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1.Introdução

O Espírito Santo junto do ministério da saúde vem através de campanhas de


prevenção tentar eliminar a hanseníase do estado e com isso contribuir para
erradicação da doença no país assim como foi feito com a paralisia infantil.

“[...]A hanseníase é uma doença transmissível e curável, de evolução lenta,


causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, conhecido como bacilo de Hansen.
Manifesta na maioria das vezes, através de manchas esbranquiçadas ou
avermelhadas, dormentes ou de áreas dormentes na pele.Na sua evolução pode
surgir placa avermelhada, caroços pequenos na pele e dormência em algumas
áreas do corpo, alem de fraqueza muscular na face, mãos e pés, pois a
hanseníase causa comprometimento dos nervos periféricos”(BRASIL,1991).

Desde o ano 2000, o departamento de atenção básica (DAB) da secretaria de


política de saúde do Ministério da Saúde, objetivando a utilização da estratégia do
PACS/PSF para alcançar a universalização da cobertura das ações de controle de
hanseníase no país ( OMS,2000).

O Brasil assumiu, durante a 44° Assembléia Mundial de Saúde, promovida pela


OMS, a meta de eliminação da hanseníase como problema de saúde publica até
o final de 2000, ou, seja atingir a taxa de prevalência de menos de um doente a
cada 10.000 habitantes.Isso ainda não ocorreu existe altas taxas de prevalência e
detecção ainda existentes, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro
Oeste, apenas dois estados alcançaram a eliminação da doença, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul, e pelo menos cinco estão em vias de eliminação desta
doença (PR, SP, DF, AL e RN).

Desde de 1991, o Brasil participou de três conferências mundiais promovidas pela


OMS, para avaliar aos avanços obtidos pelos países endêmicos (Vietnã1994,
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India1997 e Costa do Marfim em 1999).Nesse período o Brasil assumiu o


compromisso de eliminar a doença até o final de 2005, em pelo menos 16 estados
que representam 80% da população e detêm 48% e 45%da prevalência da
detecção, respectivamente, terão alcançado esta meta de eliminação.

Para a meta ser atingidas as ações de controle da hanseníase devem ser


desenvolvidas por todas as unidades da rede básica, incluindo as equipes do
PACS e do PSF.Essas ações incluem o estigma social associado à doença, a
identificação precoce dos casos suspeitos e o adequado diagnóstico, o
tratamento preconizado dos casos diagnosticados, a identificação da fonte de
contágio e de casos novos entre contatos intradomiciliares, e a prevenção do
contágio de outra pessoa. A pratica de trabalho proposta pela saúde da família, ao
estabelecer um vinculo de responsabilidade entre a população e os serviços de
saúde, favorece o desenvolvimento destas ações.

Sendo então no estado do Espírito Santo o grupo das paneleiras escolhido para
desenvolvimento e aplicação do projeto pôr serem elas uma cooperativa de
origem histórica e cultural do estado, que desenvolveu dentro da comunidade da
grande Goiabeiras, bairro antigo que abriga como grande maioria de seus
moradores imigrantes do interior do estado, que vieram em busca da urbanização
deixando para trás o trabalho rural, esse grupo é uma mistura de varias origem,
indígenas, negros e pescadores, é de suma importância dentro do comércio
cultural, folclórico e turístico do estado.

1.1Definições de Caso de Hanseníase

“[...] Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma ou mais de uma
das seguintes características e que requer quimioterapia”(BRASIL, 2002):
-Lesão (ões) de pele com alteração de sensibilidade;
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-Acometimento de nervos com espessamento neural;


-Baciloscopia positiva.
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2.Revisão da Literatura

2.1- Aspecto epidemiológico

Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de evolução lenta, que se


manifesta através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos
nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés.

“[...] A principal característica da doença é o comprometimento dos nervos


periféricos, que lhe da um grande potencial de provocar incapacidade física que
podem incluir ou não deformidades. Podendo essas incapacidades e
deformidades acarretar alguns problemas, como diminuição da capacidade de
trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos, além do estigma e
preconceito contra a doença” (BRASIL, 2002).

A hanseníase é uma doença curável quanto mais precoce se da o diagnóstico e


tratada mais rapidamente o paciente obtém a cura.

2.2- Agente Etiológico

“[...] Mycobacterium Leprae, ou bacilo de Hansen é um parasita intracelular


obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células do sistema nervoso
periférico, ele se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se
multiplicar, seu tempo de multiplicação é lento podendo durar de 11 a 16 dias”
(OMS, 2000).

“[...] Mycobacterium leprae tem alta infectividade e baixa patogênicidade, isto é


infecta muitas pessoas, no entanto só poucas adoecem”(OMS, 2000).
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Seu único reservatório é o homem, embora tenha sido identificado animal


naturalmente infectado.

