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DIREITO CONSTITUCIONAL nas 5 Fontes

Aula 1- Sentidos (concepções) da Constituição e Poder Constituinte.


Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte

Aula 1
Direito Constitucional
Sentidos (concepções) da Constituição e Poder Constituinte.
Professor: Vítor Cruz e Rodrigo Duarte

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Aula 1

E aí pessoal, agora vamos começar pra valer... animados? Espero que sim, pois
a cada aula sua aprovação estará mais próxima... Vamos estudar para o 11...
não tem essa de se contentar com um 7 não.
É isso aí, vamos lá.

Sentidos (concepções) das Constituições e Poder Constituinte:


Neste ponto, ainda estamos falando do "conceito de Constituição", nós veremos
qual a resposta que um monte de gente (filósofos, juristas...), ao longo da
história, deu para a pergunta: o que é na verdade essa tal de Constituição?
Pois é, essa pergunta não vem de agora não! Ao longo dos anos, diversas pessoas
tentaram definir o que seria uma Constituição, e de que forma esta se relacionaria
com a sociedade.
Assim, desenvolveram-se diversos sentidos, ou concepções, do que seria ou
do que deveria ser uma Constituição.
Basicamente temos 3 principais doutrinas:

 Sentido sociológico Ferdinand Lassale;


 Sentido político Carl Schimitt;
 Sentido Jurídico Hans Kelsen.

Vocês são capazes de matar um monte de questão


só decorando esse quadrinho acima (um monte mesmo!!!), e para ajudá-los a
gravar:

Pulo do Gato:
 Sentido SocioLógico  Ferdinand LaSSaLe;
 Sentido políTico  Carl SchimiTT;
 Sobrou o "jurídico de Kelsen", mas aí já ficou fácil...
Certo... mas agora vamos efetivamente entender o que significa todo esse blá-
blá-blá, pois será útil no futuro:

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Sentido Sociológico:
O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os
"fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc.
Assim, a Constituição, se observada sobre o prisma sociológico, nada mais é do
que a forma como a própria sociedade organiza o seu poder, as relações que
estabelece entre governantes e governados e estes entre si. Desta forma,
independente de haver ou não documento escrito, formalizando a Constituição,
a Constituição existe! Pois é a própria relação de poder na sociedade. Com efeito,
todos os povos sempre tiveram uma constituição, sociologicamente falando.
E é nisso que se apóia Ferdinand Lassale. Lassale defendia em seu livro “O que é
uma Constituição? (A essência da Constituição)” (1864) que na verdade, a
constituição seria um “fato social”, seria um evento determinado pelas forças
dominantes da sociedade.
Assim, de nada vale uma constituição escrita se as forças dominantes impedem
a sua real aplicação. De nada vale uma norma, ainda que chamada de
Constituição, que não tivesse qualquer poder, se tornando o que chamava de
uma mera “folha de papel”.
Deste modo, defendia ele que o Estado possuía 2 constituições: A “folha de
papel” e a “Constituição Real”, esta era a soma dos fatores reais de
poder, ou seja, a reunião de tudo aquilo que efetivamente mandava na
sociedade.
Assim, como a existência da Constituição independe de qualquer
documento escrito, mas sim, decorre dos eventos determinantes da sociedade,
Lassale dizia que todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os
momentos da sua história uma constituição real e efetiva.
Super tranquilo, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido SocioLógico 
Lembrou de Ferdinand LaSSaLe.

Sentido Político:
Para entender melhor o "sentido político", eu lhe faço uma pergunta: Você sabe
o que é "política"?
Peguei pesado, hein?! Se você sabe definir política, você está muito bem nos
estudos, meus parabéns! Se você não sabe, não se preocupe, pois este é um dos
institutos de conceito mais vago e diversificado que existem.
Ao estudarmos a Teoria Geral do Estado, vemos que o grande Max Weber, ao
atrelar a política ao Estado, deu a seguinte definição: Política seria o "conjunto
de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar a
divisão do poder 1(...)".

1
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª Edição. São Paulo : Saraiva, 2012. Pág.
130.

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Já o ilustre professor Dallari, sintetiza o caráter político do Estado como sendo "a
função de coordenar os grupos ou indivíduos, com em vista de fins a
serem atingidos, impondo a escolha dos meios adequados 2".
E eis que vem o pobre professor Vítor Cruz, na humildade, e tenta facilitar a vida
de seus alunos dizendo: Pensou em política, pense em "organização" e
"estratégia". Pois, algo político é aquilo que irá organizar alguma coisa (no caso
do Estado, organizar seu poder, sua forma de aquisição e sua transmissão) com
fins estratégicos (visando algo "macro", importante, com "visão de topo" e não
meramente operacional).
Assim, podemos dizer que a Constituição em sentido político seria pensar a
Constituição como o diploma que estabelece as principais coisas organizatórias
do Estado e seus direitos fundamentais. Qualquer outra coisa que não tiver esse
caráter essencial (organizatório, estratégico) não será político, logo, não será
constituição.
Assim, dizemos que Carl Schimitt, em sua obra "O Conceito Político" (1932) era
defensor da teoria “decisionista” dizia que a Constituição é fruto de uma “decisão
política fundamental” que, grosso modo, significa a decisão base, concreta,
que organiza o Estado e estabelece seus fins essenciais. Assim, só é
constitucional aquilo que organiza o Estado e limita o Poder, o resto são meras
"leis constitucionais".
Assim, Schimitt pregava que a Constituição formal, escrita, não era o
importante, pois, deve-se atentar ao conteúdo da norma e não à sua forma
(conceito material de constituição).
Atualmente este conceito de Carl Schimitt não foi totalmente abandonado,
embasando a divisão doutrinária entre normas “materialmente constitucionais”
(Ou seja, que possuem conteúdo próprio a uma Constituição) das normas apenas
“formalmente constitucionais” (Ou seja, que possuem forma de Constituição,
porém possuem um conteúdo que não é o conteúdo fundamental que uma
Constituição deveria prever).
Ficou bem fácil, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido políTico  lembrou
de Carl SchimiTT.

Sentido Jurídico:
Quando você pensa em jurídico, você pensa em que?
Aposto que falou "lei" ou "norma", estou certo? E, é por aí mesmo... Algo que
está no mundo jurídico é algo que está na lei, está normatizado. Assim, enxergar
a Constituição em sentido jurídico é vê-la como uma norma, uma lei. Diga-se de
passagem, a lei máxima de um ordenamento jurídico.
Este é o conceito cujo maior defensor foi Hans Kelsen, que foi uma grande
Influência na Constituição da Áustria de 1920. Kelsen era defensor do positivismo

2
idem.

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(o que importa é a norma escrita). Segundo seus ensinamentos, a Constituição


é "norma pura", "puro dever ser". Isso significa que a Constituição (norma
jurídica) tem origem nela própria, ela é criada baseando-se no que "deve ser" e
não no mundo do "ser". Assim, o surgimento da Constituição não se apoia em
qualquer pensamento filosófico, político ou sociológico. Tem-se uma norma
maior, uma norma pura, fundamental.
Kelsen era contemporâneo e grande rival de Schimitt. Para Hans Kelsen, o que
importa para ser Constituição é ter a forma de uma Constituição (conceito formal
de constituição). Um texto que se coloque acima das demais normas, que só
possa modificar-se por um processo rígido, complexo, e que deverá ser
observado por todas as demais dentro de um ordenamento jurídico.
O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2 desdobramentos:
1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi imaginada
antes de escrever seu texto.
2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva, que
efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do
ordenamento.

Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de validade


que legitima a feitura da norma jurídico-positiva.
Outro defensor do sentido jurídico da Constituição foi o jurista alemão Konrad
Hesse, discípulo de Kelsen. Hesse foi o conhecido pela obra". A Força Normativa
da Constituição" (1959), onde resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o
flexibilizou - disse que o pensamento de Lassale até fazia sentido, porém, havia
pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade.
Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam reciprocamente
influenciadas. Assim, Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo
que a Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um
documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não
deveria) ser ignorada.

Demais juristas e observações:


J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição: Canotilho dizia
que a Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do Estado,
notadamente através das normas programáticas inseridas no seu texto. A CF/88
brasileira é exemplo de uma Constituição dirigentes, principalmente devido as
diversas normas programáticas dos direitos sociais. Assim, a CF/88, além de
limitar o poder do Estado, traz normas que direcionam a sua atividade.
Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição:
Häberle dizia que as Constituições eram muito fechadas, pois eram interpretadas
apenas pelos “intérpretes oficiais” – Os Juízes. Defendia, então, que todos os

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agentes que participam da realidade da Constituição deveriam participar também


da interpretação constitucional.

Quadro Esquemático:
Autor Ferdinand Lassale Carl Schimitt Hans Kelsen
Sentido/ Sentido Sociológico Sentido político Sentido Jurídico
concepção
Dica: LaSSaLe - Dica: SchimiTT -
de
SocioLógico PolíTico
Constituiçã
o
O que dizia: Obra: A Essência da Obra: O conceito Influência na
Constituição - O que político - 1932 Constituição da
é uma Constituição? Áustria - 1920
A constituição é uma
- 1864.
decisão política Contemporâneo e
Constituição é um fundamental - grande rival de
fato social. "decisionimo". Schimitt - defendia o
"positivismo".
Não adianta tentar Por decisão política
colocar uma norma fundamental conceito formal de
escrita, pois a entende-se a decisão constituição - tudo
constituição base, concreta que que está na
escrita = mera organiza o Estado. constituição é capaz
folha de papel a Assim, só é de se impor sobre o
Constituição é constitucional resto do ordenamento
formada pelas aquilo que jurídico.
"Forças Dominantes organiza o Estado
A constituição tem 2
da Sociedade" = e limita o Poder, o
sentidos:
soma dos fatores resto são meras
reais de poder. "leis Lógico-jurídico:
constitucionais". norma hipotética
Assim para Lassale
(imaterial, pensada -
tínhamos 2
como deveria ser) que
constituições = a
serve base para o
constituição real e a
sentido Jurídico-
folha de papel.
Positivo:
Constituição
efetiva, escrita,
capaz de se impor
sobre o resto do
ordenamento.

Vamos fixar agora com algumas questões:


 Questões da FCC:

1. (FCC/ Procurador- TCM/ 2015) É necessário falar da Constituição como


uma unidade e conservar, entretanto, um sentido absoluto de Constituição. Ao

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mesmo tempo, é preciso não desconhecer a relatividade das distintas leis


constitucionais. A distinção entre Constituição e lei constitucional só é possível,
sem dúvida, por que a essência da Constituição não está contida numa lei ou
numa norma. No fundo de toda a normatividade reside uma decisão política do
titular do poder constituinte, ou seja, do povo na democracia e do monarca na
monarquia autêntica. O trecho acima transcrito expressa o conceito de
Constituição de
(A) Karl Loewenstein, na obra Teoria da Constituição.
(B) Carl Schmitt, na obra Teoria da Constituição.
(C) Konrad Hesse, na obra A força normativa da Constituição.
(D) Peter Häberle, na obra Hermenêutica constitucional.
(E) Ferdinand Lassalle, na obra A essência da Constituição.
Comentários:
O enunciado fala em decisão política para a formação da constituição, daí temos
o sentido político da Constituição, consagrada por Carl Shimitt.
Gabarito: Letra B.

2. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" comporta


uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa
corretamente frase, autor e sentido.
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua
história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político.
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja,
concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política.
Ferdinand Lassale. Sentido político.
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto
grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada
observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido
lógico-jurídico.
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais
do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam
na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico.
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar
globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito
constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.
Comentários:
Essa questão é muito legal... Traz um resumão de todo o tema.
Letra A - Errada. A doutrina que defendia isso era o sentido sociológico de Lassale,
já que para ele, não importava qualquer documento escrito para que um país
possuísse Constituição. A Constituição real e efetiva seria marcada pelo somatório

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dos fatores reais de poder, ou seja, as forças dominantes, as quais sempre


existem e existiram em qualquer sociedade.
Letra B - Errada. Essa é a concepção política de Schimitt não de Lassale, que era
a sociológica.
Letra C - Errada. Está correto dizer "sentido lógico-jurídico", mas quem disse isso
foi Hans Kelsen. Rousseau era quem previa que o Estado derivaria de um
"contrato social", nada tem haver com sentido jurídico de Constituição.
Letra D - Correto. É o que Lassale dizia. Se a Constituição não exprimisse o
pensamento das forças dominantes, ela seria uma mera “Folha de Papel”.
Letra E - Errada. Jorge Miranda é um professor português cujas obras de direito
constitucional são de grande relevância. Porém o sentido dirigente é defendido
por Canotilho, segundo este autor a Constituição deve ser um plano que irá
direcionar a atuação do Estado, notadamente através das normas programáticas
inseridas no seu texto.
Gabarito: D.

 Questões do CESPE:

3. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No sentido


político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos fatores reais do poder
que formam e regem determinado Estado.
Comentários:
Falou em sentido políTico  lembrou de Carl SchimiTT, até aqui tudo certo ok?
Mas sabemos que quem fala sobre a soma dos fatores reais de poder é
LaSSale, que fala do sentido Sociológico.
Gabarito: Errado.

4. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012)


Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma
dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva.
Comentários:
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela simples
observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o poder. Essa
Constituição sociológica, que seria a própria relação de poder, é a verdadeira
Constituição, real e efetiva, a par de qualquer documento escrito.
Gabarito: Correto.

5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012)


Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser

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considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se


refletir as forças sociais que constituem o poder.
Comentários:

Isso mesmo, pouco importa a Constituição escrita para Lassale, o que importa é
a Constituição real que é a soma dos fatores de poder que dominam a sociedade.
Para a Constituição escrita valer de alguma coisa, ela tem que refletir o poder
social.
Gabarito: Correto.

6. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, elaborada por


Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores
reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e
religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.
Comentários:
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela simples
observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o poder.
Gabarito: Correto.

7. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não


passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais
do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais
legitimidade.
Comentários:
Quem dizia isso era Ferdinand Lassale e não Hans Kelsen.
Gabarito: Errado.

8. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido sociológico


defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política.
Comentários:
Realmente Lassale defendia o sentido sociológico. Mas dizer que a Constituição é
fruto de uma decisão política é expressar o pensamento de Carl Schmitt (conceito
político) e não de Lassale.
Gabarito: Errado.

9. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido


sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a
decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura
e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática,

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enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no


documento, destituídos de decisão política fundamental.
Comentários:
Este seria o sentido político defendido por Carl Schimitt, onde teríamos de forma
bem distinta: a Constituição, que seria formada pelas normas que organizam o
Estado e limitam o poder estatal, e as demais normas que formariam meras "leis
constitucionais" já que não veiculariam conteúdos essenciais a uma Constituição.
Gabarito: Errado.

10. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido jurídico, a


Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.
Comentários:
O defensor do sentido jurídico era Hans Kelsen, para ele a norma se origina na
própria norma, a Constituição é norma pura, o chamado puro "dever ser", ou
seja, o mundo hipotético fruto do pensamento racional do ser humano, aquilo
que o homem deseja para a organização do poder. O que importa no sentido
jurídico é a formalidade, a rigidez da constituição, sua característica de ser
superior às demais normas e servir de ponto de partida para todas as outras, ser
a norma fundamental do ordenamento, independente do assunto tratado. Desta
forma, não há qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica já que a
Constituição é normativa e não um mero convite aos poderes públicos.
Gabarito: Correto.

11. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui diversas


acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um
conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.
Comentários:
O enunciado mostra o pensamento de Hans Kelsen, que defendia o conceito
jurídico de Constituição, sendo esta uma norma pura, que tem origem nela
mesma, sem se prender a qualquer fundamentação sociológica, política ou
filosófica.
Letra E.

