Você está na página 1de 78

A Construção de uma Obra

apresenta
A Construção de uma Obra
Th e M a k i n g of a n A r t Pi e ce

C A IX A C ultur al R io de Jan eiro


03 de M aio a 01 de J ulh o de 2018
May 03 to J uly 01, 2018
Ao longo de sua trajetória a CAIXA tem se consolidado como empresa de No transcurso desta vitoriosa existência a CAIXA estreitou os laços e am-
sucesso e instituição genuinamente nacional, capaz de atuar em todo o pliou o compromisso com a sociedade brasileira e, além de seu papel de
território brasileiro, fazendo-se presente e melhorando as condições de instituição financeira, passou a apoiar ações de valorização da cultura e
vida em todos os municípios do nosso país. da produção artística nacional.

Portanto, atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento susten- Com o patrocínio a exposição “Portinari – a construção de uma obra”, a
tável do país, como instituição financeira, agente de políticas públicas e CAIXA reafirma seu diálogo aberto à sociedade e a disposição em demo-
parceira estratégica do Estado Brasileiro, é a missão desta empresa públi- cratizar o acesso aos nossos bens culturais. Acreditamos que a exposição
ca cuja história visita três séculos da vida brasileira. cumpre importante papel no estimulo à valorização da produção cultural
brasileira e na divulgação da obra de um dos mais importantes pintores
A participação efetiva da CAIXA no desenvolvimento de nossa nação do século XX.
realiza-se através de projetos de financiamento da infra-estrutura e do
saneamento básico das nossas cidades; da execução e administração de A CAIXA acredita desta maneira, contribuir para a divulgação e preserva-
programas sociais do Governo Federal; da concessão de créditos a juros ção de nosso patrimônio histórico, artístico e cultural e ampliar as oportu-
acessíveis e do financiamento habitacional a toda a sociedade, além de nidades de desenvolvimento cultural do nosso povo.
vários outros programas de largo alcance social.
Caixa Econômica Federal
Throughout its history, CAIXA has consolidated itself as a successful company and a genuinely Brazilian institution, providing a
wide range of services and making itself present by improving the living conditions of many cities across Brazil.

CAIXA has been part of the Brazilian life for the last three centuries and its mission consists of promoting citizenship and
sustainable development, as a financial institution, an agent responsible for implementing public policies and a strategic partner.

Its effective participation in the development of our nation is visible through the financing of infrastructure and basic sanitation
projects, the execution and management of several social programs created by the Federal Government, and the implementation
of affordable, low interest loan programs and housing finance.

In the course of its victorious existence, CAIXA has tightened its bonds and expanded its commitment to the Brazilian society. In
addition to its role as a financial institution, CAIXA actively participates in the valorization of our cultural heritage and the national
artistic production.

By sponsoring “Portinari – The Making of an Art Piece”, CAIXA establishes its open dialog with society and the willingness to
democratize access to our cultural assets. We believe that this exhibition plays an important role in promoting an appreciation for
the Brazilian cultural production and the work of one of the most influential painters of the 20th century.

By promoting and preserving our historical, artistic and cultural heritage, CAIXA is also contributing to the expansion of the
cultural development of the Brazilian people.

Caixa Econômica Federal


A C onst r uç ão
d e u m a O bra

P
ortinari está vivo em cada traço de grafite que buscou desenhar A nossa história, portanto, aqui, fielmente contada, começa a partir de
sobre as mais diversas superfícies produzindo apenas aquilo que o um exemplar raro, amarelado pelo tempo, transformado em personagem
sensibilizava na pura determinação de buscar realizar e comover, de um roteiro inconfundível, produzido num papel obtido sabe-se
não essa saga pictórica que hoje representa um dos maiores legados do lá aonde, em qual comércio, naquele maio de 1920 quando Portinari
patrimônio artístico brasileiro, mas a si próprio, na ânsia de manter-se fiel começou a conquistar o direito de desenhar o seu país.
ao seu sentimento.
Portinari, certamente, gostaria de ser visto, pelo seu público, como um fiel
As cores vinham a seguir, uma a uma, misturadas ao sabor da ampliação de operário da arte a reconstruir Pixinguinha; os colecionadores de pássaros;
um rascunho quase sempre monocromático que já identificava os claros e os espantalhos; os chutadores de bola; os homens negros; as mulheres
escuros que a intuição do artista propunha; uma atividade lúdica, decidida, das colheitas; as crianças no sobe e desce das gangorras; as famílias
constituída, inicialmente, através de suaves cinzas e marcantes pretos, cores que se retiravam dos sertões, e tudo mais que o seu pincel flagrava,
que o velho e adorado lápis escondia internamente. piedosamente, como se fosse uma câmera fotográfica, transformando
telas de linho, folhas de compensado, pedaços de madeira, paredes,
Os estudos a óleo, maquetes, esboços e desenhos que integram a muros, e principalmente os papéis que encontrava pelo caminho, em
coleção aqui reunida, revelam a alma e a construção da obra de Portinari. clamor contra as desigualdades sociais.
Cada desenho é um trabalho concluído, pedaços preciosos de um artista
singular, momentos únicos na realização de um homem que buscou
originalidade na própria poesia do homem, interpretado e seguido que Luiz Fernando Dannemann
foi por tantos artistas e intelectuais do seu tempo. Curador
The Making of an Art Piece

