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2. © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES ‘PSEcCAO| IDENTIDADE DA PROFISSAO Actos Préprios Deve ser revogadaa Lein.2 49/2004 de 24 Agosto no sentido de separar os actos préprios do advogado dos actos préprias do solicitador. Deve ser alterado o regime dosactos proprios do Advogadono sentido de clarificar € definirde forma mais rigorosa o ambito do acto préprio do Advogado, de forma a reconduzira advocacia ao seu nuicleo matricial e identitario unico. Deve ser considerado acto prépriodo Advogado, designadamente: a) exercicio do mandato forense, em todas as jurisdigdes judiciais, no émbito dos meios alternativos de resolugao de litigios e ainda no 4mbito dascomissées de protecgao de menores; b) Aconsulta juridica; c) Assessoria na elaboracao de contratos; d) A pratica dos actos preparatérios tendentes a constituigdo, alteragao ou extingdo de negécios juridicos, designadamente os praticados junto de conservatérias, cartérios notariais, servicos de finangas ou quaisquer outras entidades publicas ou privadas; e) A interpelacdo, a negociacdo com pessoas singulares ou colectivas, piblicas ou privadas, tendentes & cobranca, reestruturagdo ou renegociagao de créditos, seja qual for a forma de contacto utilizada para a interpelacao ou para anegociagao; f) Oexercicio do mandato no ambito de reclamagao ou impugnacao de actos administrativos e tributarios. ‘A Ordem dos Advogados deve pugnar pelo reforco do regime sancionatér violagao da Lei do Acto Préprio do Advogado, através: a) Da criacao dos procedimentos adequados a detecgao e dentincia do crime; b) Daagravagao das cominagées previstas parao crime de procuradoriailicita: 5. © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES b.1)Comaumento do limite maximo da moldura penal do crime para um minimo de 5 anos; b.2) Com a conversao da natureza do crime de procuradoria ilicita para crime publico e punibilidade da tentativa. ‘A Order dos Advogados deve diligenciar junto do Governo e das Autarquias Locais pelacriagao de gabinetes de consulta juridica locais, através do sistema de acesso a0 direito e aos tribunais, nomeando Advogados nele inscritos. A Ordem dos Advogados deve reforcar a estratégia nacional de prevencao das praticas ilicitas em matéria dos actos préprios dos Advogados, nomeadamente atraves de: a) Uma campanha publica de combate procuradoria ilicita, com vista &criagao e fortalecimento dos mecanismos de prevencao da pratica do crime e do sentimento de confianga no papel do Advogado, com enfoque, designadamente, no beneficio e necessidade de uma advocacia preventiva; b) Um plano de formacao estratégico envolvendo os servicos publicos e outras Ordens Profissionais, a publicacao periddica de artigos reforgando a importancia da advocacia na comunidade e a pratica solidaria e concertada dos Advogados; c) Apresentagao de queixas-crimepor violacdo da lei; d) Instauragao de processoscom vista ao encerramento dos gabinetes ilega e) Articulagéo e criagdo de procedimentos céleres com as entidades que colaboram com a Ordem nesta matéria, nomeadamente a Direccdo Geral do Consumidor eo Ministério Publico. Deve tornar-se obrigatéria a aposigao de uma vinheta juridica, fisica ou eletronica Nos actos cuja pratica a lei reserva aos Advogados. ‘A aposigdo de uma vinheta juridica 6 condigao de eficdcia do acto proprio de Advogado. 10. nl 12. 1B. 4. 6. © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES A Ordem dos Advogados deve pugnar no sentido de serem instituidos parques de estacionamento exclusivos e gratuitos destinados a Advogados. A nota de despesas e honorérios emitida por Advogado deve passar a constituir titulo executivo. Deve ser concedida isengdo de taxas de justiga a0 Advogado quando este seja demandado em accées de responsabilidade civil no exercicio da profissao. Deve ser pugnado pela revogagao do n® 8 do art.21? da Lei dos Actos Proprios dos Advogados, proibindo cidadéos e empresas de se fazerem representar por terceiros que nao sejam advogados. O artigo 482, n® 1, alinea d} do Codigo do Registo Comercial e 0 artigo 10°, alinea b), do Regulamento do Registo Comercial devem ser alterados no sentido de ficar vedada a inclusdo no objecto social de sociedade comercial actividades consideradas como actos proprios de Advogados devendo o registo ser recusado quando ocorraviolagaoda Lei n® 49/2004, consagrando-se a sua nulidade em caso de realizagao. A Ordem dos Advogados devepropor aalteragao das leis de processono sentido de ndo ser permitido 0 exercicio do patrocinio judicial por outros profissionais, como 6 0 caso dos licenciados em Direlto com fungées de apoio juridico no Ambito do contencioso administrativo, dos contabilistas certificados no ambito do proceso tributario e do Ministério Publico no Ambito das accdes emergentes de contrato individual de trabalho. A Ordem dos Advogados deve propor uma alteracao legislativa no sentido de nos processos de divércio por mutuo consentimento passar a ser exigida a representacdo das partes por Advogado. © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 1B. A Ordem dos Advogados deve pugnar pela actualizagao das tabelas dos honordrios do sistema de acesso ao direito e aos tribunais (SADT). 17. A Ordem dos Advogados deve pugnar pelo retorno das competéncias que foram atribuidas aos designados “balcées’. 18. Importa que a Ordem dos Advogados tome uma clara e inequivoca posicao de firmeza junto do Poder Politico, no sentido de se repor a legalidade, no que se reporta as empresas de cobranga. 19. A Ordem dos Advogados deve exercer 0 direito de resposta sempre que os Advogados sejam alvo de comentarios depreciativos em érgdos de comunicagao social. 