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12. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o princípio da


força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas jurídicas
e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A
norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para
ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não
sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante em relação a
ela.
Comentários:
Exato. Hesse resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o flexibilizou, dizia
que Lassale havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de
modificar a sociedade. Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam
reciprocamente influenciadas.
Gabarito: Correto.

13. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força normativa da


constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -,
a constituição tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a reflexão
dos valores essenciais da comunidade política submetida.
Comentários:
É isso aí. Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo que a
Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um documento
com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não deveria) ser
ignorada.
Gabarito: Correto.

14. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da


força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da
Carta, na solução das questões jurídicoconstitucionais, devem procurar a máxima
eficácia do texto constitucional.
Comentários:
Ferdinand Lassale não tinha nada haver com força normativa da Constituição,
pelo contrário, ao pregar o sentido sociológico da Constituição, onde a
constituição real era aquela formada pelos fatores reais de poder da sociedade,
dizia que a constituição poderia ser completamente ignorada pela sociedade. A
força normativa da Constituição foi concebida por Konrad Hesse, jurista da
doutrina positivista, que defendia o sentido jurídico da Constituição aplicando os
ensinamentos de Hans Kelsen.
Gabarito: Errado.

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15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão Peter Härbele,


a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais de poder que
regulamentam a vida nessa sociedade.
Comentários:
Quem dizia isso era Lassale. Härbele estava preocupado com o fato da
interpretação constitucional ser realizada por todos os agentes da sociedade.
Gabarito: Errado.

16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt,


considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu na afirmação
de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em que estaria situada a
norma hipotética fundamental, e um plano jurídico positivo, ou seja, a norma
positivada.
Comentários:
O sentido jurídico dizia exatamente isso. Porém o seu defensor era Hans Kelsen
e não Carl Schmitt. Este era defensor do sentido político.
Gabarito: Errado.

17. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade aberta dos


intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a
interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que
vivem a norma, devendo ser inseridos no processo de interpretação
constitucional todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais.
Comentários:
Exato. Era isso que pregava Härbele.
Gabarito: Correto.

 Questões da ESAF:

18. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente


doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem
Constituição, isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma
estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade
não é a Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas.
Comentários:
Realmente, Carl Schmitt era defensor da corrente decisionista, porém, a
Constituição escrita não é importante para ele, pois, estava preocupado apenas
com o conteúdo das normas - conceito material de constituição.
Gabarito: Errado.

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19. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é


dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade
política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal,
pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a de rigidez de
todas as regras.
Comentários:
Decisão fundamental é a corrente decisionista de Schimitt, não de Lassale.
Lassale defendia a constituição como “FATO SOCIAL”, seria um evento
determinado pelas forças dominantes da sociedade.
Gabarito: Errado.

20. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido


político, formulada por Carl Schimitt, há uma identidade entre o conceito de
constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis
constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado.
Comentários:
Para Carl Schimitt o importante era matéria tratada e não a formalidade. Assim,
não podemos dizer que a Constituição equivaleria às leis constitucionais, estas
seriam apenas aquelas normas presentes no corpo constitucional mas que não
tratariam das matérias essencialmente constitucionais.
Gabarito: Errado.

21. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político pode ser


entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas
constitucionais positivas.
Comentários:
O sentido político da Constituição era o sentido defendido por Carl Schimitt, onde
a Constituição seria o fruto de uma “decisão política fundamental”, pouco
importava a forma, o que importava na verdade era a matéria tratada que deveria
englobar a “organização do Estado” + “Direitos Fundamentais”. A fundamentação
de validade das normas constitucionais positivas refere-se a concepção lógico-
jurídica de Kelsen.
Gabarito: Errado.

 Questões de outras bancas:

22. (VUNESP/ Juiz- TJ-MS/ 2015) Considerando os diferentes conceitos de


Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise
as seguintes manifestações sobre o tema:
I. Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma
determinada nação.

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II. Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza


ou funda um Estado.
Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos,
respectivamente, a
(A) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
(B) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
(C) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
(D) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
(E) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.
Comentários:

O item I traz a descrição do sentido sociológico da Constituição, cunhado por


Ferdinand Lassale, é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os
"fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc.
Segundo Lassale, “Constituição Real”, esta era a soma dos fatores reais de
poder.
O item II, como o próprio nome sugere, se refere ao sentido político da
Constituição, e segundo a obra o "O Conceito Político" de Carl Schimitt, a
Constituição é fruto de uma “decisão política fundamental” que, grosso modo,
significa a decisão base, concreta, que organiza o Estado e estabelece seus fins
essenciais. Logo, o gabarito é a letra E.
Gabarito: Letra E.

23. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção de


Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de uma
sociedade", advém de um conceito de índole
a) política, empregada originalmente por Michel Temer.
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale.
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen.
d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva.
e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho.
Comentários:
O enunciado trata da sociedade como formadora da Constituição real. É o
pensamento de Ferdinand Lassale - Sentido Sociológico.
Letra B.

24. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as referências


abaixo acerca dos conceitos de Constituição:
I. Constituição no sentido lógico-jurídico.

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II. Constituição no sentido jurídico-positivo.


III. Constituição como decisão política fundamental.
Faça a correlação com as referências a seguir:
( A ) Significa a norma fundamental hipotética.
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e fundamental advinda
da unidade política, e identificável pelo núcleo de matérias que lhe são próprias
e inerentes.
( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas abaixo, marque
aquela que expressa a relação correta entre as referências acima:
a) (I-C);(II-A);(III-B).
b) (I-A);(II-B);(III-C).
c) (I-A);(II-C);(III-B).
d) (I-B);(II-C);(III-A).
e) (I-B); (II-A);(III-C).
Comentários:
O sentido jurídico de Kelsen se desdobra no sentido Lógico-jurídico e no Jurídico-
Positivo. O Lógico-jurídico é a norma hipotética (imaterial, pensada - como
deveria ser) que serve base para o sentido Jurídico-Positivo, que é Constituição
efetiva, escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento.
Assim temos I-A e II-C
A letra B expressa o sentido político da Constituição. Assim, III-B
Gabarito: Letra C.

Poder Constituinte:
GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em direito, quase todos os termos tem um
origem lógica, quanto mais vocês ficarem atentos a isso, mais fácil a vida de
vocês será facilitada.
Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou modificar aquilo
que está escrito como "Constituição".

Espécies:
O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide basicamente em 2:
originário e derivado.
Veja, originário vem de “origem” (simples não?!). Assim, o poder originário é o
que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a toda a ordenação estatal,
constituindo o Estado e, dessa forma, fazendo surgir a Constituição. Ele pode
também ser chamado de poder constituinte de primeiro grau.

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O poder derivado é o que “deriva” do inicial, ele é criado pelo poder constituinte
originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que foram anteriormente
estabelecidas ou estabelecendo coisas que não foram inicialmente previstas, é o
chamado poder constituinte de segundo grau.
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes constituintes (sempre
um único originário e o resto derivando dele):
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, um poder
político (organizador). Todos os outros são poderes jurídicos, pois foram
instituídos pelo originário, ou seja, já estão na ordem jurídica, enquanto o
originário é "pré-jurídico".
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas constitucionais.
Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de seu texto.
(CF, art. 60).
3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para se manifestar
5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir. Seu objetivo
era restabelecer uma possível instabilidade política causada pela nova
Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O poder , então,
manifestou-se em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão,
e após isso acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina.
O procedimento de revisão constitucional era um procedimento bem mais
simples que a reforma (vide CF, art. 3º ADCT).
4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem para
elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da autonomia estatal
chamada de "auto-organização".

A criação pelos Municípios de suas "leis


orgânicas municipais" não é considerada como fruto deste poder
constituinte decorrente, já que a lei orgânica não possui aspecto formal de
constituição e sim de uma lei ordinária, embora materialmente seja
equiparada a uma Constituição. No entanto, alguns doutrinadores costumam
dizer que se trata de um "poder constituinte de terceiro grau".

5- Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder de se promover a


mutação constitucional. Mutação constitucional é a alteração do significado
das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz
através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder
Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da
Constituição. Informal porque não altera a “forma”, ou seja, a estrutura do
texto, mas somente a sua interpretação.

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Poder Constituinte Originário X Derivado:


O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido
pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra “O que é o terceiro Estado?”
publicada pouco antes da Revolução Francesa. Assim, segundo o abade,
decorreria da soberania que a nação possui para organizar o Estado. Decorrente
do pensamento de Sieyés, temos que o povo é o titular da soberania (poder
supremo que é exercido pelo Estado nos limites de um determinado território,
sem que se reconheça nenhum outro de igual ou maior força) e por consequência
disso, também será o titular do poder constituinte originário, que é a expressão
desta soberania.
Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder político, ele é
inicial, tem seu fundamento de validade anterior à ordem jurídica. Assim, ele é o
poder que organiza o Estado. Quando se faz uso do poder constituinte originário
está se organizando o Estado e assim criando a ordem jurídica. Dentro desta
ordem jurídica estará também instituindo-se os demais poderes constituintes
(revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão chamados de
poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e retiram o seu fundamento
diretamente da ordem jurídica instituída. Tais poderes não são mais poderes
iniciais, mas sim derivados.
Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da Constituição.
Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO nos limites do texto
constitucional. Na CF brasileira, os encontramos nos seguintes dispositivos:
Reformador - CF, art. 60;
Revisor - CF, ADCT, art. 3º;
Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11.
Difuso – Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente dela,
reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder que os órgãos
políticos possuem de direcionar o Estado, interpretando a Constituição.
Para sintetizar, memorize o gráfico abaixo:

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Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário:


O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode ser
considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um
novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo
instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente).
Embora entenda-se que o poder constituinte tem o povo como seu titular, e é na
vontade desse povo que se deve instituir a nova ordem, muitas vezes esse poder
é usurpado pelo governante. Na história, então, vemos que este poder tem sido
manifestado das seguintes formas:
 Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte - Reunião de
legitimados pelo povo para que se elabore um texto constitucional.
 Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até então
vigente, para que se institua uma nova ordem constitucional.
 Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova Constituição
(ou Carta Constitucional) de observância obrigatória para o povo, sem que
este se manifeste.
 Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a Constituição
ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional através de um
referendo. Desta forma, não obstante ser um Constituição outorgada,
temos a participação popular para que entre em vigor.

Titular do Poder X Exercente do Poder:

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É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, achando que


por ser a Assembleia Nacional Constituinte a reunião de legitimados, ela tomaria
para si a titularidade.
O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, poder para
organizar o Estado. A Assembleia Nacional Constituinte é apenas o exercente
deste poder do povo, que é permanente, não se esgotando com a feitura da
Constituição. Já que se o povo perceber que aquela ordem constitucional não é
mais válida para seus anseios, poderá dissolvê-la e instituir uma nova.

Até a Idade Média, prevalecia a teoria da


soberania divina, em que o poder soberano pertencia a Deus (omnis
potestas a Deo). Com a revolução francesa, que trouxe a teoria da
soberania nacional, a soberania e a titularidade do poder constituinte,
passou a ser atribuída à nação. Entretanto, com o amadurecimento do
processo democrático, a titularidade do poder constituinte e, por
consequência, a soberania passaram a pertencer ao povo. Nasceu, assim,
a teoria da soberania popular, que perdura até os dias atuais.

Poder Constituinte Supranacional:


Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do poder
constituinte supranacional, aquele que transcenderia às fronteiras de um Estado.
Ele ocorreria na medida em que se criaria uma Constituição única para ordenar
politicamente e juridicamente diversos Estados, como se tentou, sem sucesso,
na União Europeia.

Características do PCO e suas definições:


1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui todos os outros
poderes;
2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento jurídico;
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação
material ao seu exercício (é o que diz a corrente positivista adotada pelo
Brasil).
Uma parte da doutrina que resgata o pensamento "jusnaturalista" diz que o
PCO deve ser limitado pelos direitos humanos supranacionais. Porém, para fins
de concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione
expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota
majoritariamente a corrente positivista.

Apesar dessa inexistência de limitações


defendida pela corrente positivista, existe historicamente nas
Constituições (de países democráticos) um respeito dos princípios

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básicos como o da dignidade da pessoa humana e da justiça. A


diferença é que para os jusnaturalistas esse respeito seria uma
obrigação instransponível, enquanto para os positivistas seria apenas
um bom senso, um respeito aos direitos conquistados, e decorrência
lógica dos regimes que se pretendem instituir.

4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder.


5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal pré-
estabelecido para que ele se manifeste.
6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu exercício.

Cada característica possui a sua exclusiva


definição. Não se pode definir a uma certa característica usando a
definição de outra.

Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é ilimitado, pois não se
sujeira a nenhum procedimento pré-estabelecido de manifestação". É errado pois
definiu "ilimitado" com o conceito de "incondicionado". Isso é muito comum em
concursos.

Características dos Poderes Derivados (em especial o reformador) e suas


definições
1- Poder Jurídico - Pois foi instituído pelo PCO dentro da ordem jurídica.
2- Derivado – Pois não é o inicial, e sim deriva do PCO.
3- Condicionado - Pois sua manifestação se condiciona ao rito estabelecido
pelo art. 60
4- Limitado - Deve respeitar os limites impostos pela Constituição.

Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário:


1- Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior.
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição
revoga completamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma,
não é aceito no Brasil a chamada "teoria da desconstitucionalização". A teoria da
desconstitucionalização defende que as normas constitucionais anteriores, que
não fossem conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição,
continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis
ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da desconstitucionalização" só
deverá ser marcada como correta no concurso caso se fale em "doutrina
minoritária".

2- Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível


materialmente.
Essa é a chamada teoria da recepção. Agora, não estamos falando mais de
normas constitucionais e sim daquelas leis com status inferior à Constituição.

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Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem compatíveis em seu
conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e continuarão a viger,
independente de sua forma. É uma face do princípio da conservação das normas
e da economia legislativa.
Ratificamos que para que ocorra a recepção basta analisar seu conteúdo material,
pouco importando a forma. Por exemplo, o CTN (lei nº 5.172/66) criado como lei
ordinária em 1966 sob a vigência da CF de 1946 vigora até os dias de hoje, mas
com status de lei complementar, que é a forma exigida para o tratamento da
matéria tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos neste
caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo contraria o disposto na
CF/88 e assim está revogada, vigorando apenas uma parte que não é conflitante
com a Constituição. Assim, a recepção parcial é perfeitamente válida.
Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o fato
que só podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no momento do
advento da nova constituição, assim, normas anteriores já revogadas, anuladas,
ou ainda em vacatio legis (período normalmente de 45 dias entre a publicação da
lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser recepcionadas.
As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Não há
o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que uma norma seja
considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum problema, algum
vício. Assim, não existe no Brasil a tese da "inconstitucionalidade superveniente",
ou seja, uma lei para ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela
não nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante
sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada.

CF que permite Nova CF que proíbe a


matéria "A" matéria "A"

Lei que trata da


matéria "A"
Revogação - não se pode falar em
inconstitucionalidade superveniente.
Para ser inconstitucional tem que
fazer a averiguação da
compatibilidade em face da CF do
momento que foi criada.

3- Produção de efeitos com retroatividade mínima.


Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei é irretroativa, ou seja, será
aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior à entrada em
vigor.

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Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são dotadas de


retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma retroatividade mínima, já
que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos passados. A doutrina
divide os efeitos da retroatividade das normas, geralmente em 3 modos:
 Máxima – Quando atinge inclusive os fatos passados já consolidados. Ex.
As prestações que já venceram e que já foram pagas.
 Média – Quando atinge os fatos passados, mas apenas se estes estiverem
pendentes de consolidação. Ex. As prestações já vencidas mas que não
foram pagas.
 Mínima – Quando não atinge os fatos passados, mas apenas os efeitos
futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. Essa é a teoria adotada
no Brasil. Ex. As prestações que ainda irão vencer.

