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5 - Agitação e

Mistura
BIBLIOGRAFIA
Fellows, P. J. Tecnologia do processamento de alimentos - princípios e prática. 2. ed. Artmed,
2007.
McCabe, W.L.; Smith, J. Unit operation in chemical engineering. 7. ed. McGraw Hill, 2004
Geankoplis, C. Transport processes and unit operations. 4. ed. USA: Prentice Hall International
Editions, 2003.
Ibarz, A.; Barbosa-Canovas, G. V. Unit Operations in Food Engineering. Boca Raton: CRC Press,
2003.
Tadini, C. C.; Nicoletti,V. R.; / Meirelles, J. A. M.;/ Pessoa Filho, P. A. Operações Unitárias na
Indústria de Alimentos, 1 ed. LTC, 2016.
Foust, A.S., Wenzel, L. A., Clump, C.W., Maus, L., Andersen, L.B. Princípio das Operações
Unitárias. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Dois, 1982.
OP1 – Agitação e Mistura

Introdução
 A AGITAÇÃO e MISTURA de líquidos são duas operações
unitárias bastante comuns na indústria de processamento:
 químico
químico;;  petroquímico
petroquímico;;
 bioquímico
bioquímico;;  de fármacos
fármacos;;
 ALIMENTOS
ALIMENTOS..
Em geral...
 Consistem na movimentação de líquidos.
Porém,
 Apresentam diferenças em relação ao padrão do
movimento.
Neste sentido... 2
OP1 – Agitação e Mistura

 A AGITAÇÃO:
tem como objetivo induzir o movimento ao fluido em
uma direção específica,, sendo que pode-se agitar
UMA SÓ substância homogênea ou fase .
Usualmente...
 Ocorre no interior de um tanque, por meio de impulsores
giratórios (energia mecânica), produzindo um movimento
circulante (ou outro perfil de escoamento).
Por outro lado...

 A MISTURA:
busca produzir uma distribuição aleatória e com
certo grau de homogeneidade de uma ou MAIS fases
ou substâncias
substâncias, inicialmente separadas, dentro ou
por meio de outra fase ou componente.
3
OP1 – Agitação e Mistura

Por exemplo...
um material homogêneo
homogêneo,, como água em um
tanque, pode ser AGITADO
AGITADO..
Enquanto...
um material em pó pode ser MISTURADO a
água..
água
 AGITAÇÃO e MISTURA são operações unitárias utilizadas
com vários propósitos:
 acelerar as taxas de transferência de calor e massa
(convecção);
 facilitar a ocorrência de reações químicas
químicas;;
 suspender sólidos em um meio líquido;
 dissolver sólidos
sólidos;;
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OP1 – Agitação e Mistura

 misturar líquidos miscíveis (p.e., água e xarope de


glicose);;
glicose)
dispersar gases em líquidos (aeração)
(aeração);;

 misturar dois ou mais sólidos (pós secos)


secos);;

 misturar líquidos e sólidos (pastas e suspensões)


suspensões);;

 reduzir aglomerados de partículas


partículas;;
 obter materiais com propriedades diferentes da
matéria--prima original
matéria original;;

dispersar um segundo líquido, imiscível com o


primeiro, para formar uma emulsão (p.e., maionese)
maionese)..
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OP1 – Agitação e Mistura

Mistura
 Conforme mencionado, as operações de AGITAÇÃO e
MISTURA diferem, uma vez que, a AGITAÇÃO considera uma
ÚNICA fase e, na MISTURA tem-se que os componentes se
apresentam em DUAS ou MAIS fases.
 A MISTURA tem como objetivo auxiliar o processamento
ou alterar determinadas características dos alimentos.
 A MISTURA pode ser classificada como:
 Homogênea
Homogênea:: pode ser sólido
sólido--sólido ou líquido
líquido--
líquido (miscível)
(miscível);;
 Heterogênea
Heterogênea:: operação envolvendo sólido-
sólido-
líquido..
líquido
OBS o material a ser misturado, além de ser líquido ou sólido
OBS.: sólido, pode se
apresentar na forma de pasta (semi
semi--sólido
sólido).
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OP1 – Agitação e Mistura

Porém, de modo geral...


 A MISUTRA pode ser definida como uma operação unitária
na qual uma mistura homogênea é obtida de dois (ou mais)
componentes.
Sendo que,

 Assim como na emulsificação, o componente majoritário


pode ser chamado de fase contínua, e o componente
minoritário, de fase dispersa.
 A MISUTRA não tem efeito de conservação, sendo aplicada
na indústria de alimentos, com o objetivo de:
 auxiliar o processamento
processamento;;
alterar as qualidades de palatabilidade (resposta para
um tipo de alimento, relacionada ao sabor)
sabor)...
...
7
OP1 – Agitação e Mistura

...ou seja,
combinar ingredientes a fim de alcançar
diferentes propriedades funcionais ou
características sensoriais.
 Dentre alguns exemplos de aplicações desta operação na
indústria alimentícia:
 desenvolvimento de textura de em massas de sorvetes
sorvetes;;
controle de cristalização do açúcar
açúcar;;
aeração de coberturas e alguns produtos de chocolate
chocolate;;
 garantir que a proporção de cada componente esteja de
acordo com a legislação para alguns produtos como como::
vegetais mistos, mesclas de nozes (avelãs, castanhas, nozes
etc),
etc), produtos cárneos (p.e. salsichas)
salsichas)..
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OP1 – Agitação e Mistura

 As propriedades mais importantes dos componentes, que


podem influenciar mistura, são:
fluido sólido

viscosidade granulometria
massa específica (e relação massa específica (e relação
entre as massas específicas) entre as massas específicas)
miscibilidade forma
aderência
molhabilidade
OBS aplicações industriais de mistura podem envolver: ingredientes de diferentes
OBS.:
quantidades propriedades físicas; líquidos de alta viscosidade e não newtonianos; sólidos
com componentes frágeis que podem ser danificados por excesso de mistura.
9
OP1 – Agitação e Mistura

 A AGITAÇÃO dos fluidos NÃO implica necessariamente numa


distribuição homogênea dos fluidos ou do material
particulado.
...isto é,
 Mesmo com agitação, a MISTURA pode NÃO ser
conseguida.
 A obtenção de uma mistura uniforme de pós secos de
material particulado é mais difícil de ser atingida em
comparação à líquidos e pastas viscosas.
Neste sentido,
 Algumas propriedades dos sólidos podem causar a
segregação das partículas e, portanto, o grau de mistura
alcançado depende de fatores como:
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OP1 – Agitação e Mistura

forma
forma:: afeta a fluidez e a segregação
segregação;;

densidade
densidade:: influencia nas forças gravitacionais que
agem sobre o sistema
sistema;;
coesão
coesão:: relacionado a tendência do material
aglomerar;;
aglomerar
 tamanho das partículas::
partículas influencia na
homogeneidade e no comportamento reológico
reológico;;
 teor de umidade:
umidade: afeta escoabilidade e determina se
a mistura deve ser operada a seco ou por via úmida
úmida;;
Características superficiais
superficiais;;

Fluxo de cada componente


componente;;

 Eficiência do misturador para aqueles ingredientes


ingredientes..
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OP1 – Agitação e Mistura

 A seleção do tipo e das dimensões do misturador depende:


 do tipo do material (alimento)
(alimento);;
 da qualidade requerida do produto (alimento)
(alimento);;
 da velocidade de operação necessária para
alcançar o grau de mistura especificado
especificado..
 Em geral, são classificados em misturadores para:
 pós secos ou material particulado;
 líquidos de baixa ou média viscosidade;
 líquidos de alta viscosidade e massas
viscoelásticas;
 dispersões de pós em líquidos
líquidos..
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OP1 – Agitação e Mistura

Misturadores para Pós Secos


 Os misturadores para pós secos (ou material particulado) são
baseados no princípio da elevação e queda das partículas, que
caem distribuindo-se aleatoriamente.
....e,

 A mistura ocorre devido à eixos helicoidais ou à rotação de


vasilhas.
 Estes misturadores são usados para:
 misturar grãos
grãos;;

 misturar farinhas
farinhas;;
 preparar misturas prépré--prontas (sucos em pó, mistura
para bolos e sopas
sopas)) etc
etc..
13
OP1 – Agitação e Mistura

....e,
 Podem ser subdivididos em:
 misturadores rotatórios ou rotativos (Figura 1);

Figura 1 – Esquema de misturadores rotatórios

 operam girando material a ser misturado


misturado;;
 esse equipamentos podem apresentar tambores de
diferentes formas como
como:: duplo cone
cone,, em Y ou em V.
14
OP1 – Agitação e Mistura

 misturadores duplo cone


cone::
 formado por duas seções com geometria tronco de cone
unidas por uma seção cilíndrica
cilíndrica,, conforme a Figura 2;

Figura 2 – Imagem de misturadores duplo cone.