20. Nao é de admitir nos escritérios de Advogados, a prestacdo de servigos, de forma directa ou indirecta, por juristas nao inscritos na Ordem dos Advogados ou cuja \scrigao se encontre suspensa, a menos que seja delimitada com rigor a fronteira dos actos que estes tltimos podem praticar. 21. A Ordem dos Advogados deve pugnar pela: a) Simplificagao dos procedimentos de encerramento de gabinetes de procuradoriailicita; b) Consagragao da efectiva obrigacdo de identificagdo de todos os que se apresentem nos servigos da Administragéo Publica em representacao de terceiros, designadamente através da implementagdo de novas ferramentas informaticas, intervindo na regulacao de empresas imobiliarias, das demais actos préprios e na eventual regulagao de entidades autorizadas a prat empresas de cobranca de dividas. © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES Sigilo Profissional 1. Da Lei de Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo (Lei de Combate ao Branqueamento), nao obstante a savaguarda prevista no seu art.2 79.2 que exime os Advogados de revelar informagdes obtidas no ambito da consulta juridica e no exercicio do patrocinio judiciario, poderdo resultar para estes profissionais deveres de colaborar com autoridades judicidrias e outras em situacdes ndo abrangidas pela referida clausula de salvaguarda, devendo o Bastondrio e 0 Conselho Geral, em conjugagdo de esforcos e intentos com os Conselhos Regionais, ouvidos o Conselho Superior e os Conselhos de Deontologia: a) Diligenciar junto do Ministério da Justica no sentido de excluir os Advogados do dever de comunicagao sistematica de operacées em que intervenham em representagao dos seus clientes que vierem a constar do elenco da portaria governamental a aprovar pelo Ministério da Justiga ao abrigo do art.2 45. n.21 da Lei de Combate ao Branqueamento; b) Identificar claramente as situages em que os Advogados estejam obrigados a comunicar ao Bastonario as suas suspeitas sobre a proveniéncia ilicita de certos fundos ou outros bens ou a suspeita de se destinarem ao financiamento do terrorismo, a0 abrigo do dever de revelar previsto no art.2 43.2 da Lei de Combate ao Branqueamento; c) Proceder a delimitacao das situacdes em que possa impender sobre os Advogados co deverde comunicar ao Bastonério informagées, esclarecimentos e documentos cuja apresentagdo Ihes seja solicitada pelas autoridades judiciarias e outras, ao abrigo do dever de colaboracao previsto no art.253.° da Lei de Combate ao Branqueamen d)Proceder a criagao de uma Comissao ao nivel do Conselho Geral para o tratamento da matéria objeto da Lei do Combate ao Branqueamento, com a finalidade de aconselhar e acompanhar os Advogados no cumprimento dos deveres estabelecidos 5. 2 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES na Lei e de garantir a completa confidencialidade das comunicacées remetidas pelos Advogados ao Bastonario, Os poderes do Estado ndo podem nunca estender-se ilimitada e abusivamente 20 ponto de exigirem a violagao do sigilo profissional e a quebra da confianca do cidadao no seu Advogado. Numa futura revisao do texto constitucional, deve a Ordem dos Advogados propor ao Parlamento uma revisdo do texto do art. 2088. da CRP, de forma que passe a constar especificadamente o sigilo profissional do Advogado, como fazendo parte primordial daquele acervo de garantias, com cardcter imprescindivel para o exercicio da defesa pelos Advogados dos interesses dos cidadaos. Deve ser alterada a redaccao dos art.’s 40.% e 71° do Estatuto da Ordem dos Advogados no sentido de o Bastonario poder intervir em representagdo dos Advogados para a defesa e preservacao do sigilo profissional. Os Advogados nao devem ser constituidos arguidos em sede de processo penal quando se vise apreender documentos que se encontrem a sua guarda no seu escritério e que Ihe foram confiados por terceiros. Deve ser promovida a revisao e alteracao do regime do art. 135%. do Codigo de Processo Penal tendo em vista impedir que as autoridades judicidrias invadam a competéncia da Ordem dos Advogados no ambito das suas atribuigées quanto a dispensa do sigilo profissional. Deve ser criado um grupo de trabalho, envolvendo todos os Conselhos Regionais, para revisdo do art. 92.2 do Estatuto da Ordem dos Advogados, a fim de prever a cessacao do segredo profissional sem prévia autorizagao do Presidente do Conselho Regional quando estiverem em confronto a dignidade, direitos e interesses do Advogado e do 10. L 2. © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES cliente nas acgdes de honorérios e nas accdes de responsabilidade civil profissional tendo em vista a respectiva alteracao legislative. Deve a Ordem dos Advogados promover, através dos diferentes orgaos, a formacao continua no ambito do segredo profissional. Deve ser rejeitada a tese contratualista defendida por alguma jurisprudéncia no sentido de que o Advogado pode depor sobre factos abrangidos por sigilo profissional desde que o cliente assim o autorize. 0 depoimento testemunhal prestado por Advogado sobre factos sujeitos a segredo profissional sem prévio levantamento do respectivo dever de segredo constitui prova proibida. iscussao Publica de Questées Profissionais Deve ser mantido o actual regime em matéria de discussdo publica de questées profissionais, tal como previsto no art. 93.