Importante salientar que: esta é a regra que


acontece caso a Constituição não diga nada a respeito. Já que, como o
PCO é um poder ilimitado, ele poderá inclusive retroagir completamente,
desde que faça isso de forma expressa no texto.

Para explicar e exemplificar essa produção de efeitos:

Existem basicamente 2 coisas: retroatividade e irretroatividade.

Irretroatividade significa que não alcança nada que veio do passado. É


irretroativo, não retroage nada, vale somente daqui pra frente, e somente para
o que for acontecer daqui pra frente.

Retroatividade significa que, de alguma forma, pegaremos algo que está no


passado, ou que veio do passado.

Esse "passado", por sua vez, está dividido em 3 coisas (imagine um contrato de
compra de algo, com pagãmente feito em parcelamentos):
1- Temos vários fatos que já se consumaram (a assinatura do contrato e as
parcelas que venceram no passado, já foram pagas, e acabou!).
2- Aqueles fatos que ainda não se consumaram (parcelas que venceram no
passado, mas ainda não foram pagas, logo ainda não se consumaram).
3- Os efeitos futuros dos fatos passados (as parcelas que ainda nem venceram,
vão vencer, mas são decorrentes desse contrato firmado no passado).
Se a nova norma alcançar o caso 1 é será retroatividade máxima, o caso 2 é
média e o 3 é mínima.

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Os 3 casos dizem respeito a algo no passado, nem que tenha sido um contrato
firmado, pendente do pagamento de parcelas.
Se estivéssemos diante de uma irretroatividade, o simples fato de esse contrato
ter sido firmado no passado, já o deixaria livre de sofrer qualquer modificação,
seja no seu teor ou seja nas parcelas decorrentes dele.
Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de efeitos com
retroatividade mínima é a “vedação da vinculação ao salário mínimo” – CF, art.
7º, IV.
Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de pensões e
benefícios em geral a certo número de salários mínimos. Assim, no momento da
vigência da norma constitucional, era necessário modificar a maneira de calculá-
las, pois a norma é de aplicação imediata. No entanto, essa nova maneira de
calcular o benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos que já foram
pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos mas não foram. Vai
valer somente para os próximos proventos.
Veja que não podemos confundir isso com “irretroatividade”, pois estamos
falando de um benefício que tem o seu início no passado e será atingido pela
nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os novos vencimentos continuariam
sendo pagos com a vinculação anterior estabelecida em número de salários
mínimos e não é isso que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente em
seus “efeitos futuros”.

Reforma Constitucional:
Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está
condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver quais são
as condições e limitações ao seu exercício:
Iniciativa da Emenda A Constituição poderá ser
Constitucional de Reforma (CF, emendada mediante proposta:
art. 60) 1. De pelo menos 1/3 dos
Deputados ou Senadores;
2. Do Presidente da
República;
3. De mais da metade das
Assembleias Legislativas das
unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de
seus membros.
Obs. Maioria relativa = maioria
simples (mais da metade dos
votos dos presentes);

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Limitação circunstancial A Constituição não poderá ser


emendada na vigência de
(CF, art. 60 §1º)
intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio.
Limitação Procedimental A proposta será discutida e votada
em cada Casa do Congresso
(CF, art. 60 §2º)
Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, 3/5 dos
votos dos respectivos membros.
Promulgação A emenda à Constituição será
promulgada pelas Mesas da
(CF, art. 60 §3º)
Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.
Limitação Material Expressa Não será objeto de deliberação a
(Cláusulas Pétreas Expressas) proposta de emenda tendente a
abolir:
(CF, art. 60 §4º)
1. a forma federativa de
Estado;
2. o voto direto, secreto,
universal e periódico;
3. a separação dos Poderes;
4. os direitos e garantias
individuais.
Obs. Entende-se que não se pode
sequer reduzir o alcance destas
matérias, mas observe que elas
não são imutáveis, pois poderá
ser mexido no caso de aumentar o
poder de alcance delas.
Obs2. Voto obrigatório não é
cláusula pétrea, apenas o fato de
ser direto, secreto, universal e
periódico.
Limitação Material Implícita 1. o povo como titular do
(Cláusulas Pétreas Implícitas) poder constituinte;
(Reconhecidas pela doutrina e 2. o poder igualitário do
jurisprudência) voto.

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3. o próprio art. 60 (que


estabelece os procedimentos
de reforma);
Princípio da irrepetibilidade A matéria constante de proposta
(Limitação Formal) de emenda rejeitada ou havida
por prejudicada não pode ser
(CF, art. 60 §5º)
objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
Obs2. Não confunda sessão
legislativa (anual) com legislatura
(período de 4 anos).
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre
quando somente depois de
decorrido certo lapso temporal a
Constituição poderá ser
reformada.
A CF/88 não estabeleceu
nenhuma limitação temporal,
mas, tal limitação pode ser
encontrada em Constituições de
outros países.

Demais considerações:
 Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição de 1988
como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas um princípio sensível,
aquele que se não for respeitado ensejará uma “intervenção federal”. O
entendimento sobre isso não é unânime, algumas doutrinas reconhecem a
forma republicana como cláusula pétrea implícita, devido à proteção dada ao
“voto periódico”, típico dos governos republicanos. Em concursos, se não
houver abertura na questão para os pensamentos doutrinários, deve-se
indicar que a república não é uma cláusula pétrea.
 Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e garantias
individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5º da CF, estando espalhados
ao longo dela.
 Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é o que
chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é vedado que o
legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as matérias
gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda extinguindo as
cláusulas. Alguns entendem que essa vedação de modificação do art. 60
seria absoluta, não podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando,
nem dificultando o processo.

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Revisão Constitucional:
CF, ADCT, art. 3º →A revisão constitucional será realizada após 5 anos,
contados da data de promulgação da CF, pelo voto da maioria absoluta
dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral.
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, mas, percebe-
se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria absoluta em
sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 turnos, nas duas
Casas), porém, após o uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não
podendo mais ser utilizado e nem se pode por EC criar outro similar.

Mutação Constitucional:
É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do significado
das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz
através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário.
Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da Constituição. É
fruto do Poder Constituinte Derivado Difuso.
Diz-se que a alteração é "informal" pois não altera a "forma" como a norma está
escrita. O dispositivo constitucional continua lá, igualzinho, o que se muda é
apenas a forma de interpretá-lo. Exemplo:
CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade(...).

Veja que o dispositivo acima diz o termo “residente”, assim, em uma leitura
"seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro que decidisse fixar
o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às inviolabilidades ali previstas. Certo?
Porém, o STF decidiu que deve ser entendido como "todo estrangeiro que estiver
em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito". Assim
o estrangeiro em trânsito também estará amparado pelos direitos individuais.
Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o dispositivo
continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma interpretação
expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles direitos.

A maioria dos Ministros do STF não admitem a


mutação constitucional, conforme decidido no julgamento da Rcl
4335/AC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgada em 20/3/2014.

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Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte Derivado


Decorrente:
O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo da auto-
organização estadual. Este poder como sabemos não é ilimitado, precisa observar
certos princípios (que serão visto em pormenores posteriormente). São eles:
 Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da
Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a intervenção
federal.
 Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles
princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais
entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, dos
orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos. São também chamados
de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da federação, de
forma comum.

Simetria federativa seria "espelhar" em cada


esfera da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)
aqueles princípios básicos, que podem ser estendidos. Por exemplo:
Aquilo que cabe ao Presidente da República em âmbito federal, caberá
ao Governador no âmbito estadual, e ao Prefeito no âmbito municipal
(observados, obviamente, certas peculiaridades e limites).

 Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou


implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder
constituinte do Estado-membro.

 Questões da FCC

25. (FCC/Defensor- DPE- MA/2015) No âmbito da teoria do poder


constituinte, considera-se que o poder de aprovar emendas às constituições
estaduais
(a) cabe ser definido no âmbito das Constituições Estaduais, constituindo o único
instrumento pelo qual se admite promover modificações no regime constitucional
estadual em vigor.
(b) configura exercício de poder constituinte decorrente de segundo grau, pois
deve observar, como regra geral, as limitações materiais impostas ao poder
constituinte decorrente inicial, além daquelas estatuídas pela própria Constituição
Estadual.
(c) sujeita-se apenas a limites formais e circunstanciais.

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(d) fica sujeito, em virtude do princípio da simetria, apenas às limitações formais


e materiais impostas ao poder de reforma da Constituição Federal.
(e) não configura exercício de poder constituinte derivado ou instituído.
Comentários:
O poder de aprovar emendas nas constituições estaduais é o derivado decorrente,
também chamado de segundo grau, pois não é originário. O poder de reforma
estadual encontra limites na Constituição da República e na Constituição
estadual. Desta forma, emenda à Constituição do Estado-membro não poderá
ofender direitos fundamentais (art. 60, § 4.º, IV, CR) nem alterar o tempo de
mandato do governador (art. 28 da CR).
Gabarito: Letra B.

26. (FCC/Conselheiro- TCE-CE/2015) Sobre o poder constituinte, é correto


afirmar:
(a) Sua titularidade se deposita sobre a nação de um Estado.
(b) Pode ser caracterizado como uma energia ou força social com natureza pré-
jurídica que, a partir da sua manifestação, inaugura uma ordem jurídica, não
admitindo que qualquer lei ou constituição que lhe preceda continue a produzir
efeitos.
(c) Admite-se que a Constituição originária, que decorre dos trabalhos do poder
constituinte originário, tenha suas normas declaradas inconstitucionais em função
de violação da Constituição anterior.
(d) No caso brasileiro, a partir da sua manifestação na modalidade originária, que
não encontra na ordem jurídica anterior qualquer controle, inaugura-se uma nova
ordem jurídica, para a qual o relacionamento com a ordem anterior pode ser
regulado mediante o conceito de recepção.
(e) O poder constituinte derivado reformador, que elabora as constituições
estaduais nos estados federais, tem as mesmas características do poder
constituinte originário, exceto a desvinculação constitucional da ordem jurídica
anterior.
Comentários:
Letra A. Errado. A titularidade do poder constituinte pertence ao povo.
Destacando que o exercício, ou seja, o desempenho da função constituinte, por
vezes, é atribuída a representantes do povo, como ocorreu com a Assembleia
Nacional Constituinte, que elaborou a Constituição de 1988.
Letra B. Errado. Esse treco está correto “Pode ser caracterizado como uma
energia ou força social com natureza pré-jurídica que, a partir da sua
manifestação, inaugura uma ordem jurídica” o erro está em afirmar que não
admite a legislação do ordenamento anterior, o que é equivocado.
Letra C. Errado, as normas da constituição originária são ilimitadas juridicamente,
Bnão sendo passível de nenhum controle em relação à constituição anterior.

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Letra D. Correto. A CF 88 não se vinculou as normas da constituição de 1967.


Letra E. Errado. Quem elabora as normas das constituições estaduais é o poder
constituinte derivado decorrente. Esta espécie de poder constituinte também
encontra limites no próprio texto da Constituição da República.
Gabarito: Letra D.

27. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder Constituinte,


é INCORRETO afirmar:
a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado,
organizando-o e criando os poderes que o regerão.
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, seja ela a
primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição
posterior.
c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é
ilimitado, subordinado e condicionado.
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia
políticoadministrativa e respeitando as regras estabelecidas na Constituição
Federal, auto organizam-se por meio de suas constituições estaduais estão
exercitando o chamado Poder Constituinte derivado decorrente.
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo,
que, entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder.
Comentários:
Letra A – Correto. Genuíno está como sinônimo de “originário”. É o poder inicial,
criador.
Letra B – Correto. Sempre que se criar uma Constituição há manifestação de
poder constituinte. Segundo a doutrina o poder constituinte pode ser considerado
histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um novo Estado)
ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo instituir uma
nova ordem política e jurídica em um Estado já existente).
Letra C – Errado. O PCD é realmente subordinado e condicionado, porém ele é
“limitado” e não “ilimitado” como diz a assertiva.
Letra D – Correto. O PCD decorrente é o Poder que os Estados possuem para se
auto organizarem, criando suas constituições.
Letra E – Correto. A titularidade do Poder não se confunde com o exercício do
Poder. O Povo é o titular do Poder, porém, que o exerce é a Assembleia
Constituinte que elabora uma Constituição tendo como finalidade os anseios do
Povo.
Gabarito: Letra C.

28. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é subdivido


em:

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a) inicial e incondicionado.
b) inicial e ilimitado.
c) autônomo e incondicionado.
d) reformador e decorrente.
e) autônomo e ilimitado.
Comentários:
Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado pede
"subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra D, traz espécies
de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem características... daí ser muito
importante atentar ao enunciado.
Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões, todas as letras
(A, B, C e E) erram, já que elencam características do PCO e não do PCD.
Gabarito: Letra D.

29. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário caracteriza-se


por ser:
a) autônomo e condicionado.
b) reformador e decorrente.
c) condicionado e decorrente.
d) inicial, ilimitado e reformador.
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
Comentários:
E aí, pessoal? tá fácil ou não?
Letra A - Errada. Ele é incondicionado.
Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD.
Letra C - Vou nem comentar.
Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do Derivado
(PCD).
Letra E - Agora sim...
Gabarito: Letra E.

30. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a seguir a


respeito do Poder Constituinte:
I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte classifica-se
em originário e derivado.

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II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às regras


procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição.
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado.
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder Constituinte derivado.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) IV.
Comentários:
I - Correto. Exatamente o que vimos.
II - Errado. O PCO é um poder INCONDICIONADO, não fica preso a regras
procedimentais de manifestação.
III - Errado. Pelo contrário, ele é limitado, já que não pode tratar de certas
matérias.
IV - Correto. Agora sim, as emendas constitucionais são fruto do chamado Poder
Constituinte Derivado Reformador.
Gabarito: Letra A.

31. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder Constituinte


Originário, é INCORRETO afirmar que
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional vigente,
sob pena de inconstitucionalidade.
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento
determinado para realizar sua obra de constitucionalização.
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada
para manifestar sua vontade.
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem jurídica.
Comentários:
Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e
incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos da
Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo, anterior a ela.
Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao "procedimento formal
de manifestação", ou seja, a inexistência de forma, ou rito, pré-estabelecido para
se manifestar.

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Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro poder anterior
a ele.
Letra D - É ilimitado pois não possui barreiras materiais, pode tratar de qualquer
matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo pois não deriva nem se submete
a nenhum outro poder. Por fim, ele é incondicionado pelo fato de que o
procedimento para se manifestar é livre, não há qualquer rito pré-estabelecido
para a sua manifestação.
Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte originário é pelo
fato de que ele dá início ao novo ordenamento jurídico e faz isso através da
Constituição: a base da ordem jurídica.
Gabarito: Letra A.

32. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder constituinte


decorrente é próprio das federações (Certo/Errado).
Comentários:
A afirmação é correta, pois trata-se do poder que os Estados-membros possuem
para se auto organizarem.
Gabarito: Correto.

33. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que diz respeito


ao Poder constituinte, é correto afirmar que
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas de
expressão desse Poder.
b) as Assembleias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou a
nação é seu exercente.
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do
povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.
d) as Assembleias Constituintes confundem-se com o processo de outorga que
estabelece a Constituição, por declaração bilateral.
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o
Executivo, auxiliados pelo Judiciário.
Comentários:
Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do PCO.
Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a assembleia é mero
exercente do Poder, e faz esse exercício em nome do povo.
Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram essa...! Não
foi?
Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou melhor da
"Carta"!

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Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa era pra
todo mundo rabiscar logo de cara.
Gabarito: Letra C.

34. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte denominado


originário pode se manifestar por meio de emendas pontuais ou mediante ampla
revisão da Constituição preexistente (Certo/Errado).
Comentários:
Neste caso será um poder derivado. O poder originário é o que dá início ao
ordenamento, todos os que vierem para reformá-lo ou revê-lo serão poderes
derivados.
Gabarito: Errado.

