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Professor: Plínio Saraiva Melgaré

G1 – 18/4

G2 – 13/6

Referências bibliográficas:

FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 35.ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009.

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 24.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 32.ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2009.
Indicado pelo professor.
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de
direito constitucional. 4.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.
Indicado pelo professor.

Aula 29/2
Condições constitutivas do direito:

1) Condição do mundo: “somos muitos e o mundo um só”.


“Somo um animal político”- Aristóteles. O ser político é aquele que vive em
comunidade, e esta é à natureza do homem.
2) Condição existencial: “insociável sociabilidade”.
Nossa condição se dá a partir desta frase. Somos marcados pela “insociável
sociabilidade”, pois temos dificuldade de viver em sociedade. Ou seja, temos uma
natureza que nos leva a sermos agressivos (Freud), como exemplificação, é
possível refletir sobre a quantidade de crimes, guerras e demais acontecimentos
que revelam a verdade de tal afirmação. Ainda que sejamos levados a viver em
grupo, encontramos diversas dificuldades nesta estrada e nem com o passar dos
anos, conseguimos “domar” essa característica.
A grande questão gera em torno de “como ministrar tanta pluralidade em um
único espaço, em um único mundo”? A solução é visível: construir uma ORDEM
SOCIAL. Com o decorrer dos anos, o Estado vem com o objetivo de garantia de
sociabilidade. O Direito é uma alternativa de ordem social, ainda que sejamos
capazes de viver em paz sem que haja o Direito.
3) Condição ética
É possível pensar em uma condição ética que passe pelo respeito à pessoa
humana, ou seja, é possível pensar em uma condição de ética que não respeita à
pessoa humana, aos direitos fundamentais e aos direitos humanos. Faz-se
necessário ainda dar-se conta de que a evolução cultural influencia diretamente
na construção do Direito.
A evolução cultural trouxe a ideia de que o Direito não pode basear-se apenas
em uma afirmação jurídica (lei), é necessário recheá-la com ética! A democracia é
o regime do Direito (ex: ditaduras).
É por meio da teoria tridimensional (fato, valor e norma) que o Direito impõe
princípios e valores às normas.

Regime democrático
Democracia = governo do povo e para o povo. É um regime político composto pelo
povo.
Democracia direta – surgida na Grécia baseava-se no poder composta apenas por
homens livres (homens).
Democracia indireta – surge a ideia de representantes.
Antes do período moderno a estrutura política era composta por uma única
pessoa, antes ainda, pelo senhor feudal (fragmentação territorial – descentralização do
poder). No período do Estado Moderno, emergia o monopólio de uma só pessoa
(absolutismo), o rei. Aos poucos, com o decorrer das revoluções liberais, veio à
separação dos poderes com intuito de derrubar o poder centralizado, ou seja, o poder
que estava em uma mão ou um só grupo passou a ser divido em três pessoas (ato
altamente democrático).
Na verdade, o poder político não se divide, todos são pertencentes ao Estado. O
que ocorre é a separação de funções (legislativa, administrativa e jurisdicional). Os
poderes se auto controlam, se auto organizam através da Constituição.
o Diego Valadés: “o equilíbrio constitucional consiste na existência de uma distribuição
relativamente igual de poder, de tal maneira que nenhum grupo ou combinação de
grupos possa dominar os demais”. “A competição entre os distintos grupos sociais só é
tolerável na medida em que esses mesmos grupos estejam subordinados aos
procedimentos constitucionais”.

Aula 7/3
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
 Art. 2º - Princípios da “divisão funcional do poder”.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,
o Executivo e o Judiciário.
 Poder político: uno e indivisível
 Separação funções: 3 funções básicas
O poder não é dividido, são separadas funções básicas que os Estado
cumpre. São elas: LEGISLATIVA (criar regras, legislar e fiscalizar); EXECUTIVA
(administrar) e JURISDICIONAL (função de dizer do Direito, ou seja, solucionar os
conflitos que surgem na sociedade).
 Objetivo: evitar a concentração de poderes
A teoria, efetivamente se afirmou no período moderno. Como paradigma,
é possível citar a Revolução Francesa (acabar com uma ordem absolutista e criar
um novo Estado que respeitasse os direitos dos indivíduos). É quando surge o
Estado Democrático Liberal. Para garantir isso, os liberais da época criam a técnica
de separar essas funções, para evitar o poder absoluto do Rei. Ainda assim, eles
perceberam que mesmo com a separação, nada impede que algum desses
poderes torne-se arbitrário.
 Separação não é rígida: sistema de “freios e contrapesos”
Devemos ter a ideia de que essa separação não é rígida nem absoluta, já
dizia Montesquieu: “só o poder detêm o poder”. O sistema de “freios e
contrapesos” possibilita o controle e fiscalização recíproca, propondo estabilidade
política e administrativa.
Na separação são elencadas funções principais para esses poderes, porém
não quer dizer que estes não cumpram outras funções, mas estas serão
secundárias.
- Judiciário legisla = há alguns projetos de lei trazidos pelo judiciário. Ele
também determina horários de funcionamento do tribunal, fórum.
- Judiciário controla o executivo? Sim.
- Judiciário fiscaliza o executivo? Sim, quando julga se uma lei é
constitucional.
- Legislativo atua também como executivo? Sim quando trata da
administração interna e também o fiscaliza na aprovação das contas do judiciário;
aprovação dos integrantes do poder judiciário.
 A separação dos poderes segue 2 critérios:
1º Especialização funcional = promove um melhoramento naquela função.
2º Independência orgânica = nas atividades (funcionamento) internas do poder,
não há interferência.

 Poder Executivo (P.E.) no Brasil refere-se:


1) Poder
2) Governo
Essa dualidade de significado se dá ao fato de que o Brasil tem um sistema de
governo presidencialista e por isso o presidente cumpre essas duas “funções”
(chefe de governo e de estado).
 O P.E. na CF/88. Presidente e vice eleitos ao mesmo tempo
Mandato: 4 anos
Reeleição: Art. 14, § 5º - só no período subsequente (+ 4 anos)
 Para eleição: maioria absoluta (50% + 1) de votos válidos
 O que ocorre diante:
1) Ausência (morte)
Vice-Presidente assume.
2) Impedimento temporário do presidente (doença)
Art. 80 – sucessão -> são sucessivamente chamados ao exercício da
Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o
do Supremo Tribunal Federal.
 Atribuições do presidente:
Art. 84 – Competência privativa (delegável- pode ser passada para outra pessoa).
– Exclusiva (indelegável).
 Responsabilidades do presidente, imunidades e prerrogativas (aptidão que o cargo
oferece à pessoa):
1. Tratadas no âmbito constitucional;
2. Nesse aspecto:
2.1 Crimes de responsabilidade (infrações políticas e administrativas):
Art. 85 + L. 1079/50 e L. 10.028/00
Sanção: perda do mandato e inabilitação para a função pública - 8 anos
Quem pratica? Art. 52, I e II, Gov. e Pref.
 Processo de impeachment:
L. 1079/50 – Estabelece um processo em duas fases:
1. Juízo de admissibilidade
2. Processo e julgamento
Qualquer pessoa pode acusar o presidente pela prática de crime de
responsabilidade. Deve ser bastante fundamentado: documentos, fatos
veiculados pela imprensa, entre outros. A acusação é apresentada perante a
Câmara dos Deputados, que analisam a fundamentação da mesma, etapa
chamada de juízo de admissibilidade. Deve ter 2/3 (nº total) dos votos para a
denúncia ser aceita.
O processo é instruído no Senado, onde também ocorre o julgamento e
exige-se, para que o presidente seja culpado, 2/3 dos votos dos senadores.
Neste dia, o presidente do supremo assume o julgamento.

Aula 14/3
Presidente da República: responsabilidades e prerrogativas
 Crimes comuns:
- Julgado pelo STF;
- Admissibilidade pela Câmara dos Deputados (anterior ao julgamento).

Nas infrações comuns, que são aquelas tipificadas no Código Penal e na legislação
penal extravagante, o Presidente da República, quando comete tais crimes, será
submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. Goza, o Presidente, de
privilégios intrínsecos em razão do eminente cargo que ocupa, não sendo julgado pelo
juízo comum, mas sim, pelo chamado foro privilegiado.

Art. 86 – Na vigência do mandato, não poderá:


§3º - Ser preso antes de sentença penal condenatória;
§4º - Ser responsabilizado por atos e estranhos à função. (Se ele praticar um crime
alheio a sua função, durante o mandato, o processo fica em suspenso e só “vem à
tona” quando o mandato terminar, podendo o indivíduo reeleger-se – assim
sendo, o agente será julgado após o término do 2º mandato).

Os prefeitos, quando cometem crimes de responsabilidade, são julgados pela Câmara


Municipal. Quando a prática se dá em crimes comuns, são julgados por uma câmara
diferenciada.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Dentre as atribuições do presidente, sobressai a de decretar a intervenção federal.
- Intervenção federal (I.F.) -> Art. 34 (a União deve respeitar a autonomia dos Estados,
salvo se ocorrer alguma das exceções contidas no Art.).
- A União não pode intervir nos municípios. A ingerência da União sobre os municípios é
sempre uma medida excepcional e de curto período.

Objetivos: Manter vínculo federativo (caso o Estado queira a secessão – separação);


respeitar integridade do território (em caso de invasão de território); resguardar finanças
estaduais e preservar princípios (elencados no § 7º são chamados: princípios sensíveis,
pois quando agredidos, reagem na forma de intervenção da União sobre os mesmos).

Procedimento: depende da espécie de I.F.; contudo, sempre se dá por meio de um


decreto (Decreto Interventivo Art 36, § 1º). Decretada sempre pelo Presidente.

Pode ser:
1. De ofício/espontânea: sem provocação ou requisição. É quando o Presidente
entende que seja caso de intervenção. Só pode ocorrer se estiver presente uma
das hipóteses contidas nos incisos abaixo. Esse decreto sofre um controle político
exercido pelo Congresso Nacional (percebemos aqui a presença dos “freios e
contra pesos”).
Art. 34, I, II, III e V.

2. Provocado: poder executivo ou legislativo solicita a I.F.. Caso esses poderes não
atuem normalmente, por coação, requerem a intervenção e quem decide é o
Presidente.
Art. 34, IV.

3. Requisitada pelo STF, STJ ou TSE: não se submete a qualquer controle político.
- Art. 34, VI c/c Art. 36, II (diante de um descumprimento judicial, feito por um
Estado, há requisição pelo Supremo para o Presidente conceda Intervenção
Federal; e este deverá cumprir)
- Art. 34, IV c/c Art. 36, I

4. Provocado mediante provimento de representação: não há controle político.


Art. 34, VII c/c Art 36, III (algum Estado viola determinado princípio sensível, entra
com ação de inconstitucionalidade e o STF julga – se for procedente, requisita ao
Presidente à intervenção) Representação por inconstitucionalidade para fins
interventivos.

5. Pode ainda a I.F. decorrer de uma “ação de executoriedade de lei federal” – Art.
34, VI c/c Art. 36, III.

 Se a situação é mais política do que jurídica = passa pelo controle do Congresso


Nacional.
 Se a situação for mais jurídica (ex: princípios sensíveis) = não passa pelo controle.

DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS


Há duas medidas excepcionais para restabelecer a ordem diante de situações atípicas
(que coloquem a ordem democrática em crise):
1) Estado de defesa (Art. 136)
Situação na qual se organizam medidas destinadas a debelar ameaças à
ordem pública ou paz social. É a instauração de uma legalidade
extraordinária, por certo tempo, em locais restritos e determinados,
mediante decreto do Presidente, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional.
EX: calamidade, desde que seja em grande proporção e esteja gerando
perturbação da ordem pública ou paz social.
- Decreto presidencial;
- Local restrito e tempo determinado;
- Medidas restritivas: Art. 136, § 1º e 3º;
- Controle político: Art. 136, §4º.
- Há controle político e jurisprudencial perante a decisão do Presidente. O
controle político se dá pelo Congresso Nacional: apreciação no decreto de
instauração (24h para o Presidente executar tal ação). Já o controle
jurisprudencial consta, por exemplo, no Art. 136, §3º, onde se prevê a prisão
por crime contra o Estado.

2) Estado de sítio (Art. 137) – medida mais rigorosa, pois as garantias ficam
suspensas.
Situações críticas que indicam a necessidade da instauração de
correspondente legalidade de exceção (extraordinária) para fazer frente à
anormalidade manifestada. A aplicação de medidas coercitivas e a
suspensão de direitos e garantias constitucionais são apenas meios para a
consecução de seus objetivos.
- Forma mais grave de suspensão das garantias;
- Depende de requisitos formais:
a) audiência do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional
(prazo de 5 dias);
b) autorização, por voto da maioria absoluta, do Congresso Nacional, para
decretação em atendimento à solicitação do Presidente;
c) decreto do Presidente da República.

- Pode ser:
Repressivo – Art. 137, I -> comoção grave de repercussão nacional (rebelião ou
revolução) ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medidas
tomadas durante o estado de defesa.
Defensivo – Art. 137, II -> em caso se guerra ou em resposta a agressão
armada estrangeira.