° do Estatuto da Ordem dos Advogados. Caso existam indicios da violagdo do n® 1 do art. 93.2 do Estatuto da Ordem dos Advogados, 0 érgao jurisdicional competente deve abrir proceso oficiosamente, processo esse que deve seguir uma forma de proceso abreviado e célere, Em caso de violagao do n® 1 do art. 93.2 do Estatuto da Ordem dos Advogados deve ser prevista uma sancdo acesséria de proibicdo de prestar declaragées e estar presente em entrevistas e comentarios nas redes e comunicacao social por determinado periodo de tempo. Em caso de pronuncia sobre questées profissionais pendentes, 0 Advogado deve comunicar tal facto ao Presidente do respectivo Conselho Regional num prazo de 48 horas apés as declaragées. 1 2. L © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES Publicidade Oart.2 94.2 do Estatuto da Ordem dos Advogados deve manter a sua actual redaccao, uma vez que se vem revelando uma norma equilibrada e razoavel no tratamento da publicidade na advocacia. ‘A Ordem dos Advogados deve elaborar e aprovar um Regulamento da Publicidade do ‘Advogado que defina da forma mais clara possivel os limites da publicidade e dos respectivos contetidos, incorporando os principios reguladores da publicidade e da legislagao da concorréncia devidamente adaptados a realidade social, econdmica e ética da Advocacia. Identidade da profissao - questdes gerais ‘A Ordem dos Advogados deve agir de forma a que sejam sancionados os Advogados e todos aqueles que publicamente fazem aluséo de forma depreciativa ao trabalho desenvolvido por Advogados. Deve ser promovida sélida preparacao técnica pela formagao continua obrigatéria dos ‘Advogados, tao gratuita quanto possivel, das mais variadas areas, mas com especial incidéncia em deontologia. De formaa proteger o segredo de justica e a aplicacao da justiga deve ser adoptado um protocolo rigido e com regras apertadas, para que a cada momento se saiba quem, porqué, onde e durante quanto tempo foi consultado um determinado processo judicial. Deve ser efectuado, com caracter de urgéncia, um levantamento exaustivo dos ‘Advogados assalariados de outros Advogados ou de estruturas de Advogados, quer eles se encontrem no regime de prestacao de servicos ou sob a capa de associados, e, bem assim, das respectivas condi¢des de trabalho. © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 5. Devem os Conselhos de Deontologia pugnar por uma fiscalizacao exigente e permanente da violacéo das normas estatutarias: a) Sobre a publicidade b) Sobre a proibigao da discusséo publica das questées profissionais; c)Sobre a angariacab ilicita de clientela ECCAO| A TUTELA DOs DIREITOS I-Acesso ao Direito e aos Tribunais Deve pugnar-se junto das respectivas Entidades: 1. Que se proceda a revisdo da Lei do Acesso ao Direito e aos Tribunais(LADT)no sentido de limitar 0 numero de nomeagées de patrono, pedidos de substituicdo daquele ou pedidos de escusa, admissiveis em cada causa, devendo ser atribuida competéncia exclusiva-por razées de sigilo profissional- Ordem dos Advogados, através dos seus Conselhos Regionais, para recusar nomeacao em casos de comprovado abuso de direito, que the cumprird apreciar. 2. Que se adoptem no ambito do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT) medidas que imponham a obrigatoriedade de patrocinio forense das partes presentes nos litigios junto dos Centros de Mediagao, de Arbitragem, Julgados de Paz, na Jurisdigao Voluntaria, e nos Servicos de Estrangeiros e Fronteiras, devendo ainda tais medidas assequrar o principio da igualdade de distribuicdo das nomeagées de patrono ede defensor. 3. Que se proceda ao alargamento do ambito de aplicacao do patrocinio judicidrio ao abrigo do SADT, para processos extrajudiciais e para as vitimas de crimes, de modo a concretizar 0 direito fundamental do acesso a justica e permitir uma advocacia forte e transversal que contribuird para uma sociedade mais justa. © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 4, Que promova a criagéo um novo modelo procedimental da concessio de apoio judicidrio, centralizado em Gabinetes de Apoio Judicidrio, geridos pela Ordem dos ‘Advogados, em parceria com 0 Estado, como primeiro ponto de contacto do cidadéo com 0 acesso ao direito e a justica, através de um mecanismo de aconselhamento juridico obrigatério prévioaquela concessao- Consulta Juridica. Que se promova aalteragao dos impressos de "Requerimento de Protecao Juridica’, de forma a constar uma adverténcia ao Requerente para a necessidade de cumprimento do disposto no 24° da LADT. 6. Que seja alterado o artigo 227° do Cédigo de Processo Civil (CPC), com vista a impor & secretaria judicial a obrigacao de informar o réu de que, caso solicite apoio judiciario na modalidade de nomeagao de patrono, deverd juntar aos autos, no prazo da contestagdo, 0 documento comprovativo desse pedido, sob pena de nao se interromper o prazo para contestar. 7. Quese criem mecanismos de colaboragao com 0 ISS (Instituto da Seguranga Social), de modo a que a concesséo do beneficio do apoio judiciério seja promovida, apreciada e decidida com celeridade. 8. Deve ser tomada a iniciativa para alteracao do n?1, alinea d) do artigo 10?da LAJ (Lei do Apoio Judiciario), de modo a permitir a sindicncia do abuso de direito como fundamento para 0 arquivamento do processo de nomeacao por mera deciséo administrativa. 9. Deve ser criada uma comissdo de“auditoria" sob a alcada da Ordem dos Advogadoscom o intuito de fiscalizar e sancionar as condutas de mé-fé, em abuso de direito, por parte dos beneficidrios do AJ(Apoio Judiciario). 