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Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto


Departamento de Química

Físico-Química Experimental

Experimento 9 - Viscosidade de soluções de PVA e do óleo mineral

Pâmela Adriane Toni Marques (8625356)


Renato Alexandre Polins Junior (7148196)

Ribeirão Preto/SP
05/03/2021
1. Objetivo
A primeira parte do experimento teve como objetivo a determinação da
viscosidade absoluta, específica e intrínseca do polímero álcool polivinílico (PVA) – em
sua forma original e após clivagem com KIO4 – através das medidas do tempo de
escoamento em um viscosímetro de Ubellohde; e a partir das medidas de viscosidade,
calcular a massa molar viscosimétrica do polímero e determinar a fração de ligações
cabeça-cabeça presentes neste polímero.
A segunda parte do experimento teve como objetivo observar as alterações da
viscosidade do óleo mineral em função da temperatura e da frequência de rotação,
utilizando um viscosímetro de Brookfield, a fim de classificá-lo em uma categoria de
fluido relativa às suas propriedades viscosimétricas.

2. Descrição do experimento
Para a realização do experimento, inicialmente foi realizada a calibração do
equipamento utilizado, o viscosímetro de Ubellohde, necessária para os cálculos de
viscosidade das soluções. Para isso foi utilizado um líquido com viscosidade conhecida,
a água deionizada. A constante do viscosímetro (k) pode ser determinada a partir da
Equação 1:
ƞ = 𝑘𝜌𝑡 Equação 1

ɳ = viscosidade absoluta da solução (g.cm-1.s-1);

⍴= densidade da solução (g.cm-3);

k = constante do viscosímetro (cm2.s-2);

t = tempo de escoamento da solução no capilar do viscosímetro (s).

Como a viscosidade é determinada a partir do fluxo do líquido que escorre no


viscosímetro, a constante k reflete as características do viscosímetro que influenciam no
fluxo em que o líquido escorre, como seu formato ou o material pelo qual é composto.
A unidade de viscosidade no SI é g.cm-1.s-1, porém alguns aparelhos ou tabelas
antigas a fornecem na unidade cP (10-2 P), que se refere à unidade do sistema cgs, Poise
(P), em que 10 P = 1 Pa.s. Realizando uma análise dimensional, concluímos que as
unidades de viscosidade nos dois sistemas são equivalentes (1 P = 1 g.cm-1.s-1):

1 𝑃𝑎. 𝑠 1 𝑁. 𝑚−2 1 𝑘𝑔. 𝑚. 𝑠 −2 103 𝑔 1𝑚


1𝑃 = 1𝑃𝑥 𝑥 𝑥 𝑥 𝑥 = 1 𝑔. 𝑐𝑚−1 . 𝑠 −1
10 𝑃 1 𝑃𝑎 1𝑁 1 𝑘𝑔 102 𝑐𝑚
Após a calibração, foram realizadas as medidas viscosimétricas do polímero
PVA utilizando o mesmo viscosímetro. Para isso, foram preparadas três soluções de
PVA em diferentes concentrações, que foram inseridas no equipamento, e o tempo de
escoamento foi registrado. A partir deste tempo e do valor da constante do viscosímetro,
determinou-se a viscosidade das três soluções utilizando a Equação 1.

Existem diferentes maneiras de se expressar a viscosidade, Dentre elas, a


viscosidade relativa (η𝑟𝑒𝑙 ), que é dada pela razão entre a viscosidade absoluta da
solução (η) – medida através do viscosímetro – e a viscosidade de seu solvente puro
(η0 ) – no caso deste experimento, a água. A viscosidade específica da solução (η𝑠𝑝 )
também pode ser determinada, partir destes parâmetros, utilizando a Equação 2:

η
η𝑠𝑝 = η𝑟𝑒𝑙 − 1 = −1 Equação 2
η0

Além destas, também é possível determinar a viscosidade intrínseca [η], que


representa o efeito que uma única molécula da substância em questão causa na
viscosidade de um solvente, dado pelo limite quando a concentração tende a zero,
conforme demonstrado pela Equação 3:

η𝑠𝑝 1 𝜂
η = lim = lim . ln Equação 3
𝑐→0 𝑐 𝑐→0 𝑐 𝜂0

A partir dos valores obtidos no experimento, é possível determinar os


parâmetros (η𝑠𝑝 /c) e (1/c)(lnη𝑠𝑝 /η0 ), e a partir disso, é possível plotar os gráficos de
(nsp/c) vs. concentração e (1/c)(lnnsp/n0) vs. concentração, que foi utilizado para a
determinação da viscosidade intrínseca,conforme relação com a Equação 3, a partir da
extrapolação do gráfico para valores de c = 0, valor dado pelo coeficiente linear.
A partir da viscosidade intrínseca, foi possível determinar a massa molar do
polímero (M), a partir da Equação de Mark-Houwink (Equação 4a):

η = 𝐾. 𝑀𝑎 Equação 4a

Em que K e a são constantes empíricas características de cada polímero e


solvente. O expoente a varia de 0,5 para moléculas de polímeros totalmente enroladas
em um solvente fraco, a 1,7 para moléculas de polímero totalmente distendidas.
Aplicando os valores destas constantes para o PVA, obtém-se a seguinte expressão:

𝜂 = 2. 10−4 . 𝑀0,76 ⇒ 𝑀 = 7,6. 104 . [𝜂]1,32 Equação 4b


A massa molar obtida pela equação acima é tida como uma massa molar média
(massa viscosimétrica) das moléculas de polímero que está relacionada com a técnica
utilizada para sua determinação, no caso a viscosimétrica.
O polímero PVA utilizado neste experimento é formado pelos monômeros de
álcool vinílico, que podem estar unidos por ligações do tipo cabeça-cabeça ou cabeça-
cauda. A fim de determinar a fração dos monômeros unidos por ligações cabeça-cabeça,
após a medição do tempo de escoamento do PVA, adicionou-se a ele uma solução de
KIO4 com o objetivo de clivar estas ligações cabeça-cabeça.
Após a clivagem, foram feitas as medidas de escoamento em diferentes
concentrações, repetindo-se os cálculos de viscosidade para o PVA clivado. Por fim, a
frequência de ligações cabeça-cabeça ∆ no polímero pode ser determinada, a partir da
Equação 5:
1 1
∆= 83 ′
− Equação 5
𝑀𝑣 𝑀𝑣
Sendo Mv´ e Mv as respectivas massas viscosimétricas depois da clivagem e
antes da clivagem.
Na segunda parte do experimento, foi feita a determinação da viscosidade do
óleo de soja utilizando um viscosímetro digital rotativo, conhecido como viscosímetro
de Brookfield. Foram realizadas medidas de viscosidade para diferentes frequências de
rotações com temperatura constante, bem como medidas para diferentes temperaturas
mantendo a frequência de rotação constante.
A partir do comportamento da viscosidade em função das alterações na
frequência de rotação, é possível classificar o tipo de fluido. Um fluido que possui
relação linear entre a taxa e tensão de cisalhamento é chamado de Newtoniano (pois
segue a lei da viscosidade de Newton), e sua viscosidade não se altera sob temperatura e
pressão constantes.
Fluidos que possuem relação não linear possuem diferentes comportamentos e
são chamados de Não-Newtonianos. Entre estes, os fluidos que não apresentam tensão
de cisalhamento inicial e variação crescente da viscosidade em função da frequência de
rotação são classificados como dilatante, enquanto aqueles que apresentam variação
decrescente da viscosidade são classificados como pseudoplástico.
A partir dos dados deste experimento, preparam-se as curvas da viscosidade em
função da rotação e da temperatura, a fim de analisar o comportamento do óleo de soja e
classificá-lo entre estes tipos de fluidos.
3. Resultados e discussão

3.1 Calibração do equipamento com água deionizada

Para a calibração do viscosímetro, inicialmente foi medido o tempo de escoamento


da água em triplicata a 24 ºC (Tabela 1).