Portinari is present in every single one of his graphite strokes seen on a wide
variety of surfaces that served as his attempt to conceive only what would
truly touch him while trying to execute and impress, not just the pictorial
saga that currently represents one of the greatest Brazilian artistic heritage
legacies, but a Portinari eager to remain true to his feelings.

Colors would come to life later, one by one, mixed to the flavors of boundless
sketches often monochromatic, which could already identify light and dark
contrasts proposed by his intuition; a ludic and determined activity initially
composed of soft greys and striking blacks, colors his old and beloved crayon
had always hidden.

Oil studies, models, sketches, and drawings that comprise the collection
gathered here reveal the soul and the making of Portinari’s work. Each
drawing represents an art piece that has been finalized, precious pieces of a
singular artist, unique moments of fulfillment during the quest for originality
in his own poetry. Portinari was interpreted and followed by many artists and
intellectuals of his time.

Our history begins with a rare, time-yellowed art sample that has been
transformed into a character from an unmistakable script, materialized on
a piece of paper of unknown source on that May of 1920, when Portinari
started drawing his country.

Undoubtedly, Portinari would have preferred to be perceived by his audience


as a true art worker, able to portray Pixinguinha, bird lovers, scarecrows, ball
kickers, black man, farm women, kids playing in teeter-totters, emigrants
leaving the “sertões”, or anything else his brush could mercifully capture,
almost as if it was a photo camera, transforming linen screens, plywood
sheets, wood and wall fragments, but mostly the many pieces of paper he
would find along the way, into an outcry against social inequalities.

Luiz Fernando Dannemann – Curator


A primeira Missa – 1948
Null a grafite/papel – 27 x 49cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Primeira Missa do Brasil”
“A primeira missa no Brasil” – 1948
Menino com Arapuca – 1933 Menino com Arapuca – 1933
Null a grafite/papel – 14 x 16,5cm Desenho a grafite/papel – 13,5 x 20cm
Estudo para os desenhos “infância”, “menino com arapuca” e para a pintura Coleção Particular
“menino sentado”
Coleção Particular
Menino Sentado – 1933
Retrato de Beatrice Portinari – 1920 Cristo e Adultera – 1920
Desenho a carvão/ papel – 50 x 33cm Null a carvão/papel – 63 x 45cm
Coleção Particular Coleção Particular
Baseado na escultura “Cristo e a adúltera” de Rodolfo Bernardelli
Flautista – 1933 Flautista – 1934
Desenho a grafite/papel – 36 x 25cm
Coleção Particular
Estudo para o desenho e a pintura “O flautista”
Divina Pastora com menino Jesus - 1944
Desenho a grafite e pigmento sanguinea sobre
papel kraft - 138 x 128 cm
Original do desenho para transporte para a pintura
mural “Divina Pastora”. Nesta obra, para desenhar
a figura do Menino Jesus, Portinari utiliza como
modelo Joao Candido Portinari.

Retrato de Jorge Amado – 1934


Null a grafite/papel – 38 x 28cm
Estudo para a pintura “Retrato de Jorge Amado”
Coleção Particular
Garimpo – 1941
Desenho a grafite e aquarela/papel – 46 x 44cm
Coleção Particular
Estudo não utilizado para a pintura mural “Descoberta do ouro”
Nossa Senhora – 1941 “Encontro de Nossa Senhora e Santa Izabel” – 1941
Desenho a carvão e grafite/papel – 64 x 28 cm
Coleção Particular
Estudo para a pintura mural “Encontro de Nossa Senhora e Santa Isabel”
Escravos – 1943
Desenho a carvão, grafite, guache e aquarela/papel – 12 x 21cm
Coleção Particular
Estudo para baixo relevo; não executado. Obra encomendada por Raymundo Ottoni de Castro Maya.
Espantalho – 1949
Desenho a grafite e crayon/papel – 34,8 x 27cm
Coleção Particular
Estudo para a gravura “Espantalho”

Espantalho – 1947
Desenho a crayon/papel – 34,5 x 24,5cm
Coleção Particular
Estudo para a obra “Espantalho”
Os R e t r ato s a ó l eo

P
ortinari, no âmbito da sua intensa “palestra” com o Brasil, com a história do Brasil e com as causas
sociais brasileiras, sempre foi muito procurado para pintar retratos, algo muito natural até a metade
do século vinte. Para financiar a “construção da sua obra”, o mestre se valia deles, sendo que – na
“calada” do desenho -, ele aproveitava para testar sua inspiração visando à produção de outras obras, ao
inserir, ao fundo dos retratados, elementos que surgiriam em outros trabalhos (colheitas, cavalos e casarios),
mesmo quando da oportunidade de meros ensaios “cubistas” de traço e cor.

