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História

A história varzeanovense começa em meados de 1913 quando o Sr. Zacarias Domingos de Jesus
em uma empreitada em busca de uma nova terra, uma nova vida, fixa residência neste local.
Vindo da Fazenda Cercadinho (pov. De Morro do Chapéu) em busca de uma lagoa avistada por um
grupo de vaqueiros, “vaqueiros estes que não trabalhavam para ele” (Manoel Botafogo, 2007), e
também por estar fugindo de uma epidemia de sezão (febre intermitente ou periódica), o velho
Zacarias chega até este território à procura de melhorias para ele e sua família. Com o tempo, o
lugar até então habitado apenas pelos Domingos de Jesus, recebe a companhia de outra família,
chefiada pelo Sr. José Botafogo, vindo de um lugarejo chamado Riachão de Utinga e velho
conhecido da família Domingos de Jesus.
Com o passar do tempo, o pequeno lugarejo, que dantes não tinha nenhuma pretensão de crescer
de forma tão rápida, começa a receber outros visitantes, e com eles novas idéias. Esses novos
habitantes, dentre eles alguns que professavam a fé calvinista, compravam ou até mesmo
ganhavam do Sr. Zacarias pequenos espaços de terra para que pudessem produzir e se manter no
local. E é a partir daí que o pequeno povoado toma status de provável cidade, transformando-se em
um pequeno centro comercial para os povoados da circunvizinhança, trazendo além de benefícios e
crescimento sócio-econômico, uma intensa pretensão de emancipação política.
No entanto, o que vai realmente tornar propício o crescimento deste povoado é a construção da BA
– 426 (Estrada que liga Morro do Chapéu a Várzea Nova), pois antes a via de acesso que ligava as
duas localidades era uma estrada vicinal que tinha como saída à atual Avenida Presidente Médici
(por isso o nome Rua do Morro). Porém, Várzea Nova desde antes tinha ligações viárias com outras
localidades como: Miguel Calmon, França, Jacobina, entre outras.
Outro motivo, talvez primordial, para este rápido crescimento foi a chegada do Agave (sisal), trazido
pelo então Reverendo Presbiteriano Otacílio Alcântara na década de 1950. A primeira área plantada
foi num terreno comprado do Sr. José Botafogo (a conhecida usina), depois expandindo de forma
absurda por toda a região, tornando-se a principal fonte de riqueza e exploração agrícola de todo
este território.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Várzea Nova (ex-povoado) pela Lei Estadual n.º 628, de 30-
12-1953, subordinado ao município de Jacobina.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o distrito de Várzea Nova, figura no município de
Jacobina.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979.
Elevado à categoria de município com a denominação de Várzea Nova, pela Lei Estadual n.º 4.406,
de 25-02-1985, desmembrado do município de Jacobina. Sede no antigo distrito de Várzea Nova.
Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1986.
Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Geografia
O município de Várzea Nova está localizado na Mesorregião Centro-Norte da Bahia, Território de
Identidade Piemonte da Chapada Diamantina, região administrativa de Jacobina. Sua área é de
1.165,165 Km². Seu território foi desmembrado do município de Jacobina em 25 de fevereiro de
1985, quando foi conquistada sua emancipação político-administrativa.

Limita-se com os municípios de Ourolândia à norte, Jacobina à leste e nordeste, Miguel Calmon à
sudeste e Morro do Chapéu à sul e oeste. A sede municipal tem altitude de 742 metros e
coordenadas geográficas de 11º15?31” de latitude sul e 40º56?31” de longitude oeste.
O acesso a partir de Salvador é efetuado pela rodovia BR-324, até Feira de Santana, existindo aí
duas opções: seguir pela BR-324 até Lages do Batata, passando por Jacobina, e finalmente pela
BA-144 em direção a Várzea Nova, num percurso total de 390 km, ou pela BA-052 (Estrada do
Feijão) até Morro do Chapéu, e desta para Várzea Nova pela BA-426. Partindo do município, a
principal via é a BA-144, que possibilita fluxo para Jacobina (68 km) e Morro do Chapéu (45 km).

O território de Várzea Nova é constituído essencialmente por rochas sedimentares representantes


das Formações Caboclo, Morro do Chapéu, Bebedouro e Salitre. Coberturas quaternárias ocorrem
em segmentos isolados, principalmente na porção setentrional do município, sendo constituídas por
areia com níveis de argila e cascalho e crosta laterítica, brecha calcífera e calcrete, além de
coberturas residuais do tipo areia argilosa e argila. A formação Caboclo é constituída por siltito e
argilitos rítimicos e quartzoarenito, com lentes de laminito algal, calcarenito, estromatólito colunar,
arenito conglomerático e siltito. A formação Morro do Chapéu repousa diretamente sobre a formação
Caboclo, em contato erosivo, e é caracterizada pela ocorrência de conglomerado, arenito
conglomerático e quartzoarenito; quartzoarenito fino a médio bem selecionado, além de arenito
feldspático com níveis milimétricos de pelito. A Formação Morro do Chapéu possui natureza
fluvioestuariana, implantada em incisões de rede de drenagem. As Formações Tombador-Caboclo
são de natureza fluvioélolica e marinha plataformal. Ambas são do período mesoproterozóico e
pertencem ao Grupo Chapada Diamantina, Supergrupo Espinhaço.

