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Formação de Cavaco

Processo de Fabricação Mecânica


Prof. Emerson José Corazza
FERRAMENTA DE CORTE
SUPERFÍCIE DA FERRAMENTA

FACE: Superfície da cunha sobre a qual o cavaco escoa.


FLANCO: Superfície da cunha voltada para a peça.
FLANCO PRINCIPAL: Superfície da cunha voltada para a superfície
transitória da peça.
FLANCO SECUNDÁRIO: Superfície da cunha voltada para a
superfície usinada da peça.
QUEBRA CAVACO: São alterações presentes na face reduzida com o
objetivo de controlar o tamanho do cavaco de modo que não ofereça
risco ao operador e não obstrua o local de trabalho
GUMES E QUINA

Usado como referência para medir os ângulos da ferramenta.


GUME: É o encontro da face com o flanco, destinada a operação de
corte.
GUME PRINCIPAL: Interseção da face e do flanco principal.
GUME SECUNDÁRIO: Interseção da face e do flanco secundário.
GUME PRINCIPAL ATIVO: É a parte do gume principal que realmente
está cortando.
GUME SECUNDÁRIO ATIVO: É a parte do gume secundário que
realmente está cortando.
QUINA: É o encontro do gume principal com o gume secundário.
INFLUÊNCIAS DA GEOMETRIA DA FERRAMENTA
MECANISMO DE FORMAÇÃO DE CAVACO

A formação do cavaco influencia diversos fatores ligados à usinagem,


tais como o desgaste da ferramenta, os esforços de corte, o calor
gerado na usinagem, a penetração do fluido de corte, etc.
Assim, estão envolvidos com o processo de formação do cavaco
aspectos econômicos e de qualidade da peça, a segurança do
operador, a utilização adequada da máquina-ferramenta, etc.
CAVACO DE USINAGEM

Cavaco é o material removido de uma determinada peça durante o


processo de usinagem, cujo objetivo é obter uma peça com forma e
dimensões definidas.
Porção de material da peça retirada pela ferramenta, caracterizando-se
por apresentar forma irregular.
CAVACO DE USINAGEM

Cavaco é o material removido do tarugo (Billet) durante o processo de


usinagem, cujo objetivo é obter uma peça com forma e/ou dimensões
e/ou acabamento definidas.

Exemplo:
-lápis é o tarugo;
-lamina do apontador é a ferramenta de corte;
-material removido é o cavaco.
REGIÕES DA FORMAÇÃO DO CAVACO
CARACTERÍSTICAS DO CAVACO

Em geral, a formação de cavaco, nas condições normais de usinagem com


ferramentas de metal duro ou de aço rápido, se processa da seguinte
forma:
a) Durante a usinagem, uma pequena porção de material é recalcada contra
a superfície de saída da ferramenta;
b) O material recalcado sofre uma deformação plástica, a qual aumenta
progressivamente, até que as tensões de cisalhamento se tornem
suficientemente grandes, de modo a iniciar o deslizamento;

c) Continuando a penetração da ferramenta em relação à peça, haverá uma


ruptura parcial ou completa da região do cisalhamento,
dependendo naturalmente da dutilidade do material e das condições
de usinagem;

d) O fenômeno da formação do cavaco é um fenômeno


periódico. Tem-se alternadamente uma fase de recalque e uma fase de
escorregamento, para cada pequena porção de material removido.
FATORES DE INFLUENCIA NA FORMAÇÃO
TIPOS DE CAVACO

a) Cavaco contínuo – a distinção das lamelas não é nítida;

b) Cavaco de cisalhamento – apresenta-se constituído de lamelas


justapostas bem distintas;

c) Cavaco de ruptura – apresenta-se constituído de fragmentos


arrancados da peça usinada;

d) Cavaco contínuo com aresta postiça de corte (APC).


TIPOS DE CAVACO
CARACTERÍSTICAS DE FORMAÇÃO

1. CAVACO CONTÍNUO:
Mecanismo de Formação: O cavaco é formado continuamente, devido a
ductilidade do material e a alta velocidade de corte;

2. CAVACO CISALHADO:

Mecanismo de Formação: O material fissura no ponto mais solicitado. Ocorre


ruptura parcial ou total do cavaco. A soldagem dos diversos pedaços (de
cavaco) é devida a alta pressão e temperatura desenvolvida na região. O que
difere um cavaco cisalhado de um contínuo (aparentemente), é que somente o
primeiro apresenta um serrilhado nas bordas.

