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GUIA DE ESTUDO

Direito Educacional

UNIDADE II
DIREITO EDUCACIONAL
UNIDADE II

Palavras do Professor

Olá!
Quem bom que continuamos juntos nessa caminhada. Já estamos avançando para metade da nossa
disciplina!
De início, acredito que seja importante relembramos alguns aspectos vistos na unidade anterior.
Vimos que Direito Educacional é o ramo do direito voltado ao estudo das normas que regulamentam as
relações de ensino e aprendizagem. Naquela ocasião, tivemos a oportunidade de conceituarmos direito e
educação com definições abertas e dinâmicas, de modo que não estaremos NUNCA diante de concepções
esgotáveis, o que é muito bom!
Bom, porque nos permite sempre acrescer novos elementos compassados com nossa realidade social. Só
a título de curiosidade, desde que a LDB foi sancionada, seu texto já passou por mais de 24 alterações.
Em seguida, passamos ao estudo da Constituição Federal, abordando os aspectos relacionados à educação,
cultura e desporto para, por fim, avançarmos sobre as normas infraconstitucionais (lembra-se da pirâmide
de Kelsen? Se não lembra, releia o guia da primeira unidade), dando destaque para a Lei de Diretrizes e
Base da Educação Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente, Plano Nacional de Educação e outros
diplomas normativos de suma relevância para nossa prática profissional.
Nessa unidade, já mais maduros, podemos passar ao estudo dos níveis e modalidades de educação. Como
falei ao término da unidade anterior, esse assunto é muito interessante, porque houve muita mudança de
nomenclatura dos ciclos acadêmicos, resultado da mudança do nosso paradigma educacional.
Nosso trabalho estará dividido em três assuntos:
1. Os níveis de ensino;
2. As modalidades de ensino;
3. A educação profissional.

Vamos começar!

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OS NÍVEIS DE ENSINO
Como vimos nos artigos 205 e 206 da Constituição Federal, a educação tem como objetivo dar condições
ao cidadão para o seu desenvolvimento pessoal e profissional, preparando-o para o exercício da cidadania.
E qual seria a base da nossa educação?
De início, importante destacar que o Brasil ainda não possui um sistema educacional, já que, para
existência de um sistema educacional fazem-se necessárias, pelo menos, três condições:
1. Conhecimento da realidade e das dificuldades de cada região;
2. Verificação da estrutura e dos recursos disponíveis para o desenvolvimento educacional (análise
das tecnologias, formação docente);
3. Conhecimento teórico sobre educação (qual a produção acadêmica do Brasil sobre o assunto?).
O fato é que ainda não conseguimos integrar todas essas informações para elaboração do referido sistema.
O que fizemos, desde a república, foi construir uma estrutura educacional, já que nos concentramos mais
na elaboração de normas do que na uniformização do que se é trabalhado em sala de aula. No Brasil, é
comum observamos divergências gritantes entre as práticas educacionais, em razão da falta de coerência
interna e externa na educação, segundo afirma o Professor Demerval Saviani.
Para o professor, falta à educação brasileira uma coerência que unifique a prática de sala de aula, no
ensejo de passarmos a ter um sistema educacional no país.

Leitura complementar
Sugiro a leitura do livro do Professor Dermeval Saviani (Educação brasileira: estrutura
e sistema, da Editora Saraiva). Acesse o link.
Feita a crítica, cujo embasamento você pode encontrar no livro acima, importa salientarmos que os
princípios que regem o ensino decorrem de uma prática colaborativa entre União, Estados e Municípios.
§ No âmbito federal, através do MEC e Conselho Nacional de Educação;
§ No âmbito estadual, através das Secretarias de Educação, Conselhos Estaduais de Educação e
Delegacias Regionais de Educação;
§ No âmbito municipal, temos a secretaria municipal de educação e o conselho municipal de
educação, conforme se vê abaixo pela leitura do art. 3º, da LDB.

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Acesse a lei completa no link.
Superada essa questão, vamos então entender como está organizada a educação no Brasil. Devemos
considerar que essa organização está sistematiza em níveis e modalidades de educação.
Com relação aos NÍVEIS, o art. 21 da LDB estabelece a existência de dois:
1. Educação escolar, composta pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
2. Educação superior
Já em se tratando das MODALIDADES de educação, elas são assim consideradas porque podem ser
executadas nos diversos níveis citados anteriormente. É o caso, por exemplo, da Educação à distância que
é verificada no ensino médio e superior.