Nesta encomenda de Artur Scatena, de tamanho inteiro, realizada em 1952, é possível perceber uma mistura
entre a melhor lição acadêmica e a mais representativa visão modernista, materializada, também, na forma
de impulsionar o pincel sobre a tela. A exposição trás também o retrato de Antonio Bento (1902–1988), um
de seus mais valorosos críticos, responsável pela obra mais importante entre todos os ensaios editoriais sobre
Portinari (Leo Christiano Editora), leitura obrigatória para os amantes da arte brasileira.

Oil Portraits

Portinari was, in the context of his intense “talk“with Brazil, with Brazilian history and social causes, always sought after to paint
portraits, something very natural until the middle of the twentieth century. In order to finance the “construction of his work”, the
master used those same portraits. In the “shadows” of his drawings, he experimented with his own inspiration to produce other
works by including distinct elements in the background, which would arise in other works (harvests, horses and houses), even if
they were mere “cubist” essays of color and trace.

In this 1952 Artur Scatena’s full portrait, it is possible to perceive a mixture between the best academic lesson and the most
representative modernist vision materialized, not to mention the artist’s peculiar way of pushing the brush onto the canvas.
The exhibition also includes the portrait of Antonio Bento (1902–1988), one of his most valuable critics and author of the most
important essay on Portinari (Leo Christiano Editora) – a must read for all Brazilian art lovers.
Retrato de Elza Rabello – 1934
Pintura a óleo/tela – 47 x 37,5cm
Coleção Particular

Retrato de Beatriz Llambi-Campbell – 1934


Pintura a óleo/papel – 49 x 39cm
Coleção Particular
sob r e a
o b r a “ caf é”

A
obra “Café” de Candido Portinari, pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes no Rio de
Janeiro, é reconhecida como sendo um ícone da cultura brasileira. Com ela o artista ganhou
a segunda menção honrosa do Carnegie Institute, em Pittsburgh, no ano de 1935, idêntica
distinção obtida por Salvador Dalí e Kokoschka. Da tela despontam, magistralmente, trabalhadores
negros colhendo e carregando sacos de café, na época, o principal produto de exportação do país.

About the artwork “Café” (Coffee)

Candido Portinari’s “Café” (Coffee), showcased permanently at the Museu Nacional de Belas Artes in Rio de Janeiro, is a well-known
Brazilian icon. The artwork granted Portinari his second honorable mention at the Carnegie Institute, in Pittsburgh, in 1935, an
award also received by Salvador Dalí and Kokoschka. Black workers masterfully emerge from the screen, picking and loading bags
of coffee, Brazil’s main export product at the time.
“Café” – 1935
Trabalhadores – 1935
Desenho a carvão /papel – 108 x 135,5cm
Coleção particular
Estudo para a pintura “Café”
Colheita de café – 1960
Desenho a grafite/papel – 11,5 x 13cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Colheita de Café”

Transporte de Café – 1960


Desenho a grafite/papel – 12 x 9,5cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Transporte de Café”
Colheita de café – 1957 Sacas de Algodão – 1938
Desenho a pastel e grafite /papel – 22,5 x 21cm Desenho a carvão/papel Kraft – 95 x 62 cm
Coleção Particular Coleção Particular
“Cena Gaúcha” – 1939

Moringa – 1939
Desenho a carvão/papel kraft – 85 x 149cm
Coleção Particular
Esboço para a pintura “Cena Gaúcha”

Pernas – 1939
Desenho a carvão/papel kraft – 54,5 x 135cm
Coleção Particular
Os despejados - 1934
Desenho a grafite sobre papel - 1934- 28 x 37 cm

Jesus consola as mulheres de Jerusalém - Passo VIII


da Via Sacra - 1945
Desenho a grafite sobre papel
Estudo para a pintura “Jesus Consola as Mulheres” -
Igreja de Sao Francisco de Assis - Pampulha, BH.
Algodão - 1938
Desenho a grafite e crayon/papel - 15 x 14 cm

Jesuíta - 1941
Desenho a nanquim, bico de pena e lapis de cor
sobre papel - 46 x 27 cm
P ort ina r i e Machado d e Ass is ,
Mach a do de Assi s e P ortinari

