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15-02-2010

Cap.2 – Equilíbrio

MECÂNICA I
2009/2010

Cap. 2 – Equilíbrio

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Cap.2 – Equilíbrio

ESTÁTICA – disciplina que estuda as condições de equilíbrio de


partículas e de corpos rígidos submetidos à acção de forças,
entendendo-se por equilíbrio a manutenção do estado do
sistema, no espaço e no tempo.

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Princípio da sobreposição de efeitos


“O efeito resultante da actuação conjunta de uma série de acções sobre um
corpo é igual à soma (ou sobreposição) dos efeitos das acções individualmente
consideradas.”

NOTA: O termo acção é aqui entendido no sentido lato, como sendo toda a causa (não
necessariamente uma força, e.g. temperatura, deformação imposta, etc.) de solicitação
de um corpo, podendo ser avaliada a priori.

Princípio da igualdade acção-reacção (3ª Lei de Newton)


“A toda a acção corresponde uma reacção igual e de sentido contrário.”
NOTA: O termo acção é aqui entendido no sentido restrito de força solicitante.

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EQUILÍBRIO ESTÁTICO DO PONTO MATERIAL


Uma partícula ou ponto material diz-se em equilíbrio quando é nula a
resultante de todas as forças sobre ela actuantes.

Pela 1ª Lei de Newton, um ponto material em equilíbrio mantém-se


imobilizado (estático) ou em movimento rectilíneo e uniforme (se estava
inicialmente em movimento).

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ESTÁTICA DO CORPO RíGIDO


As entidades do mundo macroscópico são os corpos, constituídos pelo
preenchimento de um dado volume por pontos materiais.
Corpos rígidos – Estática
Corpos deformáveis – Resistência de Materiais
Sobre um corpo podem actuar:
Forças externas – Representam a acção do meio exterior sobre o corpo
considerado. Podem ser:
Acções – tendem a causar o movimento do corpo;
Reacções – tendem a impedir o movimento do corpo.
Forças internas – Asseguram a integridade do corpo, nomeadamente
quando sujeito a forças externas.

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Movimentos de corpo rígido


As acções podem exercer-se sobre pontos arbitrários do corpo.
As reacções actuam sobre o corpo por via das ligações. Estas constituem
assim o vínculo do corpo ao exterior (fixo).

Na ausência de ligações ou vínculos do corpo:

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Movimentos de corpo rígido

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EQUILÍBRIO ESTÁTICO DO CORPO RÍGIDO – CASO 2D


De acordo com a 1ª Lei de Newton, a ausência de movimento de corpo rígido
(ou equilíbrio estático) requer que seja nula, para cada um dos movimentos
possíveis, a resultante de forças tendentes a produzir esse tipo de movimento.
Assim, à semelhança do caso do ponto material, deverão ser satisfeitas duas
equações de equilíbrio de forças no plano.

Onde Fx e Fy compreendem as acções e também as (eventuais) reacções


associadas às ligações que vinculam o movimento segundo as direcções x e y.
Adicionalmente e uma vez que deve ainda ser impedida a rotação do corpo,
requer-se uma equação de equilíbrio de momentos em relação a um
qualquer ponto do espaço plano, isto é, …
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EQUILÍBRIO ESTÁTICO DO CORPO RÍGIDO – CASO 2D


… que seja nula a soma dos momentos de todas as forças do sistema em
relação a um ponto:

Como todos os vectores (forças) são coplanares, todos


os vectores-momento são colineares (perpendiculares
ao plano da figura), podendo assim adicionar-se
algebricamente. Logo, para a condição de equilíbrio
estático:
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EQUILÍBRIO ESTÁTICO DO CORPO RÍGIDO – CASO 3D

Neste caso o equilíbrio requer o impedimento de 6 movimentos


independentes (3 translações e 3 rotações em tornos dos eixos cartesianos).
Para os primeiros, devem satisfazer-se as 3 equações de equilíbrio de forças
segundo os eixos cartesianos, já apresentadas para o ponto material:

Para as rotações, requerem-se 3 equações de equilíbrio de momentos em


torno dos eixos cartesianos:

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Equilíbrio 2D – caso particular de 3D


Considere-se o caso em que todas as forças do sistema se situam num plano
comum (por simplicidade, xoy)

(1) A satisfação da equação de equilíbrio de forças segundo o eixo z fica


automaticamente assegurada.
(2) A redução das forças a um qualquer ponto O do plano produzirá apenas
vectores-momento normais a esse plano, uma vez que as direcções x e y são
coplanares com o sistema de forças, não desenvolvendo então componentes
de momento devidas a essa redução (ver princípios de redução).
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Equilíbrio 2D – caso particular de 3D

(3) A satisfação das restantes 3 equações é, portanto, condição necessária e


suficiente para garantir o equilíbrio geral do sistema. Estas constituem as
equações de equilíbrio 2D ou no plano, constituindo então um caso particular
do problema tridimensional.

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Embora usadas para dar expressão formal às condições de equilíbrio estático


as equações:

(2D)

(3D)

Não são as únicas possibilidades para a resolução do problema. Qualquer


conjunto de 6 (caso 3D) ou de 3 (caso 2D) equações de equilíbrio linearmente
independentes pode ser considerado para esse objectivo.