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IMPORTANTE
Este é o momento de você proceder à leitura da tabela I, da folha 37 do nosso material.
Nele, você vai encontrar a articulação dos níveis e das modalidades de ensino.

Vamos começar a entender um pouco sobre os níveis de educação no Brasil:

Educação Básica
De acordo com o art. 22 da LDB, a educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-
lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores.
Nos artigos subsequentes, o legislador dedicou-se a disciplinar o funcionamento da educação básica,
desde o calendário escolar, carga horária, notas, faltas, transferências, verificação de aprendizado.
Na LDB, a concepção de educação básica abrange desde os primeiros meses de idade da criança até o
fim da adolescência. A ideia do legislador foi a de incentivar a maior permanência dos alunos na escola
que, se de boa qualidade, pode redundar em grande aprendizado para os alunos, incrementar os níveis de
socialização e reduzir os índices de criminalidade.
Na nova LDB, a educação infantil (0 a 5 anos) passou a integrar a educação básica, diferentemente do
modelo anterior, quando era vista como uma pré-escola.
Veja como ficou organizado o normativo:
Art. 29.  A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013).
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.  (Redação dada pela Lei nº 12.796,
de 2013).
A creche, nesse cenário, tem objetivos muito claros:
1. Incentivar o desenvolvimento da autonomia das crianças;
2. Elaborar a identidade da criança;
3. Estimular o aprendizado.
Mas por que a educação infantil foi incluída na educação básica?
Essa inclusão deveu-se ao reconhecimento de que a relação de ensino-aprendizagem nos primeiros
anos de vida é essencial para o desenvolvimento das capacidades intelectuais das crianças. O intuito
do legislador foi o de modificar a cultura de que a pré-escola era um espaço de cuidados sem intenção
pedagógica alguma.
O ensino nas creches e pré-escolas é voltado para o estímulo da aprendizagem que se constituirá numa
bagagem fundamental para os níveis futuros das experiências em educação. Essa noção permeia toda a
LDB, tanto que a organização do ensino possui uma teleologia (finalidade) que é percebida desde o início
até o fim da vida acadêmica.

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O art. 11 da Lei prevê que é encargo do município cuidar da educação infantil, cujo tema
foi mais bem desenvolvido com a promulgação da Lei 12.796/13. Para mais informações
acesse o link.
Com relação ao ensino fundamental, de início, destacamos que ele se inicia quando do aluno completa seis
anos ou, se incompletos, vier a completar tal idade até 31 de março. Para completar o ensino fundamental
o aluno precisa frequentar a escola por 9 anos.
Na primeira etapa do ensino fundamental, o aluno deve vivenciar seu aprendizado de forma lúdica (através
do sistema de ciclos ou seriado – para maiores informações leia a página 43 do nosso livro texto), de
modo que possa ser inserido na “descoberta do mundo”.
As diretrizes curriculares nacionais estabelecem o que deve ser ensinado nessa fase:
ü Alfabetização e letramento;
ü Desenvolvimento das formas de expressão, a partir da inclusão de novas matérias;
ü Continuidade da aprendizagem;
ü Avaliação que se baseia em observação, acompanhamento e registros.

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Esse assunto deve ser explorado com maior cuidado através da leitura das Diretrizes
Curriculares Nacional. Acesse o link, saiba mais sobre o assunto e, em seguida, retorne
a leitura deste guia.
Como é sabido o ensino fundamental é responsável pela formação básica do aluno e tais diretrizes estarão
previstas na LDB, veja-se:
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública,
iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação
dada pela Lei nº 11.274, de 2006).
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura,
da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores
em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e
habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca
em que se assenta a vida social.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino fundamental
o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem,
observadas as normas do respectivo sistema de ensino.
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades
indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

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§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da
aprendizagem ou em situações emergenciais.
§ 5o  O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das
crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a  Lei no  8.069, de 13 de julho de 1990, que institui
o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático
adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007).
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal nos currículos do ensino
fundamental. (Incluído pela Lei nº 12.472, de 2011).

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Acesse a íntegra da lei no link.

Um aspecto interessante da LDB é a inclusão do ensino religioso no ensino fundamental, cuja oferta é
obrigatória, mas a matrícula é facultativa.

A idéia nesse aspecto não é a de ensinar uma religião, mas a de fazer o aluno despertar para uma
eventual vivência religiosa.

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Para elucidar esse tema que trouxe muito polêmica, na época de sua concepção, sugiro
que você leia o artigo no link.