15
OP1 – Agitação e Mistura

 tem
tem--se boa ação de rolagem dos sólidos e, devido a variação
da seção transversal do tanque, obtém
obtém--se um bom fluxo
transversal;;
transversal
 o movimento executado por este tipo de equipamento é
ilustrado na Figura 3.

Figura 3 – ilustração do movimento de misturadores duplo cone.


16
OP1 – Agitação e Mistura

 misturadores tipo em forma de V ou Y:

 dois cilindros posicionados com uma inclinação de modo


a formar a letra “V" ou “Y”, conforme as Figuras 4 e 5;

Figura 4 – Esquemas de misturadores em V.


17
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 5 – Esquemas de misturadores em Y.

18
OP1 – Agitação e Mistura

 misturador tipo “ribbon


ribbon” ” ou misturadores de
“cintas
cintas”” ou “fitas
fitas””:
 formado por um canal horizontal com um eixo central e
um agitador de fitas (espirais
espirais)) helicoidais, isto é, uma ou
mais lâminas de metal, que giram dentro de um vaso
(Figura 6);

Figura 6 – Esquemas de misturadores de fitas 19


OP1 – Agitação e Mistura

 as fitas sobre o eixo agem em sentidos opostos: uma move o


produto lentamente em uma direção, e a outra desloca o
produto rapidamente na direção oposta (Figura 7);
 o movimento de “vai e vem” (ou “leva e traz”) resulta na
mistura;

Figura 7 – Esquemas do movimento em misturadores de fitas 20


OP1 – Agitação e Mistura

 pode operar continuamente e apresenta ampla capacidade de


processamento e diferentes modelos de fitas, conforme Figura 8;

Figura 8 – modelos de fitas de misturadores de fitas

 dentre as aplicações: produtos pastosos de densidade elevada


e, produtos alimentícios em pó (refrescos, achocolatado
achocolatado,,
chocolate, gelatinas etc
etc)). 21
OP1 – Agitação e Mistura

 misturador cônico de parafuso ou rosca vertical


vertical::
 uma (ou mais) rosca sem fimfim,, ou um parafuso rotatório
vertical, dentro de um recipiente cônico
cônico,, gira ao redor de
um eixo central, conforme Figura 9.

 a rosca desloca o material para cima e, quando este


alcança o topo
topo,, é lançado para o centro (ou parede) do
tanque, a partir de onde, por gravidade, retorna a base
recipiente, promovendo, assim, a mistura
mistura..

 dentre as aplicações
aplicações:: molhos condimentados de
densidade não muito elevada
elevada;;

 a Figura 10 mostra esquemas do funcionamento de


alguns dos diversos misturadores descritos/citados
descritos/citados..
22
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 9 – Esquemas de misturadores cônico de parafuso ou rosca vertical.


23
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 10 – Esquemas de alguns dos diversos misturadores descritos/citados.


24
OP1 – Agitação e Mistura

 Geralmente, materiais similares em:


 tamanho
são capazes de formar misturas
 forma mais uniformes em comparação
 densidade com materiais muito diferentes
diferentes..

Principalmente SE...
a depender da mistura, o TEMPO da operação
NÃO for determinado de forma precisa.
Também...
 Além da NÃO uniformidade da mistura, diferenças nas
propriedades, tempo inadequado, tipo de misturador etc,
podem resultar em SEGREGAÇÃO dos ingredientes.
OBS.: uma variedade de índices estão disponíveis na literatura para determinar o grau
de mistura obtido num equipamento (sistema
sistema), sendo que o tempo de mistura pode ser
relacionado com o índice de mistura
mistura. 25
OP1 – Agitação e Mistura

Agitação
 A AGITAÇÃO é uma operação unitária muito empregada
instalações produtivas de escalas:

 pequenas
pequenas;;  médias
médias;;  grandes
grandes..

 Como exemplos de aplicações pode-se citar:


 dispersão de hidrogênio em reatores de hidrogenação de
gorduras;;
gorduras

 circulação de líquidos em tachos de fermentação


fermentação;;

 tanques com agitadores no tratamento térmico por


batelada de leite
leite;;
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OP1 – Agitação e Mistura

 tanques de extração ou cozimento


cozimento;;

 tanques de retenção de produto em processamento


processamento;;

 tanques de recirculação de salmouras para


refrigeração;;
refrigeração
 tanques de lavagem de material
material;;

 tanques de aeração para tratamento biológico de


resíduos líquidos
líquidos;;

 suspensão de sólidos sedimentados para facilitar seu


arraste por bombeamento
bombeamento..
Normalmente...
27
OP1 – Agitação e Mistura

 A AGITAÇÃO de líquidos ocorre em tanques ou vasos,


geralmente cilíndricos, pela ação de um agitador (lâminas que
giram acopladas a um eixo que coincide com o eixo vertical do
tanque), conforme a Figura 11:

Figura 11 – Configuração típica de um tanque cilíndrico com agitador acoplado


28
OP1 – Agitação e Mistura

Normalmente...

 Um sistema típico de agitação é constituído por:


 um tanque ou reservatório tendo como
características gerais
gerais::
 geometria cilíndrica
cilíndrica,, sendo disposto em
posição verticais
verticais;;
 podem operar abertos ou fechados
fechados;;

 fundo arredondado,,
arredondado para evitar
pontos/cantos
pontos /cantos (mortos
mortos)) sem mistura;
mistura;

 um rotor ou impulsor instalado em um eixo (ou


haste), e acionado por um sistema de motor e
redutor de velocidades
velocidades;;
29
OP1 – Agitação e Mistura

 Além do tanque e do agitador (responsável por


fazer o líquido circular através do vaso), o sistema
pode conter instalações auxiliares (dispositivos
acessórios)) opcionais
acessórios opcionais::
 defletores ou chicanas que são placas planas
instaladas junto a parede do tanque com o
objetivo de eliminar a formação do vórtice ao
redor do eixo
eixo;;

 ponto de amostragem
amostragem;;

 serpentina ou camisa de aquecimento ou


resfriamento;;
resfriamento

 termômetro
termômetro..
30
OP1 – Agitação e Mistura

Características e Usos de Impulsores


 O impulsor (ou impulsionadores, ou rotor, ou agitador) é o
responsável pela circulação do líquido no tanque.
 Para fornecer energia mecânica ao líquido utilizam-se, em
geral:
 pás
pás;;

 hélices
hélices;;

 turbinas
turbinas..

Sendo que...

 Estes dispositivos são ligados a um eixo que gira em um


reservatório.
31
OP1 – Agitação e Mistura

 O rendimento dos impulsores depende da criação de


correntes que atinjam, com turbulência, todos os pontos do
reservatório, inclusive com mistura de correntes (substâncias
e/ou fases) ocorrendo em regiões afastadas do impulsor.

Assim,

 Para atender as aplicações, existem vários tipos de


impulsores diferentes.

Sendo que...

 Os mais comuns estão agrupados em duas categorias.


 agitadores projetados para líquidos de baixo a
moderado valor de viscosidade (Figura 12
12));

 agitadores para líquidos viscosos (Figura 13


13)).
32
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 12 – alguns tipos de impulsores empregados para líquidos de baixa e moderada


viscosidade.

Figura 13 – alguns tipos de impulsores empregados para líquidos viscosos.


33
OP1 – Agitação e Mistura

 A seleção do rotor mais apropriado se baseia em dados


experimentais do uso dos mesmos, buscando verificar o
dispositivo que apresenta desempenho satisfatório para
cumprir uma dada função ou objetivo.

