Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DOENTES GASTRECTOMIZADOS
Monografia
Porto, 2007/2008
Agradecimentos
do seu desenvolvimento, várias foram as pessoas que contribuíram para que esta
É com grande estima, carinho e gratidão que aqui expresso o meu apreço por
permitiram que “o tempo que dedicamos a esta rosa, fizesse a nossa rosa tão
importante”:
À Dra Cidália pela forma atenciosa e amistosa com que me recebeu no SCG do
Aos meus pais, pelo seu amor, paciência, compreensão e apoio incalculável em
In: www.pensador.info
Índice
Agradecimentos
Lista de Abreviaturas - - - - - - - - i
Resumo - - - - - - - - - - ii
Abstract - - - - - - - - - - iii
1. Introdução - - - - - - - - - 1
2. Desenvolvimento do Tema - - - - - - - 6
- - - - - - - - - - - 19
3. Análise Crítica - - - - - - - - - 25
4. Conclusões - - - - - - - - - 34
Referências Bibliográficas - - - - - - - - 36
i
Lista de abreviaturas
GT – Gastrectomia Total
GP – Gastrectomia Parcial
GI - Gastrointestinal
QV – Qualidade de Vida
NE – Nutrição Entérica
NP – Nutrição Parentérica
ii
Resumo
a sua detecção precoce pode ser decisiva para a sobrevida dos mesmos. Existem
Palavras-chave
Abstract
The Gastric carcinoma remains today as one of the most frequent in Portugal,
The total or partial ressection of the stomach resultes in acute or chronic nutritional
consequences, with different intensity and duration and inevitable, however they
There are various methods for assessing nutritional status, which aim to establish
the subjective and objective issues in clinical practice, which is practical, sensitive,
outcome in the postoperative period, there are those who are subjected to partial
gastrectomy and have better clinical results and better nutritional status in the long
term.
Thus, a careful monitoring and custom, focusing on nutrition, clinical and social
Key-words
1. Introdução
gástrico. (5)
De acordo com Koea et al., a distribuição por etnia, mostra maior ocorrência em
Dados europeus, mostram que apenas 21% dos doentes sobrevivem mais de
A morte que advém deste tumor, pode seguir-se à disseminação para outros
progressivas. (4)
o cancro gástrico devido ao seu papel na gastrite crónica atrófica, uma vez que o
simultâneamente. (10)
ou 4/5.
3
contexto. (17,18,19,20,21,22)
o doente tem dos efeitos funcionais e consequências da sua doença, na sua vida
normal”. (31)
operatório. (32)
ressecção total do estômago, por ser uma cirurgia muito mais agressiva, provoca
diária. Assim, não deve eleger-se na prática clínica apenas um método, mas, um
2. Desenvolvimento do Tema
consequências
Anemia Desnutrição
Diarreia Malabsorção
Dumping Hipoglicemia
a) Anorexia
alimentar. (46,47)
gástrico. (47,50,51,52)
b) Perda de peso
De acordo com Bradley, Curran, Grant et al., a perda de peso corporal ocorre
Encontra-se descrito por Cristallo et al., que cerca de 35% dos doentes
intensa no grupo de doentes submetidos a GT, visto ser esta uma cirurgia mais
De acordo com Bradley et al., a perda de peso em doentes sem doença maligna e
realizada.
c) Síndrome de Dumping
refeição. (19)
diarreia. (19,20)
d) Anemia multifactorial
forma férrica para a ferrosa que é a sua principal forma de absorção), da perda
jejuno, também a alça cega formada pelo duodeno, pode favorecer a síndrome de
e) Diarreia
perda fecal de azoto. Por outro lado, o prejuízo da função pancreática pode ainda
A maioria dos doentes responde bem ao tratamento clínico, com dieta adequada
doentes. (66)
existem até à data estudos que confirmem a interacção entre nutrição e QV. (65)
Neste contexto, foi realizado por Paula Ravasco et al., um estudo transversal em
estado psicológico dos doentes com carcinoma gástrico, como também o seu
estado fisiológico. Este facto sugere que, quando se procura melhorar a QV dos
económico dos doentes não pode ser alterada, a sua QV pode ser melhorada
fracos, cansados e sem qualquer resistência, afectando estes factores a sua QV.
