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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL

Curso de Pedagogia

Deusarina Gomes Cavalcante

LINHA DO TEMPO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL

ARAGUAÍNA – TO
2021
Deusarina Gomes Cavalcante

LINHA DO TEMPO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL

Pesquisa financiada pela Pró-reitora


Acadêmica do UNIPLAN - CENTRO
UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO
DISTRITO FEDERAL, referente ao
trabalho de linha do tempo do curso de
Pedagogia.

Profª: Alcirene Peres Roriz

ARAGUAÍNA – TO
2021
Resumo
Este trabalho tem por objetivo destacar de forma cronológica a educação
profissional e tecnológica no Brasil, identificando seus avanços, desafios e
possibilidades. Como objetivos específicos, apresenta um breve histórico dessa
modalidade educacional, a legislação que a ampara e as políticas que influenciaram
as mudanças percebidas. A pesquisa, de caráter bibliográfico e documental. Por
meio deste estudo pode-se identificar a trajetória da educação profissional no Brasil,
as metas e estratégias estabelecidas no Plano Nacional de Educação no sentido de
triplicar a oferta até 2024. Conclui-se que mesmo concretizando o estabelecido, a
educação profissional não será ofertada de maneira a atender toda a demanda da
educação básica e a toda a população interessada nesta modalidade de ensino.
Palavras-chave: Educação profissional; Educação tecnológica; Legislação
educacional.

ABSTRACT
This work aims to chronologically highlight professional and technological
education in Brazil, identifying its advances, challenges and possibilities. As specific
objectives, it presents a brief history of this educational modality, the legislation that
supports it and the policies that influenced the perceived changes. The research,
bibliographical and documentary. Through this study, it is possible to identify the
trajectory of professional education in Brazil, the goals and strategies established in
the National Education Plan in order to triple the offer by 2024. in order to meet the
entire demand for basic education and the entire population interested in this type of
education.
Keywords: Professional education; Technological education; Educational
legislation.
Linha do tempo da educação profissional no Brasil

