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Dinâmica nº 3

Manejando o Conflito: tomada de decisão1

 Objetivos:

• Identificar maneiras de manejar conflitos em espaços de


negociação e conflito;
• Discutir sobre em que situações e por que razão diferentes
métodos de solução de conflitos são apropriados;
• Proporcionar uma experiência na tomada de decisão em grupo

 Tamanho do grupo: número ilimitado de subgrupos de sete a dez


participantes.

 Tempo necessário: aproximadamente duas horas

 Material: para cada participante:

• Cópia da folha de trabalho de estilos e manejo de conflitos;


• Uma folha extra, em branco;
• Lápis ou caneta;
• Para as observações e anotações do(a) orientador(a): flip-chart,
quadro branco ou lousa.

 Arranjo físico: uma sala suficientemente grande para acomodar


todos os participantes de forma confortável.

 Processo:

• O(a) orientador(a) pode iniciar por uma rápida explanação sobre


a inevitabilidade do conflito em grupos coletivos e sobre como
esse mesmo conflito pode ser usado como força construtiva.
Tempo: 10 minutos;
• Em seguida, o(a) orientador(a) deve dividir a classe em grupos
de sete a dez pessoas, entregar a cada participante uma cópia
da folha de trabalho de estilos de manejo de conflitos e instruí-
los(as) para que complete em grupo, por meio de uma decisão
coletiva. Aconselha-se que sejam evitadas técnicas de redução
de conflito, tais como o emprego da força na maioria (por
votação), força da minoria (persuasão baseada na pressão), ou
negociação (aquiescência para preservar a harmonia). O(a)
orientador(a) deve estimular todos os participantes a encarar as
diferenças de opinião como construtivas e a fazer suas

1
Dinâmica adaptada de Alavarez-Ballestero, Maria Esmeralda. Mutatis Mutandis:
dinâmicas de grupo para o desenvolvimento humano. Campinas, SP: Papirus, 1999,
pg. 57-60.
ordenações como grupo, baseados na lógica tanto quanto no
entendimento mútuo. Tempo: 45 minutos;
• O(a) orientador(a) deve reorganizar o grupo total e afixar ou
transcrever para o flip-chart ou quadro as decisões dos grupos.
Tempo: 15 minutos;
• Caso se encontre um resultado muito diferente dos demais,
pode-se provocar um novo conflito, solicitando aos grupos
divergentes as justificativas para cada uma das respostas. Cada
um dos cinco estilos de manejo de conflitos deve ser comentado,
discutido e exemplificado pelo(a) orientador(a). Ele(a) deve
estimular os participantes a discutir cada um dos estilos em
função do que acabaram de vivenciar. Tempo: 30 minutos;
• Os participantes identificarão cada um dos estilos em cada
alternativa. O(a) orientador(a) iniciará com o grupo maior a fase
de processamento, anotando e sintetizando no quadro os pontos
mais importantes do que foi vivenciado no exercício. Tempo: 20
minutos.

Solução do Exercício

Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4


A – Negociar A – Impor A – Integrar A – Evitar
B – Impor B – Evitar B – Negociar B – Suavizar
C – Integrar C – Suavizar C – Evitar C – Negociar
D – Evitar D – Integrar D – Impor D – Integrar
E – Suavizar E – Negociar E – Suavizar E – Impor
Estilos de Manejo de Conflito

Folha de Trabalho

 Instruções: sua tarefa é ordenar as cinco alternativas de ação em


cada um dos quatro casos a seguir descritos, desde a mais desejável
ou mais apropriada para resolver a situação de conflito, até a menos
desejável ou menos apropriada para isso.

Caso Um: Sandra é secretária do conselho de saúde de um município


da Região Metropolitana, representante do segmento da sociedade
civil. Recentemente, Sandra notou que um outro conselheiro,
representante do segmento governamental, passa a reunião inteira
ao lado de Pedro, este também representante de uma organização
social ligada à área de saúde, conversando reservadamente com ele
durante os debates. A participação de Pedro nas reuniões do
Conselho parece estar sofrendo muito a influência deste outro
conselheiro. A atenção de Pedro diminuiu bastante, e suas poucas
intervenções, quando ocorrem, refletem sua pouca atenção aos
debates travados. Além disso, Pedro tem constantemente votado de
acordo com este conselheiro que fica ao seu lado. Sandra pensa que
detectou algum mal-estar por parte do resto dos conselheiros. O que
você faria se fosse Sandra?

A – Diria a Pedro para reduzir suas conversas e prestar mais atenção


durante às reuniões do Conselho.
B – Pediria ao secretário municipal, chefe do conselheiro
governamental, para manter seu subordinado sob controle.
C – Confrontaria os dois conselheiros da próxima vez que os visse
conversando, para saber o que estão pretendendo e o que você
espera dos membros do conselho.
D – Não faria nada. É bobagem fazer confusão por tão pouco.
E – Tentaria colocar o restante dos membros do conselho à vontade. É
importante que todos trabalhem em harmonia.