3. CAVACO LAMELAR:

Mecanismo de Formação: fluxo não contínuo do material, a descontinuidade é


causada por irregularidades no material, vibrações, ângulo efetivo de corte
muito pequeno, elevada profundidade de corte, baixa velocidade de corte, entre
outros.
GUME POSTIÇO

– Adesão de material sobre a face da ferramenta

– Material da peça altamente encruado que caldeia na face da ferramenta


e assume a função de corte
TIPOS DE CAVACO – FUNÇÃO MATERIAL
FORMAS DE CAVACO

Além dos três tipos de cavaco, pode-se diferenciá-lo quanto à sua forma.
Certas formas de cavaco dificultam a operação de usinagem, prejudicam o
acabamento superficial da peças e desgastam mais ou menos a ferramenta.
Existe quatro formas de cavaco:
a) Cavaco em fita;
b) Cavaco helicoidal;
c) Cavaco espiral;
d) Cavaco em lascas ou pedaços.
FORMAS DO CAVACO

INDESEJÁVEIS (Cavacos longos)


-Oferecem risco ao operador;
-Obstruem o local de trabalho;
-Podem danificar tanto a ferramenta quanto prejudicar o acabamento superficial
da peça;
-Dificultam o manuseio e a armazenagem;
-Causam aumento da força de corte e da temperatura com conseqüente redução
da vida da ferramenta.

DESEJÁVEIS:
-Ocupam pouco volume;
-Não obstruem o local de trabalho;
-São removidos facilmente ;
AVALIAÇÃO DE CAVACO
FATORES QUE INFLUENCIAM

QUEBRA CAVACO
O quebra cavaco(alteração na face da ferramenta) é usado principalmente para
reduzir o tamanho de cavacos longos, com o objetivo de:
-Evitar o "enrolamento" do cavaco na ferramenta;
-Diminuir o tempo de contato do cavaco com a ferramenta e desta maneira reduzir
a transferência de calor.
QUEBRA CAVACO

Apesar das condições de corte poderem ser escolhidas para evitar ou pelo
menos reduzir a tendência de formação de cavacos longos em fita (contínuo ou
cisalhado). Até o momento, o método mais efetivo e popular para produzir
cavacos curtos é o uso de dispositivos que promovem a quebra mecânica deles,
que são os quebra-cavacos.
QUEBRA CAVACO

•Redução de transferência de calor para a ferramenta por reduzir o contato


entre o cavaco e ferramenta;
• Maior facilidade de remoção dos cavacos;
• Menor riscos de acidentes para o operador;
• Obstrução menor ao direcionamento do fluido de corte sobre a aresta de corte
da ferramenta.

VÍDEO
FATORES QUE INFLUENCIAM

Fluido de Corte

A forma do cavaco é alterada pelo uso de fluido de corte devido os


seguintes fatores:

-Diminuição da resistência ao escoamento causada pelo atrito;


-Deflexão do cavaco causada pela injeção de fluido;
-Encruamento do cavaco devido a ação do fluido de corte.
FATORES QUE INFLUENCIAM

Condições de Corte

Grande avanço (f) produz alta concentração de material na zona de


cisalhamento, aumentando a “resistência” ao corte, gerando flutuações na
força de corte, produzindo consequentemente CAVACO CISALHADO.
TEMPERATURA DE CORTE

Durante o processo de corte é gerado calor que se transmite através das


partes envolvidas, a saber : peça, ferramenta e cavaco.

Estes parâmetros dependem das condições de corte, tipo de material da


peça, da ferramenta, e geometria do cavaco.
Entretanto os valores totais dos parâmetros mantém-se dentro desta
ordem de grandeza para a maioria das situações de corte, podendo
portanto serem considerados como padrões indicativos.
TEMPERATURA DE CORTE
TEMPERATURA DE CORTE
TEMPERATURA DE CORTE

QUANTIDADE DE CALOR PRODUZIDA

Pode-se determinar, com bastante aproximação, a quantidade


de calor produzida na usinagem através da fórmula.
Pc.V
Q (kcal / min)
E
Onde: Pc = força de corte, em N;
V = velocidade de corte, em m/min;
E = equivalente mecânico do calor, E=427kgm/kcal.
TEMPERATURA DE CORTE

QUANTIDADE DE CALOR PRODUZIDA

Como as deformações e as forças de atrito se distribuem


irregularmente o calor produzido também se distribui de forma irregular;

Grande parte do calor é recebido pelo cavaco, menor parte pela peça e
ainda menor pela ferramenta;

A quantidade de calor devida ao atrito do cavaco com a superfície de


saída, e que vai à ferramenta, é relativamente pequena. Porém, como
esta superfície de contato é reduzida, desenvolve-se temperaturas
significantes.
FORMAÇÃO DE CAVACO - Corte Ortogonal

O mecanismo de formação de cavaco é de compressão e é considerado


um fenômeno bidimensional, o qual se realiza num plano normal á aresta
cortante, isto é plano de trabalho. Com o movimento da ferramenta em relação a
peça, uma porção de material desta é recalcada até as tensões de cisalhamento
se tornarem suficientemente grandes para provocar um deslizamento entre a
porção de material recalcada e a peça.
O trabalho total consumido durante a usinagem, é dado pelas somas
das energias de deformação e cisalhamento, desenvolvidas no plano de
cisalhamento, e da energia de atrito originada na superfície de saída da
ferramenta.
RELAÇÕES GEOMÉTRICAS

As figuras 1 e 2 mostram as relações geométricas e os vetores de velocidades:

Figura 1 Figura 2
Figuras: formação do cavaco
FORMAÇÃO DO CAVACO
GRAU DE CISALHAMENTO