 O tipo de escoamento gerado pelo impulsor depende:


 do tipo de impulsor (lâmina)
(lâmina);;

das características do fluido


fluido;;

da presença de chicanas


chicanas;;

 das dimensões (tamanho e proporções) do tanque, do


agitador e das chicanas
chicanas..
34
OP1 – Agitação e Mistura

 Além divisão quanto à viscosidade do fluido, os diferentes


tipos de impulsores são classificados de acordo com o
escoamento (ou componente de velocidade) que produzem:
Desta forma,

 Uma vez que a velocidade do fluido de baixa viscosidade


tem três componentes induzidos por um agitador, os
impulsores podem ser:
 Impulsores de Fluxo Axial;

 Impulsores de Fluxo Radial;

 Impulsores de Fluxo Tangencial.


OBS alguns autores na literatura NÃO faz distinção entre impulsores de fluxo
OBS.:
radial e tangencial
tangencial, fazendo a classificação apenas como axial e radial
radial.
35
OP1 – Agitação e Mistura

Impulsores de Fluxo Axial ou Longitudinal


 São aqueles que geram correntes (linhas de fluxo)
PARALELAS ao eixo do agitador.
ou seja...

 Impulsionam a massa de líquido contra o fundo do tanque


(Figura 9).

Figura 9 – esquema de padrão de escoamento gerado por agitador de


fluxo axial. 36
OP1 – Agitação e Mistura

 Dentre as características deste tipo de escoamento


(componente de velocidade) ou desses impulsores axiais,
cita-se:
 em geral, o consumo de potência MENOR
MENOR;;
 ampla aplicação
aplicação;;
 MENOR modificação indesejada nas características
do material processado
processado..
 Dentre algumas aplicações, cita-se:
 mistura de líquidos
líquidos;;
 mistura de sólidos em suspensão
suspensão;;
 transferência de calor
calor..
 Como exemplo de modelo de impulsores de fluxo axial, tem-
se:
 hélice
hélice.. 37
OP1 – Agitação e Mistura

Impulsores de Fluxo Radial


 São aqueles que geram correntes (linhas de fluxo)
PERPENDICULAR ao eixo do agitador.
 Impulsionam a massa de líquido contra as paredes do tanque
(Figura 10).

Figura 10 – esquema de padrão de escoamento gerado por agitador de fluxo


radial.
OBS.: para alguns autores na literatura os agitadores que geram correntes em uma
direção radial OU tangencial são chamados de impulsores de fluxo radial
radial. 38
OP1 – Agitação e Mistura

 Dentre algumas características deste tipo impulsores com


padrão de escoamento radial, cita-se:
 em geral, o consumo de potência é ALTO
ALTO;;
 elevada capacidade de dispersão
dispersão;;
 MAIOR modificação indesejada nas características do
material processado
processado..
 Dentre algumas aplicações, cita-se:
 dispersão de gases
gases;;
 dissolução de sólidos
sólidos;;
 transferência de massa
massa..
 Como exemplo de modelo de impulsores de fluxo radial, tem-se:
 turbina de disco (Rushton ou Smith)
Smith);;
 turbina de pás retas
retas.. 39
OP1 – Agitação e Mistura

Impulsores de Fluxo Tangencial ou Rotacional


 São aqueles que geram correntes (linhas de fluxo)
CIRCULARES.
...ou seja,
 Impulsionam a massa de líquido ao redor do eixo do tanque
(Figura 11).

Figura 11 – esquema de padrão de escoamento gerado por agitador de fluxo


tangencial.

 Dentre algumas características deste tipo impulsores com


padrão de escoamento tangencial, cita-se:
40
OP1 – Agitação e Mistura

 maior consumo de potência


potência;;
 maior torque (m(medida
edida de quanto uma força atuando em um
objeto faz com que esse objeto gire, em torno de um eixo
eixo)).
 formação de VÓRTICE
VÓRTICE,, dificultando a mistura
mistura..
 Dentre algumas aplicações, cita-se:
 mistura de fluidos de elevada viscosidade
viscosidade;;
 dissolução de sólidos em meios viscosos ou com formação
de produtos altamente viscosos
viscosos..
 Como exemplo de modelo de impulsores de fluxo
tangencial, tem-se:
 âncora
âncora..
OBS.: além da classificação dos agitadores em relação à VISCOSIDADE e ao PADRÃO DE
ESCOAMENTO, (conforme foi visto), estes dispositivos também podem também ser
ESCOAMENTO
classificados como impulsores que geram alto ou baixo CISALHAMENTO
CISALHAMENTO, alta ou baixa
TURBULÊNCIA.
TURBULÊNCIA *
OP1 – Agitação e Mistura

Vórtice
 A predominância de um padrão de escoamento tangencial
no tanque, como resultado da ação da força centrífuga que age
no líquido em rotação, devido à componente tangencial da
velocidade do fluido, leva à formação de:
redemoinhos
... ou seja,
 Um fluxo tangencial segue uma trajetória circular ao redor
do eixo e cria vórtices (Figura 12) no tanque de agitação.

Figura 12 – formação de vórtices no tanque de agitação. 42


OP1 – Agitação e Mistura

 A formação de vórtice ocorre com agitação central.


...isto é,
quando o agitador está disposto no centro do
tanque.

...e, geralmente,
para líquidos de baixa viscosidade
viscosidade..

Neste sentido...

 Correntes tangentes ao eixo do agitador, responsáveis pela


formação do vórtice, devem ser evitada.
...pois,

 A geração e a presença de redemoinhos resulta em alguns


problemas, tais como:
43
OP1 – Agitação e Mistura

 estratificação permanente em vários níveis (com


substâncias sem se misturarem
misturarem),
), sem fluxo longitudinal de
um nível a outro
outro;;
...ou seja,
os vórtices são prejudiciais à mistura
mistura..

 se houver presença de sólidos, devido à ação da força


sólidos,
centrífuga,, as partículas
centrífuga tendem a se movimentar (são
lançadas) para a parede
parede,, e então, perdem quantidade de
movimento descendo, por gravidade, e acumulando
acumulando--se no
fundo do agitador
agitador..

...ou seja,

ocorre concentração de sólidos, e NÃO a


mistura desejada.
44
OP1 – Agitação e Mistura

 possibilidade de geração bolhas de ar no líquido com o


redemoinho em altas velocidades
velocidades,, uma vez que agitador fica
descoberto;;
descoberto
 oscilação de massa flutuante
flutuante..
Diante disso...
 Como meios de evitar vórtices em tanques agitados, pode-
se citar:
 em tanque pequeno, descentralizar o agitador (Figura
(13
13))
));;

Figura 13 – esquema de tanque com o agitador fora do centro. 45


OP1 – Agitação e Mistura

 em tanque pequeno, inclinar o agitador em 15


15°° em relação
ao centro do tanque (Figura (14
14))
));;

Figura 14 – esquema de tanque com o agitador inclinado.

 em tanques largos, dispor o agitador horizontalmente na


lateral (Figura (15
15))
));;

Figura 15 – esquema de tanque com agitador horizontal.


46
OP1 – Agitação e Mistura

 visando favorecer o fluxo vertical e, controlar a direção e


a velocidade do escoamento para a sucção do propulsor, usa
usa--
se tubos “draft
draft”” (Figura (16
16))
));;

Figura 16 – esquema de tanque com chicanas e tubos “draft”.

Também,

O draft é indicado para obtenção de grande


cisalhamento no agitador.
Por exemplo...
47
OP1 – Agitação e Mistura

na fabricação de certas emulsões


emulsões,, ou quando um
sólido tende a flutuar na superfície do líquido.
 caso não tenha, colocar chicanas (Figura (1616)),
)), placas
planas perpendiculares à parede do tanque que atuam como
dificultadores/inibidores
dificultadores/inibidores de vórtice
vórtice;;

Figura 16 – esquema de chicanas.


48
OP1 – Agitação e Mistura

...isto porque,
estes dispositivos impedem o escoamento
rotacional,, SEM prejudicar o escoamento
rotacional
radial ou longitudinal
longitudinal..

(a) (b)
Figura 17 – efeito da ausência (a) e da presença (b) de chicanas no
padrão de escoamento em um tanque com agitador no centro.

Isto é importante porque...


49
OP1 – Agitação e Mistura

escoamentos nas direções axial e radial


radial,, ao
contrário daquele na direção tangencial
tangencial,, levam
correntes oriundas de diferentes zonas do
tanque a se encontrarem
encontrarem,, contribuindo assim,
para uma melhor mistura
mistura..
Normalmente usa-se...