2.3- Transmissão

“[...] O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase, seu


contágios se dá através de uma pessoa doente, portador do bacilo de hansen,
não tratada, que o elimina para o meio exterior, contagiando pessoa susceptíveis
ao contágio” (BRASIL, 2002).

A principal via de eliminação do bacilo, pelo individuo doente, e a mais provável


porta de entrada no organismo passível de infecção são as vias aéreas
superiores, trato respiratório.Para ocorrer à transmissão do bacilo é necessário um
contato direto com a pessoa doente não tratada.

“[...] O aparecimento da doença e suas diferentes manifestações dependem de


vários fatores: parasita/hospedeiro, e pode ocorrer após um longo período de
incubação de 2 a7 anos”(BRASIL, 2002).

“[...] A hanseníase atinge pessoa de qualquer sexo e idade. Em crianças


menores de 15 anos há uma maior endemecidade da doença. E a uma maior
incidência no homem do que na mulher” (BRASIL, 1999).

Outros fatores individuais estão relacionados aos níveis de endemia e as


condições sócio-econômicas desfavoráveis, assim como condições precárias de
vida e de saúde e aglomeração intrdomiciliar.
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2.4- Aproposta

A eliminação da hanseníase como problema de saúde publica, depende de um


conjunto de ações de ordem política do ministério da saúde, de forma que possam
buscar todos os casos de hanseníase, levando á quebra da cadeia de transmissão
e, conseqüentemente á redução do numero de casos da doença.

De acordo com a política do sistema único de saúde é de responsabilidade dos


municípios promover a descentralização das ações de saúde, a hierarquição,
regionalização, universalização, e equidade na assistência.

A inovação de novos recursos que permitam aos municípios a incorporação da


assistência á hanseníase no atual modelo de atenção básica, deverá ser
implementada buscando a melhoria do acesso da população ao diagnostico e
tratamento, para isso devera haver preparação dos agentes de saúde na
abordagem do assunto aos moradores de determinada região, interada ao
programa de saúde da família daquele município.

Para que então possa se contar com grupos de apoio para divulgação,
diagnóstico precoce, e seleção.

2.5- Sinais e Sintomas Dermatológicos

A doença manifesta-se através de lesões de pele que se apresentam com


diminuição ou ausência de sensibilidade.
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2.5.1 Lesões Comuns


• Manchas pigmentadas ou discrômicas: resulta da ausência, diminuição,
aumento de melanina, depósitos de outros pigmentos ou substâncias na pele,
podendo esses sinais estar em conjunto ou não.

• Placas: é uma lesão que se estende pela superfície pôr vários centímetros,
podendo se individual ou composta com aglomerados de placas.

• Infiltração: é o aumento da espessura da pele, de limites imprecisos,


acompanhando às vezes de eritema discreto. Na derme a presença de
infiltrado celular, e as vezes com edema e vasodilatação.

• Turbéculo: pápula ou nódulo que evolui deixando cicatriz.

• Nódulo: lesões sólidas, circunscritas, elevadas ou não, de 1 a 3 cm de


tamanho. É processo patológio que se localiza na epiderme, derme e/ ou
hipoderme. Pode ser lesão mais palpável que visível.

As lesões podem ser localizadas em qualquer região do corpo desde mucosa


cavidade oral, sendo mais freqüente na face, orelhas, nádegas, braços, pernas e
costas.

É valido lembrar que na hanseníase as lesões de pele são diferenciadas das


lesões comuns, pois suas lesões são neurodermatológicas.
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2.6- Sintomas Neurológicos

• Lesões de nervos periféricos;

• São decorrentes de processos inflamatórios dos nervos periféricos


(neurites) podendo ser causados tanto pela ação do bacilo nos nervos
como pela reação do organismo ao bacilo, ou pelas duas juntas.

• Dor e espessamento dos nervos periféricos (olhos, mãos e pés).

• Perda de força nos músculos afetados.

• Neurite geralmente manifestada pelo processo agudo, acompanhado de


dor intensa e edema. No inicio, não há evidencia de comprometimento
funcional do nervo, mas, freqüentemente, a neurite torna-se crônica e
passa a evidenciar esse comprometimento, através da perda da
capacidade transpirar, causando ressecamento da pele. Podendo causar
paralisia nos nervos afetados.

• O não tratamento do acometimento neural pode provocar incapacidades e


deformidades, decorrente da alteração da sensibilidade nas áreas
inervadas pelos nervos comprometidos.

