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Roteiro de estudos APPS

1) Defina o conceito de antropologia da saúde.

Antropologia da Saúde pode ser compreendida como a aplicação


da antropologia ao estudo das práticas de manutenção e recuperação
da saúde em diferentes culturas ou etnias.

2) Porque podemos afirmar que a doença tem um aspecto cultural?

Caracterizada como um sintoma, a expressão da dor traz as marcas das crenças e


valores culturais de um grupo. Mesmo que consideremos a natureza subjetiva da
experiência humana, seu entendimento será histórico e cultural. A relação do
processo saúde doença está vinculado a valores e padrões culturais particulares.

“(...) considerar a dor como um fenômeno sociocultural supõe considerar uma


realidade que não existe fora do social, nem lhe antecede. O social não atua ou
intervém sobre um corpo pré-existente, conferindo lhe significado. O social
constitui o corpo como realidade (...)” (SARTI,2001,p.4)

3) Descreva as implicações do adoecimento para crianças com ate 18 meses, idade


pré escolar, idade escolar e adolescência.

A enfermidade física encerra definidas implicações em cada fase do


desenvolvimento e encerra o potencial de prevenir ou aumentar a dificuldade da
evolução ideal, de uma fase de desenvolvimento, para a próxima. A forma e a
extensão em que uma enfermidade crônica pode modificar os típicos processos
de desenvolvimento dependem, em grande parte, de características da
enfermidade, como sua intensidade, sua história natural e prognostico esperado,
grau de limitações associados as mesmas, a presença e a expectativa de retardo
mental, seu passado e implicações genéticas; da necessidade de assistência física
e do grau em que a enfermidade é visível e, assim, conhecida pela comunidade.

Até 18 meses – desenvolvimento saudável entre pais e filho; interfere na


alimentação, interfere no desenvolvimento e crescimento, menor atuação social

Idade Pré escolar – Exige mais disposição e paciência dos genitores, implica
numa superproteção, declinando para uma total dependência do doente para com
os genitores, durante o período da enfermidade física pode limitar a capacidade
de as crianças adquirirem competência motora e social.
Idade Escolar – as crianças portadoras de uma enfermidade crônica podem
preocupar se acerca de suas diferenças e da interferência de sua enfermidade
com seus relacionamentos com um grupo maior de companheiros.
Adolescência – as enfermidade físicas acrescentam nova crise às já pesadas
doses de confusão que os adolescentes têm que enfrentar, intensificando assim
sua luta pela independência.

4) Qual o sentido da norma?

O sentido de norma era existir, fora dela, algo que não correspondesse a sua
exigência. Normalizar seria impor uma exigência a uma existência. O anormal,
do ponto de vista logico, deve ser posterior à definição de normal, designando a
negação deste.

5) O que seria normal para Canguilhem?

“Um objeto ou fato normal se caracteriza por ser tomado como ponto de
referência em relação a objetos ou fatos ainda à espera de serem classificados
como tal”. (Canguilhem, 1943)

6) Descreva os tipos de comunicação não verbal.


Proxêmica: está relacionado com o espaço e ambiente que o indivíduo utilizada
ao seu redor para comunicar-se;
Aparência física: trata-se do impacto que as características físicas do
comunicador podem provocar no receptor, ou seja, as “primeiras impressões”;
Paralinguagem: está relacionado com as características sonoras e como estas
podem influenciar nos significados de um discurso, por exemplo. A intensidade,
volume, velocidade, pausas, são alguns exemplos;
Cinésica: trata dos movimentos executados pelo corpo, destacando as
expressões faciais, os gestos e seus significados de acordo com a cultura e
contexto de uma sociedade, por exemplo;

7) Qual a função da comunicação não verbal?


A comunicação não verbal é importante pelo impacto que ela pode causar, tanto
sozinha quanto alinhada à linguagem verbal.
Suas funções são:

Complementação: como o nome sugere, complementa o que está sendo dito. As


palavras emitem parte da mensagem, enquanto o restante fica sob a responsabilidade
da comunicação não verbal
Substituição: pode ser usada no lugar da comunicação verbal, transmitindo
mensagens completas
Repetição ou Ênfase no verbal: enfatiza e destaca tudo o que está sendo falado,
reforçando a mensagem para que o receptor não tenha dúvidas sobre ela
Contradição: ocorre quando a boca está falando uma coisa, mas sua comunicação
não verbal diz outra. Aqui, o receptor aceita como verdadeira a mensagem emitida
pela comunicação não verbal
Regulação da verbal: consiste em utilizar a comunicação não verbal para influenciar
no discurso verbal, como o uso de gestos para pausas ou ênfase no silêncio do
discurso
Sinalização de relações de poder no espaço físico: serve para demonstrar a posição
de alguém na hierarquia das relações em determinado ambiente.

