente uma lei exemplar, visto que concede liberdade às escolas e
aos sistemas de ensino municipais e estaduais de terem suas próprias estruturas
organizacionais, fixando normas gerais, atendendo assim os anseios da sociedade.
112
Esta liberdade permite que a escola busque sua identidade com
responsabilidade, construindo junto à equipe gestora um novo olhar sobre seus
próprios planos de trabalho, numa perspectiva que os torna sujeitos históricos de
sua própria prática.
S!
DICA
LICENCIATURAS em foco
FIGURA 9 - A LEI DE DIRETRIZES E BASES (LEI 9394/96) - LDB
LICENCIATURAS em foco
VII - Valorização do profissional da educação escolar.
VIII - Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino.
IX - Garantia de padrão de qualidade.
X - Valorização da experiência extraescolar.
XI - Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XII - Consideração com a diversidade étnico-racial.
LICENCIATURAS em foco
por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde (redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013).
IX - Padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a
variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
X – Vaga na escola pública de Educação Infantil ou de Ensino
Fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em
que completar 4 (quatro) anos de idade (incluído pela Lei nº 11.700, de 2008);
(incluído pela Lei nº 12.796, de 2013).
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I - Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento
de ensino.
II - Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica
do estabelecimento de ensino.
III - Zelar pela aprendizagem dos alunos.
IV - Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
rendimento.
V - Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar 115
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional.
VI - Colaborar com as atividades de articulação da escola com as
famílias e a comunidade.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola.
II - Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares
ou equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas
gerais de direito financeiro público.
LICENCIATURAS em foco
Após quase 20 anos desde a sua elaboração, é sempre bom lembrar
que, conforme o artigo 14, os profissionais da educação, assim como a
comunidade escolar, devem ajudar a elaborar o projeto pedagógico que
venha a auxiliar na organização escolar e pedagógica de forma democrática.
3 UM POUCO DE HISTÓRIA
LICENCIATURAS em foco
papel que o Estado deveria desempenhar no que se referia à educação. De
um lado, a sociedade civil, representada pelo Projeto Jorge Hage, preocupava-
se com os excessivos mecanismos de controle social do sistema de ensino.
Do outro, a proposta dos senadores previa uma estrutura de poder mais
concentrada nas mãos do governo. O texto final da Lei de Diretrizes e Bases,
sancionada em 20 de dezembro de 1996, pelo então presidente Fernando
Henrique Cardoso e seu ministro da Educação Paulo Renato Souza, aproxima-
se mais da segunda versão, aquela apresentada pelos senadores.
FONTE: SCUARCIALUPI, Lu. Por dentro da Lei de Diretrizes e Bases. Educar para crescer.
Maio 2015. Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/lei-
diretrizes-bases-349321.shtml>. Acesso em: 30 maio 2016.
LICENCIATURAS em foco
Diante disso, o PPP vem com o objetivo de discutir, planejar e refletir sobre
o modelo de escola que queremos: uma escola participativa, comprometida com
a relação escola-sociedade, ou somente por imposição, já com métodos definidos
de ensino-aprendizagem.
LICENCIATURAS em foco
e prioridades na formação do cidadão, como membro ativo e
transformador da sociedade em que vive. É pedagógico porque
expressa as atividades pedagógicas e didáticas que norteiam
e levam a escola a alcançar seus objetivos (LIBÂNEO, 2001,
p. 23).
LICENCIATURAS em foco
4.1 O PPP COMO INSTRUMENTO DE INTERAÇÃO DA COMUNIDADE E DE
INTERVENÇÃO NA REALIDADE ESCOLAR
LICENCIATURAS em foco
processo de desenvolvimento de suas próprias contradições. Não existem duas
escolas iguais”. Nisto reside a pluralidade de projetos pedagógicos desenvolvidos
à luz do marco referencial e a partir de uma efetiva análise da realidade escolar
peculiar a cada instituição de ensino.
LICENCIATURAS em foco
a comunidade escolar possa refletir, definir, construir coletivamente os pilares de
sua trajetória histórico-social.
O PPP remete ao estudo da realidade e do cotidiano escolar instigando
conquistas coletivas; não apenas se reporta ao cenário das grandes revoluções,
como também se remete ao âmago das pequenas e contínuas mudanças, das
legítimas conquistas resultantes da autoria intelectual coletiva dos seus diversos
protagonistas capazes de pensar, projetar e desenhar um caminho de identidade
institucional peculiar a cada escola.
Nessa ótica, Veiga (2003) esclarece que tanto a inovação regulatória como
a emancipatória provocam mudanças na escola, entretanto, deve-se considerar
as diferenças substanciais existentes entre elas. As inovações emancipatórias
têm sua origem e destino nas necessidades do coletivo escolar, ao contrário
das inovações regulatórias, que decorrem de prescrições, de recomendações
externas à escola, por isso tendem a ser burocratizadas, não sendo resultado
de processos participativos e partilhados pela comunidade escolar. É justamente
a perspectiva emancipatória do PPP que buscamos destacar no enfoque das
122 práticas dialógicas e democráticas.
LICENCIATURAS em foco
5 PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO - PNE
LICENCIATURAS em foco
constitucional com periodicidade decenal, o que significa que planos plurianuais
devem tomá-lo como referência (BRASIL, 1996).
124
LICENCIATURAS em foco
S!
DICA
DESAFIOS
LICENCIATURAS em foco
todas as outras metas que trazem as perspectivas de avanço para a educação
brasileira, nas dimensões da universalização e ampliação do acesso, qualidade
e equidade em todos os níveis e etapas da educação básica, e à luz de diretrizes
como a superação das desigualdades, valorização dos profissionais da educação
e gestão democrática.
LICENCIATURAS em foco
------ [RESUMO DO TÓPICO 3] ------
• Para atender ao art. 214 da Constituição Federal de 1988, é elaborado a cada dez
anos o Plano Nacional de Educação.
LICENCIATURAS em foco
DE
ATIVIDA
AUTO
1 QUESTÃO ENADE
2 QUESTÃO ENADE
LICENCIATURAS em foco
C) Temas Transversais como ética, meio ambiente, pluralidade cultural,
trabalho e consumo, dentre outros, devem ser incluídos nos currículos
e propostas pedagógicas de cada nível da educação básica, em todo o
território brasileiro.
