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Para onde quer que olhemos, todos nós estamos lidando com diferentes tipos
de perdas a todo momento. Quando falamos em perda, não nos referimos
apenas à perda da morte, mas sim a qualquer tipo de perda que contempla
nossa efêmera existência. Separações e partidas, perdas de sonhos, perda da
saúde, perda da juventude.
O nosso primeiro vínculo humano ocorre com as nossas mães, porém nossa
primeira perda humana também ocorre com ela. A presença de nossas mães
representa segurança, já sua separação, ainda que momentânea, provoca
ansiedade e medo de perdê-la para sempre.
Apenas aos 3 anos, começamos a aprender que a mãe ausente está viva e
bem, e que em breve voltará para nós. P.23.
A ausência produz uma série de respostas como protesto, desespero e
alheamento (aprisionamento do sentimento para afrentar a perda, mostrando
externamente indiferença). P.24.
O preço da separação nos anos iniciais de nossas vidas é muito alto, quando
nossa mãe se ausenta, ainda que brevemente, pensamos que fomos
abandonados e que ela não voltará. Quando essa separação ocorre de forma
permanente o preço é ainda mais alto, pois ocorre uma ruptura com o nosso
primeiro vínculo humano, o vínculo materno, fazendo com que todos os nossos
outros vínculos fiquem prejudicados de alguma forma.
Viver com fantasias douradas de uma infância sem fim pode ser uma recusa
neurótica ao crescimento. Em nossa vida, nos mais variados contextos,
gratificamos nosso desejo permanente de união total. P.40.
Com o passar do tempo, descobrimos que nossa mãe boa pode também ser
má, surgindo a ambiguidade da vida adulta. Um universo dicotômico/dual
dividido entre bem e mal, bom e ruim, certo e errado, é comum nos anos
iniciais de nossa vida, constituindo uma maneira simplificada de interpretar a
realidade. Porém, abandonar nossas temerárias simplificações infantis de
preto-branco a favor das difíceis ambiguidades da vida real é outra de nossas
perdas necessárias. P.49.
Cap. 4. O Eu Particular
O nosso “eu” possui múltiplas facetas, constituindo uma imagem criada a partir
da identificação que estabelecemos com figuras importantes para nós, como a
família, amigo, ídolos etc. O nosso “eu” internalizado funciona como uma
imagem, uma lente por onde passamos a nos enxergar e a ver o mundo.
Não podemos chegar ao amor adulto, sem passar pelo infantil, ou seja, não
podemos amar se não soubermos o que é ser amado. P.70.
Compulsão repetitiva = nos leva a repetir tudo o que fizemos antes. Aqueles a
quem amamos e o modo como o fazemos, são repetições de padrões
comportamentais aprendidos na infância. P.79.
“O que fazemos diante das coisas que não podemos mudar”. Viver com isso e
tentar se perdoar?
Conflitos não resolvidos entre irmãos na infância, podem perdurar por toda a
vida do indivíduo.