- Há controle político prévio -> se dá pela declaração do Presidente, relatando


os fatos e pedindo autorização (também previsto no Art. 49 e 141). Pode haver
uma declaração de estado de defesa ou de sítio inconstitucional e nesse caso,
há um controle jurídico, pois se configura um excesso autoritário (presidente +
Congresso Nacional) das defesas políticas (Supremo Tribunal Federal) que
comando o Estado.

Ministros de Estado – Art. 87

Você, na condição de advogado, é consultado pelo governador do Estado do RS que está


na iminência de ser processado pela prática de um crime de responsabilidade. Quer o
governador saber, quem o julgará.
- Assembleia legislativa (Art. 84).
Mesmo que o constituinte (CF) tenha legislado sobre processo, apenas a União (direito
penal e processos) tem o direito de fazê-lo. Ou seja, a lei constituinte perde o valor e
passa a valer a lei 1.079/50 feita pela União.
A quem compete legislar sobre matéria processual?
Art. 22, I, CF A união tem competência para legislar sobre matéria processual.

Aula 21/3
PODER LEGISLATIVO
Funções Típicas:
 Legislar = criar normas jurídicas. Função que o poder legislativo desempenha de
criar e editar normas jurídicas com caráter de observância geral.

 Fiscalizar (Art. 70): fiscalização contra a legalidade dos atos praticados por outros
poderes. O poder executivo trata de legalizar os atos da administração pública.
Para desempenhar essas funções o poder legislativo contra com suas comissões e
tribunal de contas.

- Comissões (a partir do Art. 58): podem ser permanentes ou temporárias. Grupo


de deputados, parlamentares que se dedicam a estudar determinados temas.
Comissões ouvem autoridades para que elas falem sobre um ato que por ventura
tenham praticado.
Parlamentares
De CPI = importante instrumento utilizado pelo poder
legislativo para
Inquérito exercer a função de fiscalização (Art. 5, §3º).

- Tribunal de Contas (Art. 71) = pertence ao poder legislativo e faz o controle


externo. Existe apenas no Estado, com exceção de SP e RJ que têm municipais.

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial


da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema
de controle interno de cada Poder.

LEGITIMIDADE = contra os propósitos da jurisdição (lícito ou ilícito)


LEGALIDADE = contra a necessidade (contém conteúdo político)

Atividade sobre CPI


1. O que é necessário para a criação de uma CPI?
O poder da CPI é de investigar se houve irregularidade. Para isso ela ouvirá
testemunhas e outras provas. Ao fim, é elaborado um relatório, enviado ao
MP. O MP pode denunciar alguém, promover novas diligências, iniciar novas
investigações ou arquivar o processo.
Há dois requisitos necessários:
FORMAL (requerimento de 1/3 dos membros - A criação de uma CPI é um
direito típico das minorias politicas, para evitar uma maioria impeça a criação)
MATERIAL (fato determinado = acusação específica); deverá ter prazo certo
(início e fim).

PRAZO = DICD -> 120 dias.


Art. 5º, §2º, Lei 1579/52 -> termina com a sessão legislativa. Ou, no máximo, é
prorrogada para o fim da legislatura (4 anos).
Promovendo ou não a denuncia. Relatório da CPI quer identificar a materialidade de
um ilícito e a sua autoria.

2. Pode uma CPI ordenar a prisão de alguém?


Não, pois além de a CPI ser apenas uma comissão de investigação, é
importante salientar que só quem prende é o juiz, a não ser que seja em
flagrante.
Ábias Corpus preventivo = agente suspeita que será preso e já leva documento
para evitar os abusos do poder, pois já tem a informação de que a CPI não
poderá prendê-lo.

3. Pode uma CPI quebrar o sigilo telefônico de alguém?


Não, a menos que peça autorização para o juiz. Mas a CPI poderá ter acesso
bancário, dados telefônicos (pra quem liga e de quem recebe ligação), sem
que seja necessária autorização.

 Nenhum ato público fica alheio da fiscalização jurisdicional, e a CPI não fica de
fora, pois se caso alguém sinta que esta sendo violado algum direito seu a
partir da investigação feita na CPI, o poder judiciário tem o dever de intervir.
Ex: quando é lançando um fato de forma genérico, o poder judiciário intervém
para que não ocorra violação do direito do agente, visto que a investigação já
começaria sem fato determinado.

Garantias e independência do parlamentar:


Necessidade do livre exercício da função parlamentar: é indispensável que os
parlamentares tenham autonomia no exercício de suas funções, não havendo nenhum
controle nessas atividades.

 Para livre exercício: garantias e proibições


1. Prerrogativas (garantias):
Imunidade – Art. 53 -> há circunstâncias que não estão imunes processualmente
aos atos dos parlamentares.

Materiais -> essas imunidades são criadas para que os deputados tenham o livre
direito de se expressar (seja por fala ou em votos) e se estendem “para todo o
sempre” (mesmo após o mandato não será processado), do contrário, nenhum
parlamentar falaria de algum dos outros com receio de ser processado e sem isso as
investigações não teriam um “impulso”.

Formais – Art. 53, §2º.


Impossibilidade de prisão-exceto: flagrante de crime inafiançável. Pois o
parlamentar é imune processualmente. O parlamentar poderá ser processado, fora
das ocasiões citadas à cima, durante o mandato, sem autorização dos deputados ou
do senado, podendo a câmara ou senado sustar processo.

2. Vedações (proibição)

Aula 28/3
PODER LEGISLATIVO (continuação)
 Incompatibilidade e impedimento (vedações):
Art. 54, I e II.
 Perda do mandato: se deputado ou senador cometer atos impedidos (art. 54).
Art. 55 -> falta de decoro e ausência a mais de 1/3 das sessões ordinárias.
Decoro = quebra de conduta esperada por parlamentar. Seu comportamento
deve ter postura ética compatível com as exigências da tua atuação. Caso
contrário, ele pode ser acusado e julgado, e se confirmado, perda do cargo e 8
anos de inelegibilidade. Quem julga é o próprio órgão legislativo a qual ele
pertence. Se o sujeito renúncia ao cargo antes do julgamento, ele não pode mais
ser julgado, pois não pertence mais ao cargo. Porém se a renuncia ocorrer, os
direitos vindos da renúncia são suspensos até o fim do julgamento e se
condenado, só após o fim do processo ele, além de perder o carga, torna-se
inelegível por 8 anos. Se ele renuncia antes da abertura do processo, ele perde o
mandato, mas não perde a inelegibilidade.