1a3
tanques pequenos
defletores
4
tanques grandes
defletores
50
OP1 – Agitação e Mistura

Tipos de Impulsores
 Os principais tipos de agitadores para líquidos, em razão da
grande aplicação, são:
 agitadores tipo hélice
hélice;;
 agitadores tipo turbina
turbina;;
 agitadores tipo pás
pás;;
 agitadores de outras formas diversas
diversas::
⦿ agitadores de parafusos
parafusos;;
⦿ agitadores de fita helicoidal simples ou dupla
dupla;;
⦿ agitadores de grades fixas ou rotatórias
rotatórias;;
⦿ agitadores de barras
barras;;
⦿ agitadores de âncoras
âncoras;; dentre outros
outros.. 51
OP1 – Agitação e Mistura

Impulsores Tipo Hélice


 Os impulsores de HÉLICE são agitadores por impulsão de
lâminas curtas.
...isto é,

menores que um quarto do diâmetro do tanque


tanque..
 São utilizados, geralmente, para agitação de:
fluidos de baixa viscosidade
...isto é,

μ < 5 x 10-2 Pa.s


Porém,

 Podem ser utilizado para líquidos com maiores viscosidades.


52
OP1 – Agitação e Mistura

...e,

 Apresentam maior circulação (escoamento axial) do que


um impulsor tipo turbina.
 De acordo com o tipo do agitador de hélice, o impulsor
pode ser localizado em uma das posições mostradas na Figura
18, visando:

Figura 18 – posição dos agitadores de hélice para mistura efetiva de


líquidos..
líquidos

 promover movimentos longitudinal e radial


radial,, evitando a
formação de vórtices
vórtices;;
53
OP1 – Agitação e Mistura

 aumentar o cisalhamento e interromper o movimento


rotacional,, pela instalação de chicanas nas paredes
rotacional paredes..
 Dentre algumas características deste tipo de
agitador/sistema:
 escoamento axial (embora tenha fluxo bom, também, nas
outras duas direções
direções;;
 o diâmetro do agitador é menor que o diâmetro do tanque
(Da << Dt );
 utilizado para uma ampla faixa de frequência rotacional
rotacional,,
isto é, de 400 a 1500 rpm (alta velocidade)
velocidade);;

 produzem vigoroso cisalhamento do líquido


líquido;;

 devido às correntes de escoamento (e turbulência) podem


ser usados em vasos grandes
grandes;;
54
OP1 – Agitação e Mistura

 o movimento helicoidal (com o escoamento axialaxial),


), e uma
rotação completa
completa,, desloca o fluido longitudinalmente a uma
distância fixa
fixa,, dependendo do ângulo das lâminas do
propulsor;; a razão entre esta distância e o diâmetro do
propulsor
impulsor é chamada passo do agitador
agitador;;

 um impulsor com um passo de 1 é dito ter um passo


quadrado;;
quadrado

 em tanques profundos
profundos,, duas ou mais hélices podem ser
montadas no mesmo eixo eixo,, geralmente, direcionando o
líquido na mesma direção
direção;; porém, as vezes, duas hélices
operam em direções opostas
opostas,, para criar, entre eles, uma zona
de alta turbulência
turbulência;;

 independentemente do tamanho do tanque, o diâmetro do


agitador raramente é maior que 18 in (Da ≤ 18 in
in));
55
OP1 – Agitação e Mistura

 a configuração mais comum é uma hélice de 6 lâminas e


passo quadrado
quadrado;; porém, podem operar com 4 lâminas e
outros casos especiais
especiais..

 Dentre algumas aplicações deste tipo de agitador/sistema:


 manter sólidos em suspensão
suspensão;;

 agitar fluidos miscíveis


miscíveis;;

 aumentar da taxa de transferência de calor


calor;;

 diluir soluções concentradas


concentradas;;

 preparar xaropes e caldas


caldas,, e dissolver outros ingredientes
ingredientes..
56
OP1 – Agitação e Mistura

 Na Figura 19 são mostrados agitadores tipo hélice marinha:

Figura 19 – agitadores tipo hélice.


hélice. 57
OP1 – Agitação e Mistura

Impulsores Tipo Pás


 Os impulsores de PÁS são agitadores por impulsão de
lâminas (pás) largas, girando um eixo vertical rotatório, e que
medem de 50 a 80 % do diâmetro do tanque.
 As pás podem ser:
⦿ chatas (ou planas ou verticais
verticais));

⦿ anguladas (ou inclinadas)


inclinadas);;

⦿ curvas
curvas..
 Dentre algumas características deste tipo de
agitador/sistema:
 o comprimento total do agitador de pás pode ser
aproximadamente igual (ou até 80 %) ao diâmetro do tanque
( Da ≈ Dt ) ;
58
OP1 – Agitação e Mistura

 as pás têm largura de 1/6 a 1/10 de seu comprimento


comprimento;;

 operam com frequência rotacional (velocidade


velocidade)) baixa na
faixa de 20 a 150 rpm
rpm;;

 a configuração mais comum é pás de 2 e 4 lâminas


lâminas;;

 as lâminas mais frequentemente usadas são as verticais


verticais;;

 as pás deslocam o fluido radial e tangencialmente e,


praticamente não gera fluxos verticais (axial)
(axial);; porém, a
operação com pás inclinadas promove escoamento
longitudinal (vertical), operando sem chicanas
chicanas;;
59
OP1 – Agitação e Mistura

 a agitação com pás em tanques profundos requer vários


conjuntos de pás montadas no mesmo eixo
eixo;;

 para baixa velocidade de agitação não há a necessidade de


utilizar defletores
defletores;; caso contrário, o uso de chicanas é
recomendado, senão existirá somente o movimento circular
(mistura ruim) do líquido
líquido..

 Dentre algumas aplicações deste tipo de agitador/sistema:

 agitação de fluidos com alta viscosidade aparente


aparente;;

 não são utilizados para manter sólidos em suspensão


suspensão..

 Na Figura 20 são mostrados agitadores tipo pás:


60
OP1 – Agitação e Mistura

A imagem não pode ser exibida. Talv ez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talv ez ela esteja corrompida. Reinicie o computador e abra o arquiv o nov amente. Se ainda assim aparecer o x v ermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la nov amente.

Figura 20 – agitadores tipo pás.


pás. 61
OP1 – Agitação e Mistura

Impulsores Tipo Turbina


 Os impulsores de TURBINA são agitadores por impulsão que,
em sua maioria, se assemelham a agitadores de pás curtas, com
multilâminas, montadas juntas e, medindo de 30 a 50 % do
diâmetro do vaso.
 As pás podem ser:
⦿ chatas (ou planas ou verticais
verticais));
⦿ anguladas (ou inclinadas)
inclinadas);;
⦿ curvas
curvas..

Além disso,

 As pás podem ser montadas sobre:


um disco plano
62
OP1 – Agitação e Mistura

Neste caso,

 O sistema é chamado de:


agitador por pás tipo turbina
ou
agitador de turbina de pás

 São adequados para agitação de fluidos:

pouco viscosos e muito viscosos

 Dentre algumas características deste tipo de


agitador/sistema:
 o comprimento do agitador é pequeno (Da << Dt ), com um
diâmetro menor que do agitador de pás
pás;;
63
OP1 – Agitação e Mistura

 operam com altas frequências rotacionais (velocidades


velocidades),
),
na faixa de 30 a 500 rpm rpm;; geralmente, em regime de
escoamento de transição ou turbulento
turbulento;;

 podem gerar escoamento tangencial (induzindo vórtice vórtice),


),
radial e longitudinal
longitudinal:: impulsionam o fluido radialmente
contra as paredes e, ali, a corrente se divide em duas, uma
para baixo, e outra para cima, então, ambas retornam para o
centro;; as principais correntes são tangenciais e radiais
centro radiais;;

 promovem alta tensão de cisalhamento nas pontas do


impulsor;;
impulsor

 são eficazes para agitação de fluidos em uma faixa


bastante ampla de viscosidade
viscosidade;;
64
OP1 – Agitação e Mistura

 Dentre algumas aplicações deste tipo de agitador/sistema:

 pré
pré--mistura de emulsões (devido às altas forças de
cisalhamento desenvolvidas nos cantos das lâminas)
lâminas);;

 mistura de líquidos com aproximadamente a mesma


densidade relativa
relativa;;

sólidos,, quando têm as PÁS


 são úteis para suspensão de sólidos
INCLINADAS sobre o eixo, gerando escoamento axial
axial;;

 são úteis para agitação de fluidos viscosos


viscosos,, quando têm as
PÁS RETAS;
65
OP1 – Agitação e Mistura

líquido--líquido, quando têm PÁS


 produzir emulsões líquido
RETAS, pois a geometria desta configuração fornece uma
boa agitação
agitação;; porém, com alto consumo energético quando
uma alta tensão de cisalhamento é requerida
requerida;;

 dispersão de gases em líquidos


líquidos,, quando se utiliza o
agitador de turbina de RUSHTON, uma vez que a
geometria desta configuração é responsável por uma zona de
alta turbulência atrás de cada lâmina
lâmina;;

 agitar fluidos sensíveis ao cisalhamento


cisalhamento,, gerando um bom
radial,, quando se utiliza as PÁS CURVAS,
escoamento radial
sendo que este impulsor é menos agressivo que o de pás
retas;;
retas