A
qui vemos as quatro, raríssimas, Águas-Fortes de Portinari
encartadas na primeira edição da obra “O ALIENISTA” de
Machado de Assis, produzidas entre 1945 e 1948 (100
exemplares). Do mestre do desenho ao mestre das letras, ambos
de origem humilde, formados através de envaidecidos lápis que se
afiavam no desafio da sobrevivência e da glória, algo que marcaria os
anos 40, quase, a ferro e fogo. Portinari and Machado de Assis, Machado de Assis and Portinari

A faceta ilustradora do mestre ficaria registrada na mais fiel Here we see the four – very rare, Portinari’s Águas-Fortes (Etchings) included in
representação da loucura revelada pelo escritor que entre outras the first edition “O ALIENISTA”, by Machado de Assis, produced between 1945
representações, construiu o personagem “Doutor Bacamarte” – and 1948 (100 copies). The master of drawing and the master of words – both of
como bem nos ensinou Fernanda Villas Boas -, “já caracterizado pelo humble origins, molded by vainglorious pencils sharpened amidst the tumultuous,
sobrenome para criticar a ditadura da ciência com um autoritarismo daunting survival challenges which defined the 1940s.
feroz, que revela as duas faces da sátira machadiana: a da monomania
ideológica e a da crueldade do homem contra o homem em nome de The illustrative facet of the master would be defined by the most faithful
princípios sagrados”. representation of the madness revealed by the writer who, among other
representations, created the character “Doctor Bacamarte”, as Fernanda Villas
Há relatos que apontam para um Machado de Assis impressionado Boas teaches us, “already characterized by a surname purposely chosen to criticize
ao receber as primeiras ilustrações de Portinari que, por sua vez, the dictatorship of science with a fierce authoritarianism that reveals the two
assinalavam a força de um diálogo jamais imaginado pelo escritor faces of Machado de Assis’ satire: those inherent to the ideological monomania
quando convidara o artista. and man’s cruelty against mankind in the name of sacred principles”.

Many have recounted Machado de Assis’ astonishment at the first Portinari


illustrations, which, on the other hand, defined the momentum of a dialogue that
had never been anticipated by the writer when he first invited the artist.
Homem na janela - 1946 (concluídas em 1948) Simão Bacamarte - 1946 (concluídas em 1948)
Gravura agua-forte sobre papel - 25 x 17,5 cm Gravura agua-forte sobre papel - 25 x 17,5 cm
Ilustracão para o livro “O Alienista” de Machado de Assis, Ilustracão para o livro “O Alienista” de Machado de Assis,
patrocinado por Raymundo Castro Maya. patrocinado por Raymundo Castro Maya.
Nossa Senhora com menino Jesus - 1946 (concluídas em 1948) Grupo de homens - 1946 (concluídas em 1948)
Gravura agua-forte sobre papel - 25 x 17,5 cm Gravura agua-forte sobre papel - 25 x 17,5 cm
Ilustracão para o livro “O Alienista” de Machado de Assis, Ilustracão para o livro “O Alienista” de Machado
patrocinado por Raymundo Castro Maya. de Assis, patrocinado por Raymundo Castro Maya.
Sob r e a Pampul ha

“O
s nítidos esboços a lápis, visíveis a olho nu, deixados assim pelo artista, comprovam a intenção da obra em ser um misto de desenho e
pintura, articulados na consciência do modernismo. Podemos ver ainda uma ligação simbólica entre este modo plástico expressionista e
a intenção da angústia do tema. Um é usado como reforço do outro. Portinari conseguiu adequar sabiamente, nesta obra, a expressão
plástica da forma ao conteúdo angustioso do drama representado, sem cair na banalidade. Diante disto, a grande semelhança de alguns personagens
do drama portinaresco com aqueles da obra de Picasso fica então em plano secundário. Muito mais importante é o conhecimento, por parte dele,
dos poderes expressivos do automatismo surrealista e, ao mesmo tempo, a segurança em transpor para o moderno sua admiração pelos clássicos,
principalmente os primitivos renascentistas italianos”, assim escreveu o historiador Marco Elizio de Paiva, referindo-se ao conjunto artístico, produzido
por Portinari, que guarnece a igreja da Pampulha em Belo Horizonte.

