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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO (FACED) - CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (CEAD)
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL (UAB) - CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA

DISCIPLINA: MONOGRAFIA I - TCC

Professor: Hélio Carlos Miranda de Oliveira

Discentes: Anderson Alves de Araújo


Marivânia da Silva Sousa

SÍNTESE DO ARTIGO

REFERÊNCIAS:
PRADO, Edna Cristina; SANTOS, Isabela Macena dos. Entre a Eleição e a Indicação
Política: as relações de poder no cotidiano do gestor escolar, Santarém, v.08, n.1,
p.59-86, jan./abr.2018

PALAVRAS CHAVE:
Gestão Democrática, Relações de Poder, Provimento do cargo de gestor escolar.

O tema deste artigo é de grande interesse aos profissionais da pedagogia que


desejam conhecer os preceitos de uma gestão democrática no ambiente escolar.
As autoras trouxeram questões pertinentes sobre as diferenças e semelhanças
na relação de poder dos gestores escolares com cargos providos por indicação
político-partidária e eleição direta da comunidade em seis escolas municipais de
Alagoas produto de uma pesquisa para uma tese de mestrado.
Em princípio é feito uma discussão em bases teóricas referente a forma de
escolha de gestor escolar no Brasil, apontando as quatros formas mais frequentes no
país: indicação política; concurso público; seleção mista e eleição, caracterizando-as
de acordo suas especificidades.
No segundo tópico do presente artigo, a gestão democrática recebe uma
significância importância no que tange a sua implantação nas escolas municipais e
estaduais de Alagoas. Em destaque nas escolas municipais essa implantação só foi
possível através da união e mobilização das entidades sociedade civil organizada na
educação.
Na terceira parte do artigo é apresentado as reflexões sobre o resultado da
pesquisa realizadas nos municípios alagoanos referentes as escolas onde ocorrem a
eleição em detrimento as que são por indicação político-partidária, neste sentido as
autoras fazem quatro deduções apontando que a eleição por si só não garante uma
democracia plena na gestão escolar sem antes eliminar antigos resquícios de
condutas provenientes dos cargos que tem a indicação política.
Ao concluírem o artigo as escritoras falam que nas escolas municipais de
Alagoas pesquisadas, há uma grande influência e interferência político-partidária na
gestão tanto diretores que são eleitos quanto os que são indicados o que enfraquece a
democracia, ressaltando que somente com a firmeza de um sistema de gestão
democrática é que a escola poderá enxergar novas perspectivas.

SÍNTESE DO ARTIGO
REFERÊNCIAS:
PRADO, Edna Cristina; SANTOS, Javan Sami Araújo dos. Gestão Democrática &
Eleição de Diretores Escolares nos Municípios Alagoanos. In: Simpósio Brasileiro
de Política e Administração da Educação, 26.2013 Recife. Comunicação Oral, Recife:
UFPe,2013. Disponível em:< https://anpae.org.br/
simposio26/1comunicacoes/JavanSami-ComunicacaoOral-int.pdf>.Acesso em: 18
maio.2021.

PALAVRAS CHAVE:
Gestão Democrática; Provimento do cargo de diretor; Municípios alagoanos.

O artigo apresentado no Simpósio Brasileiro de Política e Administração da


Educação, traz resultados da pesquisa realizada junto aos secretários municipais de
educação dos 102 municípios que compõe o estado de Alagoas referente à existência
ou não da gestão democrática nas escolas.
A ideia central do artigo é a Gestão Democrática da educação, neste sentido os
autores do artigo no primeiro tópico, fazem uma abordagem teórico-histórica sobre
democracia no Brasil e como a gestão escolar democrática é parte da narrativa de
educadores e dos programas educacionais, ressaltando a participação de órgãos
colegiados, alunos, a comunidade envolvendo entidades da organização civil ,
professores tendo a equipe gestora como articuladora na busca de desenvolver um
trabalho coletivo em prol da melhoria da qualidade do ensino e ao finalizarem
ponderam sobre a autonomia escolar, ressaltando que a escola não pode ficar à
mercê das secretarias da educação ou de políticas que determinam as execuções das
atividades.
No segundo momento, é feito uma reflexão sobre as formas de provimento ao
cargo de gestor escolar, relatando assim as quatro formas de provimento: indicativa
(nomeação) direta (eleição); seletiva (concurso) e seletiva e direta (concurso e
posteriormente eleição dos selecionados) apontando as características e as
especificidades de cada forma. No tocando a forma de eleição, os autores ponderam
que a somente a eleição por si só não é garantidor de uma gestão democrática pois
depende do diretor em fomentar um ambiente democrático na escola.
Afirmam que no Estado de Alagoas não existem dados científicos em relação
as formas de provimento ao cargo de diretor escolar nos municípios do estado.
Finalizam o artigo apresentando os resultados da pesquisa feita juntos aos
secretários municipais, através de aplicação de questionário estruturado quantitativo,
que teve o apoio da União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNIDIME/AL).
As autoras concluíram após o resultado da pesquisa que a eleição na escola é
somente um meio de ser ter uma gestão democrática pois há a participação do
cidadão, porém não garante a efetivação dentro da escola pois é se faz necessário o
gestor democrático que tem o papel de conduzir o espaço escolar, contando com a
contribuição de todos os atores para construção de uma verdadeira e sólida Gestão
Democrática.
SÍNTESE DO ARTIGO