Função legislativa:
 Processo legislativo: atos necessários para a produção de normas jurídicas
válidas. Para elaboração e criações de normas válidas devem ser observados
certos procedimentos que compõem o denominado processo legislativo.

- Quanto à natureza:
1. Autocrático = ocorre nos casos de ditadura, na qual as leis são impostas
pelo detentor do poder político de modo autoritário. As leis
decorrem do arbítrio de quem exerce o poder político.
2. Direto = ocorre quando as leis são elaboradas pelos próprios cidadãos,
sem qualquer intermediação.
3. Representativo = quando as leis são elaboradas indiretamente pelos
cidadãos, uma vez que os cidadãos são representados,
democraticamente, elegendo representantes.
4. Semidireto = nessa modalidade mesclam-se os elementos da democracia
representativa e da direta (ex: referendo, plebiscito,
apresentação de projetos de leis por iniciativa popular).

- Fases do processo:
1. Iniciativa:
* Art. 64 – Câmara dos Deputados
* A iniciativa pode ser:
- Privativa/ reservada/ exclusiva: Art. 61,§1º, I; 84, XXIII; 93; 51, IV. (certas
matérias são reservadas para determinadas autoridades – presidente ou MP
ou poder judiciário)
- Concorrente: regra geral (apresentar projeto de lei de forma conjunta –
deputados, senadores, presidente)
- Iniciativa popular (1 milhão de assinaturas)

2. Discussão
Todo projeto de lei passar por comissão que seja compatível com a
matéria e, obrigatoriamente, todos os projetos passam pela comissão de
constituição de justiça.
O projeto de lei pode sofrer uma emenda = alteração do projeto.

3. Votação – ver Art. 64, §1º.


Sendo votado, o projeto de lei pode ser aprovado ou rejeitado
(arquivado – poderá ser reapresentado na próxima sessão legislativa
(próximo ano), exceto se houver voto da maioria pra que seja apresentado
na mesmo sessão - Art. 67).
Art. 64, §1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação
de projetos de sua iniciativa.
4. Casa revisora
A casa revisora é sempre a oposta a que o projeto entra (só existe nos
projetos que tramitam no congresso nacional – não valem para estados e
municípios). Se o projeto é aprovado sem alterações ele para o próximo item.
Quando o Senado (81) faz papel de casa revisora cumprem papel de
analisadores dos Estados e se a maioria deles rejeita é mais forte de quando há
maioria da Câmara dos Deputados (+ 500), que estariam representando todos os
cidadãos.
Se a casa propuser mudanças (sofre emendas) essas são encaminhadas
para a casa de origem e esta delibera com as emendas. Se a casa de origem não
concordar com as emendas, vale a redação original.

5. Sanção ou veto
Veto – TOTAL
– PARCIAL

Fundamento – POLÍTICO
– JURÍDICO
Sanção = concordância do chefe do poder executivo com o projeto de lei. Esta
pode ser tácita (se em 15 dias o presidente não declarar nada, há o projeto é
sancionado) ou expressa (antes do prazo de 15 dias o presidente expressamente
que sanciona o projeto).
Veto = discordância do chefe de poder com projeto de lei que fora aprovado pelo
legislativo. Pode ser total ou parcial, analisando o artigo, inciso ou parágrafo de
forma inteira.
POLÍTICO – entende-se que o projeto de lei não está de acordo com o
interesse público.
JURÍDICO – entende-se que o projeto de lei é inconstitucional.
Vetado o projeto de lei, volta para o poder legislativo. No âmbito federal:
congresso nacional, estadual: assembleia legislativa, municipal: câmara de
vereadores.
O poder legislativo vai discutir o veto e após, votar o veto, concordar ou não.

6. Promulgação e Publicação
Sendo aprovado o projeto de lei ou rejeitado o veto o projeto vai para a
etapa da promulgação e publicação.
Promulgação = ato formal que da existência a lei. Se ele é sancionado, quem
promulga é o chefe de estado, caso o projeto tenha sido rejeitado, o
presidente da mesa do poder legislativo é quem promulga.
Após esse ato, o projeto vira lei e é publicado no Diário Oficial. Poderá entrar
em vigor dependendo do que o legislador publicar. No período de “vacatio
legis” a lei existe, é válida, mas não é eficaz.

Aula 4/4
ESPÉCIES LEGISLATIVAS
O Art. 59 enumera as seguintes espécies legislativas:
1. Emenda à Constituição (Art.60) = alteração, permite uma atualização da
Constituição para que se adaptem as novas situações que surgem na sociedade
com a evolução do tempo.
- Introduzem alterações específicas no texto constitucional
- Quanto à alterabilidade: Constituição rígida
Limites à alteração (nossa Constituição é rígida,
nesse sentido se exige um procedimento mais rigoroso para suas alterações).
- Supremacia constitucional = a Constituição ocupa posição de
supremacia/primazia perante as outras normas.
- Poder constituinte derivado reformador = tem legitimidade e competência para
alterar a Constituição. Que apresenta a emenda e exercem o poder constituinte
são os deputados e senadores.
- Limites: delimitados pelo poder constituinte ordinário.
Formais (Art. 60, § 2º e 3º) -> referem-se a limites quanto ao seu procedimento.
Materiais (Art. 60, § 4º) -> cláusulas pétreas (núcleo rígido = matérias que não são
passíveis de reformação). Estabelece direitos fundamentais, derivados da
dignidade humana. São considerados essenciais à condição humana. Podem ser
de natureza individual (considerado isoladamente) ou social (buscam garantir uma
condição de vida digna, considerando o homem inserido em um meio social). São
direitos intangíveis, ou seja, devem ser respeitados por todos, sem serem
“tocados”. Em sua maioria, estão relacionados a axiologias (valores).
Ex: direito à vida, liberdade, saúde, dignidade.
Circunstâncias (Art. 60, § 1º) -> diante de certas circunstâncias específicas, não se
permite alteração na Constituição.

2. Leis complementares (Art. 59, II e 69) -> exigem maioria absoluta. Prevê que a lei
complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das
leis.
- Aprovadas nos casos expressos previstos na Constituição Federal
Ex: Art. 59, § único -> L.C. 95/98
- Leis ordinárias (Art. 59, III e 61) -> exige maioria simples (50 + 1 da totalidade).
Sobre quais matérias pode-se legislar ordinariamente? Todas, a não ser as
complementares. Leis complementareis e ordinárias estão no mesmo patamar de
importância e hierarquia, tratam apenas de questões diferentes. Estão no mesmo
grupo de atos normativos secundários. Pode haver hierarquia formar e não
material.
Norma = o resultado da interpretação da lei. A norma prescreve como deve ser
nosso comportamento. É o conteúdo/sentido da lei.