35. (FCC/Defensor Público- SP/ 2007) Em relação ao poder constituinte


originário, pode-se afirmar:
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política,
filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira
derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e
garantias fundamentais.
b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num poder
natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e decorrentes da
natureza humana e da própria de justiça da comunidade.
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, tendo
como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que alguns
meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado "A Essência
da Constituição".
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, onde o
texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos contidos na
norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen.
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas como
por exemplo as pressões econômicas, sociais e de grupos particulares, mas
fundará sua legitimidade numa pauta advinda da de direito da comunidade e de
sua tradição cultural.
Comentários:
PÁRA TUDO!!!
Mandamento nº 1 do concurseiro no dia da prova: Não se desespere!!! Você
é seu maior inimigo. Se alguém pode fazer com que você não se classifique no
concurso, esse alguém é você mesmo, ou melhor, o seu nervosismo... então
CALMA!!! CONCENTRAÇÃO e FRIEZA!

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Quando pegarem a prova, fale para si: eu sei TUDO que está aqui... e pelo menos
em Constitucional eu sei que saberão, pois estou aqui trabalhando para isso, para
levá-los ao 11... ops.. ao 10!
Letra A - Errado. Fala um monte de baboseira, mas na verdade só importa uma
coisa: não se pode dizer que o PCO dispõe de maneira “derivada”, pois ele é o
inicial, originário na ordem jurídica.
Letra B - Errado. Poder natural = naturalismo, são os "rivais" do positivistas. Para
os positivistas, que pregam somente a força da norma que está instituída, não
há o que se falar em fundamentos de direito natural. Esse direito natural, de
caráter supranacional, que estaria limitando a ordem jurídica é pregado pelos
jusnaturalistas e ignorado pelos positivistas.
Letra C - Errado. A questão estava quase perfeita, porém, a obra de Siéyès foi
“O que é o terceiro Estado?”. “A Essência da Constituição” foi a obra de Ferdinand
Lassale que pregava a Constituição como sendo um fato social, sendo definida
pelas forças dominantes da sociedade.
Letra D - Errado. Estas disposições se referem ao Poder Constituinte Derivado e
não ao originário.
Letra E - Correto. Muito cuidado! A assertiva não fala em limitações, mas em
"implicações", ou seja, influências, e isso realmente ocorre. Mas, embora uma
Constituição possa sofrer influência e pressões políticas e econômicas das forças
dominantes da sociedade, é o povo que a legitimará, devendo então prever os
preceitos que irão reger o convívio em sociedade e levar em consideração as
tradições e culturas presentes no Estado. Correta a questão.

36. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada) Considerando que o


Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-Lei,
não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, embora o
referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto material,
como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei ordinária", ocorreu o
fenômeno caracterizado como desconstitucionalização (Certo/Errado).
Comentários:
Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito brasileiro,
já que o advento de uma nova Constituição promove a revogação de todas as
normas de natureza constitucional da Constituição anterior, não havendo o que
se falar em “rebaixamento de status” de normas anteriores através de
desconstitucionalização. O que se aproveita são unicamente as normas que não
possuem status constitucionais que, se compatíveis materialmente, continuarão
válidas pela chamada teoria da recepção.
Gabarito: Errado.

37. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder Constituinte


Reformador:

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a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas Constitucionais,


cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional em dois
turnos, pelo voto de três quintos dos respectivos Membros e, posteriormente,
sancionado pelo Presidente da República.
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras
Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades federativas,
desde que respeitada a Constituição Federal.
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a
exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso Nacional,
em sessão unicameral.
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição expressa
da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de referendo.
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição Federal
ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa.
Comentários:
Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda constitucional.
Após a sua aprovação ela será promulgada pelas Mesas das Casas Legislativas
do Congresso Nacional.
Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o "Decorrente"
e não o "Reformador".
Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional" e não da
"reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a revisão constitucional era
feita em turno único e não em "dupla votação".
Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso.
Letra E - Correta. As limitações circunstanciais estão no §1º do art. 60, quando
diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
Gabarito: Letra E.

 Questões do CESPE:

38. (CESPE/ AJAJ- TRT-8ª/ 2016-Adaptada) O titular do poder constituinte


é aquele que, em nome do povo, promove a instituição de um novo regime
constitucional ou promove a sua alteração.
Comentários:
Errado, estes são os representantes do poder constituinte, cuja titularidade
pertence ao povo, de acordo com a teoria da soberania popular.
Gabarito: Errado.

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39. (CESPE/ AJAJ- TRT-8ª/ 2016-Adaptada) Embora seja, em regra,


ilimitado, o poder constituinte originário pode sofrer limitações em decorrência
de ordem supranacional, sendo inadmissível, por exemplo, uma nova
Constituição que desrespeite as normas internacionais de direitos humanos.
Comentários:
No tocante ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista,
de modo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-
jurídica. Porém, para parte da doutrina, com base nas lições de Jorge Miranda,
entende que a concepção positivista de que o Poder Constituinte Originário
estaria livre para fixar qualquer conteúdo no texto constitucional está superada,
pois entendem que, fora do direito positivo interno, de limitações materiais a
serem observadas, sob pena de ser considerado ilegítimo, segundo o mencionado
autor português, as três categorias de limites materiais possíveis seriam os :
transcendentes, imanentes e heterônomos.
Gabarito: Errado.

40. (CESPE/ AJAJ- TRT-8ª/ 2016-Adaptada) O poder constituinte derivado


reformador efetiva-se por emenda constitucional, de acordo com os
procedimentos e limitações previstos na CF, sendo passível de controle de
constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Comentários:
Correto, de fato o poder de reforma age por meio de emenda à constituição,
sendo as propostas de emendas sujeita ao controle de constitucionalidade.
Gabarito: Correto.

41. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Com o advento de


uma nova ordem constitucional, é possível que dispositivos da constituição
anterior permaneçam em vigor com o status de leis infraconstitucionais, desde
que haja norma constitucional expressa nesse sentido.
Comentários:
Em regra, todas as normas da constituição anterior são revogadas pela nova
constituição, no entanto, havendo expressa previsão, as normas constitucionais
revogadas podem ser recepcionadas com status de lei. Segundo a doutrina, tem-
se aí o fenômeno da desconstitucionalização, que é exatamente a admissão
da ordem constitucional anterior como norma infraconstitucional naquilo que for
materialmente compatível. Isto é, a Constituição anterior continua valendo, total
ou parcialmente, porém com status hierárquico menor, passando a ter hierarquia
de lei ordinária.
Gabarito: Correto.

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42. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Segundo a


doutrina, os procedimentos de reforma constitucional classificam-se em emenda
e revisão, não tendo este último sido aceito pela Constituição Federal de 1988
(CF).
Comentários:
Errado, o art. 3° do ADCT da CR-88, diz que a revisão constitucional será
realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto
da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
Gabarito: Errado.

43. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) O titular do poder


constituinte é o povo, que, no Brasil, engloba tanto os brasileiros natos quanto
os naturalizados.
Comentários:
De fato, segundo a doutrina majoritária sustenta que a titularidade deste poder
reside sempre na soberania do povo (resposta democrática). Em sua obra
clássica Qu’est-ce que le Tiers État?, Joseph SIEYÈS sustenta que o
reconhecimento da vontade comum na opinião da maioria é uma máxima
incontestável. Por fim, conceitualmente, povo engloba tanto os brasileiros natos
quanto os naturalizados.
Gabarito: Correto.

44. (CESPE/ Outorga de Delegações- TJ-SE/ 2014) A CF possui cláusulas


pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma constitucional que
não estão expressamente indicadas em seu texto.
Comentários:
Coreto, a Constituição traz várias hipóteses de cláusulas pétreas implícitas, tais
como: a titularidade do poder constituinte (art. 1.º, parágrafo único), o
procedimento de emenda constitucional (art. 60, I, II, III, §§ 2.º, 3.º e 5.º), a
forma republicana e o sistema presidencialista de governo (na medida em que o
povo referendou a escolha dos representantes – art. 2.º do ADCT) e o art. 60, §
4.º.
Gabarito: Correto.

45. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que, por
emenda constitucional, tenha sido expressamente revogada a previsão do voto
direto, secreto, universal e periódico como cláusula pétrea e que, em seguida,
nova emenda tenha estabelecido o voto censitário e aberto. Nessa situação, as
mudanças efetivadas, apesar de questionáveis socialmente, estão de acordo com
o ordenamento constitucional brasileiro vigente.

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Comentários:
Errado, segundo o §4/ do art. 60 da CF, § 4º Não será objeto de deliberação a
proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o
voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
Gabarito: Errado.

46. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que lei
editada sob a égide de determinada Constituição apresentasse
inconstitucionalidade formal, apesar de nunca de ter sido declarada
inconstitucional. Nessa situação, com o advento de nova ordem constitucional, a
referida lei não poderá ser recepcionada pela nova constituição, ainda que lhe
seja materialmente compatível, dado o vício insanável de inconstitucionalidade.
Comentários:
Grave bem uma coisa, a inconstitucionalidade é insanável, de forma que, se
houver vício de inconstitucionalidade formal ou material da lei pré-constitucional
diante da Constituição anterior, não poderá haver recepção, é o princípio da
contemporaneidade, que informa que a lei deve ser constitucional à época em
que foi editada.
Gabarito: Correto.

47. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Suponha que uma
lei infraconstitucional tenha sido revogada pelo advento de uma nova ordem
constitucional, por ser com ela incompatível. Nessa situação, com a entrada em
vigor de uma terceira ordem constitucional, ainda que seja compatível com ela,
a referida lei infraconstitucional não poderá ser restaurada, salvo se houver
disposição constitucional expressa nesse sentido.
Comentários:
Correto, se uma lei foi não foi recepcionada por uma constituição, revogada esta
mesma constituição, pelo princípio da contemporaneidade, esta lei, a princípio
não pode ser recepcionada por uma nova constituição.
Gabarito: Correto.

48. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Poder constituinte


revolucionário é aquele responsável pelo surgimento da primeira Constituição de
um Estado.
Comentários:
Errado. O poder constituinte originário pode ser subdividido em histórico (ou
fundacional) e revolucionário. Histórico seria o verdadeiro poder
constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o Estado.

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Revolucionário seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo


com a ordem estabelecida e instaurando um novo Estado, logo ele não é
responsável pela primeira Constituição.

49. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Os princípios


constitucionais extensíveis consagram normas organizatórias para a União que
se estendem aos estados, seja por previsão constitucional expressa ou implícita.
Comentários:
Correto. Exatamente isso.

50. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder constituinte


derivado caracteriza-se por ser um poder instituído, ilimitado e incondicionado
juridicamente.
Comentários:
Errado. O PCD se caracteriza por ser jurídico, e não político; derivado, porque
não é originário; condicionado juridicamente, pois sua manifestação se
condiciona ao rito estabelecido na Constituição e limitado, pois deve observar
os limites estabelecidos na Constituição.
Gabarito: Errado.

51. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder constituinte


decorrente é aquele encarregado da alteração do texto constitucional.
Comentários:
Errado, o poder constituinte decorrente tem a função de estruturar as
constituições dos estados membros. As características da questão se referem ao
PCD reformador.
Gabarito: Errado.

52. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) A recepção material de normas


constitucionais pretéritas é admitida pelo direito constitucional brasileiro,
inclusive de forma tácita.
Comentários:
Não se pode falar em recepção de normas “constitucionais”, apenas de normas
infraconstitucionais, já que, com o advento de uma nova Constituição, todas as
normas de status constitucional pretéritas ficam revogadas.
Gabarito: Errado.

53. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) Com o advento de uma nova


Constituição, toda a legislação infraconstitucional anterior torna-se inválida.

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Comentários:
Isso é o que acontece com a legislação “constitucional”. A legislação
infraconstitucional só será revogada caso seja materialmente incompatível, caso
contrário ela não fica revogada, mas é recepcionada pela nova ordem.
Gabarito: Errado.

54. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O voto direto, secreto, universal e


periódico é considerado cláusula pétrea da CF.

Comentários:

É a previsão do art. 60, § 4º da CF, que traz as cláusulas pétreas expressas, in


verbis; “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
II - o voto direto, secreto, universal e periódico”.

Gabarito: Correto.

55. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O poder constituinte originário é inicial,


incondicionado, mas limitado aos princípios da ordem constitucional anterior.
Comentários:
O PCO é considerado inicial, ilimitado e incondicionado.
Gabarito: Errado.

56. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é autônomo e tem


natureza préjurídica.
Comentários:
Isso aí, é originário pois dá origem a todos os outros e trata-se de um poder
político, é préjurídico pois é o próprio instituidor da ordem jurídica.
Gabarito: Correto.

57. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor não está


vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um poder condicionado.
Comentários:
O Poder Constituinte Originário é o instituidor de todos os demais poderes da
ordem jurídica, inclusive o revisor que, por este motivo, tem em seu nome a
palavra "derivado", pois deriva do originário, sendo a ele condicionado, devendo
respeitar todos os procedimentos estabelecidos.
Gabarito: Errado.

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58. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às assembleias


legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder constituinte derivado
decorrente.
Comentários:
Expressamente, a Constituição atribuiu somente às Assembleias Legislativas
Estaduais tal poder, fez isso, principalmente no ADCT, art. 11, quando dispôs:
"Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a
Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta".
Já as Câmaras Municipais não foram mencionadas pela CF ao falar de Poder
Constituinte Decorrente, sendo que alguns doutrinadores sequer consideram os
municípios possuidores de Poder Constituinte, já que não possuem constituições
formais.
Gabarito: Errado.

59. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As denominadas


limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão exaustivamente
previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).
Comentários:
Existem também outras limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão
implícitas, a par daquelas dispostas na CF. Assim, não é um rol exaustivo. Como
exemplo, podemos citar:
 o povo como titular do poder constituinte;
 o poder igualitário do voto.
 o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);
Gabarito: Errado.

60. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não pode criar


cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos
fundamentais criado pelo poder constituinte originário.
Comentários:
Isso aí... ele não pode criar cláusulas pétreas pelo fato do art. 60 da Constituição
ser uma cláusula pétrea implícita, sendo vedado que seja modificado a fim de
tornar a reforma constitucional mais fácil ou mais difícil. O catálogo de direitos
fundamentais possui várias cláusulas pétreas como por exemplo o art. 5º e o
voto direto, secreto, universal e periódico, embora nenhum desses temas
protegidos possam ser abolidos ou reduzidos, eles podem ser ampliados ou
fortalecidos.
Gabarito: Correto.

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61. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não admite a


denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao poder
de reforma exaustivamente enumeradas na CF.
Comentários:
Existem limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão implícitas, a par
daquelas dispostas na CF. Como exemplo:
 o povo como titular do poder constituinte;
 o poder igualitário do voto.
 o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);
Gabarito: Errado.

62. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma, assim como pelo


poder constituinte originário, podem ser inseridas normas no ADCT, admitindo-
se, em ambas as hipóteses, a incidência do controle de constitucionalidade.
Comentários:
O erro foi no finalzinho. Realmente está correto dizer que pelo poder constituinte
de reforma, assim como pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas
normas no ADCT. Porém, embora o Poder de Reforma possa sofrer controle de
constitucionalidade, isso é impossível em se tratando do Poder Originário, pois
este é ilimitado e incondicionado, não podendo sofrer de inconstitucionalidade, já
que é o próprio criador da Constituição.
Gabarito: Errado.

63. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) O poder constituinte


originário é autônomo e se esgota com a edição da nova constituição.
Comentários:
Trata-se de um poder permanente, não se esgota ao se editar a Constituição.
Gabarito: Errado.