REFERÊNCIAS:
SILVA, Nilson Robson Guedes. O diretor de escola e a gestão democrática: a
influência dos meios de acesso ao cargo de dirigente escolar. Disponível em:<
file:///C:/Users/DELL/Downloads/gest%C3%A3o%20democr%C3%A1tica%20e
%20influ%C3%AAncia%20dos%20meios%20no%20processo%20de%20dirigente
%20escolar%20(2).pdf>. Data do acesso em: 01 de junho de 2021.

PALAVRAS CHAVE:
Administração Escolar; Educação; Gestão Democrática; Eleição Diretor; Diretor
Escolar.

O objetivo deste artigo é responder como se dá o provimento ao cargo de


diretor de escola e a influência das mesmas na gestão escolar numa perspectiva
democrática. Demonstra as formas provimento a partir de indicação política, concursos
públicos de provas e títulos, carreira e eleição. A partir dessas formas de acesso o
mais indicado para gestão democrática é a “eleição”, que possibilita a participação de
toda comunidade na gestão escolar, apresenta a relevância desta construção coletiva
dentro do âmbito escolar de escolas públicas para Educação básica.
Este estudo sobre a atuação do diretor numa perspectiva democrática de
gestão foi estruturado a partir de autores PARO (1993); LIBÂNEO, OLIVEIRA E
TOSHI (2003), que explanam sobre a relevância da implantação da gestão
democrática no ambiente escolar e como o diretor é a figura central, cabendo a este
decidir e executar atividades previstas no PPP e dentre outros setores dentro contexto
escolar e fora dela.
Explana sobre as formas de provimento ao cargo e/ou função de diretor de
escola por “indicação política” sendo que é realizada desde 1998, devendo preenche
alguns requisitos mínimos como: exercício no cargo, tempo de experiência e fazer
parte do quadro de magistério. Expõe dois relatos de indicação política no Estado do
Amapá que são realizados por alianças partidárias e políticas a designação do Diretor
e no Munícipio de Palmas/TO, a escolha e nomeação é de competência da Secretário
de educação, ambos os casos ocorre nas esferas municipais e estaduais.
O autor nos apresenta relatos sobre atitudes destes diretores como sendo
repreensivos, punindo ou denunciando professores que realizavam greves, utilizavam
de instrumentos de controle, pressão e remoção para outro estabelecimento e
devolução para a Secretaria de Educação. Fica evidente que a indicação política torna
o diretor um representante de poder local e regional e este administrará conforme
convém a indicação nas tomadas de todas as decisões, porém o mesmo não pode
contrariar as decisões de quem o indicou.
Já no Concurso Público de Provas e Títulos, autores como (MARÉS, 1983;
DOURADO,1990/1991 e PARO, 1996), relatam que esta modalidade é a mais
indicada para contratação ao serviço público, pois aqui são classificados pelos
conhecimentos que demonstram na mesma, somados a contagem de seus títulos,
somada a outras competências como capacidade de liderança. Aqui o autor realiza
criticas desta gestão e desta escolha, mas compara que concurso público com
indicação política ambos têm caráter de poder ao diretor, aqui apresenta lacunas a
gestão democrática
No acesso por Carreira, este está pautado o provimento por um modelo mais
burocrático e possibilidade maior de centralização de poder sendo muito criticada pela
comunidade acadêmica, que transforma a administração escolar numa tarefa
burocrática centralizada, apresentando muitas interferências que busque uma gestão
democrática, pois o diretor aqui está preocupado em realizar uma gestão democrática,
preocupa-se mais consigo e na sua aposentadoria. Precisa-se clarificar a comunidade
que terá que ter consciência de suas reais possibilidades e condições para conseguir
tirá-lo dessa estagnação e provocar mudanças que considere essenciais.
A Eleição para a escolha do diretor, o autor caminha e viaja por vários Estados
demonstrando como ocorre o processo de eleição e as fases conforme a cultura local
e obedecendo as diretrizes estabelecidas por lei de cada Estado. Esta modalidade tem
reconhecimento da comunidade escolar. Silva, fundamenta e explana sobre eleições
pautados nos autores (CORRÊA, 1995; OLIVEIRA,1993; GHANEM, 1996;
HOLMESLAND et al, 1989; OLIVEIRA, 1996, PARO,1996), elencados e entendidos
que a eleição para dirigente escolar estava instituída a gestão democrática no interior
da escola e segundo (DOURADO,1990) critica que só a eleição isoladamente não
garantirá uma democracia no interior da escola mas que apresenta diversos elementos
que favorecerem a gestão, (MARÉS, 1983) alerta que para uma gestão democrática é
mais relevante a maneira que o diretor estará exercendo sua função do que como
chegou para administrar a escola.
De fato, o autor relata que a eleição é a única garantia de democratização da
escola. Explana e descreve ainda em alguns Estados vivências e experiências sobre
os elementos que comporia o processo eleitoral, a listra tríplice, mas apresenta
lacunas e falhas neste processo e são essenciais o aperfeiçoamento constante e uma
necessidade fundamental para a democratização da escola e do sistema de garantia.
Essenciais como profissionais capacitados e comprometidos com o exercício de suas
funções; jornada de trabalho e salário compatíveis com as atribuições de cada um,
avaliando e capacitação permanentes dos profissionais da Educação.
SÍNTESE DO ARTIGO