8) Como pode ser possível desenvolver cuidados em saúde por meio da


comunicação?
Torna-se impossível o trabalho do profissional de saúde sem haver habilidades
de comunicação interpessoal, considerando tal comunicação não apenas um
instrumento básico para o relacionamento terapêutico, mas uma competência ou
capacidade que deve integrar a formação do profissional da saúde.

O profissional de saúde deve:

• Demonstrar carinho e atenção;


• Expressar um olhar atencioso;
• Usar o toque/proximidade como forma de conforto;
• Boa comunicação diminui os conflitos e maus entendidos;
• Relações mais harmônicas tornam mais eficientes a reabilitação e os objetivos
terapêuticos mais acessíveis;
• Resgate de valores humanos na relação terapêutica;
• Rompimento da visão mecanicista de corpo;
• Compreensão do silêncio do paciente;
• Considerar a subjetividade do usuário.

9) O que são equipes de saúde? Quais os tipos?


Equipe de agrupamento e Equipe Integração

Assim, considerou-se que o trabalho em equipe multiprofissional consiste uma


modalidade de trabalho coletivo que se configura na relação recíproca entre as
múltiplas intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes áreas
profissionais. Por meio da comunicação, ou seja, da mediação simbólica da
linguagem, dá-se a articulação das ações multiprofissionais e a cooperação
(Peduzzi,10 1998).

O trabalho em equipe ocorre no contexto das situações objetivas de trabalho, tal


como encontradas na atualidade, nas quais se mantêm relações hierárquicas entre
médicos e não-médicos e diferentes graus de subordinação, ao lado da
flexibilidade da divisão de trabalho e da autonomia técnica com
interdependência. Portanto, há possibilidade de construção da equipe-integração
mesmo nas situações nas quais se mantêm relações assimétricas entre os
distintos profissionais. O que poderá diferenciar a maior ou menor integração
será a prática de argüição da técnica e da desigual valoração social dos distintos
trabalhos por meio do agir-comunicativo, visto que este pressupõe não somente
compartilhar premissas técnicas mas, sobretudo, um horizonte ético.

10) Defina competência técnica e habilidade relacional.

A habilidade técnica inclui também conhecimento especializado, capacidade


analítica e o uso competente de instrumentos e técnicas para a resolução de
problemas na área específica.

Inteligência Relacional é a habilidade de mobilizar pessoas, redes e recursos em


prol de um objetivo comum, gerando mais valia para si e para o seu entorno.

11) Qual a importância dos papeis dentro de uma equipe de trabalho?


Clarificar a função dos papéis e as expectativas;
Identificar as próprias competências profissionais, bem como as competências
de seus membros;
Explorar as responsabilidades sobrepostas;
Renegociar as transferências de papéis.

12) Como pode ser possível negociar processos conflituosos em uma equipe.
Se preparar: concentrar-se no problema; Nem toda negociação vai ser igual,
Identificar os estabilizadores: pessoas que buscam resolver a situação por terem
aversão à conflitos; Identificar os desestabilizadores: pessoas desconfiadas e
devem ser controladas; Mediadoras: regem todas as dimensões da negociação;
Na situação de conflito, é preciso desarmar a outra parte com uma surpresa. O
negociador deve falar menos, ouvir mais, não pressionar, não resistir. Fazer o
oposto do que é esperado. Ao passar para o lado deles, o negociador os desarma
e a negociação passa a existir sem resistência.
Obter todas as informações possíveis: diferenciar fatos de opiniões, não levando
em conta opiniões pessoais; Definir o problema em específico: verificar o que
realmente é, sem que se tire conclusões precipitadas sobre o fato; Obter tantas
sugestões de ações apropriadas quanto possíveis: as pessoas envolvidas devem
decidir, de modo que o mediador do conflito deve ser criativo, usando sugestões
inovadoras; Escolher as ações que parecem mais apropriadas: analisar cada ação
sugerida para determinar quem mais vai ser afetado e quão efetivo vai ser o
resultado para resolver a discordância

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