D) O ensino religioso é obrigatório em todos os níveis da educação básica
no Brasil.
E) A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente,
com a educação profissional, na forma do regulamento.
3 QUESTÃO ENADE
LICENCIATURAS em foco
Gestão HOSPITALAR em foco
UNIDADE 3
METODOLOGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
131
• Apresentar conceitos contemporâneos da educação, como TICs, mídias e
informática.
PLANO DE ESTUDOS
LICENCIATURAS em foco
132
LICENCIATURAS em foco
--------------- [ TÓPICO 1 – FUNDAMENTOS E TÉCNICAS ] --------------
DE ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
1 INTRODUÇÃO
LICENCIATURAS em foco
profissional, bem como em sua formação continuada. Portanto, seja bem-vindo a
uma caminhada de leitura, formação e construção de conhecimento.
Neste contexto, perguntas importantes devem ser feitas. Diante dos desafios
atuais da educação, a postura filosófica terá sua contribuição para um trabalho
de professor? Atualmente, somos tradicionais, conformistas ou críticos diante das
novas tecnologias na educação?
LICENCIATURAS em foco
A filosofia sempre esteve relacionada com o conceito de reflexão,
conhecimento e autoconhecimento. A própria palavra grega usa o sentido de
amizade pela sabedoria. Embora pareça que essa área da cultura humana pertença
exclusivamente ao campo teórico, o desafio está em apresentar uma realidade que
não separe e afaste teoria da prática. Um termo que, temporariamente, pode nos
ajudar nesse sentido é a “atitude filosófica”, ainda que algo com tal dimensão
histórica jamais possa ser simplificada em uma palavra ou frase.
ÇÃO!
ATEN
LICENCIATURAS em foco
ajudará na formação de profissionais mais atuantes e menos espectadores de sua
própria realidade.
O que significa refletir? A palavra significa a ideia de “voltar atrás”. É um
repensar, e, se toda reflexão é pensamento, nem todo pensamento é reflexão.
Este é um pensamento consciente de si mesmo, capaz de se avaliar e verificar
com o real. Pode aplicar-se às opiniões, aos conhecimentos científicos e técnicos,
interrogando-se sobre o seu significado. Refletir é o ato de retomar, reconsiderar
os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de significado. É
examinar detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado. E é isto o filosofar
(SAVIANI, 2007).
Neste caso, a atitude filosófica parece ser logicamente simples, pois uma vez
que ela seja um ato de pensar sobre os problemas da nossa existência, podemos
pensar que cada ser humano é naturalmente levado a refletir, portanto, a filosofar.
Aqui, porém, a coisa começa a se complicar. Se a filosofia é uma reflexão a respeito
dos problemas que a realidade nos apresenta, ela não é qualquer tipo ou forma de
reflexão. Para que uma reflexão possa atingir sua forma filosófica, é preciso que
137
ela se enquadre em três requisitos: a radicalidade, o rigor e o conjunto (SAVIANI,
2007). E o que isso significa?
A palavra radical, no sentido como quer a filosofia, quer dizer chegar até
às raízes do que se pretende estudar. Ir aos fundamentos do tema, oportunizar uma
reflexão com profundidade. É não se contentar com a superficialidade do saber.
Ter rigor é ser sistemático, ter métodos e clareza do que se faz. É levar
a sério questões que merecem tal atenção, evitando modismos, generalizações,
preconceitos, fórmulas prontas para o trabalho ou imediatismos.
LICENCIATURAS em foco
O que leva o educador a filosofar? Qual é a energia que o move neste
sentido? Quais descobertas são possíveis alcançar através da filosofia da educação?
Seremos capazes de evitar um futuro de surpresas e enganos? Nestas questões
reside a relevância da atitude filosófica na formação do educador.
LICENCIATURAS em foco
consciência de sujeito e de mundo, aprendizagem e função da escola (FREIRE,
1996).
LICENCIATURAS em foco
ÇÃO!
ATEN
LICENCIATURAS em foco
Se uma das ideias tratava de uma crítica à lógica da educação em seu
contexto e processo didático, a outra ideia sobre Freire é uma proposta. Não uma
fórmula, nem um método, mas uma proposição que considera a realidade como
histórica, em constante transformação, como uma condição complexa e diversa. E
a educação faz parte disso.
LICENCIATURAS em foco
O desafio que a didática atravessa diante de tecnologias atuais, usualmente
conceituadas pelo termo “tecnologias emergentes”, em especial as mídias
eletrônicas, está na percepção sobre qual pensamento pedagógico é predominante.
Entretanto, será que antigos problemas didáticos serão solucionados com a presença
destas tecnologias?
LICENCIATURAS em foco
contemporânea, são duas realidades próximas, porém têm suas diferenças
conceituais. A explicação delas é um passo importante em nossa conversa.
Vamos fazer algumas diferenciações, pois é perceptível um movimento de rápidas
transformações dos artefatos tecnológicos que envolvem a comunicação, a produção
científica, a produção industrial, o processo educativo e o entretenimento.
ÃO!
143
Ç
ATEN
LICENCIATURAS em foco
Daí vem a importância de inserirmos um termo mais específico para os
artefatos da comunicação e que ganha espaço crescente no mercado consumidor,
bem como nas políticas de inovação educacional - as mídias eletrônicas.
Elas apresentam uma dimensão cujos artefatos/aparelhos são essencialmente:
informatizados, com telas eletrônicas e de alto poder de entretenimento, a exemplo
dos celulares, iphones, tablets e computadores. Um trocadilho interessante vem a
ser útil nesse momento do texto: nem todas as TICs são mídias eletrônicas, mas
todas as mídias eletrônicas são TICs. Vejamos o que mais pode ser dito sobre os
conceitos de TICs e mídias eletrônicas aproximadas ao ambiente educacional.
LICENCIATURAS em foco
Discutindo os quatro conceitos (Tecnologias Emergentes, Tecnologias
Móveis, TICs e Mídias Eletrônicas) pode-se estabelecer semelhanças e diferenças
entre eles. Em algum momento, um mesmo artefato poderá reunir as três qualidades,
como no caso de um tablet ou iphone. Nesse caso, já é possível afirmar que nem
todo computador ou celular ainda pode ser chamado de uma tecnologia emergente,
dada a velocidade de sua evolução tecnológica.
