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PSICOMOTRICIDADE E ESCRITA:
Promoção do desenvolvimento da escrita, através do recurso
a atividades psicomotoras enquanto estratégia de superação
de dificuldades, em jovens com défice cognitivo
Coimbra, 2014
Elizabeth Pinto Domingues
PSICOMOTRICIDADE E ESCRITA:
Promoção do desenvolvimento da escrita, através do recurso a
atividades psicomotoras enquanto estratégia de superação de
dificuldades, em jovens com défice cognitivo
Constituição do júri
Classificação: 14 valores
Abril de 2014
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Mestrado em Educação Especial
Agradecimentos
Agora que nos aproximamos do final desta longa, tumultuosa mas gratificante
viagem, não podemos deixar de retribuir àqueles que connosco cooperaram para que
o avistar do bom porto pudesse ser uma realidade, prestando a todos a nossa imensa
gratidão.
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Mestrado em Educação Especial
III
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Mestrado em Educação Especial
While case study, it was composed of three youths aged 16 and 17 years old, with
cognitive deficits resulting from various pathologies. The instruments used were the
Psychomotor (BPM) Battery of Victor da Fonseca, two images to describe and a
sequence of six images to produce a story, applied in two moments (initially and
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Mestrado em Educação Especial
RESUMÉ
Cette étude de cas, était composée de trois jeunes âgés de 16 et 17 ans, ayant des
déficits cognitifs résultants de pathologies diversifiées. Les instruments utilisés ont
été la batterie psychomotrice (BPM) de Victor da Fonseca, deux images pour décrire
et une séquence de six images pour produire une histoire. Ces instruments ont été
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Sumário
RESUMO III
ABSTRACT V
RESUMÉ VII
SUMÁRIO IX
ABREVIATURAS XI
TABELAS XI
GRÁFICOS XI
INTRODUÇÃO 1
1.1 - Psicomotricidade 11
CAPÍTULO II - METODOLOGIA 19
IX
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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53
ANEXOS 59
Anexo I 61
Anexo II 62
Anexo III 74
X
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Abreviaturas
Tabelas
Gráficos
XI
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XII
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INTRODUÇÃO
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Introdução
Hoje em dia, cada vez mais vai sendo comum chegarem ao ensino secundário alunos
com défices cognitivos mais ou menos acentuados, alguns dos quais com
potencialidades para poderem, com acompanhamento e orientação, ingressar no
mercado de trabalho exercendo uma profissão, de forma mais ou menos autónoma.
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Estudos realizados com crianças (Alves, 2004; Sanches, 2004; Fávero, 2004,
Rezende et al, 2003;Cruz e Vilar, 2010; Martins et al, 2010; Scolero, 2012;…),
demonstram que as dificuldades nos domínios da leitura e da escrita estão quase
sempre associadas a perfis psicomotores baixos relativamente à norma estabelecida
tendo em conta, entre outros fatores, a idade cronológica. Os mesmos concluíram que
a intervenção psicomotora, implementada a partir das idades mais precoces, contribui
para uma melhoria significativa nas aprendizagens escolares, nomeadamente no que
concerne à aquisição e domínio da leitura e da escrita. Destacam, ainda, a
necessidade de promover atividades motoras desde o ensino pré-escolar (desde os
primeiros anos de vida), visando o fortalecimento e a consolidação das funções
psicomotoras, consideradas como imprescindíveis para o êxito na aprendizagem da
escrita.
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Mestrado em Educação Especial
Por outro lado, estudos efetuados por Silva (2011), Okuyama e Cavalary (2010),
Araújo (2005), Lapa (2006), Pereira e Calsa (2007), Tavares e Almeida (2010),
concluíram que o desenvolvimento de atividades psicomotoras contribui para a
evolução global do indivíduo e subsequentemente para um melhor desempenho em
atividades escolares como a escrita.
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Ainda, porque alguns estudos como os de Moussa e Magero (2011), concluem, que a
psicomotricidade deve fazer-se presente em todas as salas de aula, uma vez que
crianças fisicamente educadas terão uma vida mais saudável e produtiva, com um
desenvolvimento integrado entre corpo, mente e espírito. Trata-se de uma ferramenta
valiosa principalmente para os portadores de necessidades educativas especiais, dado
que torna a ação mais significativa para eles, permitindo-lhes progredir globalmente
no sentido de se tornarem mais autónomos e verdadeiramente incluídos na sociedade.