64. (CESPE/Analista MPE-PI/2012) O poder constituinte originário,


responsável pela elaboração de uma nova Constituição, extingue-se com a
conclusão de sua obra.
Comentários:
Trata-se de um poder permanente, não se esgota ao se editar a Constituição.
Gabarito: Errado.

65. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder constituinte foi


esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por constitucionalistas franceses.

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O ponto fundamental dessa teoria é o de que ela só pode ser aplicada nos Estados
em que se adotam constituições não escritas e semirrígidas.
Comentários:
A teoria do Poder Constituinte realmente foi esboçada pelo Abade Emmanuel
Sieyès, porém, ela se dirigia essencialmente às constituições escritas e rígidas,
típicas do constitucionalismo francês. Como poderíamos vislumbrar um poder
constituinte reformador em uma constituição flexível? Não há como, pois nas
constituições flexíveis o poder de modificar a constituição é o simples poder de
se elaborar uma lei, um simples poder legislativo e não constituinte, já que não
há preocupação com a forma tratada, mas apenas com o conteúdo sobre o qual
versam as normas daquele Estado.
Gabarito: Errado.

66. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina, apesar de o


poder constituinte ser originário, a história revela experiências no sentido da
indispensabilidade de observância de certos princípios, como, por exemplo, o
princípio da dignidade da pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da
igualdade, quando da criação de uma nova constituição.
Comentários:
Para a corrente positivista, o poder constituinte é inicial e ilimitado, não se
reconhece limitações ao seu exercício. Apesar dessa inexistência de limitações,
existe historicamente nas Constituições um respeito dos princípios básicos como
o da dignidade da pessoa humana e da justiça notadamente como decorrência
lógica do regimes que se pretendem instituir.
Gabarito: Correto.

67. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte


supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições nacionais
ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico positivo interno
assim como do direito internacional.
Comentários:
Fruto de entendimentos recentes, o Poder Constituinte Supranacional, também
chamado de transnacional, ou global, se trata de um poder capaz de transcender
aos limites de um Estado, impondo-se sobre diversos Estados. É o que, sem
sucesso, se tentou realizar na União Europeia com a “constituição comum”.
Gabarito: Correto.

68. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser submetida


ao poder constituinte derivado.
Comentários:

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Não é isso não. Justamente por ser rígida, foi estabelecido um procedimento
especial de reforma de seu texto, que é o poder constituinte derivado reformador
encontrado no art. 60.
Gabarito: Errado.

69. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é aquele cuja


competência consiste em elaborar ou modificar as constituições dos estados-
membros da Federação.
Comentários:
Exato. O poder decorrente é aquele que pertence aos Estados da Federação para
que se "auto organizem".
Gabarito: Correto.

70. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-se quando é


editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e
ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade.
Comentários:
O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já que é o
poder político que o povo possui para organizar o Estado e essa titularidade não
se exaure no tempo.
Gabarito: Errado.

71. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte


originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é
considerado um poder permanente.
Comentários:
O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já que é o
poder político que o povo possui para organizar o Estado e essa titularidade não
se exaure no tempo.
Gabarito: Correto.

72. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder constituinte


originário é um poder inicial e incondicionado, que pode desconsiderar de maneira
absoluta o ordenamento constitucional preexistente, inclusive as cláusulas
pétreas.
Comentários:
Isso aí, com o exercício do PCO, tudo que era Constitucional anteriormente fica
revogado e nasce uma nova ordem jurídica, não se aproveita nada que tenha

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status constitucional, apenas as normas infraconstitucionais que forem


compatíveis é que serão recepcionadas.
Gabarito: Correto.

73. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com entendimento do


STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder
constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima.
Comentários:
Elas são dotadas de retroatividade mínima já que só retroagem para alcançar os
efeitos futuros dos casos passados.
Gabarito: Errado.

74. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria da


inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova
constituição e perante o novo dispositivo paradigma, nela inserido.
Comentários:
Neste caso estaríamos diante de uma revogação e não de uma
inconstitucionalidade superveniente. Esta não é aceita no Brasil, já que adota-se
a teoria da inconstitucionalidade congênita, ou seja, para a norma ser
inconstitucional ela deve nascer inconstitucional. Uma norma nunca se "torna"
inconstitucional ao longo do tempo.
Gabarito: Errado.

75. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são


analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova
constituição.
Comentários:
Para a recepção importa tão somente a compatibilidade material.
Gabarito: Errado.

76. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder constituinte


originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido poder
se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica.
Comentários:
Exato. É uma oposição à corrente jusnaturalista, que considerava que o poder
constituinte originário estaria limitado a um direito natural de existência pré-
constitucional. Esta corrente não foi adotada no Brasil que seguiu a doutrina
positivista.

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Gabarito: Correto.

77. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder constituinte


originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder
constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica.
Comentários:
A questão possui dois erros. O primeiro é que o Brasil adota a corrente positivista.
O segundo erro é que as características de "ilimitado" e natureza "pré-jurídica"
são também características delineadas pela corrente positivista, e não pela
jusnaturalista, segundo a qual o PCO estaria limitado por um direito de ordem
pré-constitucional, o direito natural, de status supranacional.
Gabarito: Errado.

78. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte


originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de ordem
formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não será objeto de
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado,
o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos
e garantias individuais.
Comentários:
Não, não... O art. 60 da Constituição traz diversas limitações materiais (cláusulas
pétreas), além de limitações formais (procedimentos) e circunstanciais
(momentos em que a CF não estará sujeita à reforma).
Gabarito: Errado.

79. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo critério jurídico-


formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se
adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas
constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam
mediante lei orgânica.
Comentários:
Segundo a doutrina, devido ao fato de a lei orgânica não se revestir na forma de
uma constituição, ela não pode ser considerada fruto de um poder constituinte
derivado decorrente, embora seja o passo principal da auto-organização dos
Municípios. É importante salientar, porém, que em se tratando da Lei Orgânica
do DF, isso não é de todo verdade, pois o STF reconhece o seu status
constitucional na parte que versa sobre matérias reservadas aos Estados-
membros, sendo, então, admitido inclusive controle de constitucionalidade de leis
face à Lei Orgânica do DF.
Gabarito: Correto.

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80. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte


originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização,
segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com
a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma
infraconstitucional.
Comentários:
Em regra, não existe desconstitucionalização. A teoria aceita no Brasil é a da
revogação do ordenamento constitucional anterior. Porém, o poder constituinte
originário é ilimitado. Caso este poder expressamente preveja o instituto da
desconstitucionalização, não haverá qualquer impedimento para tal.
Gabarito: Correto.

81. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo poder


constituinte originário são passíveis de controle concentrado e difuso de
constitucionalidade.
Comentários:
No Brasil não se aceita a tese da inconstitucionalidade de normas originárias já
que o poder constituinte originário é ilimitado, autônomo e incondicionado.
Gabarito: Errado.

82. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer


momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador e
também pelo derivado revisor.
Comentários:
O Poder Constituinte Derivado Revisor é o responsável pela revisão
constitucional, procedimento mais simples de alteração do texto constitucional
que existiu somente em 1993 e após isso se extinguiu. Outro erro é o fato de que
existem algumas circunstâncias que impedem o uso, inclusive, do poder
reformador, é o caso de estarmos em uma intervenção federal, estado de sítio
ou estado de defesa. Desta forma, não pode-se falar de forma alguma em "a
qualquer tempo".
Gabarito: Errado.

83. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto originário da


Constituição advém do exercício do poder constituinte reformador e do revisor,
os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, mediante o voto de três
quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação.
Comentários:
Tais características descritas nos enunciados só valem para o poder reformador,
já que o revisor tem votação em turno único, devendo ser aprovado por maioria

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absoluta apenas, além de não poder ser utilizado a qualquer tempo, mas somente
após o quinto ano após a promulgação da Constituição, após isso ele exauriu-se,
não podendo ser reutilizado. Isto é o que dispõe o art. 3º ADCT.
Gabarito: Errado.

84. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Respeitados os


princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição,
sem alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte
difuso.
Comentários:
Isso aí... O Poder Constituinte Difuso é o poder que os agentes políticos possuem
para promover a chamada "mutação constitucional", ou seja, atribuir novas
interpretações à Constituição para que ela consiga se adequar à realidade da
sociedade sem que seja necessário alterar o texto formal da norma. A mutação
constitucional, não é irrestrita. Este poder deve respeitar certos limites como os
princípios estruturantes do Estado e a impossibilidade de se subverter a
literalidade de norma que não dê margem a interpretações diversas.
Gabarito: Correto.

85. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da


Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação
constitucional.
Comentários:
A mutação constitucional é a alteração "informal" do teor da Constituição, ou
seja, altera-se a interpretação das normas para que a Constituição possa
acompanhar os anseios da Sociedade, sem que para isto se altere o texto escrito
da Lei Maior.
Gabarito: Errado.

86. (CESPE/Juiz Federal- TRF 5ª/2015) É desnecessária a suspensão, pelo


Senado Federal, de lei declarada inconstitucional pelo STF no exercício de
controle difuso, tendo em vista a ocorrência de mutação constitucional.
Comentários:
Errado, no julgamento da Rcl 4335/AC, ficou estabelecido que, para a maioria
dos Ministros não houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. O
papel do Senado não é o de apenas dar publicidade da decisão de
inconstitucionalidade proferida em controle difuso. A resolução do Senado
continua conferindo eficácia erga omnes à declaração de inconstitucionalidade
prolatada no controle concreto.
Gabarito: Errado.

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87. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional o processo


informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que haja
mudança do texto constitucional.
Comentários:
Novamente, agora está correto.
Gabarito: Correto.

88. (CESPE/ANATEL/2009) Mutações constitucionais são alterações no texto


da CF decorrentes de novos cenários na ordem econômica, social e cultural do
país.
Comentários:
A mutação é um processo informal de mudança do teor constitucional que é
oriundo de novas interpretações que os aplicadores da norma passam a dar para
o seu texto, sem, no entanto, modificá-lo.
Gabarito: Errado.

89. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova Constituição


Federal, do rol de competência legislativa dos entes da Federação, para inserir
na competência federal matéria até então da competência legislativa estadual ou
municipal, ocorre o fenômeno da federalização da lei estadual ou municipal, a
qual permanecerá em vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da
continuidade do ordenamento jurídico.
Comentários:
É importante observar o seguinte: a federação é composta pela União, 26
Estados, 1 Distrito Federal e milhares de municípios. Caso uma constituição A
diga que a matéria X é de competência da União e a constituição B, posterior,
coloque a matéria X sob competência legislativa estadual ou municipal, teremos
a subsistência da lei federal que, única, permanecerá em vigor até que cada
estado ou município edite sua própria lei revogando, então, a antiga lei federal.
Agora, se ocorrer o inverso, não poderíamos falar na federalização das normas
anteriormente estaduais ou municipais, pois, teríamos um caos jurídico. Não
podemos imaginar 27 diferentes normas estaduais ou milhares de diferentes
normas municipais se federalizando, isso seria impossível.
Gabarito: Errado.

 Questões da ESAF:

90. (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que


a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.

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b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.


c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é
limitado, porém incondicionado.
d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou
materiais.
e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.
Comentários:
Letra A - Correto. O PCO realmente é inicial, por ser a base da nova ordem
jurídica, ilimitado por não possuir conteúdos que não possa tratar e
incondicionado, por não se sujeitar a nenhum procedimento pré-estabelecido.
Letra B - Correto. O PCD possui limitações de conteúdo, por isso é limitado e
também limitações procedimentais, por isso é incondicionado.
Letra C - Errado. Poder Derivado Decorrente é típico de Federações e não de
Estados Unitários, já que se trata do Poder dos Estados membros em editar suas
próprias constituições. Por ser derivado, também é limitado e condicionado.
Letra D - Correto. Trata-se de assertiva doutrinária. No Brasil, não há limitações
temporais ao Poder de Reforma, mas doutrinariamente elas existem. Assim, as
limitações temporais seriam aquele lapso temporal, antes do qual o Poder
Derivado não poderia ser exercido, por expressa previsão do Poder Originário. As
circunstanciais seriam impedimentos para o exercício do Poder Derivado quando
fossem observadas certas circunstâncias (no Brasil: intervenção federal, estado
de sítio e estado de defesa) e as materiais seriam as limitações de conteúdo a
ser tratado, as famosas "cláusulas pétreas".
Letra E - Correto. O Poder Constituinte Originário é Soberano, pois é um Poder
Político que expressa a vontade do Povo em organizar o Estado, através da
elaboração de sua Constituição.
Gabarito: Letra C.

91. (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação soberana da


suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A
respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que
a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a
regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com
essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.
b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para
manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para
realizar sua constitucionalização.

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c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração do


texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na
própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional.
d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e
convenção.
e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista
ser necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então
vigente para sua implantação.
Comentários:
Letra A - Errado. O Poder Constituinte Derivado Reformador (PCD Reformador) é
o poder de se modificar o texto constitucional através de emendas
constitucionais, alterando aquilo que está escrito na Constituição. Como se trata
de um procedimento bastante peculiar, não pode ser usado de forma
indiscriminada, tendo a Constituição estabelecido expressamente, em seu art. 60
(e seus parágrafos) procedimentos e limitações especiais para que se consiga
efetivar as respostas. Destacamos a impossibilidade de suprimir as cláusulas
pétreas (CF, art. 60 §4º) que são as chamadas "limitações materiais", além de
diversas limitações chamadas de "circunstanciais", "procedimentais" e "formais".
Letra B - Errado. O Poder Constituinte Originário (PCO) é o poder inicial, político,
que é responsável por concretizar no texto constitucional a vontade suprema do
Povo, por este motivo, é um poder incondicionado (não possui nenhuma
limitação procedimental) e também ilimitado (não possui nenhuma limitação
quanto ao conteúdo que será tratado)
Letra C - Errado. Esta seria a definição do PCD Reformador. O PCD Decorrente é
o poder que os Estados-membros de nossa federação (Rio de Janeiro, São Paulo,
Goiás...) possuem para elaborar suas próprias constituições estaduais.
Letra D - Correto. É isso aí. Basicamente a Constituição pode ter origem em uma
"outorga" (imposição unilateral da vontade) ou em uma "convenção" (formação
da Assembleia constituinte para manifestar a vontade do povo)
Letra E - Errado. O PCO é um poder supremo, por este motivo é inicial, autônomo,
incondicionado, ilimitado.
Gabarito: Letra D.

92. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário e o poder


constituinte derivado, assinale a única alternativa correta.
a) A revisão constitucional prevista por uma Assembleia Nacional Constituinte,
possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto constitucional, com

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menor rigor formal e sem as limitações expressas e implícitas originalmente


definidas no texto constitucional.
b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se a
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembleia Nacional
Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado.
c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos parlamentares
no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis, observadas as
limitações formais e materiais impostas pela Constituição.
d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na
possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de controle de
constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a
instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração.
Comentários:
Letra A - Errada. O erro da questão está em dizer que não respeitaria as
limitações. Segundo o STF a revisão constitucional deve sofrer as limitações
materiais da reforma constitucional (ADI 981-MC, Rel. Min. Néri da Silveira,
julgamento em 17-3-93, DJ de 5-8-94).
Letra B - Correta. Não existe procedimento pré-fixado para o PCO se manifestar.
Ele é incondicionado.
Letra C - Errada. Processo legiferante (elaboração de leis) não é Poder
Constituinte, já que este se resume a elaboração e modificação de "Constituições"
e não de leis. O PCD Decorrente é o poder de os Estados-membros elaborarem
as Constituições Estaduais.
Letra D - Errada. É pacífico o entendimento de que cabe controle jurisdicional
sobre o procedimento de reforma elaborado fora dos termos estabelecidos pela
Constituição.
Letra E - Errado. O titular do PC é o próprio povo.
Gabarito: Letra B

93. (ESAF/PFN/2006) Considerando o Direito Brasileiro, assinale a opção


correta, no que diz respeito às consequências da ação do poder constituinte
originário.
a) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à competência
privativa dos Municípios fica imediatamente revogada com o advento da nova
Carta.
b) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição sob cuja
regência foi editada, mas que, até o advento da nova Constituição, nunca fora
objeto de controle de constitucionalidade, não é considerada recebida por esta,
mesmo que com ela guarde plena compatibilidade material e esteja de acordo
com o novo processo legislativo.