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Contudo, além de mídias eletrônicas, outro nome surge no discurso dos mercados
emergentes de tecnologias da aprendizagem. Veja no discurso a seguir como é
empregado o termo ‘tecnologias móveis’ e quais os valores associados ao seu uso.
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e culturais.
• Estejam presentes também na formação continuada do professor.
• Aproximem setores da comunidade escolar que estão fora dos muros da
escola.
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Em termos práticos, podemos argumentar sugestões:
148
b) Dos materiais e orientações ao estudante (MORELL, 2015).
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da didática é engessada na transmissão de informação.
• Na linguagem ainda predomina o problema da postura de um superior
que ensina inferiores.
• O estudante transcende o papel de receptor de uma informação que deve
ser amplamente armazenada.
• A didática que supere a reprodução e repetição de conteúdos.
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------ [LEITURA COMPLEMENTAR] ------
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transformação do mundo dos negócios. Mais tarde, veio o tempo do jornalismo
eletrônico, da eliminação do papel, da personalização da notícia, da entrega
em tempo real. Cada um receberia somente as notícias de seu interesse, toda
manhã, sem precisar procurá-las por páginas e mais páginas de papel. Informatas,
especialistas em comércio eletrônico e webjornalistas, cada um a seu tempo,
tiveram seu momento de glória, de exposição, de mágica sabedoria. No entanto,
as sereias não brincam. Elas têm fome e finalmente mostraram a que vieram:
devoraram, mastigaram, deglutiram sem piedade os webdesigners, executivos e
jornalistas. A bolha estourou, centenas de bilhões de dólares viraram poeira e o
sonho aparentemente acabou. Redescobrimos, duramente, algumas coisas que
muitos acreditavam ser ultrapassadas.
Em primeiro lugar, ainda gostamos, e com boas razões, de sair para fazer
compras ou sentar calmamente para ler um jornal de papel. Há outras dimensões
nessas duas atividades que não a simples minimização de custos e tempo. Em
segundo lugar, os “serviços grátis” eram, primordialmente, uma estratégia de
marketing. As empresas querem e precisam ter resultados positivos e não há
contabilidade que faça sentido sem receita. Já dadas como mortas, as grandes
151
corporações retomaram o fôlego e compraram boa parte do que sobrou, mostrando
que não estão fora de moda, frágeis ou ultrapassadas. Pelo contrário, utilizando as
novas tecnologias para agilizar suas operações pelo mundo, elas acabaram sendo
grandemente beneficiadas. Em terceiro lugar, com o amadurecimento da tecnologia
e o desaquecimento dos ânimos, percebeu-se que a mágica da multiplicação
exponencial da audiência sem custos era um equívoco técnico. Um bom exemplo
é o vídeo em tempo real (streaming) em que, ao contrário da televisão, cada
usuário representa custo adicional para o emissor. Aplicações assim exigem uma
quantidade maciça de investimento de capital e de manutenção especializada, que
não são baratos. Finalmente, vimos que as pessoas não querem (e não devem)
passar as 24 horas do dia navegando na internet: há outras finalidades (bem mais
interessantes) na existência humana.
Ficaram algumas lições, que hoje parecem óbvias, mas que seriam
consideradas retrógradas há alguns anos. Sempre há exagero quando novas
tecnologias chegam e todos temos a impressão de que elas vão varrer o antigo
mundo do mapa. Frequentemente, uns poucos ganham dinheiro e uma imensa
maioria perde, diante da promessa de multiplicação milagrosa. No entanto,
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parecemos sempre esquecer de tudo isso quando deparamos com um desses
momentos de deslumbramento. Mesmo antes de terminar a digestão dos jornalistas,
as sereias recomeçaram seus cantos. Encontraram um público numeroso e ávido
por coisas novas: os educadores. Nunca se ouviu falar tanto de novas tecnologias
para educação e essa prenunciada revolução tecnológica tem unido setores da
sociedade que nem sempre caminham juntos: educadores, universidades públicas e
privadas, empresas e governo. Novamente, vemos um discurso semelhante: tudo o
que está aí será transformado, nada sobrará do mundo antigo, quem não se adaptar
morrerá. Será que estamos diante de uma verdadeira e unificante revolução ou de
mais uma unanimidade à moda de Nelson Rodrigues? Será que os educadores,
amarrados ao mastro do navio de Ulisses, resistirão ao apelo das novas tecnologias
ou acabarão encontrando nossos amigos executivos e jornalistas sendo revolvidos
no estômago das sereias? E, afinal, quem são os grandes beneficiados por essas
novas tecnologias? Empresas, poder público, educadores, escolas ou aquele
esquecido elemento: o aprendiz?
Em nossas escolas, qual seria o uso mais revolucionário das tecnologias?
Aquele em que os alunos seguem receitas passo a passo ou quando empreendem
152
projetos pelos quais são interessados e apaixonados, fora dos estritos regulamentos
de conduta e comportamento? Uma boa parte da essência revolucionária se perde
quando as tecnologias são assimiladas, padronizadas e burocratizadas. Alguns
poderiam argumentar que, para as tecnologias serem utilizáveis, é necessário
que seja assim mesmo. Não há como fabricar um carro no quintal, com martelos
e pedaços de metal. É preciso industrializá-lo, produzi-lo em série. Entretanto,
o principal argumento desse texto é que o computador, as tecnologias digitais e
a internet são revolucionárias exatamente porque, sendo matéria-prima digital,
multiforme e de relativo baixo custo, podem ser reinventadas no quintal – podemos
ser, ao mesmo tempo, produtores e consumidores. Mais do que isso, as mídias
digitais oferecem infinito espaço para experimentações em diferentes níveis de
realidade, seja programando o computador, editando filmes, fazendo robótica,
construindo modelos computacionais ou elaborando sites na internet, com uma
equação de custo fundamentalmente diferente.
Que fique claro: não estamos falando do custo do ponto de vista negocial,
da distribuição de conteúdos a baixo preço. Falamos do aluno, daquele que quer
aprender e que não deseja necessariamente a solução de mídias que minimize o
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custo da empresa de ensino eletrônico, mas que maximize o que ele pode aprender.
E o que isso tudo está fazendo em um texto sobre educação a distância? As lições
sobre o que ocorre com a tecnologia no ambiente escolar não podem ser esquecidas.