recuperação, e que o apoio dado pelos parentes próximos e amigos foi muito
importante. (68)
porção distal do estômago, uma vez que gera significativamente uma melhor QV
Hospitalar
de intervenção. (8,37)
nutricional. (71)
15
Coppini et al., constataram que a ANS é um método fiável para detecção da DPE
De acordo com Capra e Delmore, a perda de peso afecta 80 a 90% dos doentes
de sobrevida. (78,79)
A relação entre o peso e a altura, pode ser analisada pelo Índice de Massa
Corporal (IMC). Este índice, obtido pela razão peso (kg) / altura2 (m), é uma
desnutrição em 46% dos doentes pela ASG e 22% pelo IMC. (80)
subcutâneo. (81)
Uma perda de peso superior a 5% num mês ou 10% ou mais em seis meses, uma
albumina inferior a 3,2 g / dL e uma CTL menor que 3.000/mm3, pode significar
De acordo com Naber et al., combinando a ASG com alguns dos tradicionais
parecem ser inevitáveis, porem atenuáveis por uma adequada terapia nutricional
Contudo, o racional para esta conduta tem sido questionado, pois parecem existir
ou perpetuar a resposta orgânica ao stress, uma vez que, segundo Nygren et al.,
de glicogénio. (95,96,97)
irritabilidade, uma redução dos vómitos e uma menor resposta orgânica ao stress
ao stress. (98)
Um período de nada “per os” durante alguns dias após a cirurgia gástrica, é ainda
seja, eliminação de flatos ou evacuação, para iniciar a dieta, o que ocorre por
Para tal facto, duas plausíveis justificativas são utilizadas. A primeira, é a crença
normal. (102,103,104)
Imediatamente após o retorno dos movimentos peristálticos, a dieta por via oral
deve ser iniciada, com líquidos claros (água e chá), evoluindo gradativamente
proporcionar apoio nutricional para doentes cirúrgicos, uma vez que estes
Por outro lado, existem evidências que sugerem que o suporte nutricional artificial
Por sua vez, a nutrição parentérica (NP), está indicada nos doentes que
hospitalares. (106,112,113,114)
Foi então sugerido por Bozzetti et al., a adopção da NE como apoio nutricional
NE como " terapêutica primária", uma vez que observaram uma taxa de
corporal após a alta hospitalar, o que implica um efeito negativo sobre o seu
São mencionados aos doentes alguns conselhos úteis que podem ajudar a
melhorar a sua QV, tais como: comer calmamente mastigando bem os alimentos,
a alimentação por via oral for insuficiente para atingir as suas necessidades
cálcio e ferro.
3. Análise Crítica
cirurgia. (35,125)
supracitados. (35)
Dos doentes observados por Papini-Berto et al., somente 15% dos submetidos a
foi de 1,3% após GT e 3,2% após GP, o que não representou uma diferença
reconstrução. (24)
Autores como Jivonen et al. e Bragelmann et al., relatam boa ou muito boa QV
dos doentes, alguns anos após GT ou GP, sendo as queixas mais comuns as
distintas. (65)
antineoplasicas. (34)
decorrer do processo clínico, para estabelecer com cuidado, o seu tratamento. (54)
fornecer pouco incómodo ao avaliado, deve ser operado por técnicos treinados e
Planas et al., demostraram que doentes com IMC classificado como normal ou
que indica que o IMC não é sensível para o diagnóstico de DPE. (139)
Deve ter-se em conta, que o IMC avalia apenas o peso actual, excluindo o
interpretação. (138,140)
A transferrina tem uma vida média menor que a da albumina (de 7 a 8 dias) e
celulares. (36)
31
Staël von Holstein et al., puderam assim constatar que as alterações clínicas
Estudos demonstram que a dificuldade que por vezes existe, em definir o papel
permitindo desta forma, mais conforto aos doentes e menor risco de hipoglicemia
alimentação por via oral “nada per os”, até à retoma da função do tracto GI
líquidos podem ser iniciados e o doente pode progredir na dieta conforme a sua
suficiente para a maioria dos doentes, alguns com anorexia e disfagia podem ser
perda ponderal superior ou igual a 10% nos últimos 6 meses ou anorexia marcada
Nesta base, a NE, pode ser iniciada para permitir o início da alimentação,
oferta da NE foi suspensa em 83,7% dos doentes. Observaram, contudo, que esta
suspensão poderia ter sido evitada em 66% dos casos, através de uma educação
funcionamento intestinal.