10. Que seja assegurato aos herdeiros do Advogado inscrito no SADT o direito a receber os honorarios e despesas pelos servigos profissionais por este prestados e ndo pagos a data da sua morte, para o que deveré ser ajustada a plataforma, na qual cada Advogado inscrito no Sistema preste informacao actualizada sobre todos os factos que deem 10 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES lugar a pagamento de honorérios e despesas pelo SADT, com transmissao mensal e informatica pela Order dos Advogados, para que o Instituto de Gestao Financeira e Equipamentos da Justica (IGFEJ) proceda ao mesmo por transferéncia bancaria. Tl. Que se determine que os Advogados reformados nao devam, em principio, participar no SADT, excepgao feita a quem, comprovadamente, trabalhe em pratica isolada, tenha escritério em pequenas comarcas ou tenha uma pensao de reforma inferior a dois salarios minimos nacionais. 12. Que 0 Conselho Geral tenha um papel mais interventivo e fiscalizador no ambito do SADT, nomeadamente criando mecanismos de correccao de discrepancias entre as plataformas informaticas, de modo a assegurar a transparéncia nas nomeacdes, a publicidade das escalas mensais e a sanar divergéncias de entendimento. 18. Que seja efectivamente assegurado 0 pagamento de todos os servicos prestados pelos Advogados no ambito do SADT, e que seja apresentada proposta no que respeita @ revisdo da Tabela de Honorarios para a Protec¢ao Juridica. 14. Que sejam implementadas cominacées juridicas imediatas e efectivas para o incumprimento dos prazos legais de 30 dias para pagamento de honordrios aos defensores oficiosos, e bem assim redefinida a percentagem de valores recebidos pelo Estado no que aqueles honorérios concerne. 1B. Que sejam publicitadas as escalas mensais, por e-mail, junto de cada Delegagao em que 0s Advogados concorrem, em cumprimento do principio da transparéncia, e por forma a dar uma imagem de objectividade e equidistdncia, devendo ser atribuidas ou delegadas competéncias por parte do Conselho Geral ou do respectivo Conselho Regional por forma a dotar as Delegacdes para aferir das nomeagdes e das vicissitudes no émbito do SADT. 16. Que seja obrigacdo do Estado, e nao caridade, a promogao dodireito humano de acesso a Justiga, onde o SADT tem um papel central na democracia e deve assentar no perfil de um Advogado totalmente livre e independente, sujeito unicamente ao EDA. " © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES T7. Que 0 Advogado que exerce no dmbito do SADT seja dignificado, nao apenas ao nivel remuneratério cujo estatuto deverd ser honrado, pugnando pelo abandono de denominacées arcaicas tais como ‘Patrono’ e “Defensor Oficioso’, que tem um efeito discriminatério no seio da classe e perante 0 cidadao. 18. Que se propugne junto das competentes instituigdes pela eficaz formagao quanto 4 Conta de Custas dos funcionarios judiciais incumbidos da sua elaboracao. 19. Que seja legislativamente consagrada a dispensa do pagamento de taxas e despesas processuais aos Advogados quando actuam em causa prépria por imperative da igualdade entre os operadores judiciérios. 20. Que sejam dispensadas as taxas de justica em matéria laboral, nas accées de impugnacao de despedimento, seja processo comum ou especial, bem como nos processos de reparagao por acidente detrabalho, devendo impor-se a obrigatoriedade de constituicdo de Advogado em todos os processos judiciais. 21. Que seja revogado o artigo 13° da Portaria n?1085-A/2004, de 31 de agosto. No seu lugar devera ser estabelecido que é 0 valor da taxa de justia, emsingelo, que pode ser paga em prestacdes (bem como os demais encargos e quantias em divida emergentes da conta). 22, Que sejam pagas as despesas de deslocacao realizadas pelos Advogados, no mbito do acesso a0 direito, para consulta do processo e intervenco em géncias judiciais, quer dentro quer fora da comarca ou do juizo local de inscrigao do Advagado, desde que devidamente comprovadas no processo para o qual o Advogado foi nomeado. 23. Que soja lancada uma verdadeira discussao nacional para sensibilizara necessidade de uma reducao drastica de todas as taxas de Justiga, comprometendo-se a tudo fazer, junto das entidades competentes, para que o Regulamento das Custas Judiciais seja revisto tendo em conta uma unica finalidade: Democratizar 0 Acesso aos Tribunais. 12 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 24.Que seja assegurado um conjunto de principios e mecanismos, como os da necesséria e adequada fundamentagao das decisdes, do efectivo duplo grau de jurisdicao, quer de facto, quer de Direito, da publicidade das audiéncias, do “juiz natural’, da real acessibilidade, designadamente econémica, por parte dos cidadaos, do respeito pelo contraditério e pela iqualdade de armas. 25. Que intervenha de forma a corrigir 0 “afundamento” dos Tribunais Administrativos Fiscais e dos Tribunais de Comércio, obstando paralelamente @ que a avaliacao de juizes seja feita com base exclusiva ou essencialmente na sua eficiéncia processual" (ou seja, a capacidade de matar estatisticamente processos), esquecendo a capacidade de produzir decisdes justas. 28. Que tore uma posigdo clara sobre o que se passa nos Juizos do Trabalho de Lisboa e do Barreiro, aquilatando das respectivas realidades logisticas e processu que revelam total desrespeito pelos cidadéos e Advogados, que em nada dignificam a administracao dajustiga. 27. Que o apoio judiciério se integre no objectivo de uma nova politica judiciaria atenta ao imperativo politico da democratizagao de justiga e do acesso ao direito, devendo eliminar obstaculos econdmicos e sociais e culturais, esclarecendo os cidadaos sobre 08 seus direitos. l1-Patrocinio Judi io 28. A dignidade e a forca da Advocacia passam pela independéncia dos Advogados que os cidadaos devem poder escolher livremente coma confianga ea seguranca de poderem encontrar um seu representante livre das influéncias institucionals publicas ou privadas. 29. 