2.7- Evolução da Doença

“[...] A maioria das pessoas não adoece, pois tem imunidade contra o
Mycobacterium Leprae, entre as que adoecem, o grau de imunidade varia e
determina a evolução da doença”(BRASIL, 2002).
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Inicialmente a doença se manifesta através de lesões na pele, como manchas


esbranquiçadas ou avermelhadas que apresentam perda de sensibilidade, sem
evidência de lesão nervosa troncular. Estas lesões de pele ocorrem em qualquer
região do corpo, mas, com, maior freqüência, na face, relhas, e costas. Podem
também acometer mucosa nasal.

A evolução da doença mal tratada manifesta-se as lesões nos nervos,


principalmente nos troncos periféricos. Poderá aparecer nervos engrosados e
dolorida diminuição de sensibilidade nas áreas inervadas por eles: olhos, mãos e
pés, e diminuição da força dos músculos inervados pelos nervos afetados. Essas
lesões são responsáveis pelas incapacidades e deformidades características da
hanseníase.

2.8- Diagnostico

É realizado através do exame clínico, quando se busca o sinal


dermatoneurológicos da doença.

2.9-Diagnóstico clínico

“[...]O diagnóstico clínico e realizado através do exame físico uma busca


identificando-se sinais clínicos das doenças através da avaliação dermato
neurológica, fazendo anaminése colhendo informações sobre sua história clínica,
e sinais e sintomas dermatoneurológicas, característicos da doença e de sua
história epidemiológica(BRASIL, 2002).
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Segundo o ministério da saúde o roteiro deve conter:

1. Anaminése-obtenção da história clínica e epidemiológica;

2. Avaliação dermatológica-identificações de lesões de pele com alteração


de sensibilidade;

3. Avaliação neurológica-identificação de neurites, incapacidades e


deformidades;

4. Diagnósticos dos estados reacionais;

5. Diagnóstico diferencial;

6. Classificação do grau de incapacidade física.

2.10-Anamnese

• Devem ser realizados conversando com o paciente sobre os


sinais e sintomas da doença e possível vínculos epidemiológicos.
• A pessoa deve ser ouvida com muita atenção e as duvidas
devem ser prontamente esclarecidas, procurando-se reforçar a
relação de confiança existente entre o individuo e os profissionais
de saúde.

• Deve ser registrada cuidadosamente no prontuário toda a


informação obtida, pois elas serão úteis para a conclusão do
diagnóstico da doença, para o tratamento e para o
acompanhamento do paciente.
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• É importante que seja detalhada a ocupação da pessoa e suas


atividades diárias.
• Além das questões rotineiras da anamnese, é fundamental que
sejam identificadas as seguintes questões: alguma alteração na
pele-manchas, placas, infiltrações, tubérculos, nódulos, e há
quanto tempo eles apareceram; possíveis alterações de
sensibilidades em alguma área do corpo; presença de dores nos
nervos, ou fraqueza nas mãos e nos pés e se usou algum
medicamento para tais problemas e qual o resultado.

2.11- Avaliação Dermatológica

A valiação visa identificar as lesões de pele própria da hanseníase, pesquisando


a sensibilidade nas mesmas. A alteração de sensibilidade nas lesões de pele é
uma característica típica da hanseníase.

Deve ser feita uma inspeção de toda a superfície corporal no sentido crânio-
caudal, seguimento por seguimento, procurando identificar as áreas acometidas
por lesões de pele. A as áreas onde as lesões ocorrem com maior freqüência são:
face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas, mas elas podem, também, na
mucosa nasal.
Devem ser realizadas as seguintes pesquisas de sensibilidade nas lesões de
pele: térmica, dolorosa e tátil, que se complementam.

A pesquisa de sensibilidade nas lesões de hanseníase é um recurso muito


importante e deve ser executada com paciência e precisão.

2.12 - Pesquisa de sensibilidade


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“[...] A pesquisa de sensibilidade é para avaliar o grau da lesão a ele acometido,


para isso deve se levar em conta algumas considerações”(BRASIL, 2002).
Explicar ao paciente o exame a ser realizado, certificando-se de sua compreensão
para obter maior colaboração.

Concentração do examinador e do paciente.

Demonstrar a técnica, primeiramente com os olhos do paciente aberto e em pele


sã.

Ocluir, então o campo da visão do paciente.

Selecionar aleatoriamente, a seqüência de pontos a serem testados. Tocar a pele


deixando tempo suficiente para o paciente responder. Repetir o teste para
confirmar resultado em cada ponto.

Realizar o teste em área próxima dentro do mesmo território especifico, quando na


presença de calosidades, cicatrizes ou úlceras.
Deve-se realizar pesquisa térmica sempre utilizando um tubo com água fria e
outra aquecida, tendo cuidado com a temperatura da água, utilizando desses
meios para avaliar a sensação de calor.

Na pesquisa de sensibilidade tátil o exame é feito com uma mecha de algodão


seco. Assim como nos outros exames deve-se explicar ao paciente quanto o
procedimento.