 Nas Figura de 21 a 25 são mostrados agitadores tipo turbina:


66
OP1 – Agitação e Mistura

(a) (b)

(c) (d)
Figura 21 – agitadores tipo turbinas:
turbinas: (a) pás planas; (b) pás inclinadas;
(c) pás curvas; (d) Rushton 67
OP1 – Agitação e Mistura

(a) (b)

(d)
(c)
Figura 22 – agitadores tipo turbinas:
turbinas: (a) pás inclinadas; (b) de Rushton
Rushton;;
(c) de Smith; (d) pás retas 68
OP1 – Agitação e Mistura

Impulsores de Geometria com Formas Diversas


 Em geral, o diâmetro desses impulsores pode abranger
quase todo o diâmetro interno do tanque (conforme Figura 26),
de modo a permitir a raspagem da parede e agitar toda a massa
de fluido.

(a) (b)
Figura 26 – comparação esquemática entre os diâmetros de agitadores:
agitadores:
(a) hélice marinha; (b) âncora. 69
OP1 – Agitação e Mistura

...e,

 Operam em baixas velocidades (frequências rotacionais).

 São utilizados para fluidos com alta viscosidade aparente:


⦿ agitadores de parafusos (Figura 27
27));

⦿ agitadores de fita (ou espiral) helicoidal (Figura 28


e 29
29)) simples ou dupla
dupla;;

⦿ agitadores de âncoras (Figura 30 e 31


31)).

⦿ agitadores de grades fixas ou rotatórias


rotatórias;;

⦿ agitadores de barras
barras;; dentre outros
outros..
70
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 27 – agitadores de parafusos


71
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 28 – agitadores fita helicoidal


72
OP1 – Agitação e Mistura

fita dupla

Figura 29 – agitadores fita helicoidal

73
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 30 – agitadores de âncoras ou âncora/fita helicoidal


74
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 31 – agitadores de âncoras


75
OP1 – Agitação e Mistura

 Na Tabela 1 estão apresentadas, para cada tipo de impulsor,


as faixas mais usuais de viscosidade aparente e do volume de
líquidos a ser agitado.
Tabela 1 – Faixas de volume de líquido agitado indicadas para cada tipo de impulsor
em função da viscosidade do líquido (Gupta, 1979; Penny
Penny,, 1970)

Viscosidade
Impulsor Volume [m3] (Viscosidade [Pa.s])
Aparente [Pa.s]
Âncora 20 - 1000 0,040 (1000) - 380 (1000)
Hélice (1750 rpm) 0,001 - 10 0,040 até 0,25 (10) - 380 (0,001)
Hélice (1750 rpm) 0,001 - 10 0,227 (10) - 38 (0,001)
Hélice (1750 rpm) 0,001 - 10 0,75 (10) - 380 (0,001)
Turbina de pás planas 0,001 - 30 0,040 - 380
Pás 0,1 - 30 0,040 (80) - 380 (10)
Grade 1 - 100 -
Parafuso helicoidal 3 - 300 -
Fita helicoidal 10 - 2000 0,040 (1000) - 380 (20 - 1000) 76
OP1 – Agitação e Mistura

Projeto de Agitadores
 O projeto desses equipamentos se realiza basicamente
utilizando o método de SEMELHANÇA DE SISTEMAS, que se
baseia na ANÁLISE DIMENSIONAL, para obter critérios de
MUDANÇA DE ESCALA, e consiste nas seguintes etapas:
 seleção do tipo de impulsor
impulsor;;
 cálculo das dimensões geométricas
geométricas;;
 cálculo da frequência rotacional do impulsor
(depende, em geral, do critério de mudança de escala)
escala);;
cálculo da potência requerida
requerida..
 Para realizar mudança de escala entre os resultados
experimentais obtidos em:
77
OP1 – Agitação e Mistura

um modelo em escala e um protótipo em escala


de LABORATÓRIO PILOTO (maior)
em ambas as escalas

os padrões de escoamento devem ser iguais


iguais..
Portanto,

 Entre o modelo e o protótipo deve-se assegurar que exista


semelhança:
 geométrica
geométrica;;
 cinemática
cinemática;; e,
 dinâmica
dinâmica..
 A semelhança geométrica é essencial para garantir as
semelhanças cinéticas e dinâmicas. 78
OP1 – Agitação e Mistura

 Quando se estabelece uma semelhança completa entre os


dois sistemas...
RELAÇÕES simples ENTRE as VARIÁVEIS
de projeto podem ser estabelecidas.
Sendo que,
 A semelhança geométrica existe se:
a relação entre as DIMENSÕES nas duas
escalas se mantém CONSTANTE
CONSTANTE.

Enquanto...
 Enquanto a semelhança dinâmica exige que:
a relação de VELOCIDADES e a relação de
FORÇAS entre os vários pontos do sistema
sejam IGUAIS no modelo e no protótipo.
79
OP1 – Agitação e Mistura

 A ANÁLISE DIMENSIONAL fornece o número total de


números ADIMENSIONAIS que relacionam as variáveis
relevantes e que, por sua vez, influenciam a operação.
 As variáveis envolvidas na agitação de um líquido em um
tanque estão mostradas na Figura 18:

Figura 18 – Características geométricas de um tanque cilíndrico com agitador


acoplado.
80
OP1 – Agitação e Mistura

 A potência (P) fornecida pelo motor é função de


propriedades físicas e operacionais.

...ou seja,

 da densidade (ρ) do líquido


líquido;;

 da viscosidade (μ) do líquido


líquido;;
 velocidade de rotação ou frequência rotacional (N) do
impulsor..
impulsor
...e,

 De variáveis geométricas do sistema:

...isto é,
81
OP1 – Agitação e Mistura

 diâmetro do agitador (Da);

 diâmetro do tanque (Dt );

 altura do líquido (HL );

 largura dos defletores (wd );


 distância da lâmina ao fundo ou altura do agitador desde
a base do tanque (Há);
Além...

 do tipo de agitador, com a sua característica altura das


lâminas ou pás (Hp ) e comprimento da lâmina (L).

Assim...

82
OP1 – Agitação e Mistura

 A potência do agitador para um fluido newtoniano é função


das variáveis anteriormente mencionadas, conforme a Eq. (1):

P  f , , N,Da ,Dt ,Ha ,HL , wd, g  (1)
No entanto...
 Aplicando o método da ANÁLISE DIMENSIONAL, o número de
variáveis pode ser reduzido aos números ADIMENSIONAIS de:
POTÊNCIA REYNOLDS FROUDE

NP 
P Da2  N   N  Da2
3 Re  Fr 
N  Da5   g
(2) (3) (4)
83
OP1 – Agitação e Mistura

Em que:
Np = número de Potência [adimensional];
Re = número de Reynolds [adimensional];
Fr = número de Froude [adimensional].
Além NP, Re e Fr, os números adimensionais geométricos (ou
fatores de forma) mostrados nas Eqs. de (5) a (10) são definidos:
Dt Ha HL HP wd HL
S1  S2  S3  S4  S5  S6 
Da Da Da Da Dt Dt
(5) (6) (7) (8) (9) (10)
...isto é,

 O número de potência (NP) é função de (Eq. de (11)):


NP  f  Re, Fr, S1, S2, S3, S4 , S5, S6  (11)
OBS.: O número de Froude (Fr
Fr) deve ser considerado quando há formação de vórtice junto
ao eixo, fenômeno preponderante para Re > 300 e para tanques sem defletores
defletores.
84
OP1 – Agitação e Mistura

Potência Requerida para Agitação de Fluidos Newtonianos


 O caso mais simples de cálculo é aquele em que:
 o tipo de agitador
agitador;;
são definidos
 a velocidade angular empregada
empregada;;
previamente

 as dimensões geométricas
geométricas..