0 prazo de prescricao dos créditos dos Advogados deve passar a ser 0 ordinario, jé que também é de 20 anos o prazo de prescrigo da responsabilidade civil do Advagado. B © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 30. A formagao inicial entre candidatos a Juiz e candidatos a Procuradores do MP deve ser diferenciada, devendo o MP deixar de ter presenga fisica nos Tribunais, passando a ter instalacdes proprias. 31. 0 traje dos Procuradores do Ministério Publico (MP) devera ser diferenciado da beca dos Juizes e a arquitectura das salas de audiéncia deve ser alterada, colocando o MP 0 mesmo nivel dos Advagados e de frente para eles, e ambos, MP e Advogados, na perpendicular da secretaria do Juiz. ‘32. Constituindo a formagao continua um dever de todos os Advogados (artigo 197° EOA), a Ordem dos Advogados, em concretizagao do disposto no artigo 32, alinead), do EOA, deve promover um sistema de formacao continua obrigatoria, universal, gratuita e descentralizada. 33, Para assegurar a comunicagao entre o beneficidrio de apoio judiciério que nao consiga expressar-se em lingua portuguesa e o Advogado que Ihe foi nomeado, quando nao consigam entender-se em lingua em que ambos se expressem, deve o SADT garantira nomeagao de intérprete de lingua estrangeira ou, se for 0 caso, de lingua gestual, alterando-se, em conformidade, 0 artigo 161 da Lei n° 34/2004, de 29 de julho, mediante aditamento de uma nova alinea que preveja, entre as modalidades de apoio judicidrio, a nomeagao e pagamento de compensacao daintérprete. 34.0 Estado que justificou a desjudicializacao com o desiderato de descongestionar os Tribunais e de facilitar, aos cidaddos, 0 acesso a procedimentos mais céleres e simplificados, criou uma verdadeira zona de nao acesso ao direito, ao nao estender 0 apoio udiciario aos processos que corram nas conservatérias. Processos que gozavam de apoio judicidrio quando cometidos aos Tribunais viram-se privados de apoio judiciario por terem sido desjudicializados. A Ordem dos Advogadosdeve bater-se para que o Estado supra a omissao legislativa em matéria de apoio judiciario nos processos que correm nas Conservatérias, exigindo alei referida no artigo 1723 da Lei n®34/2004, de 29 de julho, que o Estado nunca quis ou nunca foi capaz de publicer. 4 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES Il Duragao e Execugao das Penas 35. As exigéncias de humanidade, de estrita necessidade e de equilibrada subsidiariedade da intervengao penal impoem que se considere, preferente e primacial, a permanéncia do condenado na habitacdo sujeito a vigilancia electronica, propondo-se em conformidade a alteragéo ao disposto nos artigos 442 e 62° do Codigo Penal, aumentando-se os periodos daquela para trés a cinco anos, quer na aplicagao da sangdo, quer na substitui¢ao da pena de prisdo, quer na aplicacao dos remanescentes dapena. 36.A fim de ser posta em prdtica a efectiva dignidade dos Advogados deve ser implementada legislativamente: i) a igualdade dos Advogados no processo penal, perante os restantes operadores judicidrios e, concretamente, a iqualdade de armas perante o Ministério Publico; ii) aigualdade entre Acusagao e Defesano que dizrespeito a0 acesso aos autos e promogao de quaisquer diligéncias a partir do termo do Inquérito; iii) @ aboligao do desnivel das secretérias nas salas de audiéncia dos Tribunais do Pais; e iv) a consagragao de uma regra de isencao de custas, de modo a permitir que a actividade dos Advogados seja um efectivo exercicio de direitos. 37. A Ordem dosAdvogadosdeve ser voz activa na defesa dos direitos humanos dentro das prises, exigindo que as Regras Penitencidrias Europeias sejam escrupulosamente cumpridas em Portugal, pugnando junto das entidades oficiais para que o sistema judicial se torne operante e opor-se a que de acordo com critérios de racionalidade financeira se obste & boa administragao da justica e a violagao sistemética dos direitos humanos. 38.A defesa do Estado de Direito e a consideragdo da dignidade da pessoa humana impdem aos Advogados portugueses uma particular vigiléncia actuante sobre os excessos cometidos pelos Tribunais na determinagdo das medidas das penas de priséo, bem como no que tange ao ilegitimo prolongamento da execugao dessa tipologia de penas. 38. 0 papel do Advogado na administragao prisional e no processo de execugéo de penas tem que ser definitivamente alargado, para efectiva garantia dos direitos do recluso, 8 6 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES obrigatoriedade de assisténcia por Advogado no procedimento disciplinar e em todos 0s processos judiciais. 40.No dmbito do crime de violéncia doméstica, cujo bem tutelado é exatamente a Dignidade da Pessoa Humana, os direitos da vitima s6 poderdo ser exercidos de forma cabal e eficaz se & mesma for assegurado oficiosamente representacao judiciaria, dada a similitude da sua posicdo processual a do arguido quanto a necessidade de garantias de proteccao e assisténcia. 41. Pugna-se pela alteracao a lei processual penal, impondo-se, com a atribuicdo ou a validagao do Estatuto da Vitima, a nomeacao de patrono, em garantia de principios e valores constitucionais, a semelhanga do que se assegura ao arguido em cumprimento da Lei Fundamental art. 32°da Constituigao da Republica Portuguesa (CRP). 42.Sempre que o Ministério Publico proponha ao cidadao a Suspensdo Proviséria do Processo (SPP), nos termos dos art?s 281° e seguintes do Codigo de Processo Penal (CPP) tera o mesmo de ser abrigatoriamente assistido por defensor, constituido ou nomeado, nos termos da lei, com observacao das especificidades inerentes a0 processo penal, devendo ser criadas as necessarias regras procedimentais. 