REFERÊNCIAS:
PEREIRA, Sueli Menezes; DRABACH, Neila Pedrotti; ARAÚJO, Gabriela da Ros de.
Eleição de diretores: um dos mecanismos de (Des)centralização da gestão.
Disponível em:< file:///C:/Users/DELL/Downloads/ELEI%C3%87%C3%83O%20DE
%20DIRETORES%20(2).pdf>. Data do acesso em: 03 de junho de 2021.

PALAVRAS CHAVE:
Democratização da gestão; eleição de diretores; participação.

O objetivo deste artigo é a discussão sobre as normatizações que orientam a


eleição de diretores na rede de ensino municipal, os limites e possibilidades da eleição
de diretores no âmbito da construção democrática no contexto escolar, a partir da Lei
Municipal de Gestão Democrática — Lei n° 4740/03, que trata da eleição de diretores
e da organização e funcionamento dos Conselhos Escolares dos processos de
provimento ao cargo de diretor — nomeação política, concurso público e eleição direta
— analisando de que forma estes processos implicam em redimensionamentos na
gestão escolar. Na defesa da eleição de diretores no processo de democratização da
gestão escola significa um avanço em relação às demais formas de provimento da
função de diretor.
Nas considerações introdutórias, as autoras retratam que a gestão da
educação é uma temática mais discutidas e problematizadas. Tais discussões,
conduzidas pela complexidade que envolve o tema, adquirem diferentes conotações a
partir dos distintos contextos e momentos históricos em que são produzidas.
Baseia-se e fundamenta a partir (LUCE & MEDEIROS, 2006) que as lutas das
classes trabalhadoras em prol do direito de seus filhos à escola pública, os
movimentos dos professores e de toda a sociedade civil pelo retorno à
institucionalidade democrática, revestem o campo da gestão educacional de novos
predicativos: os princípios democráticos, pautados na Constituição Federal de 1988,
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/96 e a gestão democrática.
E está pode ser entendida como um processo de aprendizado e de luta política
que não se circunscreve aos limites da prática educativa, mas vislumbra, nas
especificidades dessa prática social e de sua relativa autonomia, a possibilidade de
criação de canais de efetiva participação e de aprendizado do "jogo" democrático e,
consequentemente, do repensar das estruturas de poder autoritário que permeiam as
relações sociais e, no seio dessas, as práticas educativas segundo (DOURADO,
2000), nos predicativos à construção da gestão democrática está a forma de provimento ao
cargo de diretor.
Nesta modalidade de gestão entende-se a eleição como a alternativa mais
adequada, pois se "fundamenta na crença na capacidade do sistema eletivo de
neutralizar as práticas tradicionalistas calcadas no clientelismo e no favorecimento
pessoal, que inibem as posturas universalistas, reforçadoras da cidadania" (PARO,
1996, p. 378). Alargar o horizonte de compreensão em tomo dos fatores que envolvem
esta prática social significa ampliar as perspectivas e alternativas de viabilização deste
processo, que pode representar a ampliação das possibilidades de melhoria da
qualidade da educação escolar.
No segundo momento deste artigo as autoras apresentam as modalidades de
escolha do diretor e suas interfaces a partir das formas de escolha: a nomeação por
autoridade estatal, o concurso de títulos e provas e a eleição. Assim a nomeação por
autoridade estatal acontece através de indicação de um candidato à direção, o qual
não precisa, necessariamente, ser do quadro de docentes ou funcionários daquela
instituição, escolha de diretor se fundamenta sempre no clientelismo político existente
no contexto escolar, referendando as relações políticas na sociedade e, desta forma,
excluindo a comunidade de qualquer processo de decisão e de fiscalização, tanto do
poder público, quanto da própria escola, a visão que se tem do diretor é a de
administrador, o que é assegurado com o cargo que ele assume e não pela função
relacionada ao funcionamento efetivo da escola. O concurso público todos os
candidatos tenham a mesma condição de concorrer.
É uma forma que democratiza o acesso a cargos públicos de uma forma mais
avançada por ser objetiva e imparcial. No entanto, tem como ponto fraco a exigência
exclusiva de competências na área administrativa, considerando que a escola, em
uma perspectiva democrática, exige de seus gestores um trabalho que integre o
político, o administrativo e o pedagógico, mas está modalidade apresenta erros e
lacunas Tendo em vista os problemas identificados no provimento ao cargo de diretor
através da nomeação de diretores e do concurso de provas e títulos acima
explicitados, a eleição direta para diretor passa a ser a forma mais democrática,
porque envolve toda a comunidade escolar, ou seja, professores, funcionários, alunos
e pais.
Uma questão que se toma relevante, quando se concebe a eleição de diretores
no âmbito da gestão escolar democrática, é a função diferenciada do diretor, em
virtude dos pressupostos desta forma de organização escolar. Este sujeito não é o
único responsável pela escola. A gestão da escola é um trabalho de equipe,
envolvendo todos os âmbitos administrativo, pedagógico e financeiro e todos os
segmentos: equipe diretiva, professores, funcionários, pais e alunos. Acreditamos que
pensar a democracia no âmbito escolar não deve significar apenas a introdução de
mecanismos participativos nas decisões da escola. Este processo deve ir além,
permeando todas as ações e relações que se produzem nestes espaços. Isto significa
encarar a democracia como um modo de vida e não apenas como regime político
reduzido a um processo eleitoral de escolha de direção de escola. Para que a eleição
de diretor de escola tenha vindo para ficar é preciso que a categoria de professores
exerça este novo poder com competência e dentro de um projeto educativo, pois este
é especificidade da escola.
A eleição por si só não é capaz de democratizar a gestão, em função da
dubiedade da legislação educacional e da disputa política nas escolas. Fica evidente a
presença do clientelismo político, explícito ou camuflado, na gestão das escolas,
mesmo com a eleição de diretores regulamentada, através de negociações de cargos
de confiança e de outras vantagens.
SÍNTESE DO ARTIGO

REFERÊNCIAS:
SCALABRIN, Ionara Soveral. Gestão Democrática do ensino e eleições de
diretores. 2016. Disponível em:< file:///C:/Users/DELL/Downloads/GEST%C3%83O
%20DEMOCR%C3%81TICA%20DO%20ENSINO%20E%20ELEI%C3%87%C3%83O
%20DE%20DIRETORES%20(2).pdf>. Data do acesso: 05 de junho de 2021

PALAVRAS CHAVE:
Gestão democrática; eleição de diretores escolares e Políticas Educacionais.