Apele sã e área suspeita deve ser tocada alternadamente com a mecha avaliando
sua sensibilidade ao toque.
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A pesquisa da sensibilidade protetora é realizada nas lesões, nos membros


inferiores e superiores, utilizando-se a ponta de uma caneta esferográfica. Essa
pesquisa é a mais importante para prevenir incapacidades, pois detecta
precocemente diminuição ou ausência de sensibilidade protetora do paciente.

2.13- Classificação operacional para fins de tratamento


quimioterapico

O diagnóstico, portanto, baseia-se na identificação desses sinais e sintomas, e


uma vez diagnosticado, o caso de hanseníase deve ser classificado,
operacionalmente, para fins de tratamento. Esta classificação também é feita com
base nos sinais e sintomas da doença:

Paucibacilares (PB): casos com até 5 lesão de pele;

Multibacilares (MB): casos com mais de 5 lesões de pele.


O diagnóstico da doença e a classificação operacional do paciente em Pauci ou
em Multibacilar é importante para que possa ser selecionado o esquema de
tratamento quimioterapico adequado ao caso.

A identificação do comprometimento neural e da eventual incapacidade física do


paciente são importantes para a orientação de uma regular de auto cuidados, pelo
paciente e para que possam ser tomadas medidas de prevenção e tratamento de
incapacidade e deformidades.

2.14- Avaliação neurológica

Hanseníase é doenças infecciosas, sistêmicas, com repercussão importante nos


nervos periféricos. A neurite é um processo importante da Hanseníase ela pode
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ser silenciosa, sem sinais ou sintomas ou pode ser evidente, aguda,


acompanhada de dor intensa, hipersensibilidade, edema, perda de sensibilidade
e paralisia dos músculos.

“[...] No estagio inicial a neurite hansênica não apresenta um dano neural


demonstrável, contudo, sem tratamento adequado freqüentemente, a neurite
torna-se crônica e evolui, passando a evidenciar o comprometimento dos nervos
periféricos: a perda da capacidade de suar (anidrose), a perda de pelos
(alopercia), a perda das sensibilidades térmica, dolorosa e tátil, e a paralisia
muscular”(BRASIL, 2002).

“[...] Os processos inflamatórios podem ser causados tanto pela ação do bacilo
nos nervos, como pela resposta do organismo á presença do bacilo, ou por
ambos, provocando lesões neurais, que não tratadas, podem causar dor e
espessamento dos nervos periféricos, alteração de sensibilidade e perda da força
nos músculos inervados por esses nervos, principalmente nas pálpebras e nos
membros superiores e inferiores, dando origem à incapacidade e
deformidades”(BRASIL, 2002).

Os profissionais de saúde devem ter, sempre, uma atitude de vigilância em


relação ao potencial incapacitante da doença, causado pelo comprometimento dos
nervos periféricos, dar-se por isso a importância da avaliação neurológica.

Avaliação neurológica deve ser realizada semestralmente e na alta do


tratamento, na ocorrência de neurites e reação quando houver suspeitas das
mesmas, durante o tratamento PQT e sempre que houver queixas.
Principais nervos acometidos:

• Pela face-trigêmeo e facial, que podem causar alterações na face,


nos olhos e no nariz;
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• Pelo braços-radial, ulnar e mediano, que podem causar


alterações nos braços e mãos;

• Pelas pernas- fibular comum e tibial posterior, que podem causar


alterações nas pernas e pés.

2.15-Inspeção dos olhos, nariz, membros superiores e


inferiores

“[...] A inspeção dos olhos objetivos verificar os sinais e sintomas decorrentes da


presença do bacilo e do comprometimento dos nervos que inervam os olhos.
Consiste em perguntar ao individuo se sente ardor, coceira, vista embaçada,
ressecamento dos olhos, pálpebras, lacrimejamento, ou outros sintomas.Deve ser
verificado se existem nódulos, infiltrações, secreção, hiperemia, ausência de
sobrancelhas (madarose), cílios invertidos (triquiase), eversão (ectrópio) e
desabamento da pálpebra inferior (lagoftalmo), ou opacidade da córnea.Ainda
deve ser verificado se há alteração no contorno, tamanho e reação das pupilas, e
se a mesma apresentam-se pretas ou esbranquiçadas”.(BRASIL, 2002).