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c) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto Magno, é
mister que seja compatível com este, tanto do ponto de vista da forma legislativa
como do conteúdo dos seus preceitos.
d) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas,
ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade superveniente.
e) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
convergem para afirmar que normas da Constituição anterior ao novo diploma
constitucional, que com este não sejam materialmente incompatíveis, são
recebidas como normas infraconstitucionais.
Comentários:
Letra A - Errada. Se uma lei federal anterior trata de assunto que agora pertence
aos Municípios, essa lei federal, se compatível materialmente, passará a viger no
novo ordenamento jurídico como se fosse uma lei municipal, não sendo assim
revogada. O inverso, porém, não é verdadeiro, pois não podemos vislumbrar a
recepção como lei federal de normas municipais, pois haveria um conflito sobre
qual norma dos milhares de municípios brasileiros é que seria a aproveitada, o
que não acontece no caso do aproveitamento da norma federal pelos municípios.
Letra B - Correta. Não existe recepção de normas inconstitucionais. Ainda que a
nova Constituição permita a matéria tratada, não há convalidação do vício.
Letra C - Errada. Para que haja recepção, basta analisar a matéria (conteúdo).
Não importa o aspecto formal.
Letra D - Errada. Nós vimos que as normas que não forem recepcionadas serão
consideradas REVOGADAS, não há o que se falar em inconstitucionalidade
superveniente no Brasil. Para uma lei ser considerada inconstitucional ela deve
nascer inconstitucional, nunca poderá se tornar inconstitucional ao longo do
tempo.

Letra E - Errada. Essa seria a teoria da "desconstitucionalização", tal teoria não


é aceita no Brasil que considera como revogadas todas as normas constitucionais
anteriores, não havendo qualquer aproveitamento de normas constitucionais,
apenas das normas infraconstitucionais.

Gabarito: Letra B.

94. (ESAF/PFN/2006 - Adaptada) Do poder constituinte dos Estados-


membros é possível dizer que é inicial, limitado e condicionado.

Comentários:

Como visto, trata-se de um poder derivado (decorrente), ele realmente é limitado


e condicionado, porém, não é inicial já que, como o nome diz, ele é "derivado",
deriva do PCO.

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Gabarito: Errado.

95. (ESAF/AFRF/2005) Sobre o poder constituinte, marque a única opção


correta.
a) A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma limitação
material implícita do poder constituinte derivado.
b) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de 1988, está
relacionada com a característica de condicionado do poder constituinte derivado.
c) Como a titularidade da soberania se confunde com a titularidade do poder
constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder constituinte originário é
do Estado, uma vez que a soberania é um dos fundamentos da República
Federativa do Brasil.
d) A impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada na vigência de
estado de defesa se constitui em uma limitação material explícita ao poder
constituinte derivado.
e) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição de nenhuma
limitação imposta por norma de direito positivo anterior.
Comentários:
Letra A - Correto. O povo como o titular do Poder Constituinte é implicitamente
protegido como cláusula pétrea, bem como o próprio art. 60 que não pode ser
alterado para que não ocorra a "dupla revisão".
Letra B - Errada. Essa é um tipo de questão "clássica" nos concursos ESAF, ou
seja, começou a colocar as características e embolar as definições. A
característica que se relaciona às cláusulas pétreas é a de "limitado". A
característica de ser condicionado se refere ao "procedimento" e não à proteção
de "conteúdo". Cada característica possui a sua exclusiva definição. Não se pode
definir a uma certa característica usando a definição de outra.
Letra C - Errada. No Brasil, adota-se a teoria da soberania “popular”. O titular do
poder constituinte é o povo e não o Estado.
Letra D - Errada. Trata-se de limitação circunstancial que pode ser encontrada
no art. 60 §1º, e não de uma limitação material.
Letra E - Errada. É incorreto falarmos que o PCO é inicial "porque não sofre
restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior",
já que esta é a sua característica de ser ilimitado. Mais uma vez: cada
característica possui a sua exclusiva definição. Não se pode definir a uma certa
característica usando a definição de outra.

Gabarito: Letra A.

96. (ESAF/TCU/2006) Para o positivismo jurídico, o poder constituinte


originário tem natureza jurídica, sendo um poder de direito, uma vez que traz em
si o gérmen da ordem jurídica.

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Comentários:
O PCO tem natureza política, pois organiza, é instituidor dos outros.
Gabarito: Errado.

97. (ESAF/AFRFB/2009) Marque a opção correta.


a) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base da ordem
jurídica.
b) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na possibilidade de alterar-
se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na
própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com
caráter representativo.
c) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário, nasce da
deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente
revolucionário.
d) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade
constitucional.
e) A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder Constituinte com a
do surgimento de Constituições históricas, visando, também, à limitação do poder
estatal.
Comentários:
Letra A - Errado. Errou-se na definição das características. O PCO é ilimitado e
autônomo pois não sofre limitação alguma para seu exercício. O fato se ser a
base da ordem jurídica está relacionado com a sua característica de ser inicial.
Letra B - Errado. Alterar o texto constitucional é papel do poder constituinte
derivado reformador e não do poder constituinte derivado decorrente que é o
poder de se elaborar as constituições estaduais.
Letra C - Errado. Existem basicamente 2 formas de expressão do PCO: a
Assembleia constituinte, que produz uma constituição promulgada, de acordo
com a vontade do povo; e a outorga, que produz uma carta imposta segundo a
vontade dos governantes. Desta forma, o enunciado encontra-se incorreto.
Letra D - Correto. O Poder Constituinte Derivado recebe este nome pois deriva
do originário sendo um poder instituído que deve respeitar os limites traçados
pela Constituição Federal.
Letra E - Errado. A teoria sobre o poder constituinte foi primeiramente concebida
alguns meses antes da Revolução Francesa pelo Abade Sièyès, este período foi
um marco para as constituições dogmáticas e não para as históricas.
Gabarito: Letra D.

98. (ESAF/ENAP/2006) O poder constituinte derivado, no caso brasileiro,


possui como uma das suas limitações a impossibilidade de promoção de alteração
da titularidade do poder constituinte originário.

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Comentários:
Exatamente uma das limitações do poder constituinte derivado. O titular do Poder
Constituinte Originário é o povo e o Poder Constituinte Derivado não poderá
alterar tal titularidade, trata-se de uma cláusula pétra implícita da Constituição
Federal.
Gabarito: Correto.

99. (ESAF/CGU/2006) A existência de um poder constituinte derivado


decorrente não pressupõe a existência de um Estado federal.
Comentários:
Afirmação totalmente incorreta. O Poder Constituinte Derivado Decorrente existe
para instituir o Estado-membro de auto-organização e assim ser o passo principal
de sua autonomia política. Ou seja, se existe um poder constituinte derivado
decorrente é porque existe um ente com autonomia para se organizar e esta
autonomia só existe em Estados federais como é o caso do Brasil, já que em
Estados unitários não existem entes autônomos descentralizados.
Gabarito: Errado.

 Questões da FUNIVERSA:

100. (FUNIVERSA/Agente - PCDF/2009) Denomina-se poder constituinte


aquela prerrogativa de elaborar ou atualizar o texto constitucional. Nesse cenário,
há que se distinguir entre o titular e o exercente desse poder, do que, quanto
àquele, é consagrado, no texto federal, ser o povo; já, quanto a essa faculdade
de exercitá-lo, têm-na os agentes políticos eleitos para tal. Acerca do poder
constituinte, assinale a alternativa correta.
a) O poder constituinte derivado é subdividido em reformador e revisor.
b) Pelo sistema jurídico adotado no Brasil, o poder constituinte originário é
totalmente ilimitado.
c) Enquadram-se os princípios constitucionais estabelecidos como aqueles
expressos na Constituição.
d) O quorum necessário para a revisão constitucional é de três quintos dos
Parlamentares de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Essa votação
deverá ocorrer em dois turnos em cada uma delas.
e) A recepção de normas anteriores ao texto constitucional é ponto que cabe à
análise jurídica, devendo aquela, necessariamente, ocorrer sob os aspectos
formal e material.
Comentários:
Letra A - O poder constituinte derivado é subdividido em reformador, revisor,
decorrente e, pela doutrina mais atual, difuso. Não considero que a questão
esteja errada, já que realmente reformador e revisor são subdivisões do PCD.

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Porém, a banca Funiversa resolveu dar a assertiva como errada, provavelmente


pela falta do "decorrente".
Letra B - Isso tá certo. No Brasil adotamos a corrente positivista, logo esquece
tudo que fale de "direito natural" e blá, blá, blá... o PCO é ilimitado.
Letra C - Os princípios estabelecidos são um dos limites ao Poder Constituinte
Decorrente dos Estados-membros. Tratam-se de princípios constitucionais,
expressos ou implícitos, na Constituição Federal que limitam o poder de auto-
organização dos Estados. A questão erra, pois os princípios estabelecidos podem
estar implícitos no texto.
Letra D - Esse seria o procedimento de reforma. A revisão demanda apenas
maioria absoluta em turno único.
Letra E - Para recepção de normas, importa tão somente o aspecto material.
Gabarito: Letra B. (embora eu ache que deveria ser anulada por estarem corretas
A e B).

101. (FUNIVERSA/Consultor-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.


(a) O poder constituinte derivado tem como características ser condicionado,
secundário e autônomo.
(B) Princípios Constitucionais extensíveis são aqueles que, inobservados,
acarretam a intervenção federal nos Estados.
(C) Configura-se uma limitação circunstancial ao poder derivado não ser possível
a emenda à Constituição Federal durante o Estado de Sítio.
(D) O poder constituinte originário pertence à Assembleia Constituinte formada
especialmente para elaborar uma nova Constituição.
(E) Poder constituinte decorrente é um poder constituído pelo poder constituinte
originário para o fim de reformar a Constituição, emendando-a.
Comentários:
Letra A - Errada. O PCD não é autônomo já que está vinculado às condições e
limites estabelecidos pelo PCO.
Letra B - Errada. Os princípios que acarretam a intervenção federal nos Estados
são os princípios sensíveis. Os princípios extensíveis são aqueles princípios
federais que, por simetria federativa, devem ser aplicados também aos Estados
Membros.
Letra C - Exato.
Letra D - Errado. O PCO pertence ao Povo. A Assembleia é apenas o "exercente".
Letra E - Errado. O decorrente é o poder que os Estados possuem para elaborar
ou modificar as constituições estaduais.
Gabarito: Letra C.

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102. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Mediante


proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal, a Constituição poderá ser emendada.
Comentários:
Isso aí. É uma das 3 formas de iniciativa prevista no art. 60. I da Constituição.
Gabarito: Correto.

103. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) A emenda à


Constituição Federal será promulgada pelas mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal.
Comentários:
Exato. Note que não há fase presidencial de sanção/veto às emendas
constitucionais. O fundamento desta questão está no art. 60 §3º.
Gabarito: Correto.

104. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Com o advento


de uma nova Constituição, as normas da Constituição antiga que não forem, no
seu conteúdo, incompatíveis com o novo texto, continuam em vigor, mas com
hierarquia de lei ordinária.
Comentários:
Essa é a chamada "Teoria da Desconstitucionalização". Essa teoria não é aceita
no Brasil. Com o advento da nova Constituição tudo que é da Constituição anterior
fica revogado, não se aproveita. Só podem ser aproveitadas normas
infraconstitucionais, nunca do texto constitucional.
Gabarito: Errado.

 Questões da FGV:

105. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) A respeito da "mutação constitucional",


é correto afirmar que:
a) é a alteração da Constituição por meio de emendas.
b) é o mesmo que revisão constitucional.
c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição, especialmente
por meio da interpretação judicial.
d) não tem lugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta Política ser
escrita e rígida.
e) só ocorre por meio do poder constituinte originário.

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Comentários:
Somente a letra C expressa com exatidão o conceito da mutação constitucional,
fruto do poder constituinte difuso.
Gabarito: Letra C.

106. (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Mutação constitucional é:


(A) o mesmo que reforma da constituição.
(B) o mesmo que emenda da constituição.
(C) o processo não-formal de mudança de constituição flexível.
(D) o processo não-formal de mudança de constituição rígida.
(E) o processo formal de alteração do texto constitucional.
Comentários:
Só é plausível falarmos em "mudança formal" e "mudança informal", quando
estamos diante de uma Constituição rígida, já que somente esta é que necessita
de um procedimento especial de alteração.
Gabarito: Letra D.

107. (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada) O Poder Constituinte


Estadual é denominado de "derivado decorrente", pois consiste na possibilidade
que os Estados-membros têm de se auto organizarem por meio de suas
respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas
estabelecidas pela Constituição Federal.
Comentários:
Está certo o que diz a questão, já que o PCD Decorrente é conferido através de
duas normas constitucionais:
1- Art. 25 -Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis
que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
2- ADCT, art. 11-Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes,
elaborará a Constituição do Estado, no prazo de 1 ano da promulgação da
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.
Gabarito: Correto.

108. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei anterior à


Constituição e com esta incompatível:
a) ineficaz.
b) revogada.
c) inconstitucional.

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d) constitucional.
e) válida até revogação expressa por outra lei de igual estatura
Comentários:
Vimos que o exercício do poder constituinte originário traz consigo duas
consequências básicas: a revogação de todo o ordenamento constitucional
anterior e a recepção do ordenamento infraconstitucional compatível
materialmente.
Vimos que as normas que não forem recepcionadas serão consideradas
revogadas. Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que
uma norma seja considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum
problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil a tese da
"inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para ser inconstitucional
ela deve nascer inconstitucional, se ela não nasceu com o vício
(inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante sua existência se tornar
inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada.
Gabarito: Letra B

 Questões de outras bancas:

109. (VUNESP/Procurador de São José dos Campos/2012) São espécies


de limitações circunstanciais ao poder constituinte reformador no direito
brasileiro:
a) a votação das propostas de emendas em dois turnos e a exigência de
aprovação por três quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional.
b) a intervenção federal e o estado de defesa.
c) a iniciativa de emenda por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal e a votação em dois turnos em cada Casa
do Congresso Nacional.
d) o estado de sítio e a proibição de abolição da forma federativa de Estado.
e) a vedação de abolição dos direitos e garantias individuais e a da separação
dos poderes.
Comentários:
Dentre as diversas limitações ao Poder de Reforma da Constituição, as limitações
circunstanciais seriam aqueles impedimentos para o exercício do Poder Derivado
quando fossem observadas certas circunstâncias (no Brasil: intervenção federal,
estado de sítio e estado de defesa).
Gabarito: Letra B.

110. (CESGRANRIO/Técnico de Nível Superior -Jurídico - EPE/2007)


Sobre os limites do poder de reforma constitucional, a doutrina reconhece que:
"É inquestionavelmente um poder limitado, porque regrado por normas da

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própria Constituição (...)" SILVA, José Afonso da. Curso de Direito


Constitucional Positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, p. 65. Especificamente
no que se refere à Constituição Federal de 1988, pode-se afirmar que o poder de
reforma constitucional, em seu sentido amplo, NÃO se encontra sujeito a
limitações:
a) formais.
b) temporais.
c) circunstanciais.
d) materiais explícitas.
e) materiais implícitas.
Comentários:
Essa questão mostra que é importante que fixemos as nomenclaturas
doutrinárias, devidamente expostas ao comentarmos o art. 60.
Como vimos, não houve previsão de limitações temporais na CF 88.
Gabarito: Letra B.

111. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Buscando formular uma


concepção estrutural de constituição, a doutrina reconhece que: "A constituição
é algo que tem, como forma, um complexo de normas (escritas ou costumeiras);
como conteúdo, a conduta humana motivada pelas relações sociais; como fim, a
realização dos valores que apontam para o existir da comunidade; (...)" SILVA,
José Afonso da. InCurso de Direito Constitucional Positivo, 26ª edição, Malheiros,
p. 39.
Nessa mesma linha, reconhece(m)-se como causa criadora e recriadora da
constituição:
a) a rigidez constitucional.
b) a organização dos elementos essenciais do Estado.
c) o puro dever-ser.
d) o poder que emana do povo.
e) os direitos fundamentais do homem.
Comentários:
Vimos que o povo é o titular do poder constituinte. Esse poder que emana do
povo é a causa criadora e recriadora da Constituição, já que a Constituição é a
norma que regula o Estado, que possui o povo como seu elemento pessoal. O
Poder do povo é permanente, não se esgota com a criação da constituição, por
isso ele pode exigir uma "recriação" se verificar que a ordem constitucional
vigente não é mais válida para seus anseios.
Gabarito: Letra D.

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112. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) Como formas de


expressão do Poder Constituinte originário, podem-se citar, além do método da
Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte, os métodos:
A) da revolução e da outorga da integração constitucional
B) da revolução, da outorga e bonapartista
C) da outorga, analógico e bonapartista
D) da revolução, difuso e dedutivo
E) do golpe e do plebiscito
Comentários:
Com vimos, o Poder Constituinte Originário se manifesta basicamente de 4
formas: Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte, Revolução, Outorga,
Método Bonapartista ou Cesarista.
Gabarito: Letra B.

Pronto pessoal!!! Por hoje é só...

Excelente estudo a todos.

Grande abraço.

Vítor Cruz e Rodrigo Duarte

Pontos importantes a serem fixados:

Sentidos (concepções) das Constituições:

 Sentido sociológico  Ferdinand Lassale;


 Sentido político  Carl Schimitt;
 Sentido Jurídico  Hans Kelsen.
 Sentido sociológico: a Essência da Constituição - O que é a Constituição?
- Constituição é um fato social - Teriam 2 constituições = a constituição real e a
folha de papel. A Constituição real é formada pela soma dos fatores reais de
poder, assim, todos os países têm e sempre tiveram uma constituição real e
efetiva.
 Sentido Político: a constituição é uma decisão política fundamental -
Diferenciava a Constituição das "leis constitucionais".

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 Sentido jurídico: conceito formal de constituição – existe a supremacia


constitucional independente do conteúdo. A constituição tem 2 sentidos:
(1)Lógico-jurídico: norma hipotética (imaterial, pensada - como deveria ser) que
serve base para o (2) sentido Jurídico-Positivo: Constituição efetiva, escrita,
capaz de se impor sobre o resto do ordenamento.
 Konrad Hesse – A força normativa da Constituição (Lassale havia pecado
em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade);
 J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição;
 Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição - todos
os agentes que participam da realidade da Constituição deveriam participar
também da interpretação constitucional.

Poder Constituinte:
Originário (PCO) – Seu titular é o povo, o seu exercente é a assembleia
constituinte. É um poder inicial, político (pré-jurídico), autônomo, soberano,
irrestrito, permanente. Lembrando que:
 Inicial – pois dá início a um novo ordenamento jurídico;
 Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação
material;
 Incondicionado – Não existe nenhuma limitação ou procedimento formal
pré-estabelecido;
Derivado (PCD) - Deriva do originário, sendo jurídico, derivado, condicionado e
limitado. Lembrando que:
 Condicionado – Possui limitações formais;
 Limitado - Deve respeitar limites materiais (cláusulas pétreas – CF, art.
60 §4º).

O PCD se divide em:


1- Reformador - Poder de fazer a reforma constitucional (emendas
constitucionais de reforma) para alterar formalmente o texto da Constituição (CF,
art. 60). Manifesta-se da seguinte forma:
Iniciativa:
 Presidente da República;
 Pelo menos um terço dos Deputados ou dos Senadores;
 Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Procedimento:
 Votação em dois turnos em cada Casa do Congresso;

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 Deve obter 3/5 dos votos.


Promulgação:
 Pelas Mesas de ambas as casas (não passa pelo Presidente, ele inicia e
termina no Legislativo).
Limitação circunstancial:
 A Constituição não pode ser emendada na vigência de intervenção federal,
de estado de defesa ou de estado de sítio.
Limitação Material Expressa (Cláusulas Pétreas Expressas):
 Forma federativa de Estado;
 voto direto, secreto, universale periódico;
 Separação dos Poderes;
 Direitos e garantias individuais.
Limitação Material Implícita (Cláusulas Pétreas Implícitas)
 Povo como titular do poder constituinte;
 Poder igualitário do voto.
 Próprio art. 60 – é a vedação à dupla revisão.

2- Revisor – Mesmo poder e mesmas limitações da reforma, porém através de


um procedimento bem mais simples: bastava maioria simples em turno
único. Foi instituído para se manifestar 5 anos após a promulgação da
Constituição e depois se extinguir.
3- Decorrente - Poder para os Estados elaborarem as suas Constituições
Estaduais.
4- Difuso - É o poder de se promover a mutação constitucional (alteração
informal da Constituição).

LISTA DAS QUETÕES DA AULA:


1. (FCC/ Procurador- TCM/ 2015) É necessário falar da Constituição como
uma unidade e conservar, entretanto, um sentido absoluto de Constituição. Ao
mesmo tempo, é preciso não desconhecer a relatividade das distintas leis
constitucionais. A distinção entre Constituição e lei constitucional só é possível,
sem dúvida, por que a essência da Constituição não está contida numa lei ou
numa norma. No fundo de toda a normatividade reside uma decisão política do
titular do poder constituinte, ou seja, do povo na democracia e do monarca na
monarquia autêntica. O trecho acima transcrito expressa o conceito de
Constituição de
(F) Karl Loewenstein, na obra Teoria da Constituição.
(G) Carl Schmitt, na obra Teoria da Constituição.

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(H) Konrad Hesse, na obra A força normativa da Constituição.


(I) Peter Häberle, na obra Hermenêutica constitucional.
(J) Ferdinand Lassalle, na obra A essência da Constituição.
2. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" comporta
uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa
corretamente frase, autor e sentido.
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua
história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político.
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja,
concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política.
Ferdinand Lassale. Sentido político.
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto
grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada
observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido
lógico-jurídico.
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais
do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam
na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico.
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar
globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito
constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.
3. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No sentido
político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos fatores reais do poder
que formam e regem determinado Estado.
4. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012)
Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma
dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva.
5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012)
Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser
considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se
refletir as forças sociais que constituem o poder.
6. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, elaborada por
Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores
reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e
religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.
7. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não
passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais
do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais
legitimidade.
8. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido sociológico
defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política.

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9. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido


sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a
decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura
e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática,
enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no
documento, destituídos de decisão política fundamental.
10. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido jurídico, a
Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.
11. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui diversas
acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um
conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.
12. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o princípio da
força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas jurídicas
e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A
norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para
ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não
sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante em relação a
ela.
13. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força normativa da
constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -,
a constituição tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a reflexão
dos valores essenciais da comunidade política submetida.
14. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da
força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da
Carta, na solução das questões jurídicoconstitucionais, devem procurar a máxima
eficácia do texto constitucional.
15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão Peter Härbele,
a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais de poder que
regulamentam a vida nessa sociedade.
16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt,
considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu na afirmação
de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em que estaria situada a
norma hipotética fundamental, e um plano jurídico positivo, ou seja, a norma
positivada.

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17. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade aberta dos


intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a
interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que
vivem a norma, devendo ser inseridos no processo de interpretação
constitucional todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais.
18. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente
doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem
Constituição, isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma
estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade
não é a Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas.
19. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é
dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade
política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal,
pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a de rigidez de
todas as regras.
20. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido
político, formulada por Carl Schimitt, há uma identidade entre o conceito de
constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis
constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado.
21. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político pode ser
entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas
constitucionais positivas.
22. (VUNESP/ Juiz- TJ-MS/ 2015) Considerando os diferentes conceitos de
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise
as seguintes manifestações sobre o tema:
III. Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma
determinada nação.
IV. Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza
ou funda um Estado.
Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos,
respectivamente, a
(F) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
(G) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
(H) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
(I) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
(J) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.
23. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção de
Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de uma
sociedade", advém de um conceito de índole
a) política, empregada originalmente por Michel Temer.
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale.
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen.

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d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva.


e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho.
24. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as referências
abaixo acerca dos conceitos de Constituição:
I. Constituição no sentido lógico-jurídico.
II. Constituição no sentido jurídico-positivo.
III. Constituição como decisão política fundamental.
Faça a correlação com as referências a seguir:
( A ) Significa a norma fundamental hipotética.
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e fundamental advinda
da unidade política, e identificável pelo núcleo de matérias que lhe são próprias
e inerentes.
( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas abaixo, marque
aquela que expressa a relação correta entre as referências acima:
a) (I-C);(II-A);(III-B).
b) (I-A);(II-B);(III-C).
c) (I-A);(II-C);(III-B).
d) (I-B);(II-C);(III-A).
e) (I-B); (II-A);(III-C).
25. (FCC/Defensor- DPE- MA/2015) No âmbito da teoria do poder
constituinte, considera-se que o poder de aprovar emendas às constituições
estaduais
(a) cabe ser definido no âmbito das Constituições Estaduais, constituindo o único
instrumento pelo qual se admite promover modificações no regime constitucional
estadual em vigor.
(b) configura exercício de poder constituinte decorrente de segundo grau, pois
deve observar, como regra geral, as limitações materiais impostas ao poder
constituinte decorrente inicial, além daquelas estatuídas pela própria Constituição
Estadual.
(c) sujeita-se apenas a limites formais e circunstanciais.
(d) fica sujeito, em virtude do princípio da simetria, apenas às limitações formais
e materiais impostas ao poder de reforma da Constituição Federal.
(e) não configura exercício de poder constituinte derivado ou instituído.
26. (FCC/Conselheiro- TCE-CE/2015) Sobre o poder constituinte, é correto
afirmar:
(a) Sua titularidade se deposita sobre a nação de um Estado.

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(b) Pode ser caracterizado como uma energia ou força social com natureza pré-
jurídica que, a partir da sua manifestação, inaugura uma ordem jurídica, não
admitindo que qualquer lei ou constituição que lhe preceda continue a produzir
efeitos.
(c) Admite-se que a Constituição originária, que decorre dos trabalhos do poder
constituinte originário, tenha suas normas declaradas inconstitucionais em função
de violação da Constituição anterior.
(d) No caso brasileiro, a partir da sua manifestação na modalidade originária, que
não encontra na ordem jurídica anterior qualquer controle, inaugura-se uma nova
ordem jurídica, para a qual o relacionamento com a ordem anterior pode ser
regulado mediante o conceito de recepção.
(e) O poder constituinte derivado reformador, que elabora as constituições
estaduais nos estados federais, tem as mesmas características do poder
constituinte originário, exceto a desvinculação constitucional da ordem jurídica
anterior.
27. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder Constituinte,
é INCORRETO afirmar:
a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado,
organizando-o e criando os poderes que o regerão.
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, seja ela a
primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição
posterior.
c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é
ilimitado, subordinado e condicionado.
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia
políticoadministrativa e respeitando as regras estabelecidas na Constituição
Federal, auto organizam-se por meio de suas constituições estaduais estão
exercitando o chamado Poder Constituinte derivado decorrente.
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo,
que, entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder.
28. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é subdivido
em:
a) inicial e incondicionado.
b) inicial e ilimitado.
c) autônomo e incondicionado.
d) reformador e decorrente.
e) autônomo e ilimitado.
29. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário caracteriza-se
por ser:
a) autônomo e condicionado.

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b) reformador e decorrente.
c) condicionado e decorrente.
d) inicial, ilimitado e reformador.
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
30. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a seguir a
respeito do Poder Constituinte:
I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte classifica-se
em originário e derivado.
II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às regras
procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição.
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado.
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder Constituinte derivado.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) IV.
31. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder Constituinte
Originário, é INCORRETO afirmar que
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional vigente,
sob pena de inconstitucionalidade.
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento
determinado para realizar sua obra de constitucionalização.
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada
para manifestar sua vontade.
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem jurídica.
32. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder constituinte
decorrente é próprio das federações (Certo/Errado).
33. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que diz respeito
ao Poder constituinte, é correto afirmar que
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas de
expressão desse Poder.
b) as Assembleias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou a
nação é seu exercente.

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c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do


povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.
d) as Assembleias Constituintes confundem-se com o processo de outorga que
estabelece a Constituição, por declaração bilateral.
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o
Executivo, auxiliados pelo Judiciário.
34. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte denominado
originário pode se manifestar por meio de emendas pontuais ou mediante ampla
revisão da Constituição preexistente (Certo/Errado).
35. (FCC/Defensor Público- SP/ 2007) Em relação ao poder constituinte
originário, pode-se afirmar:
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política,
filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira
derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e
garantias fundamentais.
b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num poder
natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e decorrentes da
natureza humana e da própria de justiça da comunidade.
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, tendo
como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que alguns
meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado "A Essência
da Constituição".
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, onde o
texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos contidos na
norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen.
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas como
por exemplo as pressões econômicas, sociais e de grupos particulares, mas
fundará sua legitimidade numa pauta advinda da de direito da comunidade e de
sua tradição cultural.
36. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada) Considerando que o
Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-Lei,
não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, embora o
referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto material,
como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei ordinária", ocorreu o
fenômeno caracterizado como desconstitucionalização (Certo/Errado).
37. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder Constituinte
Reformador:
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas Constitucionais,
cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional em dois
turnos, pelo voto de três quintos dos respectivos Membros e, posteriormente,
sancionado pelo Presidente da República.

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b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras


Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades federativas,
desde que respeitada a Constituição Federal.
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a
exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso Nacional,
em sessão unicameral.
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição expressa
da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de referendo.
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição Federal
ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa.
38. (CESPE/ AJAJ- TRT-8ª/ 2016-Adaptada) O titular do poder constituinte
é aquele que, em nome do povo, promove a instituição de um novo regime
constitucional ou promove a sua alteração.
39. (CESPE/ AJAJ- TRT-8ª/ 2016-Adaptada) Embora seja, em regra,
ilimitado, o poder constituinte originário pode sofrer limitações em decorrência
de ordem supranacional, sendo inadmissível, por exemplo, uma nova
Constituição que desrespeite as normas internacionais de direitos humanos.
40. (CESPE/ AJAJ- TRT-8ª/ 2016-Adaptada) O poder constituinte derivado
reformador efetiva-se por emenda constitucional, de acordo com os
procedimentos e limitações previstos na CF, sendo passível de controle de
constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
41. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Com o advento de
uma nova ordem constitucional, é possível que dispositivos da constituição
anterior permaneçam em vigor com o status de leis infraconstitucionais, desde
que haja norma constitucional expressa nesse sentido.
42. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Segundo a
doutrina, os procedimentos de reforma constitucional classificam-se em emenda
e revisão, não tendo este último sido aceito pela Constituição Federal de 1988
(CF).
43. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) O titular do poder
constituinte é o povo, que, no Brasil, engloba tanto os brasileiros natos quanto
os naturalizados.
44. (CESPE/ Outorga de Delegações- TJ-SE/ 2014) A CF possui cláusulas
pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma constitucional que
não estão expressamente indicadas em seu texto.
45. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que, por
emenda constitucional, tenha sido expressamente revogada a previsão do voto
direto, secreto, universal e periódico como cláusula pétrea e que, em seguida,
nova emenda tenha estabelecido o voto censitário e aberto. Nessa situação, as
mudanças efetivadas, apesar de questionáveis socialmente, estão de acordo com
o ordenamento constitucional brasileiro vigente.