3. Leis delegadas (Art. 59, IV e 68) = conferem ao presidente o poder de criação de


uma lei. São requisitas, normalmente, em situações emergenciais.
- Decorre de uma autorização concedida pelo poder legislativo ao presidente da
república para que ele legisle;
- A delegação deve ser solicitada pelo presidente ao Congresso Nacional;
- Em caso de concordância (caso o Congresso Nacional delegue a autorização ao
Presidente), define-se o conteúdo;
- Art. 68, §1º -> limites à delegação;
- Controle do poder legislativo:
Prévio: Art. 68, §3º = antes de a lei ter existência, deverá o parlamento
analisar e cabe a eles, aprovar ou não. Não é possível que o parlamento
recomende emenda.
Posterior: Art. 49, V = se o presidente ultrapassar o que lhe foi autorizado.
Compete ao Congresso Nacional sustar a norma delegada.

4. Medidas provisórias (59, V e 62) = medida mais rápida e autônoma para que o
presidente resolva situações emergenciais. Surte efeito imediato.
- Origem: Itália
- Ato (espécie) normativo com força de lei, cuja eficácia é temporária (está
limitada ao tempo). Pode ser convertida em lei.
REQUISITOS (Art. 62): - Relevância
- Urgência
Só pode editar e decidir o que é relevante e urgente para as medidas provisórias é
o Presidente da República.

Aula 11/4
MEDIDAS PROVISÓRIAS (M.P.)
- Criação de MP
No RS não há previsão do Governador criar MP. A princípio nenhum município
prevê criação de medidas provisórias.
- Editada pelo Presidente;
- Casos: relevância e urgência.
- Após edição: Avaliação pelo Congresso Nacional:
1. Aprovar MP sem alteração: conversão em lei.
2. Aprovar MP com alteração: emendas. O projeto de lei de conversão da M.P. seguirá o
processo legislativo ordinário.
3. Rejeitar a M.P.: perde sua eficácia.
- Tácita: não aprecia a M.P. no prazo (60 dias, prorrogáveis por mais 60).
- Expressa (vai há votação e há manifestação negativa à M.P.).

Editada uma medida provisória, como ficam as leis contrárias? Se não houver
contradição, só “adição”, ambas continuam existindo. Caso haja contrariedade, criada
uma M.P. (antes da aprovação e inclusive avaliação), são suspendidas as leis contrárias.
Se houver aprovação, a lei posterior revoga a lei anterior. Se for negada, a lei anterior
volta a gerar efeitos.

- Limites às M.P.
Art. 62, §1º e 2º -> vedação material (matérias às quais não podem ser
envolvidas na criação de M.P.).
- Diante de uma M.P. dois efeitos imediatos: vigência temporária e suspensão da
eficácia de leis anteriores contrárias.
- Reedição de M.P.
É possível a reedição de M.P.? Não na mesma sessão legislativa, na próxima sessão é
possível.
Se houver projeto de lei que não é aprovado pelo Congresso, pode o Presidente
editar M.P.? Não é possível.
O Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que foi remetido ao Presidente.
Antes que ele sancione ou vete, poderá o Presidente criar uma medida provisória
sobre o tema? (Art. 61, §1º, IV) Não pode, pois caso contrário não haveria
necessidade de existência do Congresso Nacional.

Decretos legislativos (Art. 59, VI) => são atos exclusivos do Congresso Nacional
que não se submetem a apreciação do Presidente da República. É ato próprio do
poder legislativo, que através deste, regula matérias que por algum acaso ficam
pendentes (há matérias que cabe ao Congresso regulamentar- tratado internacional
que o Brasil participa, mas é necessário regulamentar algumas questões referentes
ao assunto: quando começarão a gerar efeitos, se terá limites... -, essa
regulamentação é feita pelo Congresso). Tem natureza mais administrativa.
Resoluções (Art. 59, VII) => atos de eficácia interna, cuja edição fica a cargo do
poder legislativo. Vinculam-se aos Art. 51 e 52 da CF, além do previsto no regimento
interno da Câmara e do Senado.
Parlamentares = são processados e julgados no STF, tem foro especial. (Art. 53).
Para que haja a investigação é necessário autorização do Supremo.

G2
PODER JUDICIÁRIO
- Função típica: jurisdicional

“Dizer do Direito” (prerrogativa do Estado visando solução dos conflitos


sociais)
Um dos aspectos importantes do Estado diz respeito ao uso da força, percebemos
que só o Estado poderá usar a força para contenção (exceção: legítima defesa).
O poder judiciário, de forma secundária, participa do processo legislativo (podem
propor certas matérias, projetos de lei). Isso se dá quando o poder judiciário legisla e
administra seu próprio poder.

- Livre acesso ao P. Judiciário:


Art. 5º, XXXV -> princípios do direito de ação.
Direito subjetivo = direito do indivíduo, permissão jurídica para o exercício de uma
liberdade humana. A todo o direito subjetivo corresponde uma ação (meio para recorrer
ao Estado em busca de tutela). Tal direito de ação é destinado a qualquer indivíduo que
sentir-se ameaçado ou lesado por qualquer situação.

Uma vez reconhecia a atuação do poder judiciário percebemos a prerrogativa de decisões


autônomas de natureza obrigatórias e facultativas no sentido de que aquilo determinado
pelo poder judiciário deve ser obedecido pelas partes.

“Estado de Direitos” = atos de poder (público ou privado) devem ser moldados/respeitar


pelo Direito. Ou seja, há uma limitação do exercício de poder.
A atuação política é baseada por estratégia, marcada por um comprometimento
ideológico e programático.
Ideologia -> aspecto subjetivo. É sempre relativa. Não é possível que o Estado imponha
nenhuma ideologia às pessoas.

Aula 25/4
O poder judiciário se divide em comarcas (ao invés de se dividir em municípios).

Comarca = divisão territorial que delimita competência e atuação do juiz. Usa o critério
para divisão: produção econômica, população e atividade econômica. Não corresponde,
especificadamente, cada município (deve apresentar os critérios anteriormente citados).

Entrâncias = o juiz, quando passa em um concurso público, ele é designado para atuar em
uma comarca. As comarcas menores são chamadas de entrâncias iniciais, com o tempo,
este será enviado a uma comarca de entrância intermediária (com vara especializada –
vara é a divisão de competência com relação à matéria). E na sequência, é enviado a uma
entrância final (de comarcas maiores – POA, Santa Maria, Caxias do Sul, Pelotas).