“[...] O nariz é feito para se verificar os sinais e sintomas decorrentes da presença


do bacilo e o comprometimento da mucosa e da cartilagem do nariz. Verifica-se se
o nariz esta entupido e se há sangramento ou ressecamento do mesmo.
Verificando as condições da pele, da mucosa e do septo nasal, bem como se a
perfurações do septo nasal, desabamento do nariz ou outros sinais característicos
da doença. A mucosa deve ser examinada, verificando se há alteração na cor na
umidade, se há crostas, atrofia, infiltração ou ulceras na mucosa”(BRASIL, 2002).
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“[...] Nos membros avalia-se se a comprometimento dos nervos que os inervam,


questionando diminuição da força, dormência, ou outros sintomas, verificar
existência de ressecamento, calosidade, fissuras, ferimentos, cicatrizes, atrofias
musculares e reabsorções ósseas (perda de uma ou mais falanges dos dedos, ou
partes de uma delas).Nos membros inferiores pode haver edemas, perda de força
e sintomas como os citados acima, além de comprometimento da marcha e queda
plantar (pé caído)”(BRASIL, 2002).

2.16-Palpação dos troncos nervos periféricos

“[...]Verifica-se se há se a espessamento dos nervos que inervam os membros,


visando prevenir lesões neurais e incapacidades”(BRASIL, 2002).
O exame deve ser feito palpando os nervos com a polpa digital de do segundo e
terceiro dedo, deslizando-os sobre a superfície óssea, acompanhando o trajeto do
nervo, no sentido de cima para baixo. Não se deve esquecer que se os nervos
estiverem inflamados poderão estar sensíveis ou doloridos. Merecendo cuidado e
pouca fosca ao serem palpados.

Avalia-se:

 Queixa de dor espontânea no trajeto do nervo;

 Queixa de choque ou de dor nos nervos durante


a palpação;

 Espessamento do nervo palpado com o nervo


correspondente, no lado oposto;
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 Alteração da consciência do nervo; se há


endurecimento. Amolecimento;

 Alteração na forma do nervo: se existe abscesso


e nódulo;

 Se o nervo apresenta aderência.

2.17-Avaliação da força muscular

“[...] Avalia-se o comprometimento funcional dos músculos inervados pelos nervos


que passam pela face, membros superiores e inferiores. Este comprometimento é
evidenciado pela diminuição ou perda da força muscular”.(BRASIL, 2002).

• Prova da força muscular do 1° interósseo dorsal;


• Prova da fosca muscular do abdutor do 5° dedo;

• Prova da força muscular do abdutor curto do polegar;

• Prova dos extensores do carpo;

• Prova da força muscular do tibial anterior;

• Prova da força muscular do extensor longo do hálux;

• Provada força do extensor longo dos dedos ;


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• Prova da força muscular dos fibulares.

2.18-Teste de mobilidade articular de mãos e pés

Avalia-se se existe limitação na amplitude dos movimentos das articulações dos


dedos das mãos e dos pés.As limitações indicam comprometimento funcional dos
músculos inervados pelos nervos que passam pelas mãos e pés e pode
manifestar-se através de garra e de articulações anquilosadas.
• Verifique a mobilidade das articulações dos pés através da
movimentação ativa e passiva das mesmas;

• Peça ao examinado que movimente as articulações dos pés e das


mãos;

• Faça a movimentação passiva das articulações doe pés e das


mãos. Com a outra articulação proximal a ser examinada, com
uma das mãos. Com a outra faça movimentos de extensão e
flexão.

2.19- Avaliação de sensibilidade dos olhos, membros


superiores e inferiores.

Tem como objetivo verificar se existe algum comprometimento dos mesmos.

Como se avaliar?
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2.19.1- Diagnóstico laboratorial

“[...] É feito através da baciloscopia, que é um exame onde se observa o


Mycobacterium Leprae, diretamente do esfregaço de raspados intradermicos das
lesões hansênicas” (BRASIL, 2002).

A baciloscopia é um apoio para o diagnóstico e também serve como critérios de


confirmação.

2.19.2 Diagnóstico diferencial

A hanseníase pode ser confundida com outras doenças de pele com outras
doenças neurológicas que apresentam sinais e sintomas semelhantes, por isso se
faz o diagnóstico diferenciado, para que essas não seje confundido com outras
doenças.
As doenças de pele que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase são:

• Pitiriáse Vesicolor (pano branco), micose superficial que acomete


a pele causada por fungos;

• Eczernitide, doença comum de causa desconhecida associada a


dermatite seborréia;

• Tinha don corpo, micose superficial, com lesão hipocrômica ou


eritematosa, de bordo elevado;

• Vitiligo, doença de causa desconhecida, com lesões acrômicas.


Sensibilidade preservada.
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2.19.3- Diagnóstico diferencial em relação a outras doenças


neurológicas

Principais lesões neurológicas que podem ser confundidas, entre outras, com as
de:
• Síndrome do túnel do carpo;

• Neuralgia parestésica;

• Neuropatia alcoólica;
• Neuropatia diabética;

• Lesões por esforços repetitivos (LER).