Em geral...

 São utilizadas configurações geométricas padrão.


Sendo que,

 As mais usuais são as Eqs. de (12) a (18):


85
OP1 – Agitação e Mistura

Dt Ha HL wd 1
=3 =1 =3 = =0,1
Da Da Da Dt 12
(12) (13) (14) (15)
HL Hp 1 L 1
=1 = =
Dt Da 5 Da 4
(16) (17) (18)
 As curvas de número de Potência (NP) em função do número
de Reynolds (Re) são determinadas experimentalmente para os
diferentes tipos de agitadores.
 Na Figura 19 são mostradas curvas típicas para agitadores tipo
turbina, para agitação de fluidos Newtonianos com diferentes
relações entre altura das pás do impulsor (Hp) e diâmetro do
agitador (Da) em tanques com 4 defletores e com configurações
geométricas padrão.
 A Figura 20 inclui curvas para agitadores tipo hélice e para
agitação de fluidos não-Newtonianos (curva 8 - pseudoplásticos). 86
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 19 – Número de potência (NP) em função do número de Reynolds (Re) para


vários tipos de turbinas, para agitação de fluidos newtonianos em tanques com
características geométricas padrão. 87
OP1 – Agitação e Mistura

Figura 20 – Número de potência (NP) em função do número de Reynolds (Re)


para vários tipos de impulsores em tanques com as seguintes relações
geométricas: (D
(Dt/Da)=3; 2,7≤ (HL/Da) ≤3,9; 0,75 ≤ (Ha/Da) ≤1,3.
88
OP1 – Agitação e Mistura

 As curvas mostradas nas Figuras 19 e 20 apresentam


similaridade com o diagrama de Moody.
Sendo que:
 Para a região LAMINAR (Re < 10) é válida a Eq. (19):
KP
NP  (19)
Re
Em que: KP: é uma constante [adimensional].
...e,
 Na região de TURBULÊNCIA, observa-se que é válida a Eq. (20):
NP  KP (20)
Em geral...
 Os valores de Kp são constantes e dependem do tipo de
agitador, das dimensões do tanque e número de defletores.
OBS.: curvas relacionando NP em função Re para outros tipos de agitadores
agitadores, COM e SEM
defletores, podem ser encontrados na literatura.
defletores 89
OP1 – Agitação e Mistura

Potência Requerida para Agitação de Fluidos Não Newtonianos


 Na AGITAÇÃO de fluidos newtonianos, a viscosidade
(propriedade reológica) é INdependente da taxa de
cisalhamento.
No entanto,
 Quando se trata de AGITAÇÃO de fluidos NÃO newtonianos
as propriedades reológicas dependem da taxa de cisalhamento.
... e, então,
 Como a taxa de cisalhamento sofre variação ao longo do
tanque...
...consequentemente,
 A viscosidade APARENTE também varia.
... ou seja,
90
OP1 – Agitação e Mistura

 Em regiões próximas ao agitador ocorre:

uma zona na qual o cisalhamento é MÁXIMO


.

O que resulta, para um fluido NÃO newtoniano de comportamento:

. .

PSEUDOPLÁSTICO DILATANTE

uma QUEDA da uma MÁXIMA


viscosidade aparente viscosidade aparente

91
OP1 – Agitação e Mistura

 Para fluidos DILATANTES, o AUMENTO da viscosidade


aparente em função do aumento da taxa de cisalhamento faz
com que dificilmente seja atingido um número de Reynolds
superior a 10.000.

O que significa que...

 O regime de escoamento será laminar ou de transição.

Então...

 Para contornar essas diferenças em fluidos de


comportamento NÃO newtoniano com ALTA viscosidade
aparente, para predizer o número de potência correspondente
ao agitador selecionado, pode ser adotada a definição de:

viscosidade EFETIVA
92
OP1 – Agitação e Mistura

 Dois métodos de cálculo de consumo de potência para


sistemas de AGITAÇÃO de fluidos NÃO newtonianos serão
considerados:
para fluidos de comportamento
1º não newtoniano que obedecem
a Lei de Potência
NÃO tem restrições com relação ao

comportamento reológico do fluido

Primeiro Método (Foresti e Liu, 1959)


 Baseado em números adimensionais.
 Proposto para fluidos pseudoplásticos, sendo válido apenas
para regime laminar.
 Neste caso, o número de potência (NP) é dado pela Eq. (21):
93
OP1 – Agitação e Mistura

1
 2 2n   n 
D  N   H   D 
NP  160   a  L   a
   50n 1 (21)
 K   Ha   Da  Dt  
  
Em que:
K : índice de consistência do fluido [Pa.sn];
n : índice de fluxo ou índice de comportamento [adimensional];
Da2  N2n   = Re`: número de Reynolds modificado (Eq. (22)).
K
(22)
 Essa correlação foi proposta a partir de dados experimentais
para:
quatro fluidos pseudoplásticos
pseudoplásticos;;
quatro tipos diferentes de agitadores
agitadores;;
válida para o Re` < 10 (Eq
(Eq.. 22
22)).
94
OP1 – Agitação e Mistura

Segundo Método (Metzner e Otto, 1957)


 Baseado no cálculo de uma taxa de cisalhamento efetiva
existente no tanque, de modo que:
a viscosidade efetiva
efetiva,, correspondente a taxa de
cisalhamento efetiva
efetiva,, seja igual a viscosidade
de um fluido newtoniano em um sistema com o
mesmo consumo de energia, sob condições
idênticas em regime laminar
laminar..
 Da equação constitutiva do fluido, a viscosidade efetiva (μef)
é dada pela Eq. (23):
n 1
 dv 
ef K  (23)
 dr 
 ef 
Em que:
dv
dr ef
: taxa de cisalhamento efetiva existente no tanque.
95
OP1 – Agitação e Mistura

 A taxa de cisalhamento efetiva obedece a uma relação linear


em função da frequência rotacional do impulsor dada pela Eq.
(24):
dv
 KS  N (24)
dr ef

Em que:
KS : constante empírica [adimensional] obtida experimentalmente.

Sendo que,

 Esse método é válido para vários sistemas de agitação em


regime laminar.
 Valores de Ks para diversos agitadores são apresentados na
Tabela 2.
96
OP1 – Agitação e Mistura
Tabela 2 – Valores de KS para diversos tipos de impulsores usados na agitação de
fluidos pseudoplásticos (n < 1).

97
OP1 – Agitação e Mistura

Assim,
 Uma vez que se tenha feito:
a seleção do sistema de agitação
...e,
a definição da frequência rotacional (N) de
operação do impulsor
Então,
 A potência de agitação necessária pode ser calculada de
acordo com as seguintes etapas:
 calcula
calcula--se a taxa de cisalhamento efetiva (Eq
(Eq.. 24
24));
 determina
determina--se a viscosidade efetiva (μef ) (Eq
(Eq.. 23
23));
 obtém
obtém--se o número de Reynolds (Eq
(Eq.. 03
03));
 avalia
avalia--se o número adimensional de potência (Np ).
98
OP1 – Agitação e Mistura

OBS.: o adimensional de potência pode ser encontrado por meio de correlações ou


diagramas para o impulsor considerado - Figura 20 - ou, alternativamente, ou através
da equação pertinente – Equação 19 – em função do Kp, ou seja, do tipo de agitador e
da geometria do sistema.