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Alternativas (caso 2D):


• Três equações de equilíbrio de momentos, em relação a três pontos não
colineares:
∑ M z A = 0

∑ M z = 0
B


∑ M z = 0
C

• Duas equações de equilíbrio de momentos, em relação a dois pontos A e B,


complementadas com uma equação de equilíbrio de forças em qualquer
direcção não perpendicular a AB: ∑ M z A = 0

∑ M z = 0
B


∑ FAB = 0
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ESTRUTURAS e ACÇÕES
Estrutura – Corpo ou sistema interligado
de corpos , contínuo ou discreto,
constituído por elementos geométricos
regulares como barras e cabos e cuja
função é a de resistir a acções.

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ESTRUTURAS e ACÇÕES
Acções – Quaisquer influências do meio exterior sobre um corpo, susceptíveis
de causar alterações no seu estado.

As acções mais comuns são constituídas por forças e/ou cargas (sistemas
contínuos de forças distribuídas segundo linhas, áreas ou volumes).
Exemplos:
Peso próprio de um corpo, que não é mais do que o efeito da gravidade sobre a
sua massa, a acção do vento na fachada de um edifício, a pressão hidrostática
da água no paramento de uma barragem, o peso da neve acumulada numa
cobertura, a sobrecarga de veículos em tabuleiros de pontes.

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Acções:
• Estáticas – O efeito primário deste tipo de acção sobre um corpo é o de lhe
introduzir tensões (forças de ligação entre as partículas constituintes do corpo e que
asseguram a sua integridade). (exemplos anteriores)
• Cinemáticas – O seu efeito primário é o de introduzir variações de forma ou
de dimensões do corpo. (e.g.: variações de temperatura, deformações
resultantes de erros ou tolerâncias de montagem de componentes de corpos
ou estruturas, deformações resultantes de assentamentos do solo de
fundação).

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VÍNCULOS ou LIGAÇÕES

A imobilização dos corpos (garantir o equilíbrio) requer a sua ligação ou


vinculação, seja ao meio exterior ou a outros corpos já fixados. Como vimos
anteriormente as forças actuantes sobre um corpo podem ser de dois tipos:

Forças activas ou acções – traduzem o efeito do meio circundante e


das condições de utilização da estrutura.

Forças passivas ou reacções – são transmitidas à estrutura pelas


ligações e constituem a resposta às acções a que aquela está sujeita.

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VÍNCULOS ou LIGAÇÕES

Uma ligação constitui um vínculo individual, permitindo a transmissão de uma


única força entre as partes vinculadas.
Força de ligação – se a ligação for entre corpos.
Reacção – se a ligação for ao exterior.

Uma ligação pode representar-se esquematicamente por


uma barra bi-articulada ou biela. A força que a ligação
permite transmitir tem a direcção da biela.

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VÍNCULOS ou LIGAÇÕES

Podem agrupar-se várias ligações num mesmo ponto dando origem a:


Ligações múltiplas – caso a vinculação seja estabelecida entre dois
corpos.
Apoios – caso a vinculação seja estabelecida entre o corpo e o
exterior.

Um apoio ou ligação múltipla será constituída por:


No mínimo uma ligação;
No máximo 3 ligações (caso 2D) ou 6 ligações (caso 3D).

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APOIOS

Dispositivos constituídos por uma ou várias ligações, as quais asseguram a


vinculação da estrutura ao meio exterior.

Apoios mais usuais em estruturas de Engenharia Civil:


- Apoio simples ou rolete;
- Apoio duplo, de articulação ou rótula;
- Apoio triplo ou encastramento;
- Slide ou patim.

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Apoio simples ou rolete

Constituído por uma única ligação, impede o movimento do corpo na direcção


da força de reacção (normal ao plano de apoio), permitindo a translação
segundo esse plano e a rotação.

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Apoio simples ou rolete

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Apoio simples ou rolete

Rv
Ponte sobre o
Rio Mondego –
Penacova

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Apoio duplo, articulação ou rótula

Constituído por duas ligações não paralelas, as quais impedem a translação e


permitem a rotação do corpo em torno do ponto (real ou virtual) de ligação.
A estas ligações correspondem duas forças de reacção concorrentes ou, o que
é o mesmo, uma reacção com intensidade e direcção a determinar, ou seja,
ter-se-ão 2 incógnitas.
Dado que existe uma infinidade de decomposições possíveis de uma resultante
em duas componentes de direcções arbitrárias, as bielas que esquematizam o
apoio duplo podem ser quaisquer (embora se usem habitualmente as
componentes segundo os eixos cartesianos x e y)

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Apoio duplo, articulação ou rótula

Ponte D. Maria Pia – Porto


Rh

Rv

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Apoio duplo, articulação ou rótula

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Apoio duplo, articulação ou rótula


A terceira representação é especialmente usada no caso de rótulas (apoios
duplos) virtuais.

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Apoio triplo ou encastramento


Constituído por três ligações não concorrentes nem paralelas.

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Apoio triplo ou encastramento

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Apoio triplo ou encastramento

Ponte Vasco da Gama – Lisboa

Rh

M Rv

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Slide ou patim

Tipo de apoio pelo qual são


impedidas a rotação e uma
translação. Resta um
movimento de corpo rígido
na direcção perpendicular à
da translação impedida.

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