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Josué de Sousa Montello (21 de agosto de 1917)

Iniciou seus estudos em São Luís do Maranhão


Aos 15 anos, já integrava a Sociedade Literária Cenáculo Graça Aranha, grupo de
intelectuais que buscava trazer as ideias modernistas para o circuito literário
maranhense e já publica na imprensa local.
Até 1936, colabora nos principais jornais maranhenses. Muda-se, a seguir, para Belém
do Pará, onde é eleito, aos 18 anos, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico
do Pará.
No fim de 1936 transferiu-se para o Rio de Janeiro, passando a fazer parte do grupo que
funda o semanário de literatura Dom Casmurro. No mesmo período, colabora em outras
publicações, como Careta, O Malho e Ilustração Brasileira, além de jornais diários.
Publica o primeiro romance, Janelas fechadas, em 1941. Seis anos mais tarde é
nomeado diretor-geral da Biblioteca Nacional, exercendo também a direção do Serviço
Nacional do Teatro.

Em 1953, a convite do Itamaraty, inaugurou e regeu por dois anos a cátedra de Estudos
Brasileiros da Universidade Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, no Peru. A partir
de 1954, tornou-se colaborador permanente do Jornal do Brasil, no qual manteve uma
coluna semanal até 1990.

Novamente convidado pelo Itamaraty, regeu, em 1957, a cátedra de Estudos Brasileiros


na Universidade de Lisboa, e, em 1958, na Universidade de Madri.

Entre 1969 e 1970, ocupou o cargo de conselheiro cultural da Embaixada do Brasil em


Paris, e de 1985 a 1989 foi embaixador do Brasil junto à Unesco. De janeiro de 1994 a
dezembro de 1995, ocupou a presidência da Academia Brasileira de Letras. Foi membro
de incontáveis academias e instituições culturais no Brasil e no Exterior.

Tambores de São Luís – escrito em 1965


São Luís, seu povo e seus sobrados são um marco de memória no autor, seja nos
romances, nas crônicas ou nos diários.  Como ele mesmo escreveu, cruzou muito o
trecho entre os bairros da Praia Grande e Desterro para buscar o aprendizado no Liceu
Maranhense, onde iniciou os estudos que o levariam a grandes voos literários,
diplomáticos e acadêmicos.

Por que Josué Montello escreve esta obra? Sua escrita relaciona-se nesse sentido com a
tentativa de tratar das questões que inquietavam a sociedade em seus conflitos internos,
Josué Montello, por sua vez, sempre manteve apoio ao Senador e candidato ao Governo
do Maranhão
Ninguém como o escritor literário Josué Montello, residente no Rio de Janeiro e filiado
ao Partido Social Trabalhista, expressou veemente e integral solidariedade política ao
Senador Victorino Freire. Ao legitimar os procedimentos eleiçoreiros do político
pernambucano, lançado candidato ao 21 Governo do Estado, o escritor maranhense
recompensava-o pela proteção aos intelectuais-partidários
Josué Montello chega a afirmar, em relação a Sarney, que “tudo quanto anunciastes, ao
predizer um Maranhão Novo, despertado na fonte de sua riqueza, com uma perspectiva
otimista para seu futuro realmente aconteceu”
Além dessas manifestações de consonância com a política estadual, também durante sua
vida ocupou diversos cargos que mantinham influência política no estado ou mesmo em
um cenário nacional. Nesse sentido, dirigiu a Biblioteca Nacional e o Serviço Nacional
de Teatro, além de ocupar cátedras voltadas para os estudos brasileiros em
universidades fora do Brasil, entre as quais estão as de Lima (Peru), Madri (Espanha) e
Lisboa (Portugal). Também ocupou o cargo de adido cultural na embaixada brasileira
em Paris (França) e embaixador junto à Unesco. Em 1954 assume a cadeira de nº 29 da
Academia Brasileira de Letras, instituição onde ocupa a presidência entre janeiro de
1994 e dezembro de 1995.2 No Maranhão, Montello também foi reitor da Universidade
Federal do Maranhão a pedido do Ministro Jarbas Passarinho, convite feito no momento
em que ainda era membro do Conselho Federal de Cultura.(MONTELLO, 1985, p.614).
A sua vida literária e intelectual vai intensificando-se de maneira que faz parte do grupo
“Sociedade Literária Cenáculo Graça Aranha”. Pode-se então perceber mais uma vez
que a sua classe social é sempre referência para a configuração do seu modo de fazer
literatura, isto é, na medida em que se apresenta como alguém que compõe uma classe
social elitista, é possível então o entendimento de que a sua obra por sua vez também
expressa os anseios da classe social a que pertence.
Diante de todas essas características que fizeram de Josué Montello um intelectual
indiscutivelmente atrelado ao mundo da elite social local, pode-se sugerir o
entendimento de que o discurso apresentado pelo literato é caracterizado pelo seu
condicionamento ao tradicionalismo maranhense, no sentido de que todo o arcabouço
que compõe o seu lugar social permitiu-lhe esboçar no universo de Os Tambores de São
Luís, além de inúmeras outras obras de sua autoria, a condição da elite maranhense, de
maneira que expusesse o desejo de corroboração com a estrutura social e econômica
vigente no Maranhão do século XIX caracterizada, entre outros fatores, pela sua
estrutura opressora e escravista.
A pesquisa historiográfica mantém relações com o lugar de produção sócio-políticocultural.
Segundo Michel de Certeau, é necessário entender questões práticas tais quais: Como
escreve? Por que escreve? Qual o momento foi produzido? Quais são os vínculos políticos?
Qual a classe social que fala? E, portanto, onde se fundamenta este ou aquele discurso?
(CERTEAU,1995)

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