Sei que nesse momento, você pode estar um pouco cansado, mas não é a hora de desistir! Vamos
continuar estudando a nossa disciplina, porque, certamente, ao final da unidade, nosso esforço terá sido
válido. Então, para concluirmos o estudo sobre a educação básica, precisamos nos debruçar sobre a parte
da LDB que dispõe sobre o ensino médio.
Com relação ao ensino médio, última etapa da educação básica, a idade dos alunos que a integram deve
ser compreendida entre 15 e 17 anos, tendo duração mínima de três anos, com pelo menos 200 dias
letivos.

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Peço a leitura da parte da LDB que trata sobre o assunto, acessando este link.
A LDB estabelece que a obrigatoriedade do governo federal, com relação ao ensino médio, concerne
apenas à universalização do acesso, enquanto os Estados são os responsáveis pelo ensino médio, através
de políticas públicas estaduais.
Apesar de a LDB ter inserido no ensino médio como uma das pedras angulares da educação básica, cujas
principais tarefas são a de consolidar o aprendizado do ensino fundamental e preparar o aluno para a
continuidade dos estudos, o fato é que estamos muito longe de ter seu acesso universalizado.
É bom destacar que a história do ensino médio no nosso país esteve, durante muito tempo, vinculada à
organização da nossa estrutura socioeconômica.

???
Você sabia?
Antes de o ensino médio ser assim chamado, o que não faz muito tempo, falava-se
sobre ensino secundário.Esse ensino secundário preparava as classes sociais de duas
formas: a mais abastada para o acesso à universidade e as menos favorecidas para o
acesso ao mundo do trabalho menos qualificado.

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Com a nova LDB, a pretensão do legislador foi a de mudar essa realidade social. Porém, em que pese o
esforço normativo, apenas 58% dos jovens que chegam ao ensino médio o concluem. Tais dados ficam
mais críticos, quando se trata de jovens de baixa renda, dos quais somente 30% chegam a finalizá-lo.

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Tais dados podem ser encontrados no artigo publicado no site do BID: “Brasil ou
Colômbia. Quem ganharia o mundial de educação”, cuja leitura é de reflexão obrigatória.
Acesse o link.
Mas, por que essa evasão?
Segundo a pesquisa acima, a razão maior para evasão desses jovens da educação básica consiste na
ausência de acompanhamento individualizado, bem como ao baixo nível de renda, tanto que os maiores
índices de evasão estão localizados nas zonas rurais e periferias dos centros urbanos.
Um dos pontos mais interessantes da nova LDB, no que diz respeito ao ensino médio, é a obrigatoriedade
da organização curricular a partir de áreas do conhecimento e não de disciplinas, devendo ser considerado
no currículo uma parte geral e outra diversificada, que considera as peculiaridades regionalizadas.

Guarde essa ideia!


Por fim, vale lembrar que a LDB é mais indicativa do que prescritiva e que o compromisso
é do educador (nosso), de modo que se estivermos comprometidos, teremos êxito na
nossa atividade profissional e nos tornaremos agentes de mudança.

Veja o vídeo!
Assista a entrevista, neste link, para entender melhor no que consiste um ensino
médio de qualidade. O vídeo tem a duração de 26 minutos e 36 segundos.

Ufa! Para quem pensava que não íamos terminar a exploração do tema sobre educação básica, chegamos
ao fim! Tenho certeza de que, agora, nos atualizamos sobre os parâmetros normativos que regulamentam
a educação básica, mas, principalmente, de que adquirimos condição de realizar uma reflexão crítica
sobre o modelo educacional adotado no nosso país.
Por tudo que foi debatido até agora, sinto que você está preparado para darmos um passo adiante no
nosso conteúdo. Vamos, então, passar à análise do ensino superior, que integra a segunda fase da nossa
educação.

Ensino Superior
O acesso ao ensino superior, de acordo com a LDB, demanda a conclusão do ensino médio e, no âmbito
da legislação em questão, a última etapa da educação no Brasil é regulada pela União, conforme dispõe
o art. 16 do instrumento normativo acima citado.
A regulação do ensino superior está prevista entre os artigos 43 e 57, tendo como finalidades básicas:
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais
e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e

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da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e
do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da
humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual
sistematizadora do conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais,
prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e
benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição;
VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e
a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades
de extensão que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº 13.174, de 2015).
A lei também nos esclarece a abrangência do ensino superior. É comum nós pensarmos que o ensino
superior se limitar à graduação, mas esse pensamento está equivocado. Vamos olhar o quadro comparativo
do nosso livro texto (pág. 47), em que observamos a existência de cursos de graduação, pós-graduação
(mestrado, doutorado e especialização – lato senso), sequenciais por campo do saber e de extensão.
Com relação aos cursos sequenciais, temos que esclarecer que não se trata de cursos de graduação, mas
de disciplinas voltadas a campos específicos do saber, em que o aluno recebe um diploma, mas que não
se constitui em graduação.
Como se cria um curso de graduação?
A própria lei nos responde como se dá esse processo. No caso, é preciso uma autorização do Ministério
da Educação, mediante avaliação de diversos requisitos. O curso autorizado a funcionar será reavaliado
periodicamente, inclusive, para fins de reconhecimento.