43.0 interrogatorio do arguido no ambito da suspensdo provisoria do processo (SPP) deve ser sempre presidido por Autoridade Judiciria para aferir dos pressupostos elencados no art. 281° CPP, e ser obrigatoria a assisténcia de defensor, sob pena de nulidade insanavel. ‘44. /\interpretacao do artigo 276° do CPP no sentido de que os prazos maximos ai fixados podem nao ser respeitados, sendo ultrapassados, configura uma verdadeira violacao da lei e pe em crise o Estado de Direito Democratico consagrado no art? 2° da CRP. Este prazo maximo deve ser interpretado no sentido de limite final, inultrapassavel. 45.Que se considere como urgente a harmonizacdo do CPP com a Lei da Protecgdo Juridica no que tange a dispensa de patrocinio e ao pedido de substituicao de defensor, passando a ser claro que incumbe a Orde dos Advogadosa concessio de dispensa de 16 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES patrocinio dos Advogados nomeados em processo penal e a decisdo dos pedidos de substituigdo apresentados pelos cidadaos acusados. 48. Que seja introduzida uma nova redaccao ao art? 66%, n? 4, do CPP, por forma a ser salvaguardado 0 prazo que esteja em curso aquando da apresentacao do pedido de dispensa de patrocinio e do pedido de substituicdo, interrompendo-o, pelo menos no que diz respeito ao prazo de recurso, limitando a duas as interrupcdes devido apresentagao de tais requerimentos. % SEcCAO| ADMINISTRAGAO DA JUSTIGA 1. Deverdo ser restabelecidas as competéncias préprias que cada Tribunal detinha antes da data de entrada do atual mapa judiciario, em municipios cujas areas geografica e com densidade populacional elevadas, mormente acima dos 100.000 habitantes, por forma a que os tribunais/seccdes existentes decidam em processos coletivos, na area criminal e civel, 2. Enecessario aliar 8 deontologia e & competéncia técnica do Advogado a renovagao de procedimentos e a inovagao tecnolégica. 3. Os privilégios dos Advogados sao instrumentos de aco fundamentais para 0 cabal exercicio da profissao. ‘4. Oatendimento preferencial nao é um privilégio mas um meio de garantir 0 exercicio da profissdo nao sendo para tal necessério procuragao forense. 5. No exercicio ou/e por causa do exercicio da profissdo, 0 Advogado, demandado ou demandante, deveré estar isento de pagamento de custas, 6. Nos julgados de paz deve ser obrigatéria a constituigdo de Advogado, deve ser instituida a gravagao das audiéncias, com a reapreciacao da matéria de facto pelos tribunais em caso de recurso e os prazos devem obedecer &s normas previstas no CPC. 7 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 7. A administracao da justica deverd ser conferida apenas aos tribunais, os quais devem tender para a competéncia especializada. ‘Aaudiéncia de julgamentoem sede do recurso da matéria de facto paraa Relacao deve ter a participacao dos Advogados que, ai, devem invocar os factos concretos que querem ver alterados e as razdes dessa pretenséo. 9. As diligéncias processuais que envolvam os cidaddos ou as empresas devem ser realizadas nos tribunais de maior proximidade territorial. 10. A Ordem dos Advogados deve criar uma Comissio, constituida por membros de Delegagées e dos Conselhos Regionais, para efectuar 0 levantamento das situacdes de inoperacionalidade da (reJorganizagao do mapa judiciério e acompanhar as sucessivas alteragdes que se impdem a Organizagao Judiciaria, Tl. A competéncia em matéria de Familia e Menores deve alargar-se a determinados, sendo todos, os juizos locais e de proximidade, e os juizos especializados nesta matéria, nas instancias centrais, deverdo julgar os casos mais complexos e ter, a tempo inteiro, técnicos especializados nas areas da psicologia, servico social e outras. 12. 0 sistema de organizacao judicidria deve repensar os juizos de execugdo, retirando nomeadamente da sua competéncia a execucao das sentencas, que devem correr por apenso no processo onde foram proferidas. 13. Ao Ministério Publico (MP) nao deverdo ser atribuidas fungées jurisdicionais que, nos termos da Lei Constitucional, séo da exclusiva competéncia dos Magistrados Judiciais. 14. A investigagao do crime de violagdo do segredo de justica deve, legalmente, poder dispor de medidas como ado acesso e intercepgao das comunicagdes (telefénicas, por fax, por mail, etc.) dos que, no exercicio das suas fungdes, tém acesso ao proceso. 15. Deve clarificar-se, também pela via legislativa, sem que tal contenda com as liberdades de imprensa, de informagao e de expresso, que tanto comete o crime de violagao do 18 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES segredo de justiga aquele que, tendo acesso a elementos do processo em segredo de justiga, os revele a algum terceiro como também este terceiro que, recebendo-os, os utilize e/ou os divulgue. 16. E inaceitavel a teoria de que os prazos em processo penal sé sao obrigatorios para os cidaddos e seus Advogados, e de que para o MP e 0 juiz eles séo meramente ordenadores da marcha do pracesso. 17. E preciso fazer um balanco sério e conscienciaso do atual modelo de investigagao criminal, dos poderes do MP, do papel dos DIAPs, do DCIAP e do TCIC, e ainda da auséncia de efetivo controle jurisdicional sobre o inquérito. 18. 0 Estado deve investir na melhoria de condigdes materiais e humanas dos Tribunais Administrativos e Fiscais. 19. 0 Congresso de Advogados Portugueses recomenda ao Bastonario da Ordem dos ‘Advogados que pugne junto do Governo, Assembleia da Republica e demais entidades publicas, pela concretizagao de uma Justiga Administrativa junto do Tribunais Administrativos e Fiscais e nao através dos mecanismos arbitrais. 