 Entre os vários tipos de agitadores utilizados para fluidos de


ALTA viscosidade aparente, são amplamente utilizados:
 agitadores de fita helicoidal (FH
FH)) ;
 agitadores de fita helicoidal com parafuso (FHP
FHP)).
 Na Tabela 3 são apresentados valores de KS para esses tipos de
impulsores e sua dependência em função do índice de fluxo (n).
 O consumo de potência (NP) para AGITAÇÃO de fluidos
pseudoplásticos e fluidos newtonianos, para regime laminar
(Re ≤ 100), empregando impulsores do tipo FH e FHP, pode ser
determinada pela correlação (Brito-De La Fuente et al., 1997)
dada pela Eq. (25):
99
OP1 – Agitação e Mistura

Tabela 3 – Valores de Ks para impulsores do tipo FH e FHP (Brito-De


( La Fuente et al.,
1997))

Impulsor Dt/Da n KS
FH 1,02 – 1,12 0,40 – 1,00 66,06
FH 1,10 – 1,11 0,35 – 1,00 27,00
FHP 1,03 0,35 – 1,00 24,58
FH 1,053 0,50 – 1,00 36,73
FH 1,056 0,27 – 1,00 30,00
FH 1,04 – 1,19 0,50 – 1,00 27,60
FHP 1,056 – 1,118 0,26 – 1,00 30,60
FH 1,11 – 1,37 0,17 – 0,65 79,85
FH 1,05 – 1,33 0,35 – 0,75 24,68
FH 1,05 – 1,33 – 26,80
FH 1,11 0,18 – 1,00 17 – 40
100
OP1 – Agitação e Mistura
0,72 0,14
1  s   wf 
NP  173,1  Re      (25)
D  D 
 a  a

Em que: wf = é a largura [m] da fita; s = é o passo [m] do impulsor.


OBS.: a Eq. (25
25) deve ser empregada para o cálculo do número adimensional
de potência pelo Método 2 (método de Metzner e Otto, 1957
1957).
Sendo que...
 A correlação dada pela Eq. (25) (Brito-De La Fuente et al.,
1997), foi obtida (e tem validade) para tanques com as
seguintes relações geométricas dadas pelas Eqs. de (26) a (30):
Dt wf HL
 1,135 (26)  0,108 a 0,135 (27)  2, 07 (28)
Da Da Dt
wp s
 1,17 a 1,25 (29)  0, 5 ou 1, 0 (30)
wf Da

Em que:
OP1 – Agitação e Mistura

wf: é a largura [m] da fita;


wp: é a largura [m] do parafuso;
s: é o passo [m] do impulsor.
 Para fluidos pseudoplásticos, a constante Ks pode ser obtida
pela Eq. (31):
0,024 0,135 1
 wf   s 
KS  38,27        0,814  n (31)
D  D 
 a  a

Fatores de Correção dos Cálculos de Agitadores

Quando o sistema NÃO é estritamente semelhante aos


apresentados na bibliografia...
Por exemplo...
102
OP1 – Agitação e Mistura

 mais de um impulsor no eixo


eixo;; ou,
 o tanque e o impulsor têm medidas diferentes das
medidas--padrão
medidas padrão;;
Então...
 Podem ser utilizados para calcular a potência do
agitador:
Fatores de CORREÇÃO
Neste sentido...

 No caso de mais de um impulsor, para cada impulsor


adicional, deve ser respeitada a proporção (Eq. (32)):

HL ≈ Da (32)
e...
103
OP1 – Agitação e Mistura

 A potência TOTAL é expressa pela Eq. (33):


PT  P  ni (33)
Em que:
PT: é a potência total [W];
P: é a potência de cada impulsor [W];
ni: é o fator de correção dado pelo número de impulsores.
Já...
 Quando as dimensões do sistema diferem das configurações
geométricas padrão, aplica-se no cálculo do número de
potência, um fator de correção (f’) de acordo com a Eq. (34):
 Da   HL 
 D    H 
 t real  a real
(34)
f` 
 Da   HL 
 D   
 t  Ha
padrão padrão 104
OP1 – Agitação e Mistura

Projeto por Semelhança: Ampliação de Escala


 A maior dificuldade verificada em projetos de agitadores
consiste na ampliação de escala (scale-up) de laboratório para
a escala industrial.
 No caso mais geral, os dados disponíveis de projeto são:
o volume do fluido
fluido;;
 objetivo da agitação no processo
processo;; ou seja,
 uniformizar a temperatura
temperatura;;
 uniformizar a concentração
concentração;;
 misturar dois fluidos miscíveis
miscíveis;;
 emulsionar fluidos imiscíveis
imiscíveis;;
105
OP1 – Agitação e Mistura

Resumindo...

o projeto do sistema depende basicamente da


FINALIDADE da agitação
 O projeto deve ser realizado de modo a garantir o bom
desempenho do sistema, devendo para isso, serem
adequadamente calculados/selecionados:
 potência consumida
consumida;;
 tipo de impulsor
impulsor;;

 velocidade de rotação
rotação;;

 dimensões do sistema
sistema..
Porém...
106
OP1 – Agitação e Mistura

 Primeiramente, deve-se definir qual:


processo ou resultado esperado da agitação
...ou seja,

 simplesmente a mistura de um componente (deve


(deve--se
garantir certo tempo de mistura)
mistura);;
 a promoção da transferência de calor ou massa
massa;;
 a dissolução de um sólido etc
etc..
Assim,

 Para a ampliação de escala:


escala de para escala de para escala de
laboratório planta-
planta -piloto industrial
107
OP1 – Agitação e Mistura

 Deve-se realizar ensaios em laboratório e determinar as


condições em que haja o MELHOR desempenho do tanque
agitado em função do objetivo preestabelecido.
Neste sentido...
 Em geral, utiliza-se o projeto por SEMELHANÇA em que os
números ADIMENSIONAIS relevantes (Eqs. (2) a (4)) devem ser
mantidos CONSTANTES entre ambos os sistemas.
Porém,
 Os critérios e os números adimensionais a serem
considerados dependerão, em parte, do processo.

 No aumento de escala deve-se assegurar as condições


iniciais de sucesso na escala menor, mantendo-se a mesma
proporcionalidade geométrica, além de se respeitar as
semelhanças cinemática e dinâmica entre os dois sistemas.
108
OP1 – Agitação e Mistura

Semelhança Geométrica
 A fim de assegurar a semelhança (proporcionalidade)
geométrica entre um dado modelo (1) e um protótipo (2),
conforme as Eq. de (35) a (38), é necessário que:
todas as relações geométricas devem ser mantidas
mantidas..
 D t   Dt   Ha   Ha   HL   HL   w d   w d 
  =    =    =    =  ; etc
D D
 a 1  a 2 D D
 a 1  a 2  Da 1  Da  2  Da 1  Da 2
(35) (36) (37) (38)
Semelhança Dinâmica
 A semelhança dinâmica implica:
a igualdade entre os números adimensionais
relevantes à fluidodinâmica do sistema, que
dependem do regime governante no agitador. 109
OP1 – Agitação e Mistura

Regime Laminar
 Em regime LAMINAR os números adimensionais que podem
influenciar a fluidodinâmica do sistema são:
Re e Fr
Logo,

NP = f (Re , Fr)

Portanto…

 Para assegurar a semelhança entre os dois sistemas, valem


as igualdades da Eq. (39):
 Re 1   Re 2 e  Fr 1   Fr 2 (39)

Entretanto...
110
OP1 – Agitação e Mistura

 Para sistemas com:


defletores ou Re < 300
...o número de potência é função apenas de Re
Re..
Assim...
NP = f (Re)
Portanto,
se o número de Reynolds do modelo e do protótipo
se iguala
...e,
os números adimensionais geométricos são iguais
iguais..
Então...
 Pode-se concluir, com base na Eq. (11), que o adimensional
de potência de ambos os equipamentos será o MESMO,
conforme a Eq. (40). 111
OP1 – Agitação e Mistura

...isto é,

 N P 1   N P 2 (40)

Logo,
 A partir da igualdade do número de Reynolds (Eq. (41)):
 D2  N     D2  N   
 a   a  (41)
     
 1  2
...e,
 Considerando que o fluido é o mesmo (Eq. (42)):
       e   1    2 (42)
1 2

Então,
 Pode se afirmar, de acordo com a Eq. (43), que:
 D a
2
 N   N 

1
D a
2
2
(43)
112
OP1 – Agitação e Mistura

 Com base nessa relação, pode-se calcular:


... por exemplo:

o número de rotações do PROTÓTIPO


a partir dos dados do MODELO
MODELO..
...e, então,

 Por meio da igualdade (NP)1 = (NP)2 (Eq. (40)) calcula-se:

a POTÊNCIA a ser consumida pela


unidade INDUSTRIAL
 Para fluidos NÃO newtonianos, o conceito de viscosidade
efetiva pode ser empregado, de modo que:
os dois sistemas serão semelhantes SE (Eq. (44)):
(44))
113
OP1 – Agitação e Mistura
 D2  N     D2  N   
 a   a  (44)
 ef   ef 
 1  2

 Como os sistemas apresentam semelhança:


.

geométrica e dinâmica
Eqs.. (35) a (38)
Eqs Eq. (39)

...e,

são destinados a agitar o mesmo fluido


...isto é,

K1 = K2 e n1 = n2
Então,

também é a mesma para ambas as escalas, a:

constante KS 114
OP1 – Agitação e Mistura

Assim,

 Substituindo as Eqs. (23) e (24), que definem a viscosidade


efetiva, na Eq. (44), tem-se a Eq. (45) ou a Eq. (46):
 2   2 
 D a  N     Da  N    (45)
 n 1   n 1 
 K  K  N    K  K  N  
 S 1  S 2

...ou,
2
N1  Da,2  2n
 
N2  Da,1 
 (46)

Portanto, neste caso...