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I – Enquadramento Teórico
1.1. Psicomotricidade
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Segundo Coste (1992), citado por Sanches et. al. (2004), qualquer disfunção
psicomotora ou psicossomática não deverá ser diagnosticada apenas considerando os
sintomas, órgãos e funções corporais, mas dever-se-á ter igualmente em consideração
toda a personalidade, situação social, ambiente cultural e condições afetivas do
sujeito, dado que podem ser estas, também, condicionantes do desenvolvimento
normal e harmonioso do indivíduo. Para Fonseca (2008), a psicomotricidade
considera preponderante em termos ontológicos, o contexto sócio histórico e cultural,
onde o ser humano está inserido, a fim de gerar novos processos de facilitação e de
interação com os ecossistemas, no sentido de se poder adaptar a uma sociedade em
mudança acelerada.
Estudos realizados (Sanches et. al. 2004), constatam que alunos que apresentam
dificuldades motoras na realização de tarefas de estruturação espácio-temporal e
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De acordo com Ajuriaguerra (1964 cit. por Adelantado, 2004) para compreender a
escrita tem de se partir do pressuposto de que esta é simultaneamente praxia e
linguagem. Só é possível aceder à escrita a partir de um certo nível de motricidade,
de coordenação fina dos movimentos e de uma atividade destes em todas as direções
do espaço. Independentemente da modalidade da escrita, esta é sempre uma atividade
gnoso-práxica, pois exige sempre uma imagem antecipadora que prefigura a ação e
posteriormente a ação da visão encarregada de supervisionar a sua execução.
Estudos realizados por investigadores no terreno têm mostrado que muitas das
dificuldades da escrita decorrem de disfunções psicomotoras, uma vez que a escrita
pressupõe um desenvolvimento adequado da psicomotricidade, dado que certas
aptidões motoras são essenciais para a aprendizagem da linguagem escrita, como a
coordenação motora fina, o esquema corporal, a lateralização, a discriminação
auditiva e visual e a organização espácio-temporal (Pereira e Calsa, 2007). Segundo
estas autoras, à medida que o indivíduo cresce, vai organizando a sua capacidade
motora de acordo com a sua maturidade nervosa e com os estímulos do meio que o
rodeia. No entender de Fávero (2004), a organização motora é fundamental para o
desenvolvimento das funções cognitivas, das perceções e dos esquemas
sensoriomotores da criança. Esta autora efetivou um levantamento de estudos
realizados por vários autores [Furtado (1998), Nina (1999), Cunha (1990), Oliveira
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Oliveira (1992), citado por Medeiros (2011), identifica entre as várias tipologias de
dificuldades de aprendizagem aquelas que estão relacionadas com o desenvolvimento
psicomotor, desenvolvendo, a partir daí, uma pesquisa demonstrando como o
desenvolvimento adequado da psicomotricidade pode contribuir para que sejam
atingidos alguns dos pré-requisitos fundamentais para a aprendizagem da escrita.
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CAPÍTULO II - METODOLOGIA
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II - Metodologia
Os sujeitos deste estudo são três jovens, dois do género masculino e um do feminino,
de dezasseis e dezassete anos de idade que se encontram matriculados no 10º Ano de
um Curso Profissional, frequentando Currículos Específicos Individuais, numa
Escola Secundária da cidade de Coimbra. Os sujeitos 1 e 2 provêm de agregados
familiares compostos pelos progenitores, ambos empregados e não têm irmãos. O
sujeito 3 vive só com os pais, mas tem uma irmã mais velha que vive no estrangeiro.
A mãe trabalha num negócio familiar e o pai está desempregado. Todas as famílias
têm um nível socioeconómico médio-baixo/médio e residem no conselho de
Coimbra. A deslocação para a escola é feita de autocarro ou em transporte particular.
Estes sujeitos estão abrangidos por medidas do Decreto-Lei nº 3/2008 de 7 de
Janeiro.