Portinari and “Pampulha”

“Sharp pencil sketches, visible to the naked eye, left that way by the artist,
prove that the purpose of the artwork is to mix drawing and painting,
articulated in modernism awareness. We can also witness a symbolic link
between this expressionist mode and the anguished intention of the theme.
One is used to support the other. Portinari was able to blend in this artwork
the plastic expression of the form and the distressing content of the drama
represented without appealing to banality. The similarities between some of
Portinari’s characters and Picasso’s are non-relevant. He aims to emphasize his
expressive knowledge on surrealist automatism and masters how to transpose
his admiration for classicism into modernism, especially some of the primitive
Italian Renaissance artists”, wrote historian Marco Elizio de Paiva, referring
to the artistic composition, created by Portinari, that graces the Pampulha
church, in Belo Horizonte.
Cabeça de São Francisco – 1944
Desenho a nanquim e aguada de nanquim/papelão – 52 x 40cm
Coleção Particular
Estudo para painel de azulejos “São Francisco de Assis”

Pé – 1944
Desenho a nanquim e aguada de nanquim/papelão – 27 x 47cm
Coleção particular
Estudo para painel de azulejos “São Francisco de Assis”
São Francisco – 1944
Desenho a grafite/papel vegetal – 17 x 42cm
Coleção Particular
Estudo para o painel de azulejos “São Francisco de Assis”
Igreja de São Francisco de Assis da Pampulha – Belo Horizonte – 1943
Bandeirantes - 1951
Desenho a grafite sobre papel - 24,5 x 79,5 cm
Estudo para a pintura mural em mosaico “Bandeirantes”
Menino Morto – 1944
Null a óleo/papel – 69,5 x 87,5cm
Coleção Particular
Estudo para painel “Criança morta” – série retirantes
“Criança Morta” – 1944
G u e r r a e Pa z

“A
Guerra e Paz são as duas grandes páginas da emocionante comunicação que o filósofo/pintor,
Candido Portinari, entrega à humanidade; mensagens puras, sem concessões retóricas ou dema-
gógicas encontráveis nas obras de artistas panfletários ou políticos. São mensagens essenciais que
liberam a imaginação de quem as recebe e o faz ingressar no universo da arte pela arte e que só pode ser
transmitida por quem faz da sua vida o meio, o instrumento, para se chegar a isso”, assim escreveu Enrico
Bianco, um dos fiéis e incansáveis colaboradores do mestre na confecção deste épico durante o ano de 1955.

“Homens e mulheres de guarda-chuva na tarde enlameada subiam a escadaria e penetravam no salão em


penumbra. Eis que uma explosão, do fundo, os cegava. Fora o tambor dos passos na madeira, nenhum outro
ruído, entretanto, se ouvia, salvo o da luz em vibração modulada, mas paroxística, oferecendo-se como espe-
táculo”, assim escreveu, emocionado, Carlos Drummond de Andrade naquele março de 1956 referindo-se ao
impacto causado nas 10 mil pessoas que foram assistir a exibição dos painéis no Teatro Municipal, por iniciativa
do presidente Juscelino Kubitschek, antes de partirem para abrigar a sede da ONU em Nova Iorque.

War and Peace

“Guerra e Paz (War and Peace) consist of two significant pages of an exhilarating connection Candido Portinari, philosopher and painter,
establishes with humanity; pure messages, free of rhetoric or demagogic concessions found in the art work of pamphleteers or political
artists. They are essential messages, able to set free their audience’s imagination and invite that same audience into the “Art for art’s sake”
universe. Only those who live their lives as the media, the resource, are truly capable of expressing that philosophy”, wrote Enrico Bianco,
one of the loyal and unwearying collaborators to the Master in 1955.

“In a muddy afternoon, men and women holding umbrellas climbed the stairs that led to a dark hall. In the background, an explosion
blinded them all. Except for the loud noise of steps cracking the wood flooring, nothing else could be heard; and the paroxysmal,
modulated lighting would provide an spectacle in itself”, as Carlos Drummond de Andrade emotionally described in March of 1956,
referring to the impact caused by an audience of ten thousand people, gathered at Teatro Municipal, eager to attend the exhibit made
possible through President Juscelino Kubitschek’s initiative. Later on, those very same paintings would grace the halls of ONU, in New York.
Painel Guerra
Painel Paz
Guerra – 1952 Paz – 1952
Desenho a grafite, crayon/papel – 57 x 40cm Desenho a grafite, crayon/papel – 58,5 x 38,5cm
Coleção Particular Coleção Particular
ONU, Guerra E Paz (Painéis) ONU, Guerra E Paz (Painéis)
Mãe com filho morto – 1955
Desenho a grafite, crayon e sanguínea/papel – 32,5 x 26cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Guerra”
Cabeça de gato – 1955
Desenho a caneta-tinteiro/papel – 25,5 x 20cm
Coleção Particular
ONU, Guerra E Paz (Painéis)

Fera – 1955
Desenho a grafite e sanguínea/papel – 27 x 20cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Guerra”
Menino Morto – 1955
Desenho a sépia, crayon e grafite/cartolina – 14,5 x 41cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Guerra”