Caso Dois: Sueli faz parte do conselho de criança e adolescente de


um município da Região Metropolitana e foi designada responsável
pela supervisão do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
(PETI), subordinada à Diretoria de Assuntos para a Infância, ligada à
Secretaria de Ação Social. Em ocasiões distintas, duas assistentes
sociais da prefeitura trouxeram-lhe sugestões diferentes sobre como
relatar os resultados sociais do programa no município. Paula prefere
primeiro enviar os resultados do programa ao Diretor de Assuntos
para a Infância e depois para o coordenador da prefeitura responsável
pelo programa, partindo do princípio de que o diretor é a pessoa
responsável pelo programa. Cristina acha que os resultados deveriam
ser encaminhados diretamente para coordenador da prefeitura
responsável pelo programa, porque este é quem deve tomar medidas
corretivas o mais rapidamente possível. Ambas as idéias parecem
boas e Sueli não conseguiu encontrar na prefeitura qualquer norma
específica sobre como encaminhar os relatórios. Se você fosse Sueli:

A – Decidiria quem está certo e pediria a outra assistente social da


prefeitura para concordar com a decisão (talvez estabelecendo essa
rotina por escrito).
B – Esperaria para ver; a melhor solução certamente acaba
aparecendo.
C – Diria a Paula e a Cristina para não se desentenderem sobre suas
discordâncias, já que o assunto não é tão importante.
D – Colocaria Paula e Cristina juntas e examinaria ambas as idéias
com o máximo de cuidado.
E – Enviaria o relatório para o coordenador da prefeitura, responsável
pelo programa, com uma cópia para o diretor municipal (mesmo que
isso significasse um pouco mais de trabalho para a equipe do PETI).

Caso Três: Rafaela é membro do Conselho de Assistência Social de


um município da Região Metropolitana e está acompanhando um
programa de combate à violência doméstica de gênero (de apoio às
mulheres e meninas vítimas de violência). O trabalho é delicado e
exige qualificação específica da equipe profissional. Qualquer
desatenção pode ocasionar sérios problemas para as vítimas,
inclusive expondo-as a mais violências em situações extremas.
Rafaela suspeita que um psicólogo da prefeitura, com ótimo histórico
profissional, está usando álcool no trabalho . Ela acha que tem fortes
indícios quanto a isso, mas sabe que não tem provas cabais. Se você
fosse Rafaela:

A – Confrontaria o psicólogo abertamente, narrando-lhe a sua


suspeita e suas razões para tê-la, dizendo que está preocupado com
ele e com a segurança das mulheres usuárias do serviço.
B – Pediria ao suspeito da transgressão para se abster de seu vício,
pois durante o período de trabalho suas atividades devem se
concentrar exclusivamente em sua ocupação.
C – Não confrontaria a pessoa agora, pois esse confronto poderia
resultar em desmotivação do profissional ou forçá-lo a continuar
secretamente.
D – Explicaria ao psicólogo a ‘realidade da vida’; diria a ele que o que
ele faz é ilegal e perigoso e que, caso seja apanhado, você fará tudo o
que puder para que ele seja despedido.
E – Manteria vigilância sobre o psicólogo para evitar que expusesse as
outras mulheres a perigos.

Caso Quatro: Luis Carlos é membro do Conselho de Educação de um


município da Região Metropolitana e está integrando, enquanto
conselheiro, a coordenação municipal do Programa Bolsa Escola no
município. Ele constatou que durante os períodos de supervisão do
programa de alimentação escolar, o setor responsável pelo programa
tem desviado agentes municipais do programa bolsa-escola para
aumentar sua própria equipe. Isso tem gerado poucos inconvenientes
para a equipe do programa bolsa-escola, uma vez que as demandas
têm sido pequenas, temporárias e esporádicas. Ultimamente,
entretanto, tem sido quase constante a solicitação de quatro agentes
municipais. Os demais membros da equipe do programa bolsa-escola
são forçados a cobrir a falta do pessoal requisitado, com trabalho
mais duro e com a redução dos dias de folga. Se você fosse Luis
Carlos:

A – Deixaria passar despercebido; a crise provavelmente acabaria


logo.
B – Tentaria encobrir o fato para sua própria equipe e para o
secretario municipal; “temos coisas a fazer e não podemos arcar com
o conflito”.
C – Permitiria o setor responsável pelo programa de alimentação
escolar usar apenas dois dos quatro agentes municipais requisitados.
D – Ia até responsável pelo programa de alimentação escolar ou a seu
encarregado e discutiria sobre como essas requisições adicionais de
agentes municipais poderiam ser mais bem acolhidas sem
comprometer o programa bolsa-escola.
E – Ia ao secretário municipal de educação e obteria dele o
cancelamento da solicitação (dos agentes municipais do programa
bolsa-escola) pelo do setor responsável pelo programa de
alimentação escolar.

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