Quando qualquer sistema, metodologia ou tecnologia de educação nos imagina
apenas como consumidores de algo já mastigado, deglutido e digerido, boa parte
de seu poder revolucionário se perdeu.
Essa confusão não é acidental. Educadores como Paulo Freire, John Dewey
e Seymour Papert, entre outros, são também visionários, utopistas, têm projetos
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para a educação e para a sociedade. Como afirma o educador Fernando Almeida,
além de toda a consistência e rigor teóricos, eles têm um discurso poderoso que
seduz, encanta e apaixona. Entretanto, o que vemos ultimamente é que esses
discursos têm sido paulatinamente esquartejados, mutilados, maltratados. Sua
porção apaixonante tem sido usada como estratégia de marketing por empresas e
gurus do ensino eletrônico e sua porção complexa, de difícil implementação, tem
sido, muitas vezes, esquecida.
Outros elementos, que não lhe são tão particulares, dizem mais respeito à
internet como mídia de transmissão de informações do que como matéria-prima de
construção: a possibilidade de milhões de pessoas terem acesso a uma página web,
o suposto baixo custo, a falta de privacidade, o rastreamento das atividades dos
usuários, o enorme tempo que gastamos teclando em vez de falar, a padronização,
muitos dos softwares de inteligência artificial (agentes) que ao tentar ser inteligentes,
mais aborrecem e limitam do que ajudam.
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criar proibições, estimular as possibilidades e a responsabilidade cidadã de cada
aprendiz. Em vez de testes de múltipla escolha, propor formas alternativas de
avaliação qualitativa de projetos, e não de pedaços desconexos de informação. No
lugar de massificar o que já existe, inaugurar um novo mundo de aprendizado onde
a personalização não seja um mero narcisismo consumista, mas possibilidade de
expressão e colaboração.
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------ [RESUMO DO TÓPICO 1] ------
• A desumanização não é a vocação natural do ser humano, não é algo natural, ela
representa nossa humanidade roubada.
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DE
ATIVIDA
AUTO
2) Professor construtor de
saberes e de autoria científica.
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4) O conceito de humanização
na educação.
158
5) A definição de conceitos
como TICs e mídias
eletrônicas no ambiente
escolar.
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2. A metáfora das “sereias do ensino eletrônico” é utilizada no texto como uma
reflexão sobre as armadilhas que as demandas da sociedade de consumo
lançam sobre o uso das tecnologias, em especial, no ambiente escolar. Neste
contexto, analise as afirmativas a seguir:
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c) Valorizar o cotidiano já vivido pelo aluno é repetir erros de práticas anteriores.
d) A experiência anterior serve de contraexemplo para o estabelecimento da
nova experiência.
e) Inovar é avançar, considerando o que deve ser preservado no contexto do
processo educativo.
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formativa. Nessa perspectiva, avalie se as situações descritas a seguir
atenderiam aos anseios desses professores (ENADE, 2011).
a) I.
b) IV.
c) I e II.
d) II e III.
e) III e IV
LICENCIATURAS em foco
162
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--------------- [ TÓPICO 2 – CONHECIMENTO, TECNOLOGIA ] --------------
E EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
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promoção de saberes por caminhos não lineares, o consumo e a economia. Não seria
possível tratar destes temas da mesma maneira nas diferentes regiões brasileiras.
164
De outra maneira, a incorporação de tecnologias na ação pedagógica
traz possibilidades de mudança, entretanto, traz também sérios problemas que
desafiam a sociedade contemporânea. Tanto Virilio quanto Baudrillard apontam
para a alteração cultural causada pela cibercultura, aceleração e simulação do
real. Os autores levantam questões problemáticas e nocivas à sociedade ligadas
ao grande alcance das redes virtuais e ao modo de vida circundado pelos hábitos
da cibercultura (LEIVAS, 2004).
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à indústria automotiva e às multinacionais do petróleo o impres-
sionante desenvolvimento do automóvel individual neste século,
com todas as suas consequências sobre a estruturação do
território, da cidade, da demografia, da poluição sonora e atmos-
férica etc. O automóvel responde a uma imensa necessidade de
autonomia e de potência individual. Foi investido de fantasmas,
emoções, gozos e frustrações. A densa rede de garagens e
de postos de gasolina, as indústrias associadas, os clubes, as
revistas, as competições esportivas, as mitologias da estrada
constituem um universo prático e mental fortemente investido
por milhões de pessoas. Se não tivesse encontrado desejos que
lhe respondem e a fazem viver, a indústria automobilística não
poderia, com suas próprias forças, ter feito surgir esse universo.
O desejo é o motor. As formas econômicas e institucionais dão
forma ao desejo, o canalizam, o refinam e, inevitavelmente, o
desviam ou transformam (LÉVY, 1999, p. 123).
Isso mostra que, para os professores, lidar com a incorporação das mídias
eletrônicas e ampliação das TICs no fazer pedagógico significa entrar numa realidade
complexa, muito além do significado singular e isolado de tecnologia, aprendizado
ou comunicação.
165
!
ÇÃO
ATEN
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Os alunos que atualmente estão em idade escolar regular no ensino básico
constituem, diferentemente das gerações anteriores, uma geração que naturalizou
a relação com a tecnologia, bem como o acesso à informação através das mídias
eletrônicas. Tais mídias são meios de comunicação, objetos de consumo, veículo de
publicidade, tudo numa progressão, velocidade e volume quase ilimitados (SOSA;
TAVARES, 2013).
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intelectuais (SEBASTIÃO; PESCE, 2010). Numa rápida aproximação teórica, pode-
se perceber certa semelhança conceitual entre os termos: “economia do saber” de
Lévy e a “educação bancária” de Paulo Freire.
LICENCIATURAS em foco
com os saberes estabelecidos. Essa relação interfere na prática do trabalho, nos
fundamentos da formação profissional, na maneira dos indivíduos lidarem com o
conhecimento e o aprendizado.
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Questão 1
a) I e II.
b) II e III.
c) II e IV.
d) II e V.
e) IV e V.
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criminal. A quarta afirmativa não pode ser verídica, pois vincula e responsabiliza,
necessariamente, todas as infrações e atos ilícitos ao mundo virtual. Então, as
afirmativas II e V descrevem com maior coerência e veracidade a problemática
dos jogos virtuais.