Trata-se de alunos com graves défices ao nível da leitura e da escrita, com leitura
silabada, baixo nível de compreensão leitora e má caligrafia, muitos erros
ortográficos, inclusive em palavras simples e de utilização diária e,
consequentemente, deficiente construção frásica e textual. No entanto, nas atividades
mais práticas, apresentam níveis de desempenho razoáveis/satisfatórios, embora
necessitando de alguma orientação e/ou supervisão.
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Em 2002-2003 ingressou na EB1 e, desde então, tem efetuado todo o seu percurso
escolar no mesmo agrupamento de escolas.
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com Défice de Atenção - Tipo Combinado, para a qual está medicada com
metilfenidato. Também foi acompanhada em psicoterapia individual na equipa de
"Bebés e Crescidos' da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra, e desde 2007 tem vindo a ser seguida em consultório
particular, por apresentar desenvolvimento psicomotor abaixo da média esperada
para a sua idade e por manifestar dificuldades em acompanhar e progredir nas
aprendizagens escolares e outras, assim como desmotivação acentuada relativamente
à realização das tarefas escolares. Começou a frequentar o Jardim-de-Infância com 3
anos e 6 meses.
No ano letivo 2004/2005 a aluna passou a usufruir das medidas previstas no regime
educativo especial por revelar dificuldades de aprendizagem severas, relacionadas
com problema cognitivo, associado a Défice de Atenção e Hiperatividade. No
referido ano letivo iniciou a frequência de um Currículo Alternativo ao abrigo da
alínea i) do Decreto-lei N.º 319/91 de 23 de agosto, tendo este sido implementado ao
longo do 2° e 3° anos do 1° Ciclo do Ensino Básico. Beneficiou de apoio
individualizado prestado por professora de apoio educativo. A aluna foi fazendo
progressos satisfatórios, quer ao nível das aprendizagens, quer ao nível do
comportamento, alcançando de uma forma geral os objetivos definidos no seu
Programa Educativo.
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Para a realização deste trabalho recorremos aos testes da Bateria Psicomotora (BPM)
de Fonseca (1995), a fim de avaliar o desenvolvimento psicomotor dos sujeitos.
Recorremos, ainda, à observação em contexto aula, que nos permitirá avaliar o
desempenho dos alunos assim como o envolvimento destes nas tarefas e as
interações aluno professor aluno. Analisámos, ainda, produções escritas dos
alunos para avaliar o tipo de escrita de cada um.
Tonicidade
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Equilibração
Lateralização
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Noção do Corpo
Estruturação Espaciotemporal
Praxia Global
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Praxia Fina
Pontos Tipo de
Dificuldades de Aprendizagem
da BPM Perfil Psicomotor
27 - 28 Superior
22 - 26 Bom
14 - 21 Normal
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muito lenta modificabilidade. Os indivíduos que obtenham este perfil não realizam
ou realizam de forma imperfeita e incompleta a maioria das tarefas da BPM.
A partir de cada uma das imagens os indivíduos devem escrever uma ou mais frases
descritoras das imagens, de modo a construírem uma história.
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1ª Etapa
Levantamento de dados acerca dos alunos e das suas problemáticas. Para tal,
recorremos às informações constantes nos respetivos Programas Educativos
Individuais e em demais documentos constantes dos processos escolares dos alunos
em análise.
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2ª Etapa
A análise dos resultados será efetuada a partir de uma categorização dos erros
verificados com a aplicação de cada instrumento e da análise comparativa dos
mesmos.
3ª Etapa
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Desenho:
Pintura e moldagem:
Ritmo:
Outras atividades:
- Dramatizações;
- Saltar à corda;
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- Realizar jogos com bola: acertar com a bola num cesto, numa baliza, sem e
com os olhos vendados; atirar uma bola a outrem; receber uma bola; jogo de bowling
com garrafas de água de 1,5 litros cheias de areia, etc.
No final de casa sessão, foi sempre reservado algum tempo (5 a 10 minutos), para
que os alunos pudessem verbalizar acerca do que fizeram, expressando os seus
sentimentos e preferências relativamente ao abordado. No final de cada sessão, cada
um dos alunos escreveu uma frase que resumisse o que sentiram.