STF (supremo)
STJ (superior) TSE (superior eleitoral) TST (superior do trabalho) TSM (superior
militar)

TJ (justiça) TRF (regional federal) TRE (regional eleitoral) TRT (regional do trabalho) TM
(militares)

Juizado Especial JE JF (federal) JE (eleitoral) JT(trabalho) JM (militar

Aula 2/5
Art. 109 – Competência da Justiça Federal.
O que não estiver elencado neste artigo, é de competência estadual.
Art. 111 – justiça do trabalho
Art. 118 – justiça eleitoral
Art. 119 – composição do TSE
Art. 125 – registra de forma implícita, o princípio da simetria. Prevê, também, a justiça
militar dos estados.

O 5º Constitucional está previsto no Art. 94, o qual afirma que 1/5 dos
desembargadores será comporto por um ente que não seja juiz. Há uma escolha de 6
pessoas na própria entidade (ou MP ou OAB), passados ao TJ, são escolhidos 3
candidatos da lista sêxtupla pelos desembargadores do TJ e estes, são enviados para
que o governador selecione 1.

STJ – Art. 104


Tem o papel de padronizar o entendimento da jurisprudência entres os estados.
A L. 8009/90 refere-se ao bem de família. Em seu §1º define o bem de família (vem
a ser o único imóvel que serve de residência para uma família ou entidade familiar. Este
imóvel está protegido diante de dívidas que essa família assume, ou seja, é
impenhorável). Mas e quanto ao solteiro? A jurisprudência vem para sanar a dúvida dos
estados no âmbito jurídico (através de súmulas que vem para patronizar o
entendimento do STF sobre determinadas matérias), e determinou que o objetivo da lei
é garantir o direito à moradia.

PODER JUDICIÁRIO
1. Garantias institucionais (é fundamental no sistema democrático; visa a autonomia
do poder para proteger o indivíduo que tem seu direito violado)
- Autonomia Administrativa (Art. 96, I, “a”) é o próprio poder judiciário que decide
quem a dirigirá.
- Capacidade normativa interna (COG – legislação de organização interna feita
pelo próprio poder judiciário)
- Autonomia financeira (Art. 99) – deverá seguir limites estipulados pela lei, apesar
de ter autonomia, o poder legislativo tem competência para fiscalizá-lo (freios e
contrapesos)
- Organização do P. Judiciário (Art. 93) – na organização nacional do Poder
Judiciário vigora uma lei anterior à Constituição de 1988.

2. Garantias aos membros


- Quem são os membros do P.J.? Os juízes (devem ser imparciais sem
envolvimento com as partes), desembargadores e ministros. Os demais são
serventuários da justiça.
- Vitaliciedade = “para vida toda”, depois de cumprido o estágio probatório
(período de supervisão para que o sujeito comprove competência suficiente).
- Inamovibilidade = impossibilidade de designar um magistrado para um cargo que
não àquele para o qual tenha sido nomeado. Portanto, o magistrado não pode ser
removido contra sua vontade. Com exceção de três circunstâncias: quando aceitar
promoção; quando pedir remoção ao TJ; por interesse público observado o Art.
93, §8º (juiz se indispôs com uma parcela significativa da cidade).
- Irredutibilidade de vencimentos = salário do magistrado não pode ser diminuído.

Aula 9/5
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
1. Ideia de sistema
1.1 Conceito
Sistema é um conjunto de diversos elementos que estão relacionados
entre si e que formam uma unidade dotada de um sentido (razão de ser,
finalidade).
O sistema jurídico estabelece ordens, dar estabilidade à sociedade com
base em valores e princípios extraídos do próprio sistema. Este sistema é
composto por: princípios, doutrina, jurisprudência, leis. É um sistema aberto,
pois se relaciona (interfere e é interferido por eles) com aspectos políticos,
históricos, sociais, éticos.

1.2 Unidade
Sistema fechado = validade é dado pelas próprias leis do sistema, não se
comunica com a realidade fora do sistema.
Sistema aberto = validade comunica-se com a realidade diversa.

2. Pressupostos do controle
2.1 Supremacia e rigidez
Supremacia = lei maior, as demais devem estar conformes com esta.
Rigidez = tem requisitos especiais e mais rigorosos para criação e alteração
da mesma.
A Constituição é feita pela Assembleia Nacional Constituinte (Poder
Constituinte Originário).

2.2 Constituição como fundamento de validade


Como lei maior, deve ser seguida pelas leis infraconstitucionais. Caso
alguma delas contrarie uma lei constitucional, esta não terá validade (produz
efeitos jurídicos).
Validade = aptidão do ato jurídico para produzir, de modo duradouro e
irremovível, os efeitos esperados.

3. Controle de constitucionalidade: garantia dos direitos fundamentais


Quando falamos em direitos fundamentais, grosso modo, são direitos
básicos dos indivíduos (independente de suas peculiaridades – criminoso ou não,
negros e brancos). Pelo controle de constitucionalidade é impedido que uma
minoria chegue ao poder e revogue um direito fundamental.

4. Constituição como norma fundamental


4.1 Processo de formação
Uma norma infraconstitucional, para ser válida e constitucional, deve seguir o
processo rígido estabelecido para tal criação. Uma norma superior (normas de
estrutura = estabelecem o modo de produção das outras normas) determina como
isso deve ocorrer com relação a norma inferior, e esta deve cumprir.

4.2 Baliza o conteúdo


Delimita o conteúdo, estabelece normas gerais limitadoras acerca do conteúdo
das infraconstitucionais.
Ex: publicidade dos atos jurídicos.

5. Autores
Kelsen = um dos grandes expoentes do direito positivo, afirmando que o direito é apenas
o que o legislador cria (lei). Para ele, o jurista deveria conhecer a lei para aplica-la da
melhor forma, não competindo ao mesmo realizar qualquer tipo de juízo (quanto ao seu
valor) sobre ela. Não negava aspectos valorativos da lei, porém estes são estranhos ao
mesmo. Validade formal da lei. Tinha o objetivo de trazer à norma segurança jurídica, pois
o juiz iria apenas aplicar a lei já existente.

6. Ato jurídico
6.1 Existência: a lei passa a existir após a promulgação (agente, objeto e forma)
6.2 Validade: deve observar os requisitos: capaz e competente, lícito e possível e deve
atender a prescrição legal.
Nula = retroage com os efeitos da decisão (ex tunc).
Anulável = não permite mais gerar efeitos.

Revogação = uma lei revoga a outra lei.


Invalidade = poder judiciário diz que a lei não apresenta aptidão para produzir efeitos
duradouros e irremovíveis.