Questão 2
2. A cibercultura pode ser vista como herdeira legítima (embora distante) do projeto
progressista dos filósofos do século XVII. De fato, ela valoriza a participação das
170 pessoas em comunidades de debate e argumentação. Na linha reta das morais
da igualdade, ela incentiva uma forma de reciprocidade essencial nas relações
humanas. Desenvolveu-se a partir de uma prática assídua de trocas de informações
e conhecimentos, coisa que os filósofos do Iluminismo viam como principal motor
do progresso. (...) A cibercultura não seria pós-moderna, mas estaria inserida
perfeitamente na continuidade dos ideais revolucionários e republicanos de
liberdade, igualdade e fraternidade. A diferença é apenas que, na cibercultura,
esses “valores” se encarnam em dispositivos técnicos concretos. Na era das mídias
eletrônicas, a igualdade se concretiza na possibilidade de cada um transmitir a
todos; a liberdade toma forma nos softwares de codificação e no acesso a múltiplas
comunidades virtuais, atravessando fronteiras, enquanto a fraternidade, finalmente,
se traduz em interconexão mundial.
FONTE: LEVY, P. Revolução virtual. Folha de S. Paulo, Caderno Mais, 16 ago. 1998, p. 3.
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De acordo com as ideias do texto acima, a cibercultura:
3 LINGUAGEM E TECNOLOGIA
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Na tradição literária ocidental, o entendimento sobre a tecnologia é bem
antigo, controverso e heterogêneo. Existem diferentes olhares que descrevem a
tecnologia segundo algum prisma específico. Desse modo, a medicina, a engenharia,
a sociologia, a filosofia, a biologia e a química terão diferentes perspectivas na
compreensão sobre a tecnologia. Assim, o discurso do senso comum contemporâneo
é atravessado por conceitos complexos que se misturam à nossa maneira de lidar
com a tecnologia.
ÇÃO!
ATEN
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Portanto, a atual concepção de tecnologia foi gradualmente instigada pelas
revoluções através da história, mas sua gênese está numa produção humana
denominada “técnica”. A origem da técnica não pode ser precisamente explicada,
entretanto, sua gênese acompanha o ser humano desde a pré-história. O autor,
ao aproximar as dimensões da técnica e da antropologia, nos faz imaginar em que
intensidade a tecnologia está inserida nas relações sociais e na própria existência
do homem.
LICENCIATURAS em foco
respostas para estas e muitas outras questões podem ser desenhadas à medida
que construímos nossa compreensão sobre a concepção de tecnologia presente
na educação, especialmente em nosso recorte sobre as mídias eletrônicas.
LICENCIATURAS em foco
da tecnologia tem alterado as relações humanas, interpessoais, as relações com o
conhecimento e o aprendizado, e na burocratização da instituição escolar.
ÃO!
175
Ç
ATEN
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Assim, é um erro supor que qualquer inovação (como o caso da incorporação
das TICs na educação) tenha um efeito unilateral apenas. Toda tecnologia é um
fardo e uma bênção; não uma coisa ou outra, mas sim isto e aquilo. Da mesma
maneira, os benefícios e os déficits de uma tecnologia nova nunca serão distribuídos
por igual. No atual paradigma social (e não poderá ser diferente), o processo de
criação e implementação de novas tecnologias será realmente efetivo se, durante o
processo, for estabelecida uma lógica em que haverá (atores, processos, tradições
e costumes) vencedores e vencidos (POSTMAN, 1994). Entretanto, se na lógica
do desenvolvimento tecnológico está incluída uma inevitável polarização entre
vencedores e vencidos, como será possível pensar uma relação autêntica entre
educação, humanização, progresso, equalização social e tecnologia? Estaríamos
então incidindo numa contradição?
O computador e outros artefatos digitais são as ferramentas que, na
atualidade, centralizam o discurso da publicidade e do consumo. Pensemos no
computador, uma tecnologia que, para muitos, pode significar uma praga na
paisagem simbólica, que atraiu para si poderes e forças sociais de sérias ameaças
a qualquer cultura que esteja atenta. Por outro lado, seus defensores alegam
176
sua infinitude de aplicações, inclusive o comando de qualquer máquina ou, quem
sabe, até de estruturas orgânicas. Sua natureza tecnológica consiste em romper
fronteiras. Não obstante, essa máquina também se inclui nas relações linguísticas
tão fundamentais na constituição da sociedade e do indivíduo (POSTMAN, 1994).
LICENCIATURAS em foco
pode pensar pelas pessoas. Esta força está no princípio básico do tecnopólio
(POSTMAN, 1994).
LICENCIATURAS em foco
Em outra perspectiva, atentando para as concepções pedagógicas na
história da educação brasileira, a incorporação das mídias eletrônicas na educação
foi fundamentalmente consolidada pelo paradigma tecnicista da educação.
Países de todos os continentes têm investido no uso das TICs nas escolas e
na inovação de processos pedagógicos através de investimentos em infraestrutura
de equipamentos TICs, acesso à internet, desenvolvimento profissional e criação
de conteúdos digitais de aprendizagem.
178
LICENCIATURAS em foco
No sentido de formar profissionais para os novos projetos, o MEC, em
1987, criou o Projeto Formar. Eram cursos de pós-graduação latu sensu, a fim de
preparar professores multiplicadores para as áreas de informática na educação. E
em 1989, o MEC instituiu o primeiro Programa Nacional de Informática Educativa
- Proninfe -, para desenvolver capacitação de professores e técnicos, implantar
centros de informática na educação, apoiar a aquisição de equipamentos e incentivar
a produção de softwares educativos (ALMEIDA, 2008).
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e 2000, não é possível dizer que a mídia-educação foi realmente incorporada na
escola ou se tornou prioridade na sociedade (BELLONI; BÉVORT, 2009).
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FIGURA 10 - TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO E SUAS RELAÇÕES
Andrew Feenberg
À medida que tal sociedade tem base tecnológica, os problemas que surgem
nesse questionamento referem-se ao campo da filosofia da tecnologia. Nós
precisamos nos entender hoje no meio da tecnologia e o conhecimento propriamente
técnico não pode nos ajudar. A Filosofia da Tecnologia pertence à autoconsciência
de uma sociedade como a nossa. Nos ensina a refletir sobre o que tomamos como
certo, especificamente a modernidade racional. A importância dessa perspectiva
não pode ser subestimada.