1909 - O presidente Nilo Peçanha assina o Decreto nº 7.566 em 23 de setembro,


criando as já mencionadas 19 “Escolas de Aprendizes e Artífices”.
1927 - O Decreto nº 5.241, de 27 de agosto de 1927, definiu que “o ensino
profissional é obrigatório nas escolas primárias subvencionadas ou mantidas pela
União”.
1930 - O Ministério da Educação foi criado e passa a supervisionar as escolas de
Aprendizes e Artífices.
1937 - A Constituição Federal promulgada pelo Governo Getúlio Vargas tratou da
educação profissional e industrial em seu Art. 129. Enfatizou o dever de Estado e
definiu que as indústrias e os sindicatos econômicos deveriam criar escolas de
aprendizes na esfera da sua especialidade. A Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937
transformou as escolas de aprendizes e artífices mantidas pela União em liceus
industriais e instituiu novos liceus, para propagação nacional “do ensino profissional,
de todos os ramos e graus” (Art. 37).
1942 - O Decreto-Lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942, conhecido como Lei
Orgânica do Ensino Industrial, definiu que o ensino industrial será ministrado em
dois ciclos: o primeiro ciclo abrange o ensino industrial básico, o ensino de mestria, o
ensino artesanal e a aprendizagem; o segundo ciclo compreende o ensino técnico e
o ensino pedagógico.
1942 - O Decreto-Lei nº 4.127/42, que estabeleceu as bases de organização da rede
federal de estabelecimentos de ensino industrial, constituída de escolas técnicas,
industriais, artesanais e de aprendizagem, extinguiu os liceus industriais,
transformou em escolas industriais e técnicas, as quais passaram a oferecer
formação profissional nos dois ciclos do ensino industrial.
1942 - Foi criado o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) pelo
Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro de 1942.
1946 - O Decreto-Lei nº 9.613/46, conhecido como Lei Orgânica do Ensino Agrícola,
tratou dos estabelecimentos de ensino agrícola federais. 
1946 - Foi criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac, pelo
Decreto-Lei nº 8.621, de 10 de janeiro de 1946, bem como a aprendizagem dos
comerciários foi regulamentada pelo Decreto-Lei nº 8.621, do mesmo dia 10 de
janeiro de 1946.
1946 - A Constituição de 1946 definiu que “as empresas industriais e comerciais são
obrigadas a ministrar, em cooperação, aprendizagem aos seus trabalhadores
menores, pela forma que a lei estabelecer, respeitados os direitos dos professores”.
1959 - Foram instituídas as escolas técnicas federais como autarquias, a partir das
escolas industriais e técnicas mantidas pelo Governo Federal.
1961 - Em 20 de dezembro foi promulgada a Lei nº 4.024/61. Essa foi a primeira Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), passou a permitir que
concluintes de cursos de educação profissional, organizados nos termos das Leis
Orgânicas do Ensino Profissional, pudessem continuar estudos no ensino superior
1967 - As fazendas-modelo foram transferidas do Ministério da Agricultura para o
MEC e passaram a ser denominadas escolas agrícolas.
1968 - A Lei Federal nº 5.540, de 28 de novembro de 1968 permite oferta de cursos
superiores destinados à formação de Tecnólogos
1971 - A Lei nº 5.692/71 definiu que todo o ensino de segundo grau, hoje
denominado ensino médio, deveria conduzir o educando à conclusão de uma
habilitação profissional técnica ou, ao menos, de auxiliar técnico (habilitação parcial).
1975 - A Lei Federal nº 6.297, de 11 de dezembro de 1975, definiu incentivos fiscais
no imposto de renda de pessoas jurídicas (IRPJ) para treinamento profissional pelas
empresas.
1978 - As Escolas Técnicas Federais do Paraná, do Rio de Janeiro e de Minas
Gerais foram transformadas em Centros Federais de Educação Tecnológica
(Cefets), pela Lei nº 6.545, de 30 de junho.
1982 - A Lei nº 7.044/82 reformulou a Lei nº 5.692/71 e retirou a obrigatoriedade da
habilitação profissional no ensino de segundo grau.
1991 - O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) foi criado pela Lei nº
8.315, de 23 de dezembro de 1991, nos termos do art. 62 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, em formato institucional similar ao do Senai e do
Senac.
1994 - Foi instituído o Sistema Nacional de Educação Tecnológica, integrado pela
Rede Federal e pelas redes ou escolas congêneres dos Estados, dos Municípios e
do Distrito Federal. Na Rede Federal houve transformação gradativa das escolas
técnicas federais e das escolas agrícolas federais em Cefets.
1996 - Em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a segunda Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB), que dedicou o Capítulo III do seu Título VI à
educação profissional. Posteriormente esse capítulo foi denominado “Da Educação
Profissional e Tecnológica” pela Lei nº 11.741/2008, que incluí a seção IV-A no
Capítulo II, para tratar especificamente da educação profissional técnica de nível
médio;
1997 - Decreto 2.208 regulamenta a educação profissional e cria o programa de
expansão da educação profissional (Proep).
1999 - Retoma-se o processo de transformação das Escolas Técnicas
Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets).
2004 - O Decreto 5.154 permite a integração do ensino técnico de nível médio ao
ensino médio.
2005 - Institui-se, pela Lei 11.195, que a expansão da oferta da educação
profissional preferencialmente ocorrerá em parceria com Estados, Municípios e
Distrito Federal, setor produtivo ou organizações não governamentais; Lançada a
primeira fase do Plano de Expansão da Rede Federal, com a construção de 60
novas unidades de ensino pelo Governo Federal. O Cefet Paraná passa a ser
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
2006 - O Decreto 5.773 trata sobre o exercício das funções de regulação, supervisão
e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação
e seqüenciais no sistema federal de ensino. É instituído, no âmbito federal, o
Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação de
Jovens e Adultos. É lançado o Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de
Tecnologia.
2007 - Lançada a segunda fase do Plano de Expansão da Rede Federal. Até 2010
serão 354 unidades. O Decreto 6.302 institui o Programa Brasil Profissionalizado. É
lançado o Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos.
2008 - Lei 11.741 introduziu importantes alterações no Capítulo III do Título V da
LDB, o qual passou a tratar "da Educação Profissional e Tecnológica", além de
introduzir uma nova Seção no Capítulo II do mesmo título, a seção IV-A, quarta "da
Educação Profissional Técnica de Nível Médio".
2009 - Centenário da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.
2011 – Lei 12.513 cria o programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego
(Pronatec).
2012 - Foram definidas as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Profissional Técnica de Nível Médio, pela Resolução CNE/CEB nº 6/2012 com
fundamento no Parecer CNE/CEB nº 11/2012.
2014 - Em 25 de junho de 2014 foi sancionada a Lei nº 13.005/2014, que aprovou o
novo Plano Nacional de Educação prevê “oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco
por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos
fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional”. E, prevê “triplicar
as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a
qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no
segmento público”.
2017 - Lei nº 13.415/2007, que introduziu alterações na LDB (Lei nº 9394/1996),
incluindo o itinerário formativo "Formação Técnica e Profissional" no ensino médio. A
nova redação da LDB refere-se aos critérios a serem adotados pelos sistemas de
ensino em relação à oferta da ênfase técnica e profissional, a qual deverá considerar
“a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor produtivo ou em ambientes de
simulação, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de
instrumentos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem profissional”, bem
como “a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação
para o trabalho, quando a formação for estruturada e organizada em etapas com
terminalidade”.
2018 -  Instituído o Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum
Curricular (ProBNCC), com a finalidade de apoiar Estados e Municípios no processo
de revisão ou elaboração e implementação dos currículos alinhados a BNCC
(Portaria nº 331, de 5 de abril de 2018). A base estabelece conhecimentos,
competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao
longo da escolaridade básica. Em 14 de dezembro de 2018, é homologado o
documento da BNCC para a etapa do ensino médio.
- Instituído o Programa Mais Alfabetização (PMALFA), que visa fortalecer e apoiar as
unidades escolares no processo de alfabetização dos estudantes regularmente
matriculados no 1º e 2º ano do ensino fundamental (Portaria MEC nº 142, de 22 de
fevereiro de 2018).
- Criação do Programa de Residência Pedagógica (Portaria Capes nº 38, de 28 de
fevereiro de 2018), com o objetivo de aperfeiçoar a formação dos estudantes dos
cursos de licenciatura, por meio de estágios supervisionados em escolas públicas de
educação básica.
2019 - O Ministério da Educação anunciou, em 11 de julho, um compromisso
nacional pela educação básica em parceria com o Conselho Nacional de Secretários
de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime). O objetivo é impulsionar a educação infantil, o ensino fundamental, o
ensino médio e a educação para jovens e adultos e tornar o Brasil referência na
América Latina até 2030.
- Lançado em 17 de julho o Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e
Inovadoras – Future-se, que tem por finalidade o fortalecimento da autonomia
administrativa e financeira das Instituições Federais de Ensino Superior – IFES, por
meio de parceria com organizações sociais e do fomento à captação de recursos
próprios.
- Instituída a Política Nacional de Alfabetização (PNA), que busca amparo em
estudos científicos para avançar e melhorar o processo de alfabetização infantil
(Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019. A nova forma de ensino enfatiza seis
componentes: consciência fonêmica, instrução fônica sistemática, fluência em leitura
oral, desenvolvimento vocabulário, compreensão de textos e produção escrita.
- Lançado em 5 de setembro de 2019 o Programa Nacional das Escolas Cívico-
Militares, que prevê a implementação de 216 colégios até 2023. O objetivo é
promover a melhoria na qualidade da educação básica.
- Lançado, em 8 de outubro, o Programa Novos Caminhos tem como meta aumentar
em 80% o numero de matrículas em cursos profissionais e tecnológicos focados nas
demandas do mercado e nas profissões do futuro para gerar mais capacitação,
emprego e renda.
- Criação da ID Estudantil (Medida Provisória nº 895, de 6 de setembro de 2019). A
carteirinha que dá direito à meia-entrada para estudantes em espetáculos artístico-
culturais e esportivos. A emissão passa a ser feita por meio de aplicativo de celular,
de graça. O download do app 'ID Estudantil' está disponível na Apple Store e Google
Play, na loja virtual do Governo do Brasil.
- Lançamento, em 5 de dezembro, do Programa Conta Pra Mim, que faz parte da
Política Nacional de Alfabetização, visa estimular o desenvolvimento intelectual na
primeira infância, por meio da leitura. O programa reúne uma série de materiais para
orientar e estimular os pais a incorporar as práticas de literacia familiar, uma técnica
aplicada no dia a dia, na convivência entre pais e filhos.
- Cinco dias após o lançamento do Conta pra Mim, veio o do Diploma Digital. A
certificação digital traz mais agilidade ao processo ao eliminar etapas que
demandam tempo e dinheiro, como a coleta de dados e de assinatura, a impressão
e o deslocamento do aluno até a instituição para ter o documento. A redução
estimada de tempo até chegar na mão do aluno é de 90 para 15 dias. No novo
sistema, as assinaturas serão digitais e em lote. As instituições de ensino superior
públicas e privadas devem se adaptar até o fim de 2021
2020 -  Lançado, em 18 de fevereiro, o programa Tempo de Aprender (Portaria Nº
280) visa o aperfeiçoamento, o apoio e a valorização a professores e gestores
escolares do último ano da pré-escola e do 1º e 2º ano do ensino fundamental. Com
base na Política Nacional de Alfabetização (PNA) e direcionado para a aplicação de
práticas baseadas em evidências científicas nacionais e internacionais que deram
certo, o programa traça um plano estratégico para corrigir a rota das políticas
públicas de alfabetização no país. A implementação é realizada por meio da adesão
de estados, municípios e Distrito Federal.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM, Mônica Maria Teixeira. A organização dos institutos federais de
educação, ciência e tecnologia no conjunto da educação profissional
brasileira. Belo Horizonte, 2013. 245f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de
Minas Gerais, Faculdade de Educação, Belo Horizonte, 2013.

BERGER FILHO, Ruy Leite. Educação profissional no Brasil: novos rumos.


Revista Iberoamericana de Educación. n. 20, mai/ago de 1999. Disponível
em: Acesso em: 19 jan. 2016.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível


em: Acesso em: 21 jul. 2015.

Decreto n.º 7.566, de 23 de setembro de 1909. Disponível em: Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional - Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: Acesso em:
20 jul. 2020.

Lei n.º 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Disponível em: Acesso em: 1 set. 2015.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei n.º 5.692, de 11 de agosto


de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º graus, e dá outras
providências. Disponível em: Acesso em: 1 set. 2015.
Lei n.º 11.195, de 18 de novembro de 2005. Disponível em: Acesso em: 30 nov.
2016.

Lei n.º 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação


Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação,
Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Disponível em: Acesso em: 22 jul.
2015.
Ministério da Educação. Instituições da Rede Federal de Educação Profissional,
Ciência e Tecnológica. 2020. Disponível em: Acesso em: 20 jul. 2020.

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