20. A identidade da Advocacia passa hoje, necessariamente, pela atribuigdo de direitos soci is, como sejam os da parentalidade ou apoio a doenca. 21. Em caso de maternidade/paternidade, a isengdo de quotas da Ordem dos Advogados deve ser de 120 dias (quatro meses), podendo ser requerida tanto pela Advogada mae como pelo Advogado pai, podendo cumular os pedidos caso ambos os progenitores sejam Advogados inscritos. 22, Em caso de maternidade/paternidade, a isengdo de pagamento de contribuigdes para a Caixa de Previdéncia dos Advogados e Solicitadores (CPAS) deve ser de quatro meses, podendo ser requerida tanto pela Advogada mae como pelo Advogado pai, podendo cumular os pedidos caso ambos os progenitoressejam Advogados inscritos. 19 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 23. Deve ser garantido & Advacacia 0 apoio na doenca coma criagao de um seguro de baixa médica. 24, As Advogadas devem beneficiar de uma licenga de maternidade de § meses e deve ser criada a licenca de paternidade. 25. Deve ser consagrado como “Justo Impedimento’ situagdes de apoio aos filhos na doenga. 28. Devem ser revistos os sistemas de apoio e protegao em situagdes de doenga aguda e crénica. 27. Deve ser obrigatéria a existéncia fisica de domicilio profissional do Advogado. 28. Deve ser combatida, activa e eficazmente, a procuradoria ilicita. 28. Em matéria disciplinar a Ordem dos Advagados tem de modernizar e ter meios que Possibilitem, de facto, a materializagao da justica. 30.E urgente e imperiosa a aquisicdo de uma plataforma que possibilite a gestao dos processos disciplinares, incluindo a distribuigao dos mesmos. 31. A Ordem dos Advogados deve, urgentemente, regular a inquiricao de testemunhas, de forma a possibilitar a inquirigao nas sedes das Delegagdes, ou dos outros Conselhos onde as mesmas tenham residéncia, através das diversas formas videoconferéncia existentes. 32. Ordem dos Advogados deve celebrar protocolos de cooperacdo com as suas congéneres de outros paises que possibilitem a inquirigéo de testemunhas em proceso disciplinar através de meios crediveis 33. As audiéncias piblicas em proceso disciplinar devem ser gravadas. 20 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 34.0 recurso para o Conselho Superior das decisées disciplinares finais dos Conselhos de Deontologia e do Conselho Superior, ¢ para o Plenario daquele, das suas decisdes disciplinares de Seceao, deve ser facultative, quando interposto de decisdes absolutérias e necessério quando interposto de decisdes condenatérias. 35.Na Jurisdicao Disciplinar da Ordem dos Advogados, o recurso de decisées condenatdrias deve ser gratuito e 0 recurso de decisdes absolutérias deve depender do pagamento de taxa. 38. Deve ser garantido aos candidatos a profissao de Advogado que o seu estagio, nao é nem sera uma continuidade do ensino universitario, mas antes uma formagao que Ihes permita adquiriro saber fazer, o que s6 se consegue se 0 estagio, nas suas duas fases, for seguidoe tratado de Advogado para futuros Advagados. 37. Deve ser garantida uma formacao continua dos Advogados por Advogados e também jionais forenses. formagao em conjunto com outros profi 38. Deve apurar-se, de forma transparente, o real estado da CPAS. ‘39. Deve ser realizada de uma auditoria externa, imparcial e independente, forense e contabilistica, que clarifique a real situacao e viabilidade da CPAS, que abranja, além do presente mandato, os dois mandatos ou trignios anteriores. 40. Deve a Ordem dos Advogados pugnar, por todos os meios, para recuperar parte da procuradoria como receita da CPAS. 41. Dever os Estatutos da Ordem dos Advogados regular 0 exercicio da profissio pelos Advogadosreformados. 2 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 42 SECGAO | APERFEIGOAMENTO DA ORDEM JURIDICA 1. Sendo direito dos cidad&os Portugueses ver os seus conflitos decididos por um Juiz independente com a dignidade e responsabilidades préprias de um titular da fungao jurisdicional visando obter a justa composi¢ao de litigios, e ndo por um notario, profissional liberal, sem independéncia nem autoridade, ndo preparado nem vocacionado para exercer tal funcao, 0 processo de inventario tera obrigatoriamente que correr nos tribunais, com a intervengao de Advagado quando existir ltigio ou haja interessados menores, incapazes, ausentes ou incertos, caso em que deverd também ser obrigatéria a intervengao do Ministério Publico. 2. Orequerente do inventério podera apresenta-1o em cartério notarial quando nao haja intervengao obrigatéria do Ministério Publico, ficando a competéncia do cartério dependente de nenhum dos interessados se Ihe opor apés a citagao ou até ao final da conferéncia preparat © que, a ocorrer, ocasionara a sua remessa para o Tribunal, © mesmo sucedendo se, durante a sua pendencia no cartério, se suscitarem no processo questées liti iosas nao resolvidas por acordo. 3. Deverd ser reconfigurado 0 processamento do inventario, nomeadamente de modo a fazer cessar a regra de a maioria de dois tergos decidir sobre o preenchimento dos quinhdes dos restantes herdeiros e da substituigdo de licitacdes entre os herdeiros por propostas em carta fechada, bem como alterado o regime das custas. 4, As contas de cabega de casal serdo sempre prestadas no Tribunal, aplicando-se este principio aos processos em curso. 5. Os processos pendentes em Cartério Notarial deverao ser remetidos para tribunal no caso de evidente inércia au de pendéncia de conflito. 