Aula 16/5
Norma inconstitucional = nula.
As normas inconstitucionais perdem a sua validade. Reconhecida a
inconstitucionalidade, a norma será nula, portanto os efeitos dessa invalidade operam
retroativamente. Há exceções a essa regra geral?

Modalidades de controle de constitucionalidade


Considerando-se as características, os aspectos subjetivos, objetivos e
processuais, tem-se a seguinte classificação:
1. Quanto à natureza do órgão:
1.1 Controle Político = associa-se essa modalidade ao modelo Francês, no qual
a Corte Constitucional não integra o poder judiciário. Nessa modalidade o
controle é feito por órgãos de natureza política.
O poder legislativo, de certa forma, também faz um controle (político) de
constitucionalidade – projeto de lei.
O executivo (presidente) também faz controle político de
constitucionalidade quando lhe é dado o poder de vetar alguma lei.

1.2 Controle Judicial = quando há aferição da constitucionalidade das leis, fica


a cargo do controle jurisdicional. Nasceu nos EUA, a partir da decisão vista
no polígrafo.

CONSTITUIÇÃO = estatuto jurídico do político. (político no sentido da polis – cidade


-, vida comunitária).
Político = vida na polis que deve obedecer certos princípios, valores.
Política = ideológica, que atenda os interesses do governo.

2. Quanto ao momento do controle:


2.1 Preventivo = controle feito antes do projeto de lei virar lei. O judiciário
(através do STF) efetiva um controle prévio quando avaliam se a proposta
emenda a constituição não fere alguma das cláusulas pétreas.
2.2 Repressivo = modalidade que verifica a adequação da lei já elaborada à
constituição.

3. Quanto ao órgão que exerce o controle


3.1 Controle difuso = sob a perspectiva subjetiva pode ser o controle de
constitucionalidade primeiramente estabelecido de forma ou pela
modalidade difusa. Então, permite-se a todo e qualquer juiz ou tribunal
reconhecer a inconstitucionalidade de uma norma. Poderá ser feito por
qualquer juiz, qualquer tribunal, de toda a comarca.

3.2 Controle concentrado = nesta modalidade, o controle de


constitucionalidade concentra-se em um único órgão (os) previamente
definidos. Surgiu no norte do EUA, com o caso do polígrafo. Existe uma
instância do poder judiciário, no qual ocorre todo o controle constitucional
no país.

O controle de constitucionalidade não é uma atividade meramente jurisdicional, envolve


também uma via política. Diz-se que o juiz não estaria totalmente preparado para tal
controle, pois levaria em maior consideração a via jurídica.

4. Quanto à forma ou modo de controle


Questão processual. Quando se fala em questão processual estamos
falando do modo formal como pode ser estabelecido esse controle de
constitucional -> dentro de um processo. Como é manejado processualmente?

4.1 Controle por via incidental (incidenter tantum)


Pela via incidental a fiscalização é feita por juízes ou tribunais em
casos concretos subordinados a sua jurisdição. Por essa via a questão
constitucional se afirma como uma questão prejudicial, como uma
premissa incontornável para a solução do litígio. Em geral é apresentada
como uma exceção. Algumas vezes pode ser meio de defesa do réu.

*Prejudicial ao processo = Aqui nesse caso, o tema da constitucionalidade


não decide o litígio em si, não decide a lide. Mas ele vai estar presente de
uma forma acidental, incidental.

*Exceção = meio de defesa.

4.2 Controle por via de ação direta


Nessa modalidade a constitucionalidade é questionada por uma via
principal. O controle de constitucionalidade é exercido fora de um caso
concreto onde alheio a qualquer disputa discute-se a validade da lei. É um
processo objetivo em que não há partes, limitando-se as partes legitimadas
para exercer esse controle. Há nitidamente uma correspondência com o
controle concentrado. Não se exige um caso concreto, é uma discussão em
tese, em abstrato. Essa ação só vai poder ser proposta mediante
determinados órgãos do poder legislado.

Aula 23/5
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL

1. Exercício no exercício normal de jurisdição.


Verificar a constitucionalidade uma lei faz parte da atuação do juiz na análise do
caso concreto, do conflito.
2. Quem pode suscitar?
O autor de uma ação pode postular, em seu pedido inicial ou em momento
posterior, a declaração incidental de inconstitucionalidade de uma norma. Ou de
habeas corpus inpretrado sob o fundamento de que a autoridade baseia a
perseguição penal em dispositivo inconstitucional. Também pode suscitar o MP,
quando seja parte ou oficie como custos legis, bem como terceiros que tenham
intervindo legitimamente. Ou ainda o juiz (reconhece de ofício, declara
inconstitucional) ou tribunal, de ofício (sem provocação), quando tenham as
partes silenciado a respeito.

3. Qual exigência/requesito?
O requisito é que haja um conflito de interesses, uma pretensão resistida, um ato
concreto de autoridade ou a ameaça de que venha a ser praticado. O controle de
constitucionalidade somente pode se dar na tutela de uma pretensão subjetiva.

O controle de constitucionalidade incidental pode ser exercido em relação a


normas emanadas dos três níveis de poder, de qualquer hierarquia, inclusive as
anteriores à Constituição.

4. Questão prejudicial: o que significa?


Este controle não é o objeto da causa nem providência postulada. O que a parte
requer é o reconhecimento do seu direito, que no caso, é afeta pela norma cuja
validade se questiona. Diz-se que a questão constitucional é prejudicial, pois ela
precisa ser decida previamente, como pressuposto lógico e necessário da solução
do problema principal.
Questão incidental é aquela que incide sobre o mérito do conflito, antes mesmo
da solução do processo. Caso seja declarada a inconstitucionalidade será
prejudicado o mérito, a solução.
EX: governo cobra imposto, a princípio indevido, de um cidadão (ex: mérito: o
cidadão deve? – controle incidental: a lei na qual o governo está baseando-se para
tal cobrança é constitucional?).

CONTROLE DIFUSO
1. Qual a distinção que se dá na apreciação da constitucionalidade diante de um juiz
e um tribunal?
A apreciação do juiz perante a questão de constitucionalidade é mais plena e
singela, pois simplesmente manifesta sua compreensão e nega aplicação da lei,
não havendo uma declaração de inconstitucionalidade da mesma. Já o tribunal
sujeita-se ao princípio de reserva de plenário e a um procedimento específico
instituído pelo CPC (art. 480 a 482), ao qual estão sujeitos os tribunais de 2º grau,
os superiores e até o STJ.
Reserva de plenário (art. 97, CF) = maioria absoluta dos membros do tribunal ou
órgão especial. Espelha-se no princípio de presunção de constitucionalidade das
leis, que para ser infirmado exige um quórum qualificado do tribunal. Se não
houver maioria absoluta dos membros, é declarada constitucional, é reenviada
para o fracionário (câmara) a fim de análise do mérito.