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Para que você possa entender melhor o tema, acesse o conteúdo constante do site do
MEC.
A grande polêmica que surge na contemporaneidade, decorrente da ampliação do ensino privado no
Brasil, é a qualidade do ensino prestado. O fato é que, ao passo que inúmeras IES são criadas, anualmente,
outras são descredenciadas, causando prejuízo ao seu corpo discente.

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Para melhor compreensão sobre a temática, sugiro a leitura do artigo do portal G1,
cumulada com o art. 46 da LDB.

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DAS MODALIDADES DE ENSINO
Educação Especial

Antes de começarmos o nosso debate sobre educação especial que, para mim, é um dos mais ricos que
consta do nosso programa, sugiro que você assista aos dois vídeos sugeridos abaixo.

Veja os vídeos!
No primeiro temos o vídeo produzido pelo MEC sobre a temática e as experiências em
educação especial, enquanto, no segundo vídeo, temos a experiência com educação
especial no Estado de Santa Catarina, clique aqui.
Nos dois vídeos, vemos vivências distintas sobre a temática, o que nos permite perceber que, apesar dos
avanços normativos, ainda precisamos aprimorar nossa prática inclusiva, na nossa relação pedagógica
com o aluno com necessidade especial.
Quem são os estudantes com necessidades especiais? São eles:
§ Estudante com deficiência física;
§ Estudante superdotado;
§ Estudante filho de pais alcoolistas;
§ Estudante subnutrido;
§ Estudante com déficit de aprendizagem;
§ Estudante de grupos minoritários.
O Brasil é um país comprometido com a democratização do ensino. Por essa razão, a prática inclusiva é
fundamental. O enfoque dessa modalidade educacional é a pessoa com necessidades especiais, tendo
como bases legais, tanto a Conferência da Educação (1988), Declaração de Jomtien (1990) e, por fim, a
Declaração de Salamanca (1994).

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Para saber mais sobre a Declaração de Salamanca, acesse o link.
A Declaração de Salamanca persevera equalizar o tratamento social dado aos alunos com deficiência e
limitações de aprendizagem. De acordo com a LDB, os alunos com deficiência devem ser inseridos nas
escolas regulares de forma preferencial.
Mas como fazer essa inserção se as escolas regulares têm limitações?
Neste momento, você deve estar se perguntando como isso é possível, se em escolas especiais existem
limitações, a exemplo da experiência mostrada no segundo vídeo, cujo link seguiu acima.
Se no caso da escola especial mostrada no documentário existem tantas dificuldades como as relatadas,
de que forma as escolas regulares devem atuar?
Primeiro de tudo, temos que ter em mente que estamos diante de um processo complexo e encadeado,
em que deve existir o diálogo entre professores, alunos, família e comunidade para a integração do grupo
ao aluno, e não do aluno ao grupo, tão somente.
E a esse aluno deve ser dedicada atenção especial?
Sim. Existem diversas formas de prática pedagógicas voltadas à integração da pessoa com necessidade
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especial. Podemos destacar, por exemplo:
ü Sala de recurso, voltada para complementar ou suplementar o conteúdo estudado em sala de
aula;
ü Sala normal, com ou sem acompanhamento;
ü Sala hospital, quando o aluno está sem condições de se deslocar até a escola;
ü Educação itinerante, voltada para os alunos que residem em locais distantes.
Por fim, para que a educação especial se efetive, é preciso:
1. Promoção da estrutura adequada;
2. Diálogo entre professores e alunos;
3. Eliminação de preconceito;
4. Desenvolvimento integral do aluno;
5. Agregar comunidade e família.