Tabela 1. Tempo de escoamento da água no viscosímetro de Ubellohde

Medida Tempo (s)


1 16,65
2 16,28
3 16,19
Média 16,37 ± 0,24

Para calcular a constante do viscosímetro (k) utilizou-se a Equação 1,


considerando a viscosidade da água ƞ = 0,008909 g.cm-1.s-1, a densidade 𝜌 = 0,99708
g.cm-3 e o tempo médio indicado tabela 1:

0,008909 g. cm−1 . s−1 = 𝑘. 0,99708 g. cm−3 . 16,37 𝑠

𝑘 = 5,458. 10−4 cm2 . s −2

A determinação da constante do viscosímetro é muito importante para correções


da variação do sistema, pois o tempo de escoamento depende de vários fatores, como o
diâmetro do capilar, o material do aparelho e das interações presentes no fluido.

3.2 Medidas viscosimétricas do PVA

Após a calibração do equipamento, mediu-se o tempo de escoamento do PVA


em triplicata e em diferentes concentrações. Tais valores se encontram na Tabela 2.

Tabela 2. Tempo de escoamento das soluções de PVA em diferentes concentrações


Tempo (s)
Medida PVA 1,60604 PVA 0,80302 PVA 0,40151
g/100mL g/100mL g/100mL
1 21,03 18,96 17,18
2 21,38 19,31 17,28
3 21,47 19,07 17,47
Média 21,29 ± 0,23 19,11 ± 0,18 17,31 ± 0,15
As viscosidades de cada solução do polímero foram calculadas, conforme
exemplificado abaixo para a primeira solução, utilizando a Equação 1. Após os cálculos
das viscosidades absolutas, determinou-se a viscosidade específica do polímero
utilizando a Equação 2, conforme exemplificado abaixo para a primeira solução.

Viscosidade absoluta (η):

η = (5,458.10−4 cm2 . s −2 ) . 1,19 g. cm−3 . 21,29 𝑠 = 0,01383 g. cm−1 . 𝑠 −1

Viscosidade específica (ƞ𝑠𝑝 ):

0,01383 g. cm−1 . 𝑠 −1
ƞ𝑠𝑝 = − 1 = 0,5522
0,008909 g. cm−1 . s −1

Com os valores acima obtidos, foi possível calcular os parâmetros ηsp/c e


(1/c)(lnηsp/ƞ0) para plotar os gráficos 1 e 2 em relação a concentração das soluções. Os
Os valores de viscosidade absoluta, viscosidade específica e dos parâmetros acima
calculados para cada concentração de PVA foram registrados na Tabela 3 a seguir.

Tabela 3. Valores de ƞ, ƞsp, ƞsp/c e (1/c)(lnƞsp/ƞ0) para as soluções de PVA


Concentração Viscosidade absoluta Viscosidade específica ƞsp/c (1/c)(lnηsp/ƞ0)
PVA (g.L-1) (ƞ) g.cm-1.s-1 (ƞsp) (L.g-1) (L.g-1)
16,0604 0,01383 0,5522 0,03438 0,2570
8,0302 0,01241 0,3932 0,04897 0,4716
4,0151 0,01124 0,2620 0,06526 0,8422

Gráfico 1. Gráfico de (nsp/c) vs. concentração do polímero PVA


0,070
y = -0,00246x + 0,07255
0,060
R² = 0,95158
0,050
0,040
ƞsp / c

0,030
0,020
0,010
0,000
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0
Concentração PVA (g.L-1)
Gráfico 2. Gráfico de (1/c)(lnnsp/n0) vs. concentração do polímero PVA
0,900
0,800
(1/c) (ln ηsp / ƞ0) 0,700
0,600
0,500
0,400
0,300
0,200 y = -0,04546x + 0,94950
R² = 0,88710
0,100
0,000
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0
Concentração PVA (g.L-1)

Como o primeiro gráfico apresentou melhor linearidade, sua equação da reta foi
considerada para determinar o valor de viscosidade intrínseca do PVA, que corresponde
ao valor do coeficiente linear, igual a 0,07255 L.g-1.
Os dados obtidos indicam que o tempo de escoamento e a viscosidade aumentam
com o aumento da concentração, comportamento que é esperado, uma vez que uma
solução mais concentrada possui uma quantidade maior de moléculas, o que implica em
um maior número de interações que provocam uma maior resistência ao movimento.
Observa-se também que o tempo de escoamento das soluções de PVA foram
maiores que a da água; o que também era esperado, uma vez que as moléculas de PVA
são maiores, o que aumenta a resistência ao transporte.
Os dados de viscosidade para o PVA estão de acordo com o indicado pela
literatura, que prevê valores de 1 a 5 cP para o PVA com baixo grau de polimerização.