Mãe com filho – 1955


Desenho a grafite, crayon e crayon colorido/papel – 24 x 42cm
Coleção Particular
Estudo para a pintura “Mulher Ajoelhada com Filho Morto”
A morte cavalgando – 1955
Desenho a grafite e guache/papel – 19,8 x 32,3cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Guerra”
Mãe com filho morto – 1955 Mão – 1955
Desenho a grafite/papel – 30x25cm Desenho a grafite/papel – 25 x 25cm
Coleção Particular Coleção Particular
Estudo para o painel “Guerra”
Mulher – 1955
Desenho a grafite e lápis de cor/papel – 32,5 x 15cm
Mulher e criança chorando – 1955 Coleção Particular
Desenho apastel e grafite/cartolina – 32,7 x 22,7cm Estudo para o painel “Guerra”
Coleção Particular
Estudo para o painel “Guerra”
Cabeça de mulher – 1955
Desenho a grafite/papel – 23 x 21cm
Coleção Particular

Mulher chorando – 1955


Desenho a grafite/papel – 50 x 37cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Guerra”
Preparando Enterro na Rede – 1958
Desenho a grafite e crayon/papel – 34 x 48,5cm
A Coleção Particular
Estudo para a pintura “Preparando Enterro na Rede”

Fuga para o Egito – 1955


Desenho a grafite e crayon/papel – 30 x 23,5cm
Coleção Particular
Estudo. Serviu de modelo para a figura de São José,
Baptista Portinari, pai do artista
Menino soltando pipa – 1952
Desenho a nanquim, bico de pena/cartolina
Pulando Carniça – 1951
Painel de azulejos – 30 x 30 cm
Coleção Particular
Parte do painel de azulejos “Pulando Carniça” – obra executada para decorar uma das fachadas externas do
ginásio de esportes do conjunto residencial do Pedregulho no RJ – projeto do arquiteto Afonso Eduardo Reidy.
Anchieta – 1951
Pintura a guache/cartão – 8,5 x 32cm
Coleção Particular
Maquete para a pintura mural ou painel “Brasil”; não executada
“Chegada de Dom joão VI à Bahia” – 1952 Nobre e Religioso – 1952
Desenho a grafite, lápis de cor e nanquim
bico-de-pena sobre papel – 29 x 14,5cm
Coleção Particular
Estudo para o painel “Chegada de Dom
João VI à Bahia”
Plantando bananeira – 1955
Desenho a grafite/papel – 25 x 31cm
Coleção Particular
Estudo para a pintura “Meninos com Carneiro”

Crianças brincando – 1957


Desenho a grafite/papel – 29 x 42cm
Coleção Particular
Auto retrato – 1957
Desenho a naquin e bico-de-pena/papel – 19 x 15,5cm
Coleção Particular

São João Batista – 1957


Gravura-serigrafia/papel – 23,6 x 13,5cm
Coleção Particular
Músicos – 1959
Desenho a nanquim,
bico-de-pena, e nanquim
pincel/papel
34,2 x 24,2cm
Coleção Particular
Duas índias Carajás – 1960
Desenho a grafite, nanquim bico-de-pena,
crayon, e crayon colorido/papel – 27,2 x 21,2cm
Coleção Particular
Marcel Gontrau – 1960
Desenho a grafite, caneta-tinteiro e crayon colorido/papel
25,8 x 18,5cm
Coleção Particular
Estudo para a pintura “Marcel Gontrau”