4ª Etapa
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Relativamente aos resultados obtidos com a aplicação da BPM, verifica-se que dois
dos sujeitos avaliados, (sujeitos 1-JM e 2-RF), obtiveram, nas duas observações
efetuadas, pontuações de 6,964 e 7,321 pontos respetivamente, ambos
correspondentes a perfis deficitários ou apráxicos. Em termos da BPM, o perfil
psicomotor deficitário (apráxico), equivale a dificuldades de aprendizagem
significativas do tipo moderado ou severo. Esta pontuação corresponde a indivíduos
que apresentam sinais disfuncionais evidentes, equivalentes a disfunções
psiconeurológicas, com um potencial de aprendizagem caraterizado por uma lenta ou
muito lenta modificabilidade. Os indivíduos que obtêm este perfil não realizam ou
realizam de forma imperfeita e incompleta a maioria das tarefas da BPM.
Por outro lado, o sujeito 3-TJ, obteve uma pontuação correspondente a um perfil
dispráxico – 11,178 pontos. O perfil psicomotor dispráxico identifica indivíduos com
dificuldades de aprendizagem ligeiras, traduzindo a presença de um ou mais sinais
desviantes, que assumem significado neuro-evolutivo, consoante a idade do
individuo e a severidade dos sintomas apresentados. Trata-se de indivíduos que
realizam as tarefas com dificuldades de controlo e com combinações de sinais
desviantes que se espalham pelos vários fatores da BPM. A emergência do padrão
dispráxico revela que vários fatores se encontram, em termos psiconeurológicos,
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biótipo ectomorfo. Estes sujeitos são naturalmente magros, com baixa percentagem
de gordura. Têm dificuldade em ganhar peso, quer seja massa muscular ou gordura.
Este biótipo possui uma estrutura óssea estreita, ombros curtos, cintura fina e uma
caixa torácica estreita.
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A análise dos gráficos supra mostra que o número de palavras escritas corretamente
em cada um dos exercícios aumentou bastante na segunda avaliação. Por outro lado,
o número de palavras escritas de forma incorreta diminuiu ligeiramente.
Relativamente ao número de frases, observa-se um incremento tanto ao nível da cifra
total como da quantidade de frases escritas de forma correta.
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ambientes” (P. 26). Assim, estes estudos confirmam que a psicomotricidade detém
um importante papel coadjuvante no processo de desenvolvimento de crianças com
Síndrome de Down.
Também um estudo elaborado por Cavalari e Okuyama (2010) reforça a ideia de que,
é importante considerar a psicomotricidade como instrumento facilitador do
desenvolvimento de crianças com deficiência mental em todos os aspetos, cognitivo,
social e emocional. Estes estudos evidenciam que as dificuldades de aprendizagem
da leitura e da escrita estão normalmente relacionadas com perfis psicomotores
baixos e que a intervenção psicomotora é benéfica em termos do desenvolvimento
psicomotor.
Do mesmo modo, um estudo realizado por Cruz e Codeço (2010), com crianças do 3º
ano do 1º CEB com dificuldades ao nível da leitura, confirma que “houve uma
melhoria em todos os resultados apresentados, logo a intervenção psicomotora parece
ter melhorado a capacidade de leitura destes alunos” (P. 26). Segundo estes autores,
“A intervenção psicomotora permite melhorar fatores psicomotores associados à
leitura, melhorando a organização e a interiorização do corpo a nível cerebral. Deste
modo, é possível não só melhorar a leitura como também prevenir futuros maus
leitores. Para isso é necessário criar programas que permitam à criança desenvolver a
sua psicomotricidade, que a deixem sentir o mundo desde cedo e não só quando o
problema já existe” (P. 26).
Dados obtidos num estudo realizado por Soler et al (2009), corroboram com a
literatura sobre esta temática que verifica relações existentes entre o
desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem da escrita e demonstra a importância
de atividades que desenvolvam o potencial psicomotor da criança para o alargamento
das condições básicas de aprendizagem escolar.
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praxias global e fina, uma vez que influenciam diretamente nas aprendizagens
escolares.