Educação a distância
Quem nunca sonhou em estudar sem sair de casa? Agora então, com os avanços tecnológicos, mais
do que nunca a educação a distância tornou-se um instrumento importante para as relações de ensino
aprendizagem.
A utilização da internet em larga escala, bem como o acesso aos bens de consumo (celulares, computadores,
tablets) fez com que, nos últimos anos, ocorresse a ampliação dessa modalidade de ensino.
Fato é que, à medida que a tecnologia avança, reduz-se a distância.
Mas em que consiste a educação à distância?
Em regra, a educação à distância, concebida como alternativa pedagógica das relações de ensino e
aprendizagem desde a década de 70 tem em comum o fato de professor e aluno estarem separados por
uma distância física (aluno e professor em locais separados) ou temporal (professor e aluno interagindo
em diferentes momentos), utilizando-se de recursos de tecnologia e comunicação.
Por explorar técnicas de ensino-aprendizagem diversificadas, a EAD, como é chamada, é um elemento
importante na democratização do ensino, porque permite levar a todos os lugares do país a educação.
Assim, além de minimizar as diferenças nos níveis de conhecimento trabalhados em cada região do país,
abre-se o acesso a uma educação de qualidade o que, durante muito tempo, esteve concentrado nos
centros urbanos.

Veja o vídeo!
Para melhorarmos nossa compreensão sobre a temática, sugiro que assista ao debate
do programa “ponto de vista”, neste link, e em seguida retorne a leitura deste guia.

Como se vê no vídeo, a educação a distância é uma ruptura de paradigma, com a necessária mudança de
cultura do professor e do aluno acerca da prática pedagógica.
Mas que mudanças são essas? Quais as diferenças entre ensino presencial e a distância?
Acredito que você próprio, aluno de EAD, já posse a essa altura pontuar algumas diferenças:

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ü Flexibilidade do momento da aprendizagem do aluno na EAD;
ü Desenvolvimento de maior autonomia do discente;
ü Redução da interação pessoal entre professor e aluno;
ü Maior utilização de recursos didáticos mediatizadas pelas tecnologias que assumem papel de
destaque e outros (interatividade);
ü Distância física ou temporal entre aluno e professor;
ü Redução de custo.
Apesar das diferenças listadas, é importante destacar que o objetivo dessa modalidade educacional é
equivalente ao do ensino presencial, variando as concepções pedagógicas de ensino, aprendizagem,
avaliação, currículos e vários outros componentes.
Logo, o conteúdo será o mesmo! O nível de dificuldade deve ser o mesmo!
Para saber mais
A previsão da EAD encontra-se no art. 80 da LDB, tendo sua prática sido regulamentada
pelo 5.622 de 2005. Para saber mais, acesse o link.

IMPORTANTE
Para verificar o crescimento da educação à distância nos últimos anos, sugiro que você
leia as tabelas constantes do seu livro texto, nas páginas 56 e 57.
E quais são os modelos existentes na EAD?
O modelo é definido pela forma como se dão as interações de ensino e aprendizagem como você poderá
verificar pela tabela que consta do nosso livro texto (pág. 55).

Veja o vídeo!
Por fim, lembrei demais de você, quando vi esse vídeo! Espero que goste dos
argumentos de Cícero em defesa da EAD, apesar de eu ter considerado o vídeo um
tanto “machista”.

Educação de Jovens e Adultos


Vamos começa assistindo ao vídeo que segue cujo conteúdo demarca os principais momentos normativos,
bem como seus objetivos:

Veja o vídeo!
Este vídeo trata da história da Eja no Brasil, e tem a duração de 5 minutos e 26
segundos.
A educação de jovens e adultos, de acordo os arts. 37 e 38 da LDB, em geral, está voltada para jovens e
adultos que não tiveram acesso ao ensino fundamental e médio na época “correta”.
Essa modalidade de ensino tem como principal fundamento proceder a uma reparação social, buscando
promover o desenvolvimento da autonomia do cidadão. É bom termos em mente que essa modalidade de
ensino não guarda relação com a educação regular, devendo o professor sempre estar atento ao tipo de
público a que está assistindo.

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Leitura complementa
O artigo contido neste link, precisa ser lido para complementar o material do nosso
livro texto. Não se limite à leitura da LDB! Persista.

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
No âmbito da educação profissional, os cursos podem ser classificados nos seguintes tipos:
1. Cursos básico, livres: são cursos que não exigem requisitos, sendo qualificados de formação
inicial, continuada e de qualificação profissional. É o caso dos cursos de qualificação oferecidos
no âmbito do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego.

Veja o vídeo!
Vamos assistir este vídeo, que mostra algumas experiências positivas do PRONATEC.
A duração é de 6 minutos e 14 segundos.