O objetivo deste artigo é a discussão sobre a gestão democrática e as formas


de seleção dos diretores escolares permanecem em disputa nas políticas
educacionais e no meio jurídico. A gestão democrática ampliou espaços de
participação da comunidade escolar e proporcionou maior autonomia às escolas com
a descentralização de alguns processos, acarretando em exigência de competência
técnica e política aos diretores escolares. A atuação dos Conselhos Escolares e a
eleição de diretores fortalecem a gestão democrática a partir do direito constitucional
da gestão democrática do ensino público, é uma regra em permanente disputa, que
experimenta avanços e retrocessos ao longo da história. Da mesma forma, os seus
desdobramentos apresentam interpretações diversas, como é o caso da função,
formação e escolha de diretores escolares.
As formas de seleção dos diretores escolares são um exemplo de disputas
políticas e jurídicas, que se evidenciam nas legislações educacionais e nas suas
contestações. A função de diretor escolar, sua formação e seleção foram ganhando
destaque, uma vez que as reformas educacionais só teriam efetividade se fossem
levadas a cabo nas escolas com a mediação do trabalho do diretor escolar.
Segundo OLIVEIRA, 2010, retrata que as reformas dos sistemas públicos de
ensino são motivadas por “uma exigência de ajuste e adequação da educação às
demandas do capital no atual estágio de desenvolvimento”, o que implica formar para
o trabalho e para a integração social, com capacidade de adaptação, de flexibilidade e
de aprendizagem, para transitar entre empregos formais, informais e ocupações
alternativas. A administração escolar reduzia “a organização do trabalho na escola a
uma questão técnica, esvaziando-a de qualquer conteúdo político” (OLIVEIRA, 2002,
p. 137), como denunciavam os movimentos em prol da democratização da educação.
Diante deste contexto, o papel do diretor escolar é questionado: seria ele um
representante político ou um administrador escolar, ou ainda, um gerente de
produtividade acadêmica? Quais conhecimentos e competências seriam
imprescindíveis para exercer essa função? Qual seria a melhor forma de seleção
deste profissional? Eleição pela comunidade, indicação técnica ou política, concurso
público ou a combinação de mais de uma estratégia de seleção?
A democratização da gestão da educação e das instituições educativas, com
garantia de participação de todos os segmentos da comunidade escolar na definição e
realização das políticas educacionais, com eleição direta de diretores escolares e
reitores e formas colegiadas de gestão, iniciaram-se os processos de
descentralização, conferindo maior autonomia para decidir e resolver sobre as suas
questões cotidianas, no entanto, ampliaram-se as responsabilidades da gestão
escolar. A escola continua condicionada pelos influxos dos sistemas de ensino e estes
pelas influências dos organismos internacionais.
As novas políticas educacionais implantadas pelas reformas demandam novos
modelos de gestão escolar e exigem um novo perfil de diretor de escola, que acumule
competência técnica para os processos de autonomia pedagógica, administrativa e
financeira e competência política para os processos participativos. Observa-se que
quanto mais espaço há para a autonomia e a participação na gestão escolar, mais
evidência aufere a função do diretor de escola, igualmente, mais se acirra a disputa
em torno das formas de seleção destes profissionais.
No tocante à Gestão Democrática e suas contestações jurídicas, evidenciou-se