4. Conclusões
nutricionais.
bioquímica.
retomada logo que possível. Esta, deve ser adequada e adaptada durante o
35
tardio.
36
Referências Bibliográficas
2. Human cancers by organ site. Stomach cancer. In: Kleihues P, Stewart BW,
2003; 94-7.
McGraw-Hill; 2006.
5. Koea JB, Karpeh MS, Murray FB. Gastric cancer in young patients:
Publications, 151).
693-710.
9. Linhares EM, Correia MM. Câncer gástrico. Rio de Janeiro: Revinter; 1999.
37
13. Lloyd MD, Christopher MS. Surgery of the Stomach and Duodenum. 4th
14. Mc Callum RW. Motor function of the stomach in health and disease. In:
15. Feldman M. Gastric secretion in health and disease. In: Sleisenger MH,
Gastric Cancer Patients after Total Gastrectomy. World J Surg. 1998; 22:
254-61.
gástrica como factor de riesgo nutricional. Nutr Hosp. 2007; 22 (3): 330-6.
19. L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott-Stump. Krause`s Food & Nutrition Therapy.
12th Edition. Sunders Elsevier; 2008. Medical Nutrition therapy for upper
21. Meyer JH. Nutrition outcomes of gastric operations. Gastroenterol Clin North
22:1048-55.
26. Jun Tian, Jian- Shun Chen. Nutritional status and quality of life of the gastric
(11): 1582-6.
quality of life and intake of food during the recovery period 3 and 12 months
16: 74–85.
29. Tuula T, Juhani S, Harry S, Isto N. Quality of Life in the Long-Term Survivors
80.
472-83.
34. L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott-Stump. Krause`s Food & Nutrition Therapy.
961-90.
35. Papini-Berto S, Maio R, Módolo A, Santos MD, Dichi, Burini RC. Desnutrição
39 (1): 3-10.
38. Clave MC, Snider HL, Spain DA. Preoperative Issues in Clinical Nutrition.
Polisena CG, eds.: The Clinical Guide to Oncology Nutrition. Chicago, Ill: The
small intestine and jejunal morphology after total gastrectomy for carcinoma
42. Curran FT, Hill GL. Failure of nutritional recovery after total gastrectomy. Br J
symptoms: the potential role of jejunal pouch reconstruction. Dig Surg. 2001;
18: 218-21.
46. York DA. Metabolic regulation of food intake. Nutr Rev. 1991; 48: 64-70.
47. Wilber JF. Neuropeptides, appetite regulation and human obesity. JAMA
48. Andreasen JJ, Orskov C, Holst JJ. Secretion of glucagon-like peptide - 1 and
49. Miholic J, Orskov C, Holst JJ, Kotzerke J, Meyer JH. Emptying of the gastric
50. Morley JE. Appetite regulation by gut peptides. Annu Rev Nutr. 1990; 10:
385-95.
52. Stricker EM, Verbalis JG. Control of appetite and satiety: insights from
53. Grant JP, Chapman G, Russell MK. Malabsorption associated with surgical
procedures and its treatment. Nutrition in Clinical Practice. 1996; 11: 43-52.
54. Jeejeebhoy KN, Detsky AS, Baker JP. Assessment of nutritional status.
57. Summer AE, Chin MM, Pharm D, Abrahm JL, Berry GT, Gracely EJ, Allen
RH, Stabler SP. Elevated methylmalonic acid and total homocysteine levels
show high prevalence of vitamin B12 deficiency after gastric surgery. Ann
59. Green R. Screening for vitamin B12 deficiency: caveat emptor. Ann Intern
patients before and after total gastrectomy studied by the triolein breath test.
64. Ferrell BR, Dow KH, Grant M: Measurement of Quality of Life in cancer
67. Olsson U., Bergbom I. & Bosaeus I. Patients’ experiences of their intake of
68. Olsson U., Bergbom I. & Bosaeus I. (2002a) Patients’ experiences of the
nutritional assessment in critically ill patients. Clin Nutr. 2002; 21: 73-7.
71. Guidelines for use of parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric
(Suppl1): 1S-138.