Um estudo de caso realizado por Dias (2009), corrobora igualmente a relação entre
psicomotricidade e dificuldades ao nível da aprendizagem da leitura e da escrita. Para
esta autora é fundamental uma intervenção psicomotora, quer a nível da prevenção
quer do tratamento, quer a nível da exploração do potencial ativo de cada um, pois o
desenvolvimento psicomotor é caracterizado pela maturação que integra o
movimento, o ritmo, a construção espacial, o reconhecimento dos objetos, das
posições, a imagem do nosso corpo e a palavra. A escola pode (e deve) utilizar as
bases psicomotoras para a construção do conhecimento abstrato, mas o sistema
educacional persiste em dissociar corpo-mente, em fragmentar a criança em
cognitivo, linguístico e motor (Dias, 2009).
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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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Conclusões e Recomendações
Na sociedade atual em que cada vez mais importa ser minimamente competente ao
nível da escrita (e da leitura), para não se estar excluído e porque o baixo nível de
competência nestas áreas afeta gravemente todas as áreas da vida pessoal e social dos
indivíduos, importa conhecer as causas mas também as metodologias e os processos
mais adequados à sua resolução ou, pelo menos, à minimização do problema.
Os dados obtidos neste estudo vão ao encontro da literatura existente que apresenta
relações entre o desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem da escrita,
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Referências Bibliográficas
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ANEXOS
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ANEXO I
E DAS
SESSÕES DE INTERVENÇÃO
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ANEXO II
Trabalho de Intervenção
1ª Sessão
Data: ___/___/____
- Correr
- Saltar, saltitar
- Andar em 4 apoios
- Agachar
- Andar/correr de lado
Desenvolvimento (20’):
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2ª Sessão
Data: ___/___/____
- Saltar, saltitar (com ambos os pés, em bicos de pés e só com um pé de cada vez)
- Andar de cócoras
Desenvolvimento (20’):
- Equilibrando uma bola em cima da cabeça, andar num trajeto marcado, com uma fita, no
chão.
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3ª Sessão
Data: ___/___/____
- Esfregar as mãos
- Bater as palmas
- Rodar as mãos
Desenvolvimento (25’):
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4ª Sessão
Data: ___/___/____
- Esfregar as mãos
- Bater as palmas
- Rodar as mãos
Desenvolvimento (25’):
- Pintar com pinceis desenhos inspirados em trechos musicais (um clássico, um pop e um
rock), utilizando guaches.
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5ª Sessão
Data: ___/___/____
- Esfregar as mãos
- Bater as palmas
- Rodar as mãos
Desenvolvimento (25’):
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6ª Sessão
Data: ___/___/____
- Saltar, saltitar (com ambos os pés, em bicos de pés e só com um pé de cada vez)
- Andar de cócoras
Desenvolvimento (20’):
- Atirar uma bola com a mão (uma bola mais pequena, bola de ténis e outra maior), para
acertar num cesto, colocado a várias distâncias (1, 2, 3 e 4 metros de distância). Primeiro, o
cesto encontra-se no chão e depois, num segundo momento, colocado em cima de uma
cadeira:
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7ª Sessão
Data: ___/___/____
- Esfregar as mãos
- Bater as palmas
- Rodar as mãos
Desenvolvimento (25’):
- Pintar com as mãos desenhos inspirados em trechos musicais (um clássico, um pop e um
rock), utilizando guaches.
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8ª Sessão
Data: ___/___/____
- Saltar, saltitar (com ambos os pés, em bicos de pés e só com um pé de cada vez)
- Andar de cócoras
- Rodar/girar (para a esquerda, para a direita, para a frente, para trás, alternadamente,
respeitando as instruções)
Desenvolvimento (20’):
- Realizar percursos com os olhos vendados, seguindo instruções orais, para alcançar um
objeto e/ou levá-lo para outro local:
- “Sozinho”;
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9ª Sessão
Data: ___/___/____
- Correr (para a frente, para trás, para a esquerda, para a direita, segundo indicações)
- Saltar, saltitar (com ambos os pés, em bicos de pés e só com um pé de cada vez)
Desenvolvimento (20’):
- Com o pé direito;
- Com o pé esquerdo.