Pode ser facilmente obtido através do ângulo de saída e do grau de


recalque.
a) Ângulo de saída;
b) Grau de Recalque (Rc), onde:

c) A equação para calcular o ângulo de cisalhamento


segue:
Obs. Quanto maior for o ângulo de cisalhamento, maiores serão as velocidades
Vca e Vz. Podemos encontrar a Vca comparando as equações, temos:

Tem-se dois processos para a obtenção do Recalque (Rc):

a) Através das grandezas h e h’, onde a grandeza:

Onde a de avanço e seno do ângulo de posição.

b) Através da velocidade de corte e da velocidade de saída de cavaco


Relações cinemáticas;

a) Velocidade de Corte (Vc): velocidade entre a aresta cortante e a


peça.

b) Velocidade de Cisalhamento (Vz): velocidade entre o cavaco e a


peça.

c) Velocidade de Saída de Cavaco (Vca): velocidade


entre o cavaco e a ferramenta.
Grau de deformação

Durante a formação do cavaco existe uma deformação, onde o grau


formado Eo é a relação:

Onde Vx:

Outras equações:

* Largura de cavaco:

* Espessura nominal de corte:

* Taxa de remoção de cavaco:


EXERCÍCIOS DE USINAGEM

1. Dada operação de torneamento cilíndrico utilizando as seguintes condições de corte: ap =


3 mm; f = 0,2 mm/revolução; n = 700 rpm; D = 100 mm; lf = 200 mm; χ = 60o ; calcule:

a) Velocidade de corte (vc);


b) avanço (vf);
c) Espessura nominal de corte (h); χ
d) Largura de corte (b);
e) Taxa de remoção (Q)
f) Tempo de usinagem ou de corte (tc).

2. Dada operação de Fresamento de canal (figura) em aço P20 utilizando as seguintes


condições de corte: ap = 3 mm; f = 0,2 mm/revolução; n = 3000 rpm; e uma fresa com as
seguintes dimensões D = 20 mm; Z= 4 dentes. Calcule:
a) Avanço (f);
b) Velocidade de avanço (vf);
c) Profundidade de usinagem (ae);
d) Taxa de remoção (Q)
e) velocidade de corte (Vc).
EXERCÍCIOS DE USINAGEM

3. O que ocorre com um metal quando este sofre deformação plástica?


4. O que é Ductilidade de um material? Com relação à curva ao lado qual seria o tipo
esperado de cavaco para os materiais A e B? Explique por que.

5. Descreva com as suas palavras como ocorre a formação do cavaco.


6. Cite quais os tipos mais comuns de cavacos. Qual relação entre o tipo de cavaco e as
propriedades do material?
7. Quais fatores determinam geometricamente a forma do cavaco? Quais as alternativas
que se pode utilizar na usinagem para quebrar cavaco?
8. Qual a influência da velocidade de corte, profundidade de usinagem e da geometria
da ferramenta na capacidade de quebra do cavaco?
9. Para que categoria de material são aplicados os quebras cavacos? Como atua o
“quebra cavaco” em ferramentas de corte? Quais as vantagens da sua utilização?
EXERCÍCIOS DE USINAGEM

10. Cite quais as formas de cavaco mais conhecidas. Faça uma avaliação com relação à
necessidade de controle da FORMA do cavaco e suas implicações.
11. Explique o mecanismo de formação da aresta postiça? Em quais situações ela se forma?
Quais as maneiras de se evitar a aresta postiça? Cite pelo menos 3 efeitos relacionados a
presença de aresta postiça durante o corte. Explique.
12. Qual tipo de cavaco oferece maiores vantagens? Quais? Discuta a formação dos três
tipos de cavaco (continuo, de cisalhamento e de ruptura) sob os seguintes aspectos:
a) Forma do cavaco,
b) Material da peça
c) Geometria da ferramenta
d) Condições de usinagem.

13. Numa operação de usinagem, com os dados:


Avanço = 0,25 mm/volta
Ângulo de posição () = 90º;
Ângulo de cisalhamento = 35º;
Ângulo de saída () = 18º;
Velocidade de corte = 97 m/min
Determinar:
a) O grau de deformação (0);
b) A velocidade do cavaco;
c) Espessura real do cavaco (h’).
EXERCÍCIOS DE USINAGEM

14. No torneamento de um aço ABNT 1045 nas condições de usinagem: Vc = 120 m/min;
ap = 2,5 mm; a = 0,2 mm/volta. Com ferramenta de metal duro, com geometria:  = 60º ; 
= 6º ; h’ = 0,85. Determinar:
a) O grau de recalque;
b) O grau de deformação;
c) O ângulo de cisalhamento;
d) A velocidade do cavaco;
e) Velocidade de cisalhamento.

15. Em um torneamento de um aço ABNT 1045 nas condições de usinagem: Vc = 100


m/min; ap = 2 mm; a = 0,3 mm/volta. Com ferramenta de metal duro, com geometria:  =
60º ;  = 6º ; h’ = 0,85. Determinar:
a) O grau de recalque;
b) O grau de deformação;
c) O ângulo de cisalhamento;
d) A velocidade do cavaco;
e) Velocidade de cisalhamento.
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