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 luisclaudio80 - Jun 17, 2020

Chegou a hora de você desaprender


Updated: Jun 18, 2020
(*) Luciana Allan

“O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele
que não consegue aprender, desaprender, e reaprender”.(Alvin Toffler)

Século XXI. Você sabe o que isso significa, não é? 5ª Revolução Industrial. A Era da
Inteligência Artificial, Robótica, Big Data e Ferramentas de Analytics. Tantas novas formas
de aprender. Tantos novos conhecimentos emergindo. Para os nativos digitais que hoje estão
ocupando o ensino básico, fundamental e médio isso pode significar duas coisas:

1) Devido a uma educação de qualidade, capaz de encantá-los e direcioná-los para seus


projetos pessoais, respeitando a individualidade de cada um, e com tamanha diversidade de
possibilidades e oportunidades, um mundo cada vez mais abundante e em constante
evolução; Ou...
2) Um mundo cada vez mais perdido em suas escolhas, incapaz de lidar com a liberdade,
portanto, escasso e em constante involução. Tudo isso por conta de uma má-educação, que
presa pela quantidade, não engaja e apenas guia para um mesmo caminho.
Fica clara aqui a necessidade urgente de abandonarmos o sistema educacional do século
passado em prol de um futuro próspero, promissor e feliz.
Somente abrindo mão de antigos dogmas, deixando para trás os modelos pedagógicos
praticados até aqui e nos libertando das velhas fórmulas é que poderemos abrir nossos
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corações e mentes para reaprender a olhar a educação e os alunos nativos digitais sob uma
nova ótica. Um olhar que nos permita trazer inovação para sala de aula, não apenas por
meio do uso de tecnologias digitais, mas por meio de estratégias de ensino que permitam
engajar e encantar nossos alunos.

O conceito de Unlearning significa deixar para trás aquilo que costumava funcionar
antes e trabalhar para entender o que é necessário para a próxima fase.

Desaprender pode ser desconfortável porque passamos pelo sentimento de ser competente
para incompetente. Traz insegurança, mas ainda assim é o único caminho viável, é a chave
para nós educadores reconstruirmos a nós mesmos e a educação em prol de um futuro
melhor do que o imaginável no cenário atual.
[Traduzido e adaptado de “'Unlearning' as the latest must-have skill for any startup CEO”]
Em artigo na Harvard Business Review, Mark Bonchek, especialista em era digital, sugere
três passos para praticar o unlearning e se abrir para novas formas de olhar o mundo; no
nosso caso uma nova forma de praticar a educação:
1º)   Reconheça que o velho modelo não é mais relevante ou efetivo;
2º)   Encontre ou crie um novo modelo que possa melhor atender seus objetivos junto aos
alunos;
3º)   Incorpore os novos hábitos e reforce os novos comportamentos.

Bonchek cita também Albert Einstein: “Não podemos resolver nossos problemas com os
mesmos pensamentos que tivemos quando os criamos”.
Acredito também que não apenas nós educadores devemos aprender a desaprender
para reaprender como podemos ensinar nossos alunos a fazerem o mesmo.
Até aqui, possuíamos um modelo adequado para a sociedade industrial, na qual não havia
grandes mudanças acontecendo a cada segundo. O que se aprendia hoje era suficiente para
termos “empregabilidade”, pois continuava fazendo sentido meses depois. Agora, vivemos
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numa época onde o estudo é infinito e o que mais se exige é “trabalhabilidade”, a


capacidade de inovar sempre.
[Recomendado: Nossos filhos terão ‘trabalhabilidade’ em 2030?]
Mesmo aquilo que vínhamos fazendo a vida toda pode mudar a qualquer momento. Um
exemplo hipotético foi colocado em prática por Destin, do canal SmarterEveryDay, ao
desaprender como andar de bicicleta do jeito comum para aprender a pilotar “a bicicleta do
cérebro invertida”. Ao girar o guidão para a esquerda, vira-se para a direita e vice-versa.
Confira:
Stephane Kasriel, copresidente do Conselho do Futuro em Educação, Gênero e Trabalho no
Fórum Econômico Mundial Global, em depoimento para o site Unlearn, do livro de Barry
O'Reilly, afirma que “a única coisa que é constante é a mudança. E está acontecendo cada
vez mais rápido. A disrupção está em andamento, mas os líderes tendem a pensar de forma
crescente sobre o futuro”.
Já o próprio autor, em artigo no Medium, ajuda a responder a pergunta “Como saber que eu
preciso Desaprender?”. Você pode se perguntar: “Por que não estou correspondendo às
minhas expectativas? Por que não consigo resolver esse problema? Por que evito
constantemente enfrentar esse desafio em particular?”.
Tanto a escola quanto professores e pais não estão correspondendo às expectativas dos
alunos, nem conseguem resolver a problemática da distração (ou seria desmotivação?) dessa
geração e evitam constantemente enfrentar o desafio de inovar na educação. Escola,
professores e pais precisam desaprender.
A escola precisa mudar, os professores precisam se reinventar, os pais precisam estar
mais presentes para que a educação faça sentido a toda uma nova geração.
Esta nova geração tem muita vontade de aprender, mas se recusa a estudar da mesma forma
que estudaram seus pais e avós. É nítido o desinteresse dessas crianças e adolescentes no
velho modus operandi de fazer as coisas. Quem de fato se forma em algo hoje em dia?
Conforme já dito anteriormente, estamos em constante atualização, independente da área de
“formação”. E para esse novo mundo, o jovem precisará desenvolver habilidades o tempo
todo.
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Como ensiná-los além de nós mesmos praticando o mesmo? Sim, para além de uma
necessidade acerca do que já não funciona mais, aderir ao conceito de Unlearning é também
ser exemplo para esses líderes e trabalhadores do futuro. Assim como um sábio mestre Zen
foi exemplo para um estudante “sabe-tudo” na história contada por Navi Radjou em palestra
para o TEDxIsèreRiver.
Segundo Navi, o rapaz já possuía conhecimento sobre tudo que existe, menos Zen, e foi
procurar o que faltava pedindo a um mestre que o ensinasse tudo que precisava saber. O
mestre, não proferindo uma palavra sequer, passou a encher uma xícara de chá até que
transbordasse por toda a mesa e o rapaz o mandasse parar. “Não cabe mais nada! Está
cheio!”, ele disse. O mestre sorriu, e respondeu: “Como essa xícara, a sua mente também
está cheia. Como eu posso te ensinar Zen sem que você a esvazie?”.
Ou seja, o educador só poderá ensinar quaisquer novas habilidades que sejam quando
tanto ele quanto os alunos esvaziarem suas xícaras.
Perceba que, ao longo da vida, fomos, somos e seremos sempre educadores e alunos.
Estamos ensinando e aprendendo o tempo todo. Portanto, necessitamos esvaziar e encher
nossas xícaras na mesma medida. Ainda mais no mundo real-virtual em constante
atualização de hoje.
E então, profissional do presente? Está pronto para começar a desaprender para aprender e,
assim, se tornar o profissional do futuro?