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10ª Sessão
Data: ___/___/____
- Com os braços esticados lateralmente, rodar o corpo para a esquerda e para a direita,
várias vezes, com as palmas viradas para cima e para baixo, alternadamente;
- Unir os braços por cima da cabeça com as mãos abertas, colocá-los lateralmente e voltar a
uni-los abaixo da cintura;
- Com os braços esticados lateralmente, deslocar as pernas para a frente e para trás e abri-
las e fechá-las, alternadamente;
- Entrelaçar as mãos, palma com palma, costas com costas e costas com palma, à frente e
atrás das costas, segundo instruções;
- Traçar linhas imaginárias no ar, com a mão direita, com a esquerda e com ambas ao
mesmo tempo, seguindo instruções.
Desenvolvimento (20’):
- Desenhar, utilizando vários tipos de lápis/canetas (lápis de carvão, de cor, de cera; pastel;
canetas de tinta indelével e de feltro), ao som de vários estilos de música.
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11ª Sessão
Data: ___/___/____
- Saltar, saltitar (com ambos os pés, em bicos de pés e só com um pé de cada vez)
Desenvolvimento (20’):
- Movimentar-se livremente ao som de música (vários ritmos), sem tocar nos objetos
colocados na sala, ficando em posição de estátua quando deixam de ouvir a música.
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12ª Sessão
Data: ___/___/____
- Deslocar-se (em bicos de pés, em calcanhares, ao pé coxinho), para a frente, para trás,
para a esquerda, para a direita, em linha reta e na diagonal, com e sem os olhos vendados,
conforme indicações.
- Saltar, saltitar (com ambos os pés, em bicos de pés e só com um pé de cada vez) e, ao sinal
convencionado, ficar em estátua
- Andar de cócoras, para a frente e para trás, para a esquerda e para a direita,
alternadamente
Desenvolvimento (20’):
- Chutar uma bola (primeiro com o pé direito e depois com o pé esquerdo), que deverá
passar entre as pernas de uma cadeira colocada a várias distâncias (2, 3, 4 e 5 metros):
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ANEXO III
TONICIDADE:
1-Extensibilidade:
Membros Superiores:
COTAÇÃO:
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Membros Inferiores:
COTAÇÃO:
3- Se atingir entre 100º - 140º de afastamento, quer nos adutores quer nos
fletores da coxa e na resistência máxima, não sendo, no entanto,
identificados sinais tónicos disfuncionais;
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EQUILIBRAÇÃO:
1 - Equilíbrio Estático:
Apoio retilíneo:
COTAÇÃO:
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2 - Equilíbrio Dinâmico:
COTAÇÃO:
77
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Pedir para que o sujeito simule que está a escrever no quadro. Anotar a mão
que o indivíduo utiliza para escrever.
COTAÇÃO:
78
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NOÇÃO DE CORPO:
COTAÇÃO:
2- Sentido Cinestésico:
79
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COTAÇÃO:
1 -Se nomeia apenas um ou dois dos pontos táteis, com sinais vestibulares
bem marcados.
1 - Organização (espacial):
COTAÇÃO:
4 - Se o sujeito realiza a tarefa com controle correto nos três percursos, com
contagem perfeita do número de passos e, com cálculo visuo-espacial
preciso;
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☻ • • ☻ • • ☻ • • • 1- ensaio
☻ ☻ ☻ • ☻ ☻ • • • 2- cotação
☻ ☻ • • ☻ • • ☻ ☻ • • 3- cotação
☻ ☻ • • ☻ ☻ • • ☻ ☻ • 4- cotação
☻ • • ☻ • • • ☻ ☻ ☻ 5- cotação
COTAÇÃO:
81
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PRAXIA GLOBAL:
Pede-se que o indivíduo, na posição de pé, lance uma bola de ténis para
dentro de um cesto de papéis, colocado em cima de uma cadeira, a uma
distância de 2,50 metros. Durante o lançamento deverá ser observada a
postura ereta do tronco, a orientação da base de sustentação, o tipo de
lançamento, a velocidade, a força e o auto-controle.
COTAÇÃO:
82
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COTAÇÃO:
PRAXIA FINA:
1 - Tamborilar:
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COTAÇÃO:
COTAÇÃO:
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