Controle difuso nos tribunais


Seguem duas etapas:
1. Órgão fracionário = câmaras e grupos (TJ). Não tem poder de declarar
inconstitucionalidade, apenas julga o mérito e se levantada à questão
prejudicial (é constitucional ou não?) e envia para o Pleno no TJ ou para o
órgão especial (des. mais antigos e outros).
a) O processo chega ao tribunal;
b) Há o questionamento incidental sobre a constitucionalidade;
c) Órgão fracionário reconhece a inconstitucionalidade.

2. Órgão especial
a) Órgão especial: reserva de plenário (art. 97). Produz efeito entre as partes.
L. 9758/98 (acrescentou parágrafo ao art. 481, CPC) – os órgãos fracionários
dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de
inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento neste ou do plenário
do STF sobre a questão.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE EXERCIDO PELO STF:


1. Competência do STF - guarda (zelo) da constituição.
 Originário (art. 102, §1º) = vinculado à origem. A partir da qual o processo já tem
origem no STF.
 Recursal (art. 102, §2º e 3º) = processo iniciou em instância inferior ao Supremo, e
o STF estará julgando determinado recurso.
Ordinária =
Extraordinária = competência do STF de julgar recurso extraordinário. O controle
de constitucionalidade se dá em maior ênfase aqui.

Composição do STF: 11 ministros, 35 a 65 anos, notável conhecimento jurídico,


além de reputação ilibável. São escolhidos pelo Presidente. Tem mandato vitalício,
mas ocorre à aposentadoria compulsória (com 70 anos).

Recurso extraordinário
- Objetivo: impedir eventual afronta à Constituição decorrente de decisão judicial
em última ou única instância. Pode uma decisão ser inconstitucional.
- Juízo de admissibilidade
- Repercussão geral: L. 11.418/06
- Dois momentos:
1) Próprio órgão de origem -> situações revistas na Constituição;
2) STF -> repercussão geral. São aquelas questões que se apresentam relevantes
sob o ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassa os interesses
individuais da causa.

Aula 30/5
Controle de constitucionalidade
A decisão produz efeito para as partes (art. 52 – X - suspender a execução, no todo ou em
parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal).
VIA DIRETA:
1. Ação direta de inconstitucionalidade (ADIn) – art. 102, I
Objetivo: retirar a validade de norma ou ato normativo incompatível com a A.C.F.
Art 103 – estabelece as partes legítimas para compor a ADIn.
A ADIn não exige análise de um caso concreto, pois falamos de um controle
abstrato, que prescinde um caso concreto. Não tem prazo para propor uma ADIn.
- Produz efeitos perante todos (erga omnes). Retroagem, ou seja, são
desconstituídos todos os efeitos um dia produzidos por ela.

L. 9868/99, art. 27 -> Estabelece a possibilidade de modular os efeitos da ADIn, ou


seja, o Supremo decidi por interesses próprios (políticos e jurídicos) até onde a lei
irá retroagir.

Leis anteriores a Constituição não podem ser consideradas inconstitucionais. Elas


apenas não foram recepcionadas pela nova Constituição.

ATIVIDADES:
1) A quem compete apreciar em abstrato a constitucionalidade de lei ou ato
municipal ou estadual, diante das constituições estaduais?
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos
nesta Constituição.
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de
leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual,
vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

2) Como se procede o controle de lei ou ato distrital diante da constituição?


Depende. A competência legislativa do distrito federal se dá tanto como Estado e
quanto como Município. Se legislar como Estado é o mesmo tratamento de
qualquer lei estadual, já se for como Município é o mesmo das leis municipais
(próxima questão).

3) Como se dá o controle de lei ou ato normativo municipal diante da CF?


Não há previsão legal. Ocorre de forma difusa.

 A inconstitucionalidade de uma norma pode se dar também por uma inação do


pode público. Surge, então, a inconstitucionalidade por omissão constitucional
(art. 103, §2ª).
Objetivo: das plena eficácia à CF.

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação
direta de inconstitucionalidade.

Reconhecida a inconstitucionalidade por omissão, o STF dará ciência ao poder ou


órgão competente para, em 30 dias, adora as medidas necessárias para preencher a
lacuna.
EX: art. 37 (diz que os funcionários públicos podem fazer greve, desde que cumpram
lei específica. Porém, não há lei municipal que fale disso).
Quando há omissão legislativa, o Poder Judiciário aciona o legislativo para que
preencha a omissão!

Toda a omissão constitucional é inconstitucional?

Aula 6/5
Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro

Lei A > revoga > Lei B > revoga > Lei C


No direito brasileiro não se admite o efeito repristionatório, quando a lei B é revogada a
lei A não voltará a ter vigência.

Vacaccio Legis – lei existe, porém não é eficaz, não é eficaz pois ainda não tem vigência.
A lei inconstitucional é nula.
ADIn admite-se o efeito repristinatório.

Ação declaratória de constitucionalidade (ADC)


- Objetivo: conceder estabilidade às relações jurídicas
Retirar a duvida a cerca da presunção da constitucionalidade das leis, por meio da
declaração declaratória de constitucionalidade.
- Objeto: lei ou ato normativo federal

- Requisito: controvérsia judicial


Vários juízes e tribunais têm ideias diferentes sobre tal lei.

Só se busca ADC se for provado que ocorre controvérsia judicial, esse é um requisito para
o STF não virar um órgão de consulta.

Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF – Art. 102, §1º +


L.9882/99 + L.9868/99)
Preceito fundamental = grande princípios, valores que orientam a Constituição, como, por
exemplo, os direitos fundamentais.
Quando alguém sofreu ou está sendo ameaça de lesão de um preceito fundamental e
assim, poderá entrar com uma ADPF. Podem ser objetos de ADPI são os poderes públicos,
arguidos por qualquer sujeito particular.
Objetivo: Reparar uma lesão ou evita-la um preceito fundamental oriundo de um ato do
poder público.

Quanto à legitimidade, o que significa pertinência temática? E quando isso é exigido?


ADIN pode fazer coisa julgada?

Quando a ADIN é procedente a lei é inconstitucional, quando a ADIN é improcedente a lei


é constitucional.
O STF e as sumulas vinculantes (artigo 103 A)
1. O que é uma sumula?

É um tema de interesse geral, que vai além do caso concreto. É um juízo de


admissibilidade

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