A Formação Bebedouro é constituída por diamictito, pelito e arenito e demarca o limite entre o
Supergrupo Espinhaço e São Francisco na região da Chapada Diamantina. A formação Salitre
sobreposta é caracterizada pela presença de calcilutito, calcarenito e tapetes algais, seguido de
calcilutito e calcarenito com níveis de silexito, dolomito, arenito e pelito, além de calcarenito
quartzoso, arcóseo e siltito, na base e calcarenito, calcissiltito e calcilutito pretos e odorosos, no
topo. A deposição inicial da Formação Bebedouro foi devida a um evento glacial de âmbito
continental, a qual foi seguida pela deposição de rochas carbonáticas de ambiente de supra, inter e
submaré, constituintes da Formação Salitre. Estas duas formações são do neoproterozóico e
constituem o Grupo Una, Supergrupo São Francisco.

Várzea Nova possui um importante sítio geológico, a Fazenda Arrecife, contendo estromatólitos
colunares datados do neoproterozóico, pertencentes à Formação Salitre. Os estromatólitos são
estruturas biossedimentares formadas através de atividades microbianas em ambientes aquáticos e
são considerados indícios de vida macrobiótica mais antigos que se tem registro. O sítio da Fazenda
Arrecife possui peculiar importância para o estudo do neoproterozóico no Brasil.

O sítio Fazenda Arrecife foi tema de monografia do varzeanovense Ericson Batista de Oliveira,
intitulado "O Sítio Geológico-Paleontológico Fazenda Arrecife: Potencial para Promoção da
Educação Patrimonial no Município de Várzea Nova - BA", pela UNEB em 2010.
Clima
Com clima semiárido e longos períodos de estiagem, a área do município está totalmente incluída no
chamado “Polígono das Secas”. Esse clima apresenta baixo índice pluviométrico (que raramente
ultrapassa 750 mm/ano), irregularmente distribuído em poucos meses chuvosos (geralmente entre
novembro e março). A temperatura média gira em torno de 24º C.[7]

As chuvas de verão (trovoadas) são provocadas pela penetração da massa de ar Equatorial


Continental, que traz umidade originária da Amazônia central, mas que já perdeu grande parte desta
umidade. Essas chuvas são chuvas frontais (causadas pelo encontro de uma massa de ar fria com
outra quente (e úmida)), que habitualmente nos chegam da direção norte e/ou oeste. No verão,
também é comum a ocorrência de chuvas convectivas. Devido à atuação da massa Equatorial
Continental, é comum a população chamar de “inverno” o período de trovoadas e de “verão” o
período menos chuvoso, invertendo as denominações.[7]

No inverno, ocorre o avanço da massa Tropical Atlântica, estável, pois já perdeu muito de sua
umidade nas áreas serranas próximas ao litoral, ou da massa Polar Atlântica (frentes frias) . As
cadeias da Serra de Jacobina e a escarpa da Serra do Tombador barram considerável quantidade
de nuvens e umidade dessas massas de ar, o que acentua ainda mais as características climáticas a
sotavento dessas serras.

No sertão nordestino há um “encontro” de quatro sistemas atmosféricos oriundos das massas de ar


mEc, mTa, mEa e mPa, funcionando como um centro dispersor, o que confere à região
irregularidade na ação dessas massas e, conseqüentemente, irregularidades espaciais e temporais
na distribuição das chuvas.
História
A história várzea-novense começa em meados de 1913 quando o Sr. Zacarias Domingos de Jesus
em uma empreitada em busca de uma nova terra, uma nova vida, fixa residência neste local.

Vindo da Fazenda Cercadinho (pov. De Morro do Chapéu) em busca de uma lagoa avistada por um
grupo de vaqueiros, “vaqueiros estes que não trabalhavam para ele” (Manoel Botafogo, 2007), e
também por estar fugindo de uma epidemia e sezão (malária), o velho Zacarias chega até este
território à procura de melhorias para ele e sua família. Com o tempo, o lugar até então habitado
apenas pelos Domingos de Jesus, recebe a companhia de outra família, chefiada pelo Sr. José
Botafogo, vindo de um lugarejo chamado Riachão de Utinga e velho conhecido da família Domingos
de Jesus.