LICENCIATURAS em foco
Vocês estão provavelmente familiarizados com os fundadores de
pensamento moderno, Descartes e Bacon. Descartes nos prometeu que nos
tornaríamos “os mestres e senhores da natureza” através do cultivo das ciências,
e Bacon, como é bem conhecido, reivindicou que “Conhecer é poder”. Temos um
senso comum muito diferente dos gregos, assim coisas que a eles pareciam óbvias
não são óbvias para nós. Claro que nós compartilhamos com eles as distinções
fundamentais entre as coisas que se fazem a si mesmas, na natureza, e as coisas
que são feitas, os artefatos, e entre a essência e a existência. No entanto, nossa
compreensão destas distinções é diferente da deles. Isto é especialmente verdade
com o conceito de essência.
183
No contexto moderno, a tecnologia aparece agora como puramente
instrumental, como isenta de valores. Ela não responde a propósitos inerentes, mas
somente serve como meios e metas subjetivas que escolhemos como desejemos.
Para o senso comum moderno, meio e fins são independentes um do outro. Eis
aqui um exemplo bem cru. Nos Estados Unidos, dizemos que as “armas não matam
as pessoas, as pessoas matam as pessoas”. Armas são meios independentes
dos fins trazidos a ela pelo usuário, seja roubar um banco, seja executar a lei. A
tecnologia é neutra, nós dizemos, querendo significar que ela não tem qualquer
preferência entre os vários usos possíveis a que possa ser empregada. Esta é a
filosofia instrumentalista da tecnologia, um tipo de produto espontâneo de nossa
civilização, irrefletidamente assumido pela maioria das pessoas.
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De fato, essa visão da tecnologia pode ser estendida também ao dinheiro.
Embora possa parecer que o dinheiro seja um instrumento neutro para nossos
propósitos, em um exame mais minucioso perceberemos que ele é muito mais que
isso. Dizemos que há coisas que o dinheiro não pode comprar, como o amor e a
felicidade. No entanto, as pessoas sempre tentam comprá-los e se desapontam com
os resultados. O amor comprado afinal de contas é algo bastante diferente da coisa
real. Aqueles que fundam sua vida inteira no poder do dinheiro têm uma vida pobre.
O dinheiro está bem em seu lugar, mas fora dele corrompe e diminui as pessoas e
as coisas. Assim, em certo sentido, o dinheiro também tem um valor substantivo e
fundar um estilo de vida nele é uma escolha categórica e não a melhor de todas.
Uma vez libertada, a tecnologia fica cada vez mais imperialista, tomando
domínios sucessivos da vida social. Na imaginação mais extrema do substantivismo,
no Admirável Mundo Novo, como descrito por Huxley em seu famoso romance, a
tecnologia apanha a humanidade e converte os seres humanos em meros dentes
de engrenagem da maquinaria. Isso não é utopia, o “não lugar” de uma sociedade
ideal, mas distopia - um mundo no qual a individualidade humana foi completamente
suprimida. Huxley mostra pessoas produzidas em linhas de montagem segundo
184
propósitos sociais específicos e condicionadas a acreditar exatamente em coisas
que as adaptam a suas funções. Como certa vez Marshall McLuhan disse: “as
pessoas tornaram-se órgãos sexuais do mundo da máquina”.
LICENCIATURAS em foco
nosso ponto de vista tecnológico. Aonde nós somos levados também é um mistério.
O Ocidente, na visão de Heidegger, chegou a seu limite de exaustão. Na sua última
entrevista, ele declarou: “Só um Deus nos pode salvar”.
O problema não está na tecnologia como tal, senão em nosso fracasso até
agora em inventar instituições apropriadas para exercer o controle humano dela.
Poderíamos domar a tecnologia submetendo-a a um processo mais democrático
de projeto [design] e desenvolvimento. Considere o caso paralelo da economia.
Um século atrás se acreditava que a economia não poderia ser democraticamente
controlada, que era um poder autônomo e que operava de acordo com leis inflexíveis.
LICENCIATURAS em foco
------ [RESUMO DO TÓPICO 2] ------
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DE
ATIVIDA
AUTO
LICENCIATURAS em foco
( ) Os professores terão que potencializar suas atividades de pesquisa e
reflexão.
( ) O profissional da educação desempenhará mais a função técnica e menos
a pedagógica.
( ) Cabe ao professor abranger as tecnologias aproveitando as tendências
de mercado.
( ) Será necessário extinguir as metodologias tradicionais e incorporar as
“novas tecnologias”.
3. A partir dos anos 90, a comunicação passou por várias mudanças. Os jornais
e as revistas impressas passaram a sofrer uma concorrência desleal frente
ao potencial das publicações na internet. Logo o papel da comunicação, da
construção do conhecimento e do entretenimento ganhou novos espaços na
discussão no mundo da escola. Neste contexto, analise as afirmativas a seguir:
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4. Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas sociais
que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da extensão
das redes digitais. O problema da exclusão digital se apresenta como um
dos maiores desafios dos dias de hoje, com implicações diretas e indiretas
sobre os mais variados aspectos da sociedade contemporânea. Nessa nova
sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e a
competição global. É fundamental para a invenção, para a inovação e para
a geração de riqueza. As tecnologias de informação e comunicação (TICs)
proveem uma fundação para a construção e aplicação do conhecimento nos
setores público e privado. É nesse contexto que se aplica o termo exclusão
digital, referente à falta de acesso às vantagens e aos benefícios trazidos
por essas novas tecnologias, por motivos sociais, econômicos, políticos ou
culturais (ENADE, 2011).
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C) As afirmativas III e IV estão corretas.
190
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--------------- [ TÓPICO 3 – DIFERENTES TICS APLICADAS ]--------------
À EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Até agora, temos discutido bastante sob o prisma teórico que fundamenta
um modo de compreender as TICs, que pretende superar a condição instrumental
de alguém que sabe apenas como funciona aquele artefato. Logo, o ato de “pensar”
atribui a competência de decisão e escolha ao profissional, muito além da atitude 191
de aceitação e conformidade com o já estabelecido.
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Os recursos já disponíveis que articulam produção de conhecimento,
aprendizado e comunicação jamais ficarão limitados em qualquer lista que se
possa imaginar. Os recursos podem ser: audioconferência, chat, fóruns de debate,
blogs, vídeos, museus físicos e virtuais, sites, projetos on-line, cartazes, músicas
e muitos outros.