6. Enquanto vigore o presente regime de acco executiva e, por isso transitoriamente, 6 critico que se agilize o ressarcimento de todos os lesados pelas acgdes dos Agentes de 22 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES Execugdo (AE), facilitando e clarificando os pressupostos de acesso e accionamento do Fundo de Garantia dos Agentes de Execugao(FGAE). O reforco do poder jurisdicional em relacdo a todos os actos do agente de execucdo. 8. Os valores recebidos pelo Agente de Execucao no ambito do processo executive deverdo ser apenas depositados em conta bancéria 4 ordem do respetivo processo, de modo a que somente com autorizagao do juiz possa a mesma ser movimentada. 8. Com omero pagamento conjunto da totalidade do capital e dos juros seja declarada a extingaio da acgao executiva pelo Juiz. 10. Alteragao do disposto na alinea a) do artigo 7242do CPC, de forma a considerar-se que a instancia executiva se inicia com a entrada da execugdo em juizo do correspondente requerimento executivo, afastando-se, assim, 0 regime actual que decorre daquele normativo, nos termos do qual a instancia é deferida para o momento do pagamento da primeira prestagao dos honorérios ao Agente de Execugao. Tl. Acesso & base de dados pelo mandatario do exequente no processo executivo nos mesmos termos em que a ela acede o Agente de Execucdo. 12. Maior dotacao de meios humanos aos juizos de execucéo. 13. Reducdo dos honordrios aos AE. 14, Possibilidade de solicitacao direta de declaracdes e outros elementos protegidos pelo segredo profissional do AE, sem despacho prévio do juiz, com a inerente responsabilizagao. 16. Possibilitar-se a0 mandatério judicial, com a inerente responsabilizagdo deste, 0 acesso a base de dados das finangas e seguranca social, registo predial, comercial e automével nos mesmos moldes que o AE 0 que consubstanciaria uma racionalizacao de meios e tempo e um maior envolvimento do mandatario no desenrolar da acgao executiva e numa maior interacgéio com 0 AE. 23 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES 16. Obrigagao de 0 AE, com periodicidade definida, apresentar ao tribunal e a0 mandatério do Exequente, relatério das diligéncias efetuados no ambito do processo, de modo @ possibilitar ao juiz e a0 mandatério o exercicio de um maior controlo em relacdo a actividade do AE. 17. Dever de aplicacao de sangées efectivas ao AE pela falta de resposta, omissao ou atraso nas comunicagdes quer aos mandatarios quer aos tribunais. 18. Dever de responsabilizar 0 AE pela imobilizacao do processo por determinado periodo sem justificagéo ou em caso de inércia quanto @ informagao a prestar sobre 0 seu andamento. 19. Obrigatoriedade de o AE transferir para o exequente as quantias recuperadas no ambito do processo, no prazo de 10 dias apés o termo do prazo para a oposi¢ao de executado, sem qualquer custo para o exequente. 20. Assegurar-se a efetiva exclusividade do exercicio da actividade do AE. 21. Ser reposta a informacdio que existia no Citius quanto aos executados com acesso aos Advogados. 22.0 Procedimento Especial de Despejo (aqui designado, para facilitar, pelo acrénimo *PED')tem ainda a desvantagem de nao poder aplicar-se o regime previsto no art? 236% do CPC, do que decorre que, em caso de desconhecimento do paradeiro do arrendatério a despgjar, ser vedado ao Baldo Nacional de Arrendamento(BNA)langar mao das diligéncias que Ihe permitam obter informacao em vista 4 sua notificacao. Tal implica que, em caso de desconhecimento do paradeiro do notificando, todo o processo é devolvido ao requerente do procedimento (senhorio). 0 mesmo PED nao permite a dedugdo de pedido de pagamento de rendas, encargos ou despesas relacionadas com o arrendado em relacao aos devedores subsidiarios da obrigagao, pelo que aquele se restringe aos arrendatarios quando se destine a reclamar tais créditos, no constituindo, por conseguinte, meio procedimental eficaz de cobranga 24 © Concresso CONCLUSOES FINAIS » » ADVOGADOS PORTUGUESES para os senhorios. A eliminaco do BNA urge, com a consequente devolugdo aos tribunais das competéncias por inoperancia e ineficacia daquele. 23.0 exercicio pleno e efetivo do principio do duplo grau de jurisdigao so pode ser assegurado se 0 objeto da prova produzida em Audiéncia de Julgamento for efetuado por gravacao audiovisual, devendo a Ordem dos Advogados pugnar pela consagragao em letra de lei dessa obrigatoriedade. 24.0s Juizes leigos, designados no Ambito do processo com intervencao de juri admissivel nos termos do CPP, deverdo participar em maioria, néo apenas na primeira, mas também na ultima decisao sobre a matéria de facto. 25. A Ordem dos Advogados deverd pugnar pela respetiva alteracao ao Codigo do Processo Penal. 26. Deve a Ordem dos Advogados, através do seu Conselho Geral, regulamentar no sentido de concretizar os elementos minimos do domicilio profissional, com vista a densificar o dever previsto no artigo 912, alinea h} do Estatuto da Ordem dos Advogados. 27. A Advocacia enquanto profissao, que tem subjacente o exercicio ea defesa de direitos fundamentais, deverd merecer por parte do Estado um tal reconhecimento com tradugao na redugao da taxa IVA de 6% para os sujeitos passivos nao passiveis de deducdo de IVA, pelos servicos prestados pelos Advogados. 28. Dever a Ordem dos Advogados promover formagao especifica dos Advogados nas reas do empreendedorismo, inovagao e novas tecnologias, criandomecanismos para uma utilizagao correta de dados, para garantir sigilo, privacidade, independéncia e isengao dos Advogados. 29. Deve proceder-se a alteracao legislativa do n.2 2 do art? 15.2 do Regulamento das Custas Processuais, por forma a que do mesmo passe a constar: “As partes dispensadas do pagamento prévio da taxa de justiga, que tenham sido condenadas em 25

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