2.20- Tratamento de Hanseníase

O tratamento do paciente com hanseníase é fundamental para curá-lo, fechar a


fonte de infecção interrompendo a cadeia de transmissão da doença, sendo,
portanto estratégico no controle da endemia para eliminar a hanseníase enquanto
problema de saúde pública.

O tratamento consiste em tratamento quimioterapico, esquema paucibacilar (PB)


esquema multicibalar (MB), tratamento especifico para crianças e esquema
alternativo.

2.20.1- Duração do tratamento


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O tratamento é preconizado pelo ministério da saúde, o esquema de


administração da dose supervisionada deve ser o mais regular possível de 28 em
28 dias. Porem, se o contato não ocorrer na unidade de saúde no dia agendado, a
medicação deve se dada mesmo no domicilio, pois a garantia da administração da
dose supervisionada e da entrega dos medicamentos indicados para a
automedicação é imprescindível para o tratamento adequado.

A duração do PQT deve obedecer aos prazos estabelecidos: de 6 doses mensais


supervisionadas de rifampicina tomadas em até 9 meses para os casos
Paubacillares e de 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina tomadas em
até 18 meses para os casos multibacilares.

Se por algum motivo, houver interrupção da medicação ele poderá ser tomado em
até 3 meses, com vista a completar o tratamento no prazo de até 9 meses.

2.20.2- Efeitos colaterais

Eles podem ser cutâneos, gastrintestinais, hepáticos, hematopoéticos, anemia


hemolítica e síndromes pseudogripal.
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3. Objetivo

Contribuir para a eliminação da hanseníase como problema de saúde no estado


do Espírito Santo;

Conhecer as deficiências da população em relação as informações sobre


hanseníase;

Orientar o grupo das paneleiras do bairro de Goiabeiras, quantos as


incapacidades causadas pela hanseníase, e assim contar com sua contribuição
para diminuição dos casos ou ate se possível a eliminação da doença;

Saber o que leva a este grupo a buscar ou não informações sobre condições de
prevenção, manutenção e tratamento de saúde, e qual a participação do programa
de saúde da família em relação atenção prestada a esta comunidade.
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4. Metodologia
4.1- Tipo de pesquisa.

Trata de um estudo qualitativo de campo.

O método compreende uma interação entre o pesquisador e o entrevistado,


dando importância a sua participação para compreender melhor seus problemas
e /ou situação.

“[...] Uma vez que a fonte dos dados é sempre é sempre


relacionada a um contexto, a coleta d dados se dá pela comunicação dos
sujeitos participantes e o tratamento é pela interpretação, como modo de
compreender ou aclarar os sentidos e significados da comunicação”.
(LEOPARD, 2001, p.258).

De campo: Pesquisa realizada com interação da unidade de saúde do Bairro


República junto com as reuniões do programa de saúde da família, onde será
entrevistado o público alvo (as paneleiras), com objetivo de investigação e
orientar. O propósito da pesquisa campo é “[...] o de aproximar as pessoas, de
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modo a compreender um problema ou situação, a partir de seu cenário natural,


normalmente feito com observação direta ,levantando estudo de caso”.
(LEOPARD, 2001, P.151)

4.2-Local da pesquisa

Escolheu-se a unidade de saúde do Bairro República, que abrange dentro do


programa de saúde da família toda região da Grande Goiabeiras, fica situado no
município de Vitória no Estado do Espírito Santo. ------------------história da
unidade?

4.3- Sujeito da pesquisa

Serão as participantes da cooperativa das paneleiras de panela de barro do bairro


de Goiabeiras, o grupo é composto de 12 participantes, onde todos interagem
juntos dentro da cooperativa a mais de..... Anos.

4.4- Instrumento da Coleta de dados

Os instrumentos de coleta grupo focal.


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Para Westphal, Bogus e Faria (1996, pg472-481), “grupo focal é uma técnica de
pesquisa que utiliza sessões grupais como um dos foros facilitadores da
expressão de características psicossociológica e culturais; diz respeito a uma
sessão em que os sujeitos do estudo discutem vários aspectos de um tópico
especifico”.

Esta modalidade consiste, portanto, em busca de informações não de um


individuo, mas em um grupo já existente ou formado especificamente para um
período destinado a coleta de dados, que se reúna em torno de um interesse
relacionado ao tema da investigação. (LEOPARD, 2001, pg 259).

4.5- Coleta de dados

A coleta dos dados da pesquisa será através do uso de um gravador de voz com
uma sessão grupal onde os componentes do grupo (no caso os membros da
cooperativa das paneleiras) farão discursão informal sobre o tema abordado.

O grupo é composto por 12 pessoas onde cada pessoa terá um tempo limite de
10 minutos para dar sua resposta/ opinião/ conhecimento.