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a partir de estruturas cognitivas que o indivíduo vai estabelecendo em sua história
individual de aprendizado e vivências (NIEMANN; BRANDOLI, 2012).
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Acreditar em fórmulas prontas nem sempre trará um caminho de sucesso.
As sugestões a seguir apresentadas pressupõem que sua aplicação didática seja
reestruturada ao seu contexto local, a partir dos conhecimentos adquiridos e de sua
própria experiência de trabalho. Não desanime com os fracassos, pois eles fazem
parte da consolidação de sua experiência docente.
Gravar pequenos vídeos virou uma rotina comum das pessoas. O fácil
acesso aos dispositivos móveis criou um hábito que trouxe alterações sociais de
sérios impactos nas relações interpessoais e em questões éticas sobre a imagem
pessoal. No ambiente escolar, isso pode aparecer em forma de problemas. Ao
combinar uma ação didática desta natureza, verifique antes a viabilidade material
ao solicitar, por exemplo, que os estudantes tragam câmeras fotográficas para
algum tipo de trabalho.
LICENCIATURAS em foco
Os vídeos potencializam maneiras complexas de comunicação. Interagem
com a emoção e a razão. Produzem mensagens de fácil comunicação com o público.
Atingem facilmente o sentimento, aliam fotografia com movimento. Podem embutir
muitas mensagens com uma abordagem eficientemente sensorial e afetiva. Os
meios audiovisuais trabalham com o sensível. Misturam espaço, ritmo e movimento.
Ao mesmo tempo, associam a linguagem falada (emoção) com a escrita (MORAN,
2000).
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FIGURA 11 - EDITOR DE VÍDEOS
O "Portal Domínio Público" foi lançado em 2004, iniciando com 500 obras
de acervo digital. Hoje conta com mais de 123 mil obras, sendo a maior biblioteca
virtual do Brasil. A proposta visa ao compartilhamento de conhecimento através de
uma biblioteca virtual que deverá se tornar uma referência para professores, alunos,
pesquisadores e a população em geral. Seu principal objetivo é promover o acesso
às obras literárias, artísticas e científicas (textos, sons, imagens e vídeos), que já
estejam em domínio público ou que tenham a sua divulgação autorizada (PORTAL
DOMÍNIO PÚBLICO, 2016).
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O portal também pretende contribuir para o desenvolvimento da educação,
da cultura, da consciência social, da cidadania e da democracia no Brasil. O "Portal
Domínio Público" disponibiliza informações, conhecimentos e dados de forma livre
e gratuita. Procura com isso promover aprendizado, inovação e cooperação.
197
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transitória, o que faz do trabalho do professor um desafio ainda maior. Entretanto,
o blog também consiste numa fonte de conhecimento on-line.
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FIGURA 13 - CRAM
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geográficos; Selecionar infográficos, games, simuladores, vídeos que ajudam a
transformar positivamente o ensino e a aprendizagem de geografia; Criar recursos
educacionais abertos em novas mídias que possam ser remixados e distribuídos
livremente na web; Desenvolver conteúdos, interfaces e objetos educacionais digitais
articulados com as novas possibilidades que a cibercultura oferece à educação;
Disseminar a cultura de viagem como experiência para ampliar o conhecimento
do Brasil e do mundo; Saber utilizar interfaces, conteúdos e ambientes de acordo
com as suas funções no contexto da aprendizagem integrada em mídia avançada
(GEOGRAFIA VISUAL, 2016).
200
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internacionais. O programa permite acompanhar em tempo real a posição e rota
dos aviões no mundo. Um radar de tráfego aéreo dos aviões no Brasil e em todo o
mundo em um mapa detalhado. Através do site você pode assistir aviões se moverem
em tempo real no mapa detalhado; identificar os aviões que estão no ar; obter
informações abrangentes sobre o voo e as aeronaves, como rota, tempo estimado
de chegada, tempo real da partida, tipo de aeronave, velocidade, altitude e imagens
em alta resolução; filtrar por companhia aérea, aeronave, altitude, velocidade e mais.
FIGURA 15 - FLIGHTRADAR24
201
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2.6 O INSTITUTO TEAR
Desde os anos 1980, quando foi fundado como escola de arte, o Tear vem
desenvolvendo ações com crianças, adolescentes, jovens e educadores e, no
mesmo movimento, apreendendo novos sentidos do fazer criativo, ao descobrir,
em diálogos e compartilhamentos de saberes, outros modos de ser “tearteiro”.
Por seu saber, o Tear tem como horizonte uma educação poeticamente humana e
humanamente integral, e a caminhada rumo a uma sociedade sustentável, justa,
fraterna e solidária (INSTITUTO TEAR, 2016).
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FIGURA 16 - INSTITUTO TEAR
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FIGURA 17 - PORTAL DO INSTITUTO
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FIGURA 18 - TV ESCOLA
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FIGURA 19 - PORTAL DA MATEMÁTICA
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um "como usar", que explica o que deve ser feito para poder utilizar o Interativo.
Sua utilização é inteiramente on-line, não havendo a necessidade de instalar ou
baixar qualquer aplicativo (PORTAL DA MATEMÁTICA, 2016)
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2.11 PORTAL DA LÍNGUA PORTUGUESA
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FIGURA 21 - PORTAL DA LÍNGUA PORTUGUESA
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FIGURA 22 - PORTAL DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS
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FIGURA 23 – BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL
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Estes instrumentos são representações de alguma realidade física em
uma superfície plana (papel, tela ou monitor). Sua representação se dá através
de linhas imaginárias que configuram diferentes questões, como aspectos físicos,
geográficos, políticos, econômicos, históricos, entre outros (FRANCISCO, 2015). O
recurso da informação distribuída nessa condição nos permite acessar ou conhecer
uma determinada realidade sem que estejamos, necessariamente, no local físico.
Entender as dimensões de um planeta, por exemplo, sem a necessidade de ter
que percorrer fisicamente sua circunferência, todos seus mares, continentes ou
acidentes geográficos.
Seu trabalho inicial com mapas tem no Google um bom ponto de partida.
Confira com seus estudantes uma pesquisa de mapas históricos através desta
ferramenta. O primeiro link que aparece ao digitar “mapas históricos” já lhe apresenta
uma centena de opções.
