Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sonho
/Analítico/
Sonho
/Analítico/
Estudantes:
Domingas David Fazenda Trabalho de carácter avaliativo a ser
Florentino Ezequiel Dionísio apresentado no Instituto Superior Mutasa
do curso de Licenciatura em Psicologia
Clinica 2° Ano II° Semestre de 2021,
Disciplina de Psicofisiologia sob
orientação. drª Suzana Gabriel
Índice
Pág.
Capitulo-I ................................................................................................................................. 1
1.0.Introdução ............................................................................................................................ 1
Capitulo-II ................................................................................................................................ 3
2.6.1.Redutora............................................................................................................................ 9
2.6.2.Prospectiva........................................................................................................................ 9
Capitulo-III ............................................................................................................................ 12
1.0.Introdução
A psicologia dos sonhos é uma área fundamental dentro da psicologia do inconsciente. Dessa
forma, compreender os sonhos e o seu papel na psique é fundamental para todo aquele que se
interessa pelo inconsciente, seja por motivos profissionais ou por motivos pessoais, como
autoconhecimento. O que chamamos de ―psicologia dos sonhos‖ se refere ao estudo ou a
ocupação científica com os sonhos, contudo, não podemos perder de vista que em todos os
tempos os humanos sempre se ocuparam dos sonhos, compreendendo neles a possibilidade
de descobrir a vontade dos deuses ou mesmo para compreender e tratar doenças.
A concepção de Freud acerca dos sonhos estava intimamente relacionado com sua teoria
sexual. De tal forma que, para Jung, se tornava impossível sustentar o método freudiano de
interpretação dos sonhos. Assim, concepção acerca dos sonhos começou a se configurar com
a após a ruptura com a psicanálise. Segundo Jung,
1
1.0. Objectivo
1.3 Metodologia
2
Capitulo-II
(JUNG, 2011, p. 16). ―O sonho é uma parcela da actividade psíquica involuntária, que
possui, precisamente, suficiente consciência para ser reproduzida no estado de vigília. Entre
as manifestações psíquicas são talvez os sonhos aquelas que mais nos oferecem dados
―irracionais‖.
Para Jung, diferentemente de Freud, o sonho é o que é, sem disfarces. O sonho possui um
significado intrínseco próprio.
Ele é uma força orientadora o ego. Para a compreensão dos sonhos, é necessário que
entender sua origem e que ele possui uma natureza distinta dos produtos da consciência, Jung
(2009):
―A razão para a posição excepcional do sonho está na sua maneira especial de se originar:
o sonho não é o resultado, como os outros conteúdos da consciência, de uma continuidade
claramente discernível, lógica e emocional da experiência, mas o resíduo de uma atividade
que se exerce durante o sono. Esta maneira de se originar é suficiente, em si mesma, para
isolar o sonho dos demais conteúdos da consciência, e este isolamento é acrescido pelo
conteúdo próprio do sonho, que contrasta marcantemente com o pensamento consciente.‖
3
Freud possuía uma concepção causal dos sonhos, em que parte de um desejo, de uma
aspiração recalcada, se expressa no sonho. Esse desejo é sempre algo de relativamente
simples e elementar, mas pode se dissimular sob múltiplos disfarces.
A abordagem causal parte dos elementos do sonho e, através de uma série de associações que
estes despertem vai, de elo em elo, até chegar a um desejo reprimido no inconsciente.
Isso não está errado, no entanto, limita a interpretação dos sonhos e o próprio inconsciente a
apenas complexos recalcados.
Jung também via os sonhos com uma finalidade, onde cada imagem onírica possui o seu
valor próprio. E isso traz uma diversidade de expressões simbólicas.
Para Jung, então, a conjugação dos dois pontos de vista: causal e finalista — que ainda não
foram desenvolvidos de maneira cientificamente satisfatória, em virtude de enormes
dificuldades tanto teóricas como práticas — nos pode levar a uma compreensão mais
completa da natureza do sonho (Jung, 2009).