A principio é apenas um grupo, com tempo total de duração da reunião de 2h.

O local escolhido para reunião e execução foi de maior comodidade e liberdade


para os entrevistados. O local será a sede da cooperativa.

A abordagem do tema será em cima do conhecimento do grupo sobre os sinais,


sintomas e prevenção da incapacitação.
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5. Resultados

5.1- Grupo Focal

Entrevistas:

D.I

1°- “.. Não sei não, nunca vi essa doença por aqui, só vejo falar mancha no
corpo.

2°- “Não sei não”

3°- “Há...tem quer procurara orientação médica né, o médico eles explicam
que a pessoa que ta com a mancha no corpo, se aquela a pessoa não senti
dormência que é essa doença, só que eu sei é isso...”

D. L
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1°-“ Alguns sinais eu acho que sei, sinais são manchas pelo corpo né,
dormente né, e sinais que a pessoa já não tinha derrepente aparece, alguma
coisa assim parecida, que da coceira”.

2°-“ Acho que é... Parece que a pessoa sente né o local e ai fica dormente
aquilo né, não sei dizer direito não”.

3°- “De pegar a doença? Bom eu acho que tem que evitar bastante os raios
do sol naqueles horários mais fortes e se conhecer uma pessoa que tem a
doença, bom se a pessoa tiver em tratamento eu ouvi dizer que não pega né
agora, eu acho que não sei não, Hanseníase é a mesma coisa que câncer de
pele? “

D.B.

1°”-Bom eu conheço pela televisão, propaganda de televisão, que mostra ai


pra gente mas eles... fazem dessa doença que é uma mancha, ai fala que é uma
mancha agente pode apertar e não sente dor, é uma mancha que fica dormente”.

2°-“ Há não sei não, eu só ouvi falar também que a pessoa que tem essa
doença que não esteje fazendo o tratamento até dela conversar com outra pessoa
essa doença é transmitida pode não ser essa miodagem também.”

3°-“ Não, sei não.

D.C.
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1°- “É uma mancha branquiada que o lugar fica dormente , agente não
sente”.

2°-“A pessoa fica incapacitada né, se não tratar ai ataca as mãos e os pés.”

3°-“Tem que fazer o tratamento né,que a pessoa que já tem a doença faz o
tratamento e todos da família têm que fazer pra que o contato que a pessoa tiver
com outra pessoa não contagie outra pessoa . A minha menina teve também ela
esta estudando agora.”

D.R.

1°-“Não... não... acho que é vermelhidão manchas pelo corpo, mancha que
não sente dor.

2°-“Não.”

3°-”Não.”

D.L.

1°-“Conheço, são manchas embranquecidas, avermelhadas e que são


dormentes.”

2°-“Não.”
32

3°-”Não, sei não”.

D.A.

1°-“ Olha eu tenho até uns folhetim em casa que peguei até no posto de
saúde do Bairro Republica né , ai eu tentei ler mais ou menos entender, só que
não vi agora que vim saber que é lepra no caso que eu perguntei a menina só
que com nome diferente né, mas assim eu nunca vi alguém assim que tenha, não
conheço, as meninas falou pro pra mim que da uma manchinha, diz que a mancha
é dormente e não sente no caso né agora eu já estou.”

2°-“Não.”

3°-“Também não.”

D.I.

1°-“Não.”

2°-“ Também não.”

3°-“Não faço a mínima idéia.”

D.M.

1°-“ Já vi só no panfleto, as manchas nos braços, só.


33

2°-“Não.”

3°-“Também não”.

Sr. C.

1°-“Não.”

2°-“Não.”

3°-“Não.”
D.M.

1°-”Não, só sei que é uma doença que pega, através até de uma pessoa
tomar água no copo sem lavar e ouvir dizer que dá dor nos ossos e corpo, o que
me passaram pra mim é isso”.

2°-”Fica fraco né, muito fraco frágil né”.

3°-“não.”
34

6. Resultados

6.1-Analise das resposta das dez pessoas entrevistadas.

Quantas sabem a respeito dos sinais e sintomas?


3 pessoas

Quantas sabem alguma coisa sobre os sinais e sintomas?


7 pessoas

Quantas conhecem as incapacidades?


3 pessoas

Quantas não conhecem ou não souberam responder?


7 pessoas

Quantas sabem a respeito da prevenção?


3pessoas
35

Quantas não sabem nada sobre prevenção?