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46. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que lei
editada sob a égide de determinada Constituição apresentasse
inconstitucionalidade formal, apesar de nunca de ter sido declarada
inconstitucional. Nessa situação, com o advento de nova ordem constitucional, a
referida lei não poderá ser recepcionada pela nova constituição, ainda que lhe
seja materialmente compatível, dado o vício insanável de inconstitucionalidade.
47. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Suponha que uma
lei infraconstitucional tenha sido revogada pelo advento de uma nova ordem
constitucional, por ser com ela incompatível. Nessa situação, com a entrada em
vigor de uma terceira ordem constitucional, ainda que seja compatível com ela,
a referida lei infraconstitucional não poderá ser restaurada, salvo se houver
disposição constitucional expressa nesse sentido.
48. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Poder constituinte
revolucionário é aquele responsável pelo surgimento da primeira Constituição de
um Estado.
49. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Os princípios
constitucionais extensíveis consagram normas organizatórias para a União que
se estendem aos estados, seja por previsão constitucional expressa ou implícita.
50. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder constituinte
derivado caracteriza-se por ser um poder instituído, ilimitado e incondicionado
juridicamente.
51. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder constituinte
decorrente é aquele encarregado da alteração do texto constitucional.
52. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) A recepção material de normas
constitucionais pretéritas é admitida pelo direito constitucional brasileiro,
inclusive de forma tácita.
53. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) Com o advento de uma nova
Constituição, toda a legislação infraconstitucional anterior torna-se inválida.
54. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O voto direto, secreto, universal e
periódico é considerado cláusula pétrea da CF.
55. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O poder constituinte originário é inicial,
incondicionado, mas limitado aos princípios da ordem constitucional anterior.
56. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é autônomo e tem
natureza préjurídica.
57. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor não está
vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um poder condicionado.
58. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às assembleias
legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder constituinte derivado
decorrente.
59. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As denominadas
limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão exaustivamente
previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).

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60. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não pode criar


cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos
fundamentais criado pelo poder constituinte originário.
61. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não admite a
denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao poder
de reforma exaustivamente enumeradas na CF.
62. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma, assim como pelo
poder constituinte originário, podem ser inseridas normas no ADCT, admitindo-
se, em ambas as hipóteses, a incidência do controle de constitucionalidade.
63. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) O poder constituinte
originário é autônomo e se esgota com a edição da nova constituição.
64. (CESPE/Analista MPE-PI/2012) O poder constituinte originário,
responsável pela elaboração de uma nova Constituição, extingue-se com a
conclusão de sua obra.
65. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder constituinte
foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por constitucionalistas
franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o de que ela só pode ser aplicada
nos Estados em que se adotam constituições não escritas e semirrígidas.
66. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina, apesar de o
poder constituinte ser originário, a história revela experiências no sentido da
indispensabilidade de observância de certos princípios, como, por exemplo, o
princípio da dignidade da pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da
igualdade, quando da criação de uma nova constituição.
67. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte
supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições nacionais
ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico positivo interno
assim como do direito internacional.
68. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser submetida
ao poder constituinte derivado.
69. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é aquele cuja
competência consiste em elaborar ou modificar as constituições dos estados-
membros da Federação.
70. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-se quando é
editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e
ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade.
71. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte
originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é
considerado um poder permanente.
72. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder constituinte
originário é um poder inicial e incondicionado, que pode desconsiderar de maneira
absoluta o ordenamento constitucional preexistente, inclusive as cláusulas
pétreas.

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73. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com entendimento do


STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder
constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima.
74. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria da
inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova
constituição e perante o novo dispositivo paradigma, nela inserido.
75. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são
analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova
constituição.
76. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder constituinte
originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido poder
se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica.
77. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder constituinte
originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder
constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica.
78. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte
originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de ordem
formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não será objeto de
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado,
o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos
e garantias individuais.
79. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo critério jurídico-
formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se
adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas
constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam
mediante lei orgânica.
80. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte
originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização,
segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com
a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma
infraconstitucional.
81. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo poder
constituinte originário são passíveis de controle concentrado e difuso de
constitucionalidade.
82. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer
momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador e
também pelo derivado revisor.
83. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto originário da
Constituição advém do exercício do poder constituinte reformador e do revisor,
os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, mediante o voto de três
quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação.

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84. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Respeitados os


princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição,
sem alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte
difuso.
85. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da
Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação
constitucional.
86. (CESPE/Juiz Federal- TRF 5ª/2015) É desnecessária a suspensão, pelo
Senado Federal, de lei declarada inconstitucional pelo STF no exercício de
controle difuso, tendo em vista a ocorrência de mutação constitucional.
87. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional o processo
informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que haja
mudança do texto constitucional.
88. (CESPE/ANATEL/2009) Mutações constitucionais são alterações no texto
da CF decorrentes de novos cenários na ordem econômica, social e cultural do
país.
89. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova Constituição
Federal, do rol de competência legislativa dos entes da Federação, para inserir
na competência federal matéria até então da competência legislativa estadual ou
municipal, ocorre o fenômeno da federalização da lei estadual ou municipal, a
qual permanecerá em vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da
continuidade do ordenamento jurídico.
90. (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que
a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.
b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.
c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é
limitado, porém incondicionado.
d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou
materiais.
e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.
91. (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação soberana da
suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A
respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que
a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a
regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com
essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.
b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para
manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para
realizar sua constitucionalização.

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c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração do


texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na
própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional.
d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e
convenção.
e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista
ser necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então
vigente para sua implantação.
92. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário e o poder
constituinte derivado, assinale a única alternativa correta.
a) A revisão constitucional prevista por uma Assembleia Nacional Constituinte,
possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto constitucional, com
menor rigor formal e sem as limitações expressas e implícitas originalmente
definidas no texto constitucional.
b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se a
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembleia Nacional
Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado.
c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos parlamentares
no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis, observadas as
limitações formais e materiais impostas pela Constituição.
d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na
possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de controle de
constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a
instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração.
93. (ESAF/PFN/2006) Considerando o Direito Brasileiro, assinale a opção
correta, no que diz respeito às consequências da ação do poder constituinte
originário.
a) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à competência
privativa dos Municípios fica imediatamente revogada com o advento da nova
Carta.
b) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição sob cuja
regência foi editada, mas que, até o advento da nova Constituição, nunca fora
objeto de controle de constitucionalidade, não é considerada recebida por esta,
mesmo que com ela guarde plena compatibilidade material e esteja de acordo
com o novo processo legislativo.
c) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto Magno, é
mister que seja compatível com este, tanto do ponto de vista da forma legislativa
como do conteúdo dos seus preceitos.

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d) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas,


ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade superveniente.
e) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
convergem para afirmar que normas da Constituição anterior ao novo diploma
constitucional, que com este não sejam materialmente incompatíveis, são
recebidas como normas infraconstitucionais.

94. (ESAF/PFN/2006 - Adaptada) Do poder constituinte dos Estados-


membros é possível dizer que é inicial, limitado e condicionado.
95. (ESAF/AFRF/2005)Sobre o poder constituinte, marque a única opção
correta.
a) A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma limitação
material implícita do poder constituinte derivado.
b) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de 1988, está
relacionada com a característica de condicionado do poder constituinte derivado.
c) Como a titularidade da soberania se confunde com a titularidade do poder
constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder constituinte originário é
do Estado, uma vez que a soberania é um dos fundamentos da República
Federativa do Brasil.
d) A impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada na vigência de
estado de defesa se constitui em uma limitação material explícita ao poder
constituinte derivado.
e) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição de nenhuma
limitação imposta por norma de direito positivo anterior.
96. (ESAF/TCU/2006) Para o positivismo jurídico, o poder constituinte
originário tem natureza jurídica, sendo um poder de direito, uma vez que traz em
si o gérmen da ordem jurídica.
97. (ESAF/AFRFB/2009) Marque a opção correta.
a) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base da ordem
jurídica.
b) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na possibilidade de alterar-
se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na
própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com
caráter representativo.
c) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário, nasce da
deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente
revolucionário.
d) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade
constitucional.

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e) A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder Constituinte com a


do surgimento de Constituições históricas, visando, também, à limitação do poder
estatal.
98. (ESAF/ENAP/2006) O poder constituinte derivado, no caso brasileiro,
possui como uma das suas limitações a impossibilidade de promoção de alteração
da titularidade do poder constituinte originário.
99. (ESAF/CGU/2006) A existência de um poder constituinte derivado
decorrente não pressupõe a existência de um Estado federal.
100. (FUNIVERSA/Agente - PCDF/2009) Denomina-se poder constituinte
aquela prerrogativa de elaborar ou atualizar o texto constitucional. Nesse cenário,
há que se distinguir entre o titular e o exercente desse poder, do que, quanto
àquele, é consagrado, no texto federal, ser o povo; já, quanto a essa faculdade
de exercitá-lo, têm-na os agentes políticos eleitos para tal. Acerca do poder
constituinte, assinale a alternativa correta.
a) O poder constituinte derivado é subdividido em reformador e revisor.
b) Pelo sistema jurídico adotado no Brasil, o poder constituinte originário é
totalmente ilimitado.
c) Enquadram-se os princípios constitucionais estabelecidos como aqueles
expressos na Constituição.
d) O quorum necessário para a revisão constitucional é de três quintos dos
Parlamentares de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Essa votação
deverá ocorrer em dois turnos em cada uma delas.
e) A recepção de normas anteriores ao texto constitucional é ponto que cabe à
análise jurídica, devendo aquela, necessariamente, ocorrer sob os aspectos
formal e material.
101. (FUNIVERSA/Consultor-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.
(a) O poder constituinte derivado tem como características ser condicionado,
secundário e autônomo.
(B) Princípios Constitucionais extensíveis são aqueles que, inobservados,
acarretam a intervenção federal nos Estados.
(C) Configura-se uma limitação circunstancial ao poder derivado não ser possível
a emenda à Constituição Federal durante o Estado de Sítio.
(D) O poder constituinte originário pertence à Assembleia Constituinte formada
especialmente para elaborar uma nova Constituição.
(E) Poder constituinte decorrente é um poder constituído pelo poder constituinte
originário para o fim de reformar a Constituição, emendando-a.
102. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Mediante
proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal, a Constituição poderá ser emendada.

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103. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) A emenda à


Constituição Federal será promulgada pelas mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal.
104. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Com o advento
de uma nova Constituição, as normas da Constituição antiga que não forem, no
seu conteúdo, incompatíveis com o novo texto, continuam em vigor, mas com
hierarquia de lei ordinária.
105. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) A respeito da "mutação constitucional",
é correto afirmar que:
a) é a alteração da Constituição por meio de emendas.
b) é o mesmo que revisão constitucional.
c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição, especialmente
por meio da interpretação judicial.
d) não tem lugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta Política ser
escrita e rígida.
e) só ocorre por meio do poder constituinte originário.
106. (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Mutação constitucional é:
(A) o mesmo que reforma da constituição.
(B) o mesmo que emenda da constituição.
(C) o processo não-formal de mudança de constituição flexível.
(D) o processo não-formal de mudança de constituição rígida.
(E) o processo formal de alteração do texto constitucional.
107. (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada) O Poder Constituinte
Estadual é denominado de "derivado decorrente", pois consiste na possibilidade
que os Estados-membros têm de se auto organizarem por meio de suas
respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas
estabelecidas pela Constituição Federal.
108. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei anterior à
Constituição e com esta incompatível:
a) ineficaz.
b) revogada.
c) inconstitucional.
d) constitucional.
e) válida até revogação expressa por outra lei de igual estatura
109. (VUNESP/Procurador de São José dos Campos/2012) São espécies
de limitações circunstanciais ao poder constituinte reformador no direito
brasileiro:

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a) a votação das propostas de emendas em dois turnos e a exigência de


aprovação por três quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional.
b) a intervenção federal e o estado de defesa.
c) a iniciativa de emenda por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal e a votação em dois turnos em cada Casa
do Congresso Nacional.
d) o estado de sítio e a proibição de abolição da forma federativa de Estado.
e) a vedação de abolição dos direitos e garantias individuais e a da separação
dos poderes.
110. (CESGRANRIO/Técnico de Nível Superior -Jurídico - EPE/2007)
Sobre os limites do poder de reforma constitucional, a doutrina reconhece que:
"É inquestionavelmente um poder limitado, porque regrado por normas da
própria Constituição (...)" SILVA, José Afonso da. Curso de Direito
Constitucional Positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, p. 65. Especificamente
no que se refere à Constituição Federal de 1988, pode-se afirmar que o poder de
reforma constitucional, em seu sentido amplo, NÃO se encontra sujeito a
limitações:
a) formais.
b) temporais.
c) circunstanciais.
d) materiais explícitas.
e) materiais implícitas.
111. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Buscando formular uma
concepção estrutural de constituição, a doutrina reconhece que: "A constituição
é algo que tem, como forma, um complexo de normas (escritas ou costumeiras);
como conteúdo, a conduta humana motivada pelas relações sociais; como fim, a
realização dos valores que apontam para o existir da comunidade; (...)" SILVA,
José Afonso da. InCurso de Direito Constitucional Positivo, 26ª edição, Malheiros,
p. 39.
Nessa mesma linha, reconhece(m)-se como causa criadora e recriadora da
constituição:
a) a rigidez constitucional.
b) a organização dos elementos essenciais do Estado.
c) o puro dever-ser.
d) o poder que emana do povo.
e) os direitos fundamentais do homem.
112. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) Como formas de
expressão do Poder Constituinte originário, podem-se citar, além do método da
Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte, os métodos:

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A) da revolução e da outorga da integração constitucional


B) da revolução, da outorga e bonapartista
C) da outorga, analógico e bonapartista
D) da revolução, difuso e dedutivo
E) do golpe e do plebiscito

GABARITO:
1 B 24 C 47 Correto 70 Errado 93 B
2 D 25 B 48 Errado 71 Correto 94 Errado
3 Errado 26 D 49 Correto 72 Correto 95 A
4 Correto 27 C 50 Errado 73 Errado 96 Errado
5 Correto 28 D 51 Errado 74 Errado 97 D
6 Errado 29 E 52 Errado 75 Errado 98 Correto
7 Errado 30 A 53 Errado 76 Correto 99 Errado
8 Errado 31 A 54 Correto 77 Errado 100 B
9 Errado 32 Correto 55 Errado 78 Errado 101 C
10 Correto 33 C 56 Correto 79 Correto 102 Correto
11 E 34 Errado 57 Errado 80 Correto 103 Correto
12 Correto 35 E 58 Errado 81 Errado 104 Errado
13 Correto 36 Errado 59 Errado 82 Errado 105 C
14 Errado 37 E 60 Correto 83 Errado 106 D
15 Errado 38 Errado 61 Errado 84 Correto 107 Correto
16 Errado 39 Errado 62 Errado 85 Errado 108 B
17 Correto 40 Correto 63 Errado 86 Errado 109 B
18 Errado 41 Correto 64 Errado 87 Correto 110 B
19 Errado 42 Errado 65 Errado 88 Errado 111 D
20 Errado 43 Correto 66 Correto 89 Errado 112 B
21 Errado 44 Correto 67 Correto 90 C
22 E 45 Errado 68 Errado 91 D
23 B 46 Correto 69 Correto 92 B

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