Mulher chorando - 1961


Desenho a nanquim, pincel e lapis de cor sobre
papel - 22,1 x 17,6 cm
Com dedicatoria “Para Jane e Mem, meus
queridos amigos com o abraco de Portinari 61”.
Um Port i nari co nden ad o
A
o final de 1954, com 51 anos, na flor de uma intensa relação entre
a pintura e o retrato do povo brasileiro, Portinari recebera de seu
médico, fraterno amigo, Mem de Oliveira, a terrível notícia de que A condemned Portinari
deveria abandonar o cavalete. A intoxicação provocada pelas tintas a óleo
estava recém revelada e com ela o diagnóstico que aquele envenenamento By the end of 1954, at the age of 51, in the midst of an intense relationship
poderia levá-lo a morte. O ano de 1955 raiou para o artista com a esperança between painting and the portrait of the Brazilian people, Portinari received
de que a sua arte poderia “sobreviver” sob a utilização de outros suportes. terrible news from his doctor and fraternal friend, Mem de Oliveira: he should
abandon the easel. The intoxication from oil paints had been just revealed
Estes quatro trabalhos que a exposição presenteia ao público mos- causing the kind of poisoning that could lead to his death. The year of 1955
tram a retomada da sua trajetória. Portinari, debruçado em uma dawned as hope that his art could “survive” based on the use of other media.
mesa repleta de tintas a base de água e lápis de cera, escolhe o tema
que mais dialogou com a sua alma para tentar desenhar o seu fu- This exhibition presents four of Portinari’s works that translate the
turo: Os Retirantes. Neles podemos ver a realidade do povo nor- resumption of his artistic career. Portinari, leaning over water-based paints
destino e a angustia de quem a descrevia sob novas orientações. and wax crayons, chooses the theme capable of establishing the best
dialog with his soul, in an attempt to draw his future: “Os Retirantes”. This
Subitamente, em meio a uma luz que se abria ao fim de um injusto túnel, painting depicts the reality of the Northeastern people and the anguish
chega a possibilidade de realizar o que ele sabia que poderia ser o épico of the individual describing it while trying to adapt to new guidelines.
da sua história: “Guerra e Paz”. Os painéis não eram apenas duas obras
que deveriam ser executadas a óleo, eram as de maior dimensão entre Suddenly, in the midst of a light shining bright at the end of an obscure
todas que pintara em sua vida. Foram centenas de quilogramas de tintas tunnel, Portinari realizes he can accomplish what could become the
que passaram pelos seus pinceis durante o ano de 1955. Portinari, entre a culminating point of his story: “Guerra e Paz” (War and Peace). The
dúvida da sua existência e a possibilidade de eternizar a arte brasileira no panels were not just two oils on canvas works; they represented the
colo das Nações Unidas, optou pela segunda. A causa da sua partida, em most significant pieces he had ever painted throughout his entire life.
fevereiro de 1962, estampada na certidão de óbito, não deixou dúvidas: Hundreds of kilograms of paint were used during their execution in
1955. Caught between the uncertainty surrounding his existence and
Morte por envenenamento provocado pelo cromato de chumbo. the possibility of perpetuating Brazilian art by gracing the United Nations
headquarters with his art, Portinari opted for the latter. The cause of his
passing in February 1962, stamped on the death certificate, left no doubt:

Death by lead-chromate poisoning.


Grupo Velando Morto – 1955
Desenho à lapis de cor sobre papel – 28 x 38 cm
Assinada e datada no canto inferior esquerdo “Portinari 55”
Reproduzido no catálogo Raisonné - Vol. III, pg. 481.
Menino morto – 1955
Desenho à lapis de cor sobre papel – 28 x 35 cm
Assinada e datada na metade inferior direita “Portinari 55”
Reproduzido no catálogo Raisonné - Vol. III, pg. 481.
Homem bebendo água – 1955
Desenho à lapis de cor sobre papel - 25 x 33 cm
Assinada e datada no canto inferior esquerdo “Portinari 55”
Reproduzido no catálogo Raisonné - Vol. III, pg. 481.
Homem morto – 1955
Desenho à lapis de cor sobre papel - 28 x 35 cm
Assinada e datada na metade inferior direita “Portinari 55”
Reproduzido no catálogo Raisonné - Vol. III, pg. 481.
O Port inari
q u e s a i da tel a

N
o momento em que tudo já parecia encerrado, eis que surge
um elemento mágico e intrigante em torno do grande legado de
Candido Portinari a revirar suas origens mais compulsivas, quan-
do outro artista plástico – escultor dos mais valorosos – autorizado pelo A Portinari who leaves the painting canvas
Projeto Portinari, resolve dialogar com alguns personagens sagrados que
habitavam as obras mais consagradas do grande mestre. At the very moment all seemed concluded, a magical and
intriguing element ignites Candido Portinari’s extensive legacy,
E assim Sergio Campos conseguiu algo que parecia impossível, modelar uma revealing his most compulsive origins, when another artist –
das figuras que Portinari havia criado na sua forma mais primitiva, descobrin- and most valuable sculptor, authorized by Portinari’s Project,
do um novo jeito de entender o artista, agora revelado em toda a sua circun- decides to establish a dialogue with some of the sacred
ferência. O escultor apresentou a obra tal como deveria ter sido avistada na characters who inhabit the most renowned artwork conceived
imaginação do mestre, na plenitude da sua criação. E depois surgiram outras by the great master.
e outras, e a inspiração de Portinari que já parecia interrompida, ressurgiu em
meio a um tórrido clarão de bronze That was how Sergio Campos could achieve something deemed
impossible, which was to reshape one of the characters
O projeto de produzir esculturas inspiradas em alguns personagens existentes Portinari had created in his most primitive inspiration as a way
na sua obra fazia parte dos planos de Portinari naquele início dos anos 60, to further investigate his persona. The sculptor introduced
um ideal interrompido com o seu desaparecimento prematuro aos 59 anos his art the same way it should be conceived by the master’s
de idade. Passados Cinquenta anos é possível apreciar, em primeira mão, a imagination. Many others followed, and Portinari’s inspiration
realização deste sonho. came alive amid a torrid glow of bronze.

