Você está na página 1de 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE

UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE SÃO PAULO,


CAPITAL

ALINE, brasileira, casada, professora, portadora da cédula de identidade


RG nº XXXXX e inscrita no CPF sob o nº XXXXXXXX, com usuário do
endereço eletrônico aline9089@hotmail.com residente e domiciliado na
cidade de São Paulo/SP, com endereço rua XXX, quadra XXX, bairro
XXXXX, neste ato representando por sua advogada, constituído nos termos
do mandato em anexo, com endereço em local onde receberá intimações,
vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no art.
560 do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE CUMINADO COM


PERDAS E DANOS

em face de JOÃO PAULO, brasileiro, em união estável, pedreiro, portador


da cédula de identidade RG nº XXXX e inscrito no CPF sob o nº
XXXXXX, com usuário do endereço eletrônico jp008@gmail.com e NICE,
brasileira, estado civil em união estável, professora, portadora da cédula de
identidade RG nº XXXXX e inscrito no CPF sob o nº XXXXXX, com
usuário do endereço eletrônico nicefrs@outlook.com, ambos, residentes e
domiciliados na rua XXXX, quadra XXXXX, bairro XXXXXXX, na
cidade de São Paulo/SP, pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos:

I – DOS FATOS

A Requerente é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São


Paulo, no qual reside no respectivo imóvel há cerca de 5 anos, em terreno
constituído pela acessão e por um pequeno pomar.

Um pouco antes de iniciar obras em seu imóvel, a Requerente teve que


viajar com urgência para o interior de Minas Gerais, uma vez que sua mãe
estava gravemente doente. A mesma pretendia ficar fora de casa por 2
meses e, em face disso, resolveu comunicar seus vizinhos João Paulo, Nice,
Marcos e Alexandre, com o objetivo de que realizassem a tutela do imóvel
no período citado anteriormente enquanto estivesse ausente.

Entretanto, ao retornar de viagem, a Requerente encontrou o imóvel


ocupado por João Paulo e Nice, que ingressaram nela acreditando que
Bruna não retornaria. E no período em que estiveram na casa, fora
constatado que danificaram o imóvel, uma vez que instalaram uma antena
pirata no telhado do imóvel, o que acarretou em graves infiltrações no
imóvel devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade. E sendo assim, o
dano gerado é estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Além disso, desde que ocuparam irregularmente o imóvel, os Réus vêm


colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar,
percebendo os rendimentos da venda desses frutos, gerando um prejuízo
estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a presente data.
Diante da situação explanada, não restou alternativa a Autora senão propor
a presente demanda visando à restituição do imóvel e indenização pelos
danos ocorridos.

II – DO DIREITO

Em razão dos fatos narrados, é patente a comprovação do acontecimento do


esbulho possessório, no qual se evidencia a perda da Autora na posse de
seu bem para os Requeridos, de forma clandestina e ilegal, preenchendo os
requisitos do art. 561 do CPC.

Dessa forma, a Autora possuí o direito da reintegração da posse do imóvel,


em razão da posse de ma-fé e injusta dos Requeridos, conforme arts. 1200 e
1201 do Código Civil.

Art. 1200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

Art. 1201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o


obstáculo que impede a aquisição da coisa.

Ademais, fora constatado que os Requeridos danificam o imóvel ao instalar


antena pirata no telhado, acarretando graves infiltrações em razão de
grandes chuvas ocorridos no período, havendo um dano estimado em R$
6.000,00 (seis mil reais), conforme documentação em anexo. Assim, em
razão da posse ilícita que exerciam, geraram um dano imediato ao
patrimônio da Requerente, devendo haver reparação a título de danos
materiais emergentes, nos moldes do art. 1218 do Código Civil.

Art. 1218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da


coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam
dado, estando ela na posse do reivindicante.

E devido ao fato dos ocupantes estarem auferindo vantagem econômica


com a venda de frutos, da colheita de laranjeiras do pomar do imóvel,
gerando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) à
Autora, deverá haver reparação a título de lucros cessantes, com
fundamentação no art. 1216 do Código Civil.

Art. 1216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e


percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde
o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da
produção e custeio.

Em face dos artigos supracitados, a cumulação objetiva dos pedidos é


possível, conforme incisos I e II do art. 555, do CPC, in fine:

Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:

I - condenação em perdas e danos;

II - indenização dos frutos.


III - DA LIMINAR POSSESSÓRIA

O procedimento de manutenção e reintegração de posse ocorrerá pelo rito


especial, conforme redação do art. 558 do Código de Processo Civil, e
considerando que o presente esbulho possessório ocorreu a menos de ano e
dia, mister se faz a concessão da liminar sem que se ouça a outra parte.

Ademais, a Autora detém a posse justa anterior ao acontecimento dos Réus,


no qual estes obtiveram de forma irregular, através de um ato clandestino,
tornando a posse injusta e de ma-fé. Sendo assim, a posse é considerada
nova, pois o esbulho ocorreu conforme previsto no aludido artigo. E em
face do perigo na demora de uma decisão judicial, devido ao fato de que o
imóvel poderia ser ainda mais deteriorado e os frutos do pomar
continuarem a serem vendidos de forma indevida, requer-se a expedição de
mandado liminar de reintegração de posse, conforme art. 562 do Código de
Processo Civil.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se à Vossa Excelência:

a) A concessão de liminar em ação possessória, sem a oitiva da parte


contrária, para reintegração de posse provisória da Autora, com fulcro no
art. 562 do Código de Processo Civil;
b) A condenação dos Réus ao pagamento de indenização, a título de danos
materiais emergentes ocasionados ao telhado do imóvel, no quantum de R$
6.000,00 (seis mil reais);

c) A condenação dos Réus ao pagamento de indenização, a título de lucros


cessantes pelos frutos colhidos e percebidos, no quantum de R$ 19.000,00
(dezenove mil reais);

d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em


especial prova testemunhal, para demonstrar a clandestinidade da posse, e
prova pericial para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no
imóvel;

e) A realização de diligências necessárias para a obtenção de dados que


possibilitem a citação dos Réus;

f) A condenação dos Réus ao pagamento dos honorários de sucumbência,


em conformidade com o artigo 85 do Código de processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos
do art. 292, inciso VI, do CPC.

Termos que,

Pede deferimento.
(Município), (dia) de (mês) de (ano).

(Nome do advogado)

OAB/UF XXX-XXX

Você também pode gostar