3.3 Medidas viscosimétricas de PVA clivado.

Com a clivagem realizada, foram feitas as medidas de escoamento em diferentes


concentrações. Os valores obtidos encontram-se na Tabela 4. Observando o tempo de
escoamento, é possível perceber que este foi mais rápido quando comparado ao
polímero não clivado;
Observando a figura 1, é possível perceber que após a clivagem o polímero foi
fragmentado, com isso, há uma maior liberdade de movimento das moléculas, ou seja,
as interações entre as moléculas tornam-se mais difíceis, dessa forma, a viscosidade
diminui, fazendo com que o fluxo seja mais rápido.
Figura 1. Clivagem do PVA.

Tabela 4. Tempo de escoamento de diferentes concentrações de PVA clivado.


Tempo (s)
Medida PVA 1,60604 PVA 0,80302 PVA 0,40151
g/100mL g/100mL g/100mL
1 16,98 16,59 16,43
2 16,97 16,49 16,41
3 16,86 16,66 16,44
Média 16,94 ± 0,07 16,58 ± 0,09 16,43 ± 0,02

A partir dos valores obtidos para o tempo de escoamento do PVA clivado, foi
possível calcular através das equações 1 e 2 a viscosidade absoluta e a viscosidade
específica, bem como os parâmetros ηsp/c e (1/c)(lnηsp/ƞ0), para plotar os gráficos 3 e 4,
de forma análoga ao PVA antes da clivagem. Os valores calculados estão reunidos na
Tabela 5.

Tabela 5. Valores de ƞ e ƞsp para PVA clivado.


Concentração Viscosidade absoluta Viscosidade específica ƞsp/c(L. (1/c)(lnηsp/ƞ0)(
-1 -1 -1 -1
PVA (g.L ) (ƞ) g.cm .s (ƞsp) g ) L.g-1)
16,0604 0,01100 0,2350 0,01463 0,2038
8,0302 0,01077 0,2088 0,02600 0,3928
4,0151 0,01067 0,1979 0,04928 0,7722
Gráfico 3. Gráfico de (nsp/c) vs. concentração do PVA clivado

0,06000

0,05000

0,04000
y = -0,00267x + 0,05496
R² = 0,85820
ƞsp / c

0,03000

0,02000

0,01000

0,00000
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0
Concentração PVA (g.L-1)

Gráfico 4. Gráfico de (1/c)(lnnsp/n0) vs. concentração do PVA clivado.


0,9000
0,8000
0,7000
(1/c) (ln ηsp / ƞ0)

0,6000
0,5000
0,4000
0,3000
y = -0,0438x + 0,8667
0,2000
R² = 0,8616
0,1000
0,0000
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0
Concentração PVA (g.L-1)

Como no cálculo para o PVA antes da clivagem, optou-se por utilizar a equação
da reta do primeiro determinar o valor de viscosidade intrínseca do PVA clivado, que
corresponde ao valor do coeficiente linear, igual a 0,05496 L.g-1. A linearidade desta
curva não foi tão boa quanto a medida para o PVA antes da clivagem, porém, como o
gráfico possui apenas 3 pontos, optou-se por não excluir nenhum deles.
A viscosidade após a clivagem permanece dentro da faixa de 1 a 5 cP prevista na
literatura para o PVA com baixo grau de polimerização.

3.4. Determinação da massa molar viscosimétrica

A partir dos valores obtidos para a viscosidade intrínseca para o polímero antes e
após a clivagem, calculou-se a massa molar viscosimétrica utilizando a Equação 4b. Os
valores obtidos estão dispostos na Tabela 8.