7 pessoas

7-Considerações finais

O grupo entrevistado é na grande maioria do sexo feminino, casadas e suas


funções foram herdadas de mãe pra filha. Por fazerem trabalho manual e
mexendo freqüentemente com temperatura elevadas entende-se que elas
encontra-se em um grupo de risco por haverem relatos de pessoas com a doença,
algumas já tratadas e outras não, e as pessoas que ali trabalham não terem
conhecimento de que no meio delas existe alguém que foi portador da doença e
outra que estão em tratamento , além de demonstrarem uma grande carência em
relação a informação sobre Hanseníase, sabem que a doença é de característica
dermatológica e até a confundem com outras doenças, mas não sabem
reconhecê-la nem que tipo de agravante ela pode causar se não tratada ou
diagnosticada a tempo.

Percebe-se que poucas fazem acompanhamento do seu estado de saúde, e a


grande maioria possui apenas o ensino fundamental; elas dão uma importância
muito grande a seu trabalho, mas esquecem de fazer manutenção da saúde da
saúde pra preservar suas funções, além de demonstrarem uma grande resistência
a ouvir qualquer assunto que possa privá-las de desviar sua atenção e ter que por
qualquer momento interromper seu trabalho, a aplicação do grupo focal no inicio
36

foi complicado decorrente dessa resistência, só aceitaram quando viram que não
precisa parar suas atividades para responder as perguntas e se recusaram a ouvir
uma palestra a respeito do assunto.

Mas encontramos pessoas que demonstraram interesse em ouvir, questionar a


respeito do assunto e até querendo ser consultado, essas pessoas e todas as
outras foram orientadas ao deveriam fazer.

Conclui-se então que a comunidade visitada demonstra uma grande carência de


informações sobre hanseníase, seus sinais e sintomas, suas incapacidades e
como preveni-las, que além de terem essa carência também tem uma grande
resistência a obter maiores informações e ou, atividades que possam exigir um
pouco mais de sua atenção, não só sobre hanseníase mas qualquer outro
assunto, e que o serviço do programa de saúde esta presente parcialmente com a
presença dos agentes de saúde , e nenhum momento durante a pesquisa
recebemos a participação de um profissional de enfermagem ou médico prestando
atendimento a esta população.
37

8.Referências bibliográficas

Brasil. Ministério da saúde. Ações de informação, educação e comunicação:


preventiva para uma avaliação. Brasília, Ministério da saúde, 1998.

Brasil. Ministério da saúde. Guia para implantar/implementar as atividades de


controle da hanseníase nos planos estaduais e municipais de saúde. Brasília.
Secretária de política de saúde, Ministério da saúde, 1999.

Brasil. Ministério da saúde. Secretária de Políticas de saúde. Departamento de


atenção básica. Área técnica de dermatologia sanitária. Guia para utilização de
medicamentos e imunológicos na área de hanseníase. Brasília, Ministério da
saúde, 2001.

Brasil. Ministério da saúde. Secretária de política de saúde. Departamento de


atenção básica. Guia para controle da hanseníase. Brasília, Distrito federal,
2002.

Leopard, Maria Tereza. Metodologia da pesquisa na saúde. Maria Tereza,


Carmen Lucia Colomé Beck, Elisabeta Albertina Nietsche, Rosa Maria Barcini
Gonzáles. Santa Maria: Pallotti,2001.
38

OMS. Monitoramento da eliminação da hanseníase. Manual para monitores.


Word Healt Organization.2000.

WHO/CDS/CEP/CEE/2000.14 Guia de eliminação da Hanseníase como


problema de saúde publica. 1. Ed. Genebra 2000.

Westphal, Márcia Faria; BOGUS, Claudia Maria; Faria, Mara de Mello. Grupos
Focais: experiências precursoras em programas educativos em saúde no Brasil.
Bol. Oficina Sanit. Panam, v120,n.6.p.472-481,1996.
VIETH ,H .; AXCAR,S.R. PASSEROTTI,S. Guia de prevenção ocular em
hanseníase. [ S.1.] Associação Alemã de ajuda aos hansenianos: Instituto Lauro
de Souza Lima, São Paulo.
39

9. Anexo
9.1- Anexo
Univix

Carta de autorização e consentimento para realização do estudo de pesquisa para


o projeto de extensão de eliminação da Hanseníase como problema de saúde
pública no Estado do Espírito Santo.

Eu.........................................................................................................Portador do
documento de identidade n°................estou ciente do trabalho a ser realizado
dentro da cooperativa e aceito contribuir para o desenvolvimento do mesmo.
40

Sendo os aplicadores da pesquisa os acadêmicos de Enfermagem do 6° período:


Aislana Antunes
Fabiana de Oliveira Moreira
Lidiane
José Marcelo
Professores Orientadores: Tânia Mara
Elizabethe
Apoio: US Bairro República/PSF.

Vitória
2005
9.2- Anexo

Questionário:

1- O que é Hanseníase? Quais são os sinais e sintomas?

2-Você sabe que tipo de incapacidade a Hanseníase pode provocar?

3-E como prevenir estas incapacidades?


41

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