(*) Luciana Allan é diretora do Instituto Crescer e Doutora em Educação pela


Universidade de São Paulo (USP) com especialização em tecnologias digitais aplicadas à
educação
Este artigo foi originalmente publicado na EXAME

Guias práticos do Instituto Crescer podem ser


utilizados...
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Guias práticos do Instituto Crescer podem ser utilizados em tempos de Coronavírus para
ajudar escolas a adotar tecnologias educacionais

Materiais de apoio da instituição podem ajudar professores na utilização das novas


tecnologias como ferramentas educacionais

Edições do Guia Crescer em Rede

São Paulo, março de 2020 - No Brasil, o avanço do Coronavírus já afeta diversos


setores da economia e também a área de educação, forçando escolas e universidades a
reverem suas metodologias de ensino. Em consequência, o Ministério da Educação (MEC)
divulgou que irá publicar uma portaria para permitir que escolas da educação básica
substituam aulas presenciais por aulas a distância por um período de 30 dias, que poderá
ser prorrogado.

A fim de contribuir com melhores práticas de ensino diante do cenário atual, o Instituto
Crescer, instituição que atua na área de Educação em projetos voltados à formação de
professores, disponibiliza diversos materiais que ajudam os docentes na utilização das
novas tecnologias como ferramentas educacionais, como o programa Crescer em Rede,
cujos guias podem ser baixados gratuitamente.

Com cinco edições disponíveis gratuitamente para download, os Guias Crescer em Rede
foram estruturados para contribuir com um repensar coletivo das estratégias de ensino e
das práticas docentes de professores de todo o país, a fim de melhorar a qualidade da
educação e estimular o uso de tecnologias digitais.
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Os guias estão organizados em 10 a 12 encontros. A ideia é que, a cada encontro, os


professores tenham a oportunidade de refletir sobre uma ferramenta tecnológica,
conheçam seus recursos básicos e planejem estratégias de trabalho junto aos alunos.

“Muitas plataformas abertas estão disponíveis e podem ser utilizadas para aulas virtuais,
como o Microsoft Office 365, o Google Classroom, o Trello e tantos outros softwares
direcionados para organizar reuniões, no caso aulas, fazer upload e download de arquivos,
gravar vídeos ou áudios, criar grupos, fazer pesquisas, produzir jogos e várias outras
atividades que permitirão criar novos formatos de ensino e aprendizagem online. Nossos
guias são ótimas ferramentas para orientar pais e professores a usar estes recursos”,
destaca Luciana Allan, diretora do Instituto Crescer e idealizadora dos Guias.

Todos os Guias Crescer em Rede estão disponíveis de forma gratuita no endereço


www.cresceremrede.org.br/guia.php. “Esperamos que as escolas ou instituições que
trabalhem com educação aproveitem o material para criar oportunidades de aprendizagem
significativa para crianças e adolescentes brasileiros, que, mais críticos e participativos,
poderão ajudar a construir um Brasil melhor", finaliza Luciana.

SOBRE O INSTITUTO CRESCER


O Instituto Crescer é uma Instituição fundada em 2000 que atua na área de Educação em
projetos voltados à formação de professores para diferentes áreas do conhecimento,
projetos de inclusão digital e qualificação profissional de jovens. Seus principais parceiros
são Microsoft, Fundação Nestlé, Copersucar, Instituto Claro, Instituto CCR, Instituto
Votorantim e Neoenergia.
MAIS INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA – INSTITUTO CRESCER
FirstCom Comunicação (www.firstcom.com.br)
Luis Claudio Allan (luisclaudio@firstcom.com.br)
Janaína Cavalheiri (janaina@firstcom.com.br)
Eduardo Mustafa (mustafa@firstcom.com.br)
Denise Oliveira (denise@firstcom.com.br)
Tel.: (11) 3034-4662 /4652

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