𝑀 = 7,6. 104 . [0,07255]1,32 = 2381,52 𝑔. 𝑚𝑜𝑙 −1


𝑀 = 7,6. 104 . [0,05496]1,32 = 1650,73 𝑔. 𝑚𝑜𝑙 −1

Tabela 8.Valores das massas viscosimétrica e numérica.


PVA não clivado (g.mol-1) PVA clivado (g.mol-1)
Mviscosimétrica 2381,52 1650,73

Por fim, a frequência de ligações cabeça-cabeça ∆ no polímero foi determinada


utilizando a Equação 5.
1 1
∆ = 83 − = 0,01543
2381,52 1650,73

A frequência de ligações cabeça-cabeça foi de 0,01543, valor bastante pequeno,


que dá indícios de que a taxa de crescimento das ligações cabeça-cauda no polímero é
consideravelmente maior. Este comportamento é esperado, uma vez que as ligações
cabeça-cabeça (Figura 2) são resultado da ligação entre dois carbonos ligado a um
grupo -OH, e a densidade eletrônica nas cabeças -OH é mais alta quando comparado as
densidades das caudas, tornando a ligação cabeça-cabeça mais desfavorecida.

Figura 2. Ligações cabeça-cabeça.

É de se esperar que a viscosidade do polímero clivado seja menor que a do


polímero integro, podendo ser confirmado pela viscosidade intrínseca, em que o
polímero clivado teve uma viscosidade de 0,05496 L.g-1 e o polímero integro teve uma
viscosidade de 0,07255 L.g-1, e isso se da pois quando o polímero é clivado há apenas
monômeros de estrutura menor que do polímero íntegro.
Os valores obtidos de massa molar estão abaixo do valor previsto na literatura
para o polímero, que em baixo grau de polimerização possui cerca de 10.000 g/mol.
Estes valores podem apresentar diferenças com a massa molar real do polímero, uma
vez que se trata de uma massa estimada através do método viscosimétrico.
Além disto, é possível que o método realizado em laboratório esteja sujeito a
erros do operador e oscilações de temperatura. O resultado também está sujeito a erros
de cálculo, uma vez que nem todas as retas apresentaram linearidade adequada, e o
coeficiente linear se apresentou bastante sensível a erros no cálculo da viscosidade
intrínseca, e na escolha de uma das duas curvas preparadas.

3.1.Determinação da viscosidade do óleo de soja

Com o viscosímetro de Brookfield, inicialmente foi feita a medida de viscosidade


para determinadas frequências de rotação mantendo a temperatura constante (22 ºC), os
valores obtidos estão dispostos na tabela 9:

Tabela 9. Dados do óleo de soja analisado em temperatura constante.


RPM Ƞ(cP) % Torque T (°C)
100 erro Erro 22
60 99,8 99,8 22
50 99,9 83,5 22
30 100,1 50,2 22
20 99,1 33,1 22
12 100,5 20,1 22
10 100,2 16,7 22

Com base nos valores obtidos, é possível relacionar a viscosidade com a taxa de
cisalhamento, que é diretamente relacionada com a frequência de rotação. Com isso,
pode-se plotar o gráfico 5 de ƞ versus frequência de rotação (RPM).
Gráfico 5. Viscosidade vs. Frequência de rotação para o óleo mineral.
110

105
Viscosidade (cP)

100

95

90
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência de rotação (rpm)

Comparando o gráfico obtido experimentalmente (gráfico 5) e o gráfico obtido


pela literatura (Figura 3), é possível perceber que o fluido é newtoniano, pois apresenta
uma viscosidade constante à temperatura e pressão constantes, ou seja, o gráfico obtido
é linear, o que é uma característica dos fluídos newtonianos.

Figura 3. Gráfico de Viscosidade vs. Taxa de deformação (literatura).