Para regime de escoamento LAMINAR


LAMINAR,, o sistema
pode ser resolvido com base nas igualdades dadas
pelas Eqs
Eqs.. (40
(40)) e (46
(46).
).
115
OP1 – Agitação e Mistura

Regime Turbulento
 Em regime TURBULENTO, o número adimensional de
potência INDEPENDE do...
Re

Consequentemente...

 Devem-se utilizar critérios adicionais para realizar a


mudança de escala, segundo o objetivo da AGITAÇÃO:
...ou seja,

 simplesmente a mistura
mistura;;
 a promoção da transferência de calor
calor;;
 a emulsificação etc
etc.. 116
OP1 – Agitação e Mistura

Neste caso,

 A potência consumida depende somente:


 do tipo de agitador
agitador;; e,
 das relações geométricas do tanque
tanque--sistema de agitação
agitação..

Igualdade de Potência por Unidade de Volume


 Um dos critérios mais utilizados para ampliação de escala em
um sistema de agitação é:
assegurar um dado nível de potência fornecida
por unidade de volume
volume..
 Esse critério é bastante simples e, geralmente, utilizado
quando NÃO existem outros mais específicos e adequados ao
objetivo que se pretende atingir. 117
OP1 – Agitação e Mistura

Assim,

 Uma vez determinado:


o nível de POTÊNCIA por unidade de VOLUME

... que assegure um bom desempenho do sistema.


Então,

 Conforme a Eq. (47), esta relação será igual:


no modelo e no protótipo
...ou seja,

P P
    (47)
 V 1  V 2

Em que: 118
OP1 – Agitação e Mistura

V : volume [m3] total do líquido contido no tanque;


1: laboratório (modelo); 1: piloto (protótipo);
ou
2: piloto (protótipo); 2: industrial.
 Os valores mais usuais de (P/V) estão mostrados na Tabela 4:
Tabela 4 – Níveis de potência por unidade de volume (P / V).

P/V
Nível de Agitação
W.m-3 HP.m-3
Até 80 Até 0,1 Débil
80 – 230 0,1 – 0,3 Suave
230 – 460 0,3 – 0,6 Média
460 – 750 0,6 – 1,0 Forte*
750 – 1500 1,0 – 2,0 Intensa
1500 – 2250 2,0 – 3,0 Muito forte
2250 – 3000 3,0 – 4,0 Superintensa
119
OP1 – Agitação e Mistura

 Na Eq. (47) o volume total do líquido (V) contido no tanque


pode ser calculado, conforme a Eq. (48):
  Dt2  HL (48)
V
4
Assim,

Substituindo a Eq. (48


(48)) na Eq. (47
(47),
), obtém-
obtém-se a Eq. (49
(49):
):
 P   P 

2
 
2
D H  D H 
 (49)
 t L 1  t L 2

Na sequência,

Dividindo e multiplicando a Eq. (49


(49)) por Da³ (Eq. (50
(50)):
)):
P1 P2

2 2
 Dt   HL  3  Dt   HL  3 (50)
  
 D   
 Da,1     
  Da,2 
 Da 1  a 1  Da 2  Da 2
120
OP1 – Agitação e Mistura

...e,

Considerando que relações geométricas (Eqs Eqs.. (5


(5) ou (35
(35)) e
Eqs.. (7
Eqs (7) ou (37
(37)) são mantidas
mantidas,, chega-
chega-se à Eq. (51
(51):
):
P1 P2
 (51)
3 3
Da,1  Da,2 
Então,

Substituindo a potência
potência,, dada pela Eq. (2
(2), e
considerando a igualdade da Eq. (40
(40),
), tem-
tem-se a Eq. (52
(52):
):

N13  Da,1
2
 N23  Da,2
2 (52)

121
OP1 – Agitação e Mistura

 Essa abordagem (igualdade de potência por unidade de


volume) pode ser empregada nas seguintes aplicações:

 extração líquido
líquido--líquido
líquido;;

 operações de transferência de massa


massa;;

 dispersões gás
gás--líquido
líquido;;

 dissolução de sólidos em líquidos


líquidos;;

 operações de transferência de calor


calor;;

 MISTURA de líquidos miscíveis


miscíveis;; entre outras
outras..
122
OP1 – Agitação e Mistura

Igualdade na Velocidade Periférica do Agitador


 Quando há interesse em manter:
a mesma tensão de CISALHAMENTO entre os
sistemas de...
modelo e industrial
Por exemplo...
na preparação de emulsões
emulsões..
Então,

 O critério utilizado na ampliação de escala é a velocidade


calculada na ponta das pás do agitador (Eq. (53)), conhecida
como:
velocidade periférica
123
OP1 – Agitação e Mistura

Assim,

    Da  N (53)
Em que:
v: velocidade periférica do agitador [m/s].
 Considerando a igualdade dessa grandeza nos dois
sistemas, tem-se a Eq. (54):
Da  N 1  Da  N 2 (54)
 A Eq. (54) é usada em conjunto com a igualdade dos
números adimensionais de potência, chegando à Eq. (55).
Desta forma...

P1 P2
 (55)
Da,12 Da,22
124
OP1 – Agitação e Mistura

Igualdade de Transferência de Calor


 Para mudança de escala adotando esse critério, correlações
especificas devem ser utilizadas, conforme a Eq. (56):
Nu  f  Re, Pr, ...  (56)
Em que:
Nu: número adimensional de Nusselt;
Pr: número adimensional de Prandlt.

Resumo de Mudança de Escala


 Resumindo, o critério de mudança de escala dos sistemas
geometricamente semelhantes se reduz a uma relação como a
Eq. (57):
NA1  Da,1 x (57)
 
NA2  Da,2 

125
OP1 – Agitação e Mistura

Em que:
NA: número adimensional qualquer;
x: expoente que depende do critério escolhido, além das
igualdades que resultam dos outros números adimensionais.
 Outros critérios existem além dos descritos.
Por exemplo...

critério de igualdade de áreas interfaciais.


Em geral...

 Diferentes critérios levam a fatores de escala diversos.


Portanto...

 É necessário, em cada caso, determinar a característica


mais importante do processo que deve ser considerada.
126
OP1 – Agitação e Mistura

Tempo de Mistura
 Em algumas aplicações o conceito de tempo de mistura (tm)
é utilizado para realizar mudança de escala.
 O tempo de mistura é determinado experimentalmente,
medindo-se, por exemplo:
o tempo necessário que uma alíquota de
corante (ou outro material
material),
), convenientemente
marcado,, se distribua homogeneamente na
marcado
massa de líquido, em um sistema de agitado.
 O tempo de mistura depende do Reynolds e fortemente da
geometria do misturador e dos padrões de escoamento.
Assim…
127
OP1 – Agitação e Mistura

 As correlações disponíveis são específicas para cada tipo de


agitador.
 Para agitadores de pás planas, a correlação (Nienow, 1997)
dada pela Eq. (58) é válida:
2
5,3 1  Da 
tm     (58)
N 1 D 
NP  3  t

 Para agitadores tipo turbina de Rushton tem-se a Eq. (59)


(Sano e Usui, 1985):
1,8 0,51
3, 8  Da   HP  0,47 (58)
tm      npás
N  Dt   D 
 t
Em que:
npás: é o número de pás do impulsor [adimensional].
...e, sendo que...
128
OP1 – Agitação e Mistura

 Esta correlação é válida para um agitadores tipo turbina de


Rushton com as seguintes características:
2 a 8 pás
pás;;

Re > 5x103;

4 defletores
defletores;;
Da
0, 4   0, 7;
Dt

HP
0,1   0, 4;
Dt

wd
 0,1.
Dt
129

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