que a legislação nacional vem provocando a revisão das leis estaduais, no sentido da
ampliação da autonomia e da 14 participação da comunidade escolar, com exceção da
Lei de Gestão Democrática nº 14754/2015, que aguarda julgamento de
inconstitucionalidade. Em relação à eleição dos diretores escolares verifica-se que as
novas legislações continuam a afirmando, embora já exista jurisprudência quanto a
sua inconstitucionalidade. A eleição de diretores escolares é considerada um
mecanismo da gestão democrática da escola e representa uma possibilidade de
mudança nas relações de poder e de autoridade.
Por meio dela os espaços de participação da comunidade escolar e os
mecanismos de controle social podem ser ampliados. Ademais, as eleições diretas de
diretores escolares podem minimizar a cultura do favor, o clientelismo e o
personalismo, característicos das indicações políticas. A gestão democrática da
escola, no entanto, não se realiza apenas com a eleição direta de diretores escolares,
ela depende da atuação dos conselhos escolares e da participação dos diversos
segmentos da comunidade nas tomadas de decisões, pois o poder centralizado na
figura do diretor enfraquece a instituição, enquanto o poder distribuído também divide
responsabilidades e envolve a comunidade na execução das ações. Nesse sentido, o
fortalecimento dos Conselhos Escolares é um imperativo para a concretização da
gestão democrática. É pela atuação dos Conselhos que as ações da gestão escolar
são legitimadas e se aproximam das aspirações da comunidade escolar.
Podemos inferir que, juridicamente, a Lei nº 10.576/95 e suas alterações (Lei nº
11.695/01 e Lei nº 13.990/12), o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é
no sentido de que o cargo de diretor de escola, na estrutura da administração pública
brasileira, é considerado um “cargo em comissão”, de livre indicação e nomeação pelo
chefe do poder executivo.
Além disso, no entendimento do Ministro Relator da decisão, Carlos Velloso, a
gestão democrática não passa necessariamente pela eleição de diretor. Em seu voto,
afirma que a gestão democrática do ensino público “pode ser implementada através de
muitas vias, sendo desarrazoado o pensamento de que só se realizaria mediante a
instituição de eleições para o provimento dos cargos de direção nas escolas públicas”.
Acredita que “o sistema de eleição de diretores de escolas públicas não é o
melhor e de democrático só tem a aparência”, justificando que a exigência para o
diretor escolar “é o saber abrangente de uma série de questões científicas e do
conhecimento humano”, de forma que “a eleição, por parte de toda a comunidade,
muita vez tem presente menos o conhecimento científico e mais a capacidade de
agradar e de fazer promessas vazias” (BRASIL, 1999).
Percebe-se que o seu argumento ultrapassa a questão meramente jurídica e
entra no mérito dos conhecimentos necessários para o exercício da função de diretor
escolar. Outro marco nas políticas educacionais se dá em 1996, com a promulgação
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/1996), que pela
primeira vez, dispensa atenção especial à gestão escolar “marcando um momento em
que a escola passa a configurar-se como um novo foco da política educacional”
(VIEIRA, 2006, p. 34), entretanto, não aborda a questão da escolha dos diretores
escolares, apenas reproduz o princípio constitucional da “gestão democrática do
ensino, na forma da lei”, acrescentando “e da legislação dos sistemas de ensino” (Art.
3º, Inciso VIII).
REFERÊNCIAS