Além disso, os sonhos falam a linguagem do inconsciente, ou seja, utiliza uma linguagem
simbólica, o que torna difícil para a consciência, com sua linguagem linear, interpretá-los
sem ajuda.
Os sonhos carecem de lógica, tem uma moral duvidosa às vezes, apresenta alguns absurdos e
conta-sensos, por essa razão ainda é desprezado pelo homem moderno pautado na lógica.
Segundo Jung, os personagens que surgem no sonho, as situações representadas, referem-se
de fato à realidade objetiva. Isso acontece geralmente quando as pessoas com as quais se
sonha são conhecidos: sejam íntimos ou que desempenham papel atual na vida do sonhador.
Mas se os figurantes do sonho são desconhecidos, ou mesmo quando conhecidos, mas que
não mantém estreitas relações, no presente com o sonhador, então adquirem significação
peculiar: representam fatores autônomos da própria psique do sonhador, como sombra, anima
e animus (Silveira, 1981).
4
Com a descoberta do inconsciente coletivo e dos arquétipos, Carl Jung percebeu que os
sonhos podem trazer muito material mitológico. Como diz Joseph Campbell em O Poder do
Mito: os mitos são sonhos públicos; os sonhos são mitos privados.
Em seus ―seminários sobre sonhos de crianças‖, Jung propõe alguns fatores que podem
causar sonhos, esses fatores não são exclusivos ou definitivos, mas, nos permitem ampliar,
avaliar e direcionar nossos questionamentos acerca do sonho. Assim, segundo Jung, os
sonhos podem ter sua origem relacionados a:
Fontes somáticas:
Acontecimentos psíquicos externos ao paciente
Outros eventos físicos
a. Fontes somáticas: ―percepções corporais, estados patológicos ou indiposições físicas.
Pode tratar-se de manifestações corporais que, por sua vez, são ocasionadas por processo
psíquico totalmente inconsciente.‖(JUNG, 2011, p.20).
Eu me recordo de ter lido há alguns anos uma matéria num jornal local, um história de um
homem que sonhou que havia caído e ferido a cabeça, o sonho o deixou tão impressionado
que ele buscou um médico, solicitou exames e verificou que ele possuía um tumor no
cérebro, que estava em fase inicial, e pode realizar o tratamento. Na antiguidade os sonhos
eram considerados como fonte de diagnósticos e indicavam o tratamento para problemas
somáticos. Assim, não podemos perder de vista que não há separação entre corpo e a psique,
esses sonhos são especialmente importantes quando trabalhamos com uma perspectiva
psicossomática.
b. Acontecimentos psíquicos externos ao paciente –―Os sonhos não são causados somente
por factores físicos, e sim, também, por factores psíquicos. Por vezes ocorre de
determinados acontecimento psíquicos no meio ambiente serem percebidos pelo
inconsciente.
c. Outros eventos físicos – que não ocorrem no próprio corpo, e sim, no meio ambiente –
podem influenciar o sonho: ruídos, estímulos luminosos, frio e calor.‖ (JUNG, 2011,
p.21)
Passei por uma experiência recente que ajuda a pensar nessa afirmação de Jung, há alguns
dias tive um sonho com meu filho recém nascido, e, em meio a este sonho, acordo e vejo que
5
ele estava chorando. Não estamos querendo que os sonhos são condicionados pelos eventos
físicos, mas, que determinados sonhos podem ser influenciados pelos estímulos externos
justamente por que o inconsciente não dorme. Assim, esses estímulos podem se associar aos
conteúdos inconscientes produzindo um sonho. Alguns sonhos podem parecer longos, mas,
de fato pode durar alguns segundos.
e. Causas futuras O último grupo de causas, os senhores encontraram entre os sonhos que
antecipam conteúdos psíquicos futuros da personalidade que não são reconhecidos tais no
momento presente. Trata-se desse modo de acontecimentos futuros que ainda não
passíveis de serem reconhecidos no momento presente.