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FIGURA 24 – MAPAS HISTÓRICOS/GOOGLE
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FIGURA 25 – BIBLIOTECA DIGITAL
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A história da humanidade tem uma relação estreita com a confecção de
mapas e o desenvolvimento da cartografia. A conquista e a defesa de territórios,
o transporte e muitas outras atividades têm nos mapas uma ferramenta essencial.
Somente na segunda metade do século XVIII, o nosso planeta foi devidamente
conhecido. Praticamente todas as terras já haviam sido exploradas ou sabia-se
onde estavam. A tecnologia de determinação de coordenadas estava amadurecida,
com poucas distorções. Na segunda metade do século XVIII, o mundo finalmente foi
conhecido com seus continentes em seus devidos lugares. O mapa do mundo de
I. Evans, publicado em Londres (1799), mostra que o planeta estava praticamente
todo descoberto, com as devidas coordenadas (GUIA GEOGRÁFICO: MAPAS
HISTÓRICOS, 2016).
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2.15 AS PINTURAS HISTÓRICAS
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FIGURA 28– GALERIA VIRTUAL DO MHN
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Assim, como estratégia didática, a imagem desperta, concatena e centraliza
as ideias de um tema estudado, contribuindo para ampliação e interpretação do
contexto em que a obra está inserida. Numa proposta de trabalho didático, a própria
ferramenta do Google Imagens já fornece um passo inicial ao conhecimento desta
fonte histórica. A partir deste contato com as imagens, já estamos no primeiro
contato com imagens clássicas da historiografia, um campo fértil de estudo. A
partir desse acesso, novos projetos se apresentam como possíveis estratégias de
ensino-aprendizagem.
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O primeiro passo é criar o nome para a rádio e para os programas, discutindo
com os estudantes a natureza das ações pretendidas com essa mídia. Em geral, o
professor organiza um projeto escrito com todas as necessidades desta estratégia.
O projeto deve preestabelecer os programas, os objetivos, as responsabilidades,
os materiais eletrônicos, o tempo da programação (sugestão de 20 minutos por
edição). Planeje entrevistas, comerciais, utilidades públicas, discussão de conteúdos,
músicas, interações com estudantes, professores e busque sugestões no desenrolar
dos programas.
A atividade deste projeto será um meio viável para oferecer aos professores
e aos estudantes novos referenciais pedagógicos. Envolvendo todas as séries da
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escola, o professor optará pelo desenvolvimento de algumas etapas (GESTÃO
ESCOLAR, 2010):
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FIGURA 30 – PROJETOS DE RÁDIO
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FIGURA 31 – PORTAL DO PROFESSOR
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Publique suas experiências. Aprofunde a discussão de autores já citados.
Socialize seus resultados, erros e acertos. Ajude a produzir saberes capazes de
ampliar o campo de formação de professores de história e áreas afins.
Se, por outro lado, os “documentos digitais” são uma novidade ao trabalho
do professor, por outro, eles se mostram como um caminho imensurável de novas
fontes. Além de ser um desafio, as fontes digitais ajudam a romper as barreiras
entre diferentes épocas e lugares do conhecimento, descontruindo a ideia de que
tempo e espaço são lineares. O “passado” deixa de ser um tempo que ficou para
trás para ser parte da constituição do tempo presente.
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De certa maneira, uma quantidade considerável das informações publicadas
na internet tem confiabilidade ou autenticidade improvável ou, até mesmo, ausência
de alguma instituição que possa garantir a veracidade da informação, a exemplo
de blogs, fóruns de discussão, entre outros. Nesses casos, cabe ao professor o
trabalho de avaliar, selecionar, validar ou descartar as informações recolhidas
(ALMEIDA, 2011).
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Caro acadêmico, fique atento aos novos materiais que estão sendo
publicados e observe que as diferentes áreas do conhecimento têm muito a ampliar
seu acesso através da criação de novos ambientes de aprendizagem ou até pelo
surgimento de novas fontes de informação.
2.17 PODCAST
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O próximo passo é a gravação do programa, que normalmente acontece
via Skype ou Hangout. Por fim, a gravação recebe um tratamento, o qual busca
deixar o conteúdo mais dinâmico, retirando possíveis erros de gravação, vícios de
linguagem, ruídos, entre outras distrações. Nesse processo, o editor do podcast pode
inserir trilhas sonoras, como ambientações, trechos de outros materiais disponíveis
em áudio, como a fala de um filme, além de efeitos sonoros que reforcem o que
está sendo dito pelo podcaster. Como resultado, diversos podcasts podem servir de
informação ou complemento de estudos, sendo que o diferencial de um podcast é
poder ser ouvido on-line ou baixado para audições futuras. Por isso, considera-se
o podcast uma distração prazerosa em filas, na academia, em passeios, no carro,
ou em outros momentos de lazer.
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FIGURA 32 – PODCAST JOVEM NERD
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------ [RESUMO DO TÓPICO 3] ------
• O rádio é uma mídia e, mesmo que tendo passado por mudanças sociais,
representa uma excelente TIC para a produção e democratização de saberes a
partir da escola.
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DE
ATIVIDA
AUTO
PROJETO DESCRIÇÃO
- Elaboração de
228 vídeos
- Portal Domínio
Público
- Os blogs como
fonte de estudo
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- Cram
- Geografia
Visual
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- Flight Radar
- Instituto Tear
- Portal da
Matemática
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- Portal do
Professor de
Português:
Língua
Estrangeira
- Biblioteca
Nacional Digital
- Biblioteca
Digital de
Cartografia
Histórica
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- Guia
geográfico:
mapas
históricos
2. Aproveite para encontrar e descrever dois projetos on-line que não foram
descritos neste tópico, mas que você conhece e que podem ser aproveitados
em sua prática como professor. Escolha dois projetos e descreva-os
apresentando informações, como principal objetivo, material de estudo,
informações específicas, a qual público e local geográfico se dirige:
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3. A discussão sobre as fontes on-line de apoio ao trabalho docente (professor)
é um caminho ainda muito recente na história da didática. É um caminho
cercado de incertezas, desafios, armadilhas, contradições e potencialidades.
Nesse contexto, descreva quais desafios e novidades aparecem no trabalho
do professor através dessas novas fontes de trabalho didático.
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REFERÊNCIAS
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