72. Kaplan LA. Laboratory utilization for nutrition support: current practice,
requirements, and expectations. The Ross conference. Clin Chem. 1994; 40:
268-70.
74. Detsky AS, McLaughlin JR, Baker JP, Johnston N, Whittaker S, Mendelson
75. Silva MC, Barros A. Avaliação nutricional subjetiva. Parte 1 - Revisão de sua
81. Ikemori EHA, Oliveira T, Serralheiro IFD, Shibuya E, Cotrim TH, Trintin LA, et
the National VA Surgical Risk Study. Arch Surg. 1999; 134: 36–42.
85. Meguid MM, Campos AC, Hammond WG: Nutritional support in surgical
86. Papini-Berto SJ, Dichi JB, Dichi I, Victória CR, Burini RC. Consequências
111:769-78.
92. Keele AM, BrayMJ, Emery PW, DuncanHD, SilkDBA. Two phase randomised
regular medications in adult patients presenting for elective surgery. Has the
(2): 65-71.
101. Lewis S, Egger M, Sylvester A, Thomas S. early enteral feeding versus “nill
103. Lassen et al. Nutritional Support and Oral Intake after Gastric Resection.
104. Woods JH, Erickson LW, Condon RE: Post-operative ileus: a colonic
105. Moore FA, Feliciano DV, Andrassy RJ, et al. Early enteral feeding,
106. Braga M, Gianotti L, Gentilini O, et al. Feeding the gut early after digestive
108. MacFie J, Woodcock NP, Palmer MD, Walker A, Townsend S, Mitchell CJ.
109. Beattie AH, Prach AT, Baxter JP, Pennington CR. A randomized controlled
cancer patient subjected to a total gastrectomy. Rev Med Chil. 2002; 130:
1125-30
total gastrectomy: prospective randomized pilot study. Eur J Surg. 1997; 163:
761-6
116. Baigrie RJ, Devitt PG, Watkin DS. Enteral versus parenteral nutrition after
117. Kudsk KA, Croce MA, Fabian TC, et al. Enteral versus parenteral feeding:
118. Beattie AH, Prach AT, Baxter JP, Pennington CR. A randomised controlled
During and After Cancer Treatment: A Guide for Informed Choices by Cancer
120. Baxter YC, Waitzberg DL. Dietoterapia em cirurgia. São Paulo: Editora
127. Gouzi, J.L., Huguier, M., Fagiez, P.L., Launois, B., Flamant, Y., Lacaine, F.,
128. Bonenkamp, J.J., Songun, I., Hermans, J., Sasako, M., Welvaart, K.,
Plukker, J.T.M., Van Elk, P., Obertop, H., Gouma, D.J., Taat, C.W., Van
Lanschot, J., Meyer, S., De Graff, P.W., Von Meyenfeldt, M.F., Tilanus, H.,
dissection for gastric cancer in 996 Dutch patients. The Lancet. 1995; 345:
745.
129. Cuschieri, A., Fayers, P., Fielding, J., Craven, J., Bancewicz, J., Joypaul,
356.
131. Thybush A, et al. Quality of life following radical surgical treatment of gastric
132. Jivonen MK, Ahola TO, Matikainen MJ: Bacterial overgrowth, intestinal
transit, and nutrition after total gastrectomy. Scand J Gastroenterol. 1998; 33:
63-70.
133. Jivonen MK, Mattila JJ, Nordback IH, Matikainen MJ: Longterm follow-up of
136. Hill GL, Windsor JA. Nutritional assessment in clinical practice. Nutrition.
137. Correia MD. Avaliação nutricional subjetiva. Rev Bras Clin. 1998;13: 68-73.
146. Tovey FI, Godfrey JE & Lewin MR. A gastrectomy population: 25–30 years
undergoing radiotherapy. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2003; 57(2 Suppl):
220S-1.
enteral feed in critically ill patients in five ICUs in the UK. Intensive Care
151. Heyland DK et al. Optimizing the Benefits and Minimizing the Risks of
Enteral Nutrition in the Critically Ill: Role of Small Bowel Feeding. Journal of
153. Carr CS, Ling E, Boulos P, Singer M. Randomised trial of safety and
criticallly ill patients: A multicenter study. Critical Care Medicine. 1999; 27:
1447-53.
156. Clave MC et al. Enteral tube feeding in intensive care unit: Factors