A Tabela 10 a seguir registra os dados de viscosidade em função da variação da


temperatura, quando a frequência de rotação do viscosímetro de Brookfield foi mantida
constante em 100 RPM. A partir dos dados da tabela, preparou-se o gráfico 6.
Tabela 10. Dados do óleo de soja analisado em frequência de rotação constante.
RPM Ƞ (cP) % Torque T (°C)
100 13,90 23,5 75
100 15,66 25,8 70
100 17,16 28,6 65
100 19,98 33,4 60
100 23,10 38,5 55
100 26,69 44,5 50
100 31,37 52,5 45
100 38,03 63,6 40
100 51,41 85,4 35

Gráfico 6. Dependência da viscosidade em função da temperatura.


60

50
Viscosidade (cP)

40

30

20
y = -0,0008x3 + 0,1614x2 - 10,8095x + 266,8213
R² = 0,9958
10

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Temperatura (°C)

No gráfico 6, é possível observar a dependência da viscosidade em relação a


temperatura, sendo possível perceber que a relação é inversamente proporcional, ou
seja, quanto maior a temperatura, menor é a viscosidade do óleo mineral, o que apenas
confirma um fato que é facilmente observado no cotidiano de uma cozinha.
4. Conclusão

Na primeira parte do experimento, foi determinada a constante do viscosímetro de


Ubbelohde utilizado (𝑘 = 5,458. 10−4 cm2 . s−2 ) a partir da medição do tempo de
escoamento com a água deionizada, que é um líquido com densidade e viscosidade
conhecidas.
Em seguida, a partir da medição do tempo de escoamento no mesmo viscosímetro,
determinou-se para três concentrações de PVA (16,0604; 8,0302; 4,0151 g.L-1)
respectivamente a viscosidade absoluta (0,01383; 0,01241; 0,01124 g.cm-1.s-1),
específica (0,5522; 0,3932; 0,2620) e intrínseca (0,07255 L.g-1); e para as mesmas três
concentrações, após a clivagem com KIO4, a viscosidade absoluta (0,01100; 0,01077;
0,01067 g.cm-1.s-1), específica (0,2350; 0,2088; 0,1979) e intrínseca (0,05496 L.g-1).
Determinou-se também a massa molar viscosimétrica do polímero antes (2381,52
g/mol) e após a clivagem (1650,73 g/mol), bem como a fração de ligações cabeça-
cabeça presentes neste polímero (0,01543).
Os valores de viscosidade obtidos estão de acordo com os previstos na literatura,
mas não os valores de massa molar, sendo que este erro pode ter ocorrido devido a erros
experimentais ou ao modo como o cálculo foi efetuado. A pequena fração de ligações
cabeça-cabeça no polímero era esperada devido ao desfavorecimento para estas ligações
causado pela densidade eletrônica nos grupos –OH.
Na segunda parte do experimento, observou-se que a viscosidade do óleo
mineral não varia em função da frequência de rotação, mantendo-se constante em
temperatura e pressão constantes, o que é característico de fluidos newtonianos.
Verificou-se também que a viscosidade do óleo mineral diminui com o aumento da
temperatura.
5. Referências

ARANHA, I. B.; LUCAS, E. F. Poli(Álcool Vinílico) Modificado com Cadeias


Hidrocarbônicas: Avaliação do Balanço Hidrófilo/Lipófilo. Polímeros: Ciência e
Tecnologia, vol. 11, nº 4, p. 174-181, 2001

Experiment 27 – Intrinsic Viscosity: Chain Linkage in Polyvinyl Alcohol.


In: GARLAND, C. W.; NIBLER, J. W.; SHOEMAKER, D. P. Experiments in
physical chemistry, 8. ed. Boston: McGraw-Hill Higher Education, 2009, p. 208-215.

MAGRO, J. D,; SCAPINELLO, J. Experimento 8 – Reologia – Viscosidade de


Líquidos. Universidade Comunitária Regional de Chapecó.

MELO, A. Produção de esferas a partir do poli álcool vinílico (pva) com vários graus de
hidrólise e ácido bórico (ab) para fixação de bactérias. UFSC, 2004. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/105217>. Acesso em 05. Mar. 2021.

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