Estes conteúdos apontam para ações ou situações futuras do sonhador que não se baseiam em
absoluto na psicologia atual do paciente. (JUNG, 2011, p.29)
6
Mas a função mais importante em termos psicológicos é a de compensação. Para Jung, os
sonhos funcionam principalmente como auto-reguladores de posições conscientes demasiado
unilaterais ou até antinaturais. Essa compensação Poe inclusive antecipar uma realização
consciente.
Sobre isso Silveira (1981) cita:
Jung também cita o sonho reactivo, onde acontecimentos traumáticos são revividos no sonho,
tais como violentos choques de guerra, incêndios, inundações, acidentes, perdas de pessoas
queridas.
Esses sonhos tem como função a repetição constante de forma a levar o estimulo traumático a
se desgastar.
1. Os pequenos sonhos
2. Os grandes sonhos
Por vezes nossos sonhos podem nos mostrar nossos desejos ou nossos traumas, mas se
analisarmos a fundo eles nos dizem coisas que não queremos ver nem ouvir. Por isso sua
analise não é fácil.
A análise dos deve ser feita com seriedade, pois eles constituem as melhores fontes de
informação sobre as etapas em que o sonhador se encontra em seu processo de
individuação.
Portanto, se empenhar em compreender seu simbolismo pode ampliar nossa maneira de
encarar nossa própria vida e o mundo. Todo aquele que trilha o caminho do
autoconhecimento deve saber que o sonho é a base do desenvolvimento da personalidade.
Seu significado nos faz encontrar o sentido mais profundo de nossa existência, dando
sentido a ela.
Carl Jung deu grande importância a análise dos sonhos no processo de psicoterapia,
transformando em uma ferramenta essencial no processo de autoconhecimento.
A interpretação dos sonhos é uma ferramenta antiquíssima utilizada por diversas culturas
anteriores a nossa. Os povos primitivos, que possuíam uma mente mais mitológica que a do
homem moderno, já notava sinais de que os sonhos eram mensagens. No entanto, eles
analisavam os sonhos de forma literal.
A análise dos sonhos em psicoterapia, e da descoberta de algo simbólico por trás das
imagens, começou com Sigmund Freud, que em 1900, lançou a obra inovadora chamada A
Interpretação dos sonhos, onde ele notou que os sonhos nos mandam mensagens oriundas do
inconsciente. Sendo essas mensagens provenientes de materiais reprimidos pela nossa
consciência, principalmente de cunho sexual e agressivo. Ou seja, eram desejos secretos que
muitas vezes, por repressão da sociedade ou da própria pessoa, não podiam ser realizados.
Para Freud, então, o sonho seria a realização de forma disfarçada de desejos reprimidos.
Com Carl Jung, os sonhos adquiriram uma importância ainda maior e passaram a não se
limitar a conteúdos recalcados pela consciência.
8
2.6.Característica perspectiva analítica
2.6.1. Redutora
Esta compensação se característica por ser uma função negativamente compensadora, isto é,
sua manifestação visa reorientar a consciência explicitando os aspectos negativos opostos a
consciência. Um exemplo, seria um individuo que leva uma vida notadamente religiosa, tem
sonhos onde se encontra bêbado em prostíbulos.
2.6.2. Prospectiva
Dessa função compensatória, temos como exemplo o célebre sonho do químico alemão
Kekulé (Friedrich August Kekulé Von Stradonitz) . Kekulé estava pesquisando a formula do
benzeno, em especial acerca de sua representação gráfica, e o trabalho não estava
progredindo. Ele adormeceu e sonhou com uma cobra que engolia o próprio rabo, a partir
desse sonho ele considerou a formula hexagonal do benzeno.
9
Esses sonhos reintegram a consciência elementos que complementam e possibilitam uma
reorganização da percepção, assim como a resolução de questões.
Estes sonhos são frutos de situações traumáticas ou de grande violência. São sonhos que
expressam uma tentativa inconsciente de lidar com tal situação. A principal característica é
que esses sonhos são refractários a análise e a interpretação.
―os mesmos sonhos reactivos, sobretudo, em condições físicas patológicas, em que dores
violentas influenciam decisivamente o desenrolar do sonho. Em minha opinião, os