The project that included the creation of sculptures inspired


by some existing characters was one of Portinari’s plans in the
early 60’s, an idea sadly interrupted by his premature death at
the age of 59. Fifty years later, we can witness firsthand the
realization of his dream.
Sergio Campos

Coleção Particular
Cabeça de São Francisco
Escultura em Bronze – 61 cm x 46 cm
Sergio Campos
Cabeça de São Francisco
Escultura em Bronze – 61 x 46 cm

Escultura de Sérgio Campos da série D’Aprés Portinari, inspirada em personagens


de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.
Sergio Campos

Coleção Particular
Menina Chorando
Escultura em Bronze – 102 x 46 x 30 cm

Personagem inspirado na obra “Menina Chorando”

Escultura de Sérgio Campos da série D’Aprés Portinari, inspirada em personagens


de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.
Escultura de Sérgio Campos da série D’Aprés Portinari, inspirada em personagens
de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.
Sergio Campos Sergio Campos
Menina com Sombrinha Menina Sentada
Escultura em Bronze – 88 x 54 x 35 cm Escultura em Bronze – 56 x 42 x 36 cm
Coleção Particular Coleção Particular
Sergio Campos

Coleção particular
Menino do Tabuleiro - 1947
Escultura em Bronze – 97 x 56 x 28 cm

Personagem inspirado na obra “Menino do Tabuleiro”

Escultura de Sérgio Campos da série D’Aprés Portinari, inspirada em personagens


de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.
Sergio Campos
Pequeno Flautista
Escultura de bronze – 95 x 68 x 40 cm
Coleção Particular

Escultura de Sérgio Campos da série D’Aprés Portinari, inspirada em personagens


de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.
Sergio Campos
Menina com Tranças - 1955
Escultura em Bronze Tamanho - 96 x 34 x 21 cm
Coleção Particular
Personagem inspirado no desenho
“Menina com Tranças e Laços”
Escultura de Sérgio Campos da série D’Aprés Portinari, inspirada em personagens
de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.
Sergio Campos
Menino com Carneiro no Colo - 1954
Escultura em Bronze – 113 x 62 x 30cm
Coleção Particular
Personagem inspirado na obra “Menino
com Carneiro e Cavalo”
Sergio Campos
Carneirinho
Escultura em Bronze – 60 x 30 x 29cm
Coleção Particular

Escultura de Sérgio Campos da série D’Aprés Portinari, inspirada em personagens


de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.
Sergio Campos
Colona Sentada - 1935
Escultura em Bronze – 85 x 70 x 58cm
Coleção Particular
Personagem inspirada na obra “Café”
Sergio Campos
Cabeça de São Francisco
Escultura em Bronze – 60 x 47 cm
Sergio Campos
Menino Plantando Bananeira - 1940
Escultura em Bronze – 70 x 60 x 35 cm
Coleção Particular
Personagem inspirado na obra “Menino Plantando Bananeira”

Escultura de Sérgio Campos da série D’Aprés Portinari, inspirada em personagens


de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.
Sergio Campos Sergio Campos
Menino soltando pipa Súplica
Altura o conjunto Menino + Pipa - 116 cm 175 x 120 x 90 cm
Altura do Menino - 70 cm
Sergio Campos
Mãe
Escultura em Bronze - 97 x 84 x 60 cm
Idealização e Curadoria Cenografia e Design de Luz Coordenação Administrativa
Exhibition Concept and Curation Set Design and Lighting Administrative Coordination
Luiz Fernando Dannemann Adriana Milhomem – Luz em Formas Patrícia Ferreira

Distribuição gratuita – Venda proibida


Coordenação Geral Fotografia Realização
Exhibition Coordination Photography Produced by
Victoria Dannemann Mario Grisolli Dannemann Entretenimento

Produção Design Gráfico


Production Graphic Design
Luiz Prado Redson Pereira

Direito de reprodução gentilmente cedido por João Candido Portinari.

As esculturas de Sérgio Campos fazem parte da série D’Aprés Portinari, inspirada em


personagens de quadros do pintor Candido Portinari, autorizadas por João Candido Portinari.

Reproduction right kindly provided by João Candido Portinari.

The sculptures of Sérgio Campos are part of the D’Aprés Portinari series, inspired by characters
from works by the painter Candido Portinari, authorized by João Candido Portinari.

Alvará de Funcionamento da CAIXA Cultural RJ: nº 983616, de 19/05/1992, sem vencimento.

CAIXA Cultural Rio de Janeiro


Rua Almirante Barroso, 25, Centro (Próximo à estação Carioca do Metrô)
Tel: (21) 3980-3815
Classificação livre (All ages admitted)

Recicle. Preserve o Meio Ambiente


Recycle . Preserve the Environment

R e a li za ç ã o Patroc í n i o
Realization Sponsorship

Acesse caixacultural.gov.br
Curta facebook.com/CaixaCulturalRiodeJaneiro
Baixe o Aplicativo CAIXA Cultural

PREFIRA O TRANSPORTE PÚBLICO.

Você também pode gostar