PEREIRA, Sueli Menezes; DRABACH, Neila Pedrotti; ARAÚJO, Gabriela da Ros de.
Eleição de diretores: um dos mecanismos de (Des)centralização da gestão.
Disponível em:< file:///C:/Users/DELL/Downloads/ELEI%C3%87%C3%83O%20DE
%20DIRETORES%20(2).pdf>. Data do acesso em: 03 de junho de 2021.

PRADO, Edna Cristina; SANTOS, Isabela Macena dos. Entre a Eleição e a Indicação
Política: as relações de poder no cotidiano do gestor escolar, Santarém, v. 08,
n.1, p.59-86, jan./abr.2018

PRADO, Edna Cristina; SANTOS, Javan Sami Araújo dos. Gestão Democrática &
Eleição de Diretores Escolares nos Municípios Alagoanos. In: Simpósio Brasileiro
de Política e Administração da Educação, 26.2013 Recife. Comunicação Oral, Recife:
UFPe,2013. Disponível em:< https://anpae.org.br/
simposio26/1comunicacoes/JavanSami-ComunicacaoOral-int.pdf>.Acesso em: 18
maio.2021.

SILVA, Nilson Robson Guedes. O diretor de Escola e a Gestão Democrática: A


influência dos meios de acesso ao cargo de dirigente escolar. Disponível em:<
file:///C:/Users/DELL/Downloads/gest%C3%A3o%20democr%C3%A1tica%20e
%20influ%C3%AAncia%20dos%20meios%20no%20processo%20de%20dirigente
%20escolar%20(2).pdf>. Data do acesso em: 01 de junho de 2021.

SCALABRIN, Ionara Soveral. Gestão Democrática do ensino e eleições de


diretores. 2016. Disponível em:< file:///C:/Users/DELL/Downloads/GEST%C3%83O
%20DEMOCR%C3%81TICA%20DO%20ENSINO%20E%20ELEI%C3%87%C3%83O
%20DE%20DIRETORES%20(2).pdf>. Data do acesso: 05 de junho de 2021

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