É interessante lembrar que a antiga vegetação até então não desmatada, propiciava a esta região
chuvas bem mais intensas, e com isso, muitas fontes de água potável. O Sr. Zacarias mesmo
contribuiu muito com a perfuração de várias cacimbas pelos arredores da cidade, sendo que a mais
conhecida de todas elas é a que leva o nome de sua segunda esposa, a cacimba de “Dona
Generosa”. Isso também chamava a atenção de outras pessoas que passavam por esta região.

Com o passar do tempo, o pequeno lugarejo, que antes não tinha nenhuma pretensão de crescer de
forma tão rápida, começa a receber outros visitantes, e com eles novas idéias. Esses novos
habitantes, dentre eles alguns que professavam a fé calvinista, compravam ou até mesmo
ganhavam do Sr. Zacarias pequenos espaços de terra para que pudessem produzir e se manter no
local. E é a partir daí que o pequeno povoado toma status de provável cidade, transformando-se em
um pequeno centro comercial para os povoados da circunvizinhança, trazendo além de benefícios e
crescimento sócio-econômico, uma intensa pretensão de emancipação política.

No entanto, o que vai realmente tornar propício o crescimento deste povoado é a construção da BA–
144 (Estrada que liga Morro do Chapéu a Várzea Nova), pois antes a via de acesso que ligava as
duas localidades era uma estrada vicinal que tinha como saída à atual Avenida Presidente Médici
(por isso o nome Rua do Morro). Porém, Várzea Nova desde antes tinha ligações viárias com outras
localidades como: Miguel Calmon, França, Jacobina, entre outras.

Portanto, percebe-se que a construção da BA–426, em meados da década de 1940, trouxe consigo
um rápido crescimento para a localidade, favorecendo um intenso fluxo de veículos que escoavam a
produção de grãos da região de Irecê, além de possibilitar que a produção local fosse
comercializada.

Outro motivo, talvez primordial, para este rápido crescimento foi a chegada do Agave (sisal), trazido
pelo então Reverendo Presbiteriano Otacílio Alcântara na década de 1950. A primeira área plantada
foi num terreno comprado do Sr. José Botafogo (a conhecida “usina”), depois expandindo de forma
absurda por toda a região, tornando-se a principal fonte de riqueza e exploração agrícola de todo
este território.

Com o passar do tempo, percebe-se que o sisal pôde trazer mais do que o esperado, e isto trouxe
também esperança de desenvolvimento social. E a partir daí, há uma série de investimentos ligados
a esta nova cultura, como novas áreas plantadas, novas usinas, novas idéias e novos tipos de
investimentos secundários, como postos de combustíveis, novos comerciários e vários pontos de
atividades distintas para atender a demanda pela procura da população, tais como farmácias,
supermercados, lojas de conveniência, estabelecimentos de outras finalidades e também novos
pontos de lazer como o cine/boate “ A Cinderela” .

A partir daí, a região começa a receber muitos visitantes à busca de trabalho, sendo que a maioria
deles eram “Nortistas” vindo de estados como Pernambuco, Paraíba, Ceará, entre outros. Estes
novos moradores trouxeram em seu bojo um novo ânimo para o povoado. Vontade de crescer, de
produzir, de investir, e assim se perpetua a idéia de uma Várzea Nova como cidade, se expande,
assim, entre a população, o sentimento de emancipação político-administrativa, novo desafio que
será enfrentado e posteriormente vencido pela população.

Nesse momento, Várzea Nova que tinha como representantes político os Srs. Ariobaldo Oliveira,
Arthur Galdino de Oliveira e João Aureliano Gomes se juntaram a mais algumas lideranças do
povoado para discutir a possível emancipação. Essas lideranças eram: Manoel Silvestre de Oliveira,
Prof. Lourival Martins (Jacobina) e Prof. Joel Alves Ferreira. Nesta época, Flávio Mesquita era o
então prefeito da cidade de Jacobina.

Em 1984 o Governo do Estado da Bahia tinha um projeto para dar a então “liberdade política” para
uma série de distritos baianos. Em 1985, houve a implantação de 79 municípios, dentre estes,
Várzea Nova (que neste momento era um dos maiores municípios jacobinenses) foi beneficiada por
esta ação governamental. Porém, para que um distrito passasse a ser cidade, antes de tudo teria de
ser indicado por um representante do Legislativo Estadual para votação na Assembleia Legislativa
em Salvador. Quem indicou o nome de Várzea Nova para este projeto foi o então Dep. Estadual
Gilberto Miranda.