Por outro lado, precisamos ter um posicionamento crítico sobre o programa, afinal, os cursos oferecidos
são importantes para integração dos cidadãos ao mercado de trabalho, mas é importante não esquecermos
de que é imprescindível cursar a educação básica, já que, dificilmente, uma pessoa sem formação básica
terá êxito na sua inserção no mercado de trabalho.
2. Cursos técnicos para ensino médio: para fazer esse curso é necessário que o aluno conclua o
ensino fundamental;
3. Cursos tecnológicos de graduação e pós-graduação: são cursos de duração reduzida, em que o
aluno se tornará um tecnólogo;
4. Cursos especiais: oferecido pelo sistema S (SENAC, SENAC, SESI);
5. Educação tecnológica para o ensino médio: essa educação pode ser oferecida de forma
articulada (o aluno cursa as disciplinas do ensino médio ao mesmo tempo em que estuda as
disciplinas do ensino profissionalizante, podendo ser integrada – realiza-se uma única matrícula
- ou concomitante – realiza-se duas matrículas, uma do ensino médio e outra do ensino
profissionalizante) ou de forma subsequente (aqui, o aluno finaliza o ensino médio e, em seguida
realiza o curso profissional).

Leitura complementar
Para concluirmos, essa modalidade de ensino, vamos ler o artigo das professoras
Maria Auxiliadora Monteiro e Isabel Campos Araújo Pádua, em que elas nos trazem a
experiência em educação profissional no Cefet de Minas Gerais:

6. Educação indígena

Com relação a esse conteúdo, eu sugiro, desde logo, que assistamos ao vídeo a seguir, em que visualizamos
uma reflexão muito contributiva da professora Shirley Miranda, no qual a mesma destaca o contexto da
educação escolar indígena, destacando a relação entre o Estado e os povos indígenas, bem como os
valores culturais de cada comunidade.

Veja o vídeo!
Veja este vídeo do Portal da Educação Brasileira e saiba mais sobre Educação Indígena.
O vídeo tem a duração de 15 minutos e 52 segundos.

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NORMATIZAÇÃO DO CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Por fim, vamos estudar um pouco sobre currículo na educação básica.
A LDB regulamenta o currículo escolar, salientando que ele será definido pelos órgãos do sistema de
ensino que o devem definir, mas realça que cada instituição de ensino tem autonomia e liberdade para
construir seu projeto político pedagógico (ver artigos 206, II; 205 e 210, ambos da LDB).
Porém, o fato de a escola ser elemento atuante na consolidação do currículo, é preciso que sejam
observados os requisitos mínimos exigidos por lei.
E quem nos irá dizer quais são os requisitos mínimos é a própria LDB, em seu art. 26. Muito ilustrativa a
tabela que consta do nosso material na página 60, em que a autora demonstra de forma muito clara o que
se faz necessário.
Pela leitura, observamos que o currículo deve ser composto de duas partes:
1. Comum
2. Diversificada
De fato, a norma legal é muito rica e, como nossa constituição, se a legislação fosse observada, a educação
no Brasil teria outra faceta. Isso porque, no cotidiano, o que vemos é a atenção mínima de muitas escolas
ao indivíduo integral.

IMPORTANTE
Por fim, veja as tabelas do nosso material de páginas 61 e 62, em que temos outros
normativos que devem ser orientadores da prática pedagógica.

Veja o vídeo!
Vamos assistir a um debate sobre currículo escolar? Veja este vídeo de 48m57s e
retorne a este guia em seguida.

Palavras do Professor

Chegamos ao fim da nossa segunda unidade e, com ela, chegamos à metade do nosso curso. Essa foi uma
unidade extensa e, por estamos tratando de normas, é comum que fiquemos um pouco assustados sobre
como trabalharemos com ela no nosso cotidiano.
Sugiro que você esteja sempre com elas disponíveis para consulta, porque elas nos permitem responder
perguntas recorrentes da nossa prática pedagógica.
Lembrem-se de que tudo que é novo nos assusta um pouco, porém precisamos ser generosos no processo
de ensino e aprendizagem.
Na nossa próxima unidade vamos estudar a gestão educacional, destacando o modelo adotado por nossa
legislação; em seguida, passaremos à análise da gestão democrática na Constituição Federal de 1988 e
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN); por fim, analisaremos a temática relacionada
à estrutura e funcionamento da educação, no ensejo de compreendermos as matizes que integram a vida
de uma instituição de ensino.
Não se esqueça de realizar a atividade proposta no ambiente.
Bons estudos e sucesso!

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