Com a aprovação do projeto em plenário, o próximo passo para a emancipação era o plebiscito
(resolução submetida à apreciação do povo), essa resolução trazia a seguinte proposta: “Você quer
que Várzea Nova se torne Cidade? Sim ou Não”. As lideranças várzea-novenses se juntaram para
que todos votassem pelo sim, e finalmente o povoado se tornasse cidade. E deste modo, no final de
1984 houve votação para que o povo decidisse o futuro político/administrativo da localidade. A
votação foi realizada em um único local, situado na Praça Zacarias Domingos de Jesus, e obteve
como todos esperavam, uma vitória folgada sobre o “NÃO”.

Daqui por diante, todos os que participaram e contribuíram diretamente pela liberdade política de
Várzea Nova se reuniram para um diálogo que deveria estabelecer uma única chapa para as
eleições de 1985. Este diálogo inicialmente estabeleceu que o Sr. Ariobaldo Oliveira seria o
candidato único a prefeito, tendo como vice o Sr. João Aureliano Gomes (estes dois já haviam sido
vereadores em Jacobina, representando Várzea Nova, sendo que João Gomes tinha sido cassado
por perder cinco plenárias seguidas na Câmara, nesta época, vereador não era remunerado). No
entanto, há uma reviravolta que mudaria todos esses planos estabelecidos por este grupo.

Com a corrida eleitoral, Maria Iris Gomes, filha de João Aureliano Gomes e que há pouco tempo
tinha se formado pela UCSal - Universidade Católica de Salvador – para Licenciatura em Letras veio
em direção a Várzea Nova. Neste momento boa parte da população não conhecia a pessoa de Iris
Gomes. E é a partir daqui que os rumos da cidade tomam uma direção que ninguém esperava.

Por algum motivo o grupo que tinha se firmado como único a disputar as eleições de 1985 se dividiu.
[10] O primeiro grupo tinha como líder e candidato a prefeito o Sr. Ariobaldo Oliveira e agora como
vice Paulo Roberto Pereira de Oliveira, e o segundo, a Srª Iris Gomes como prefeita e Edson Sales
como vice.

Os próximos meses foram de intenso combate pelo executivo municipal, tendo ao final das contas
Iris Gomes como prefeita com apenas 36 votos de frente. Nesta mesma eleição, a primeira Câmara
Municipal de Várzea Nova foi composta, tendo como representantes:
• Arlindo Bernardo do Nascimento (Presidente);
• Arthur Galdino de Oliveira;
• Amarílio Mota Carneiro;
• Ezequias Mota Carneiro;
• Ariosvaldo Costa;
• Eron Maia Brito;
• Aurino Alves de Souza;
• Adilson Rocha Oliveira; e
• Luiz Bispo de Oliveira.

De 1986 aos tempos de hoje a cidade continuou a crescer, porém não com a intensidade dos anos
de 1970 e 1980. A cidade em algumas épocas passou por uma estagnação político/econômica e
muitas pessoas foram embora por diversos motivos, a maioria deles por falta de emprego e recursos
financeiros.

Locais que serviam de lazer foram fechados, como o cine/boate A Cinderela. E Várzea Nova, que
era reduto de cultura, tendo como trabalhos do prof. Manoel Ferreira de Morais uma intensa
valorização do local, foram esquecidas.

Finalmente, a cidade de alguma forma esqueceu a sua origem, a sua história, de onde veio e quais
eram os seus sonhos. E isso se refletiu diretamente na população que se alienou e que muitas
vezes perdeu a esperança de desenvolvimento. No entanto, este sentimento ainda permanece vivo
na mente e no coração daqueles que acreditaram e lutaram por esta cidade que, historicamente,
progrediu de forma moderada, todavia intensa. E este é ainda o desejo de todo várzea-novense,
seja ele “filho da terra”, “nortista” ou de outras regiões que vieram para esta cidade e tomaram amor
por esta terra.

Letra do Hino
Campina cultivada
Que brotou a semente
De uma só família
De toda essa gente

Mágica é a água
Que corre da fonte
Aliviando a sede
Buscando horizontes
Várzea Nova...
Várzea Nova...
Tu és menina e formosa

Cristo nosso que está na cruz


Santa cruz nos proteja com amor
Nossa fé em ti fervorosa
Busca paz a toda Várzea Nova

Terra fértil, fibra forte


O sisal nos emancipou
Com trabalho e dedicação
Construiremos a nova nação

Várzea Nova...
Várzea Nova...
Tu és menina e formosa.

 Aniversário:25 de fevereiro
 Fundação:25 de fevereiro de 1985
 Padroeiro (a):Santa Cruz
 Gentílio:Várzea-novense
 Cep:44690-000
 População:15000 (estimativa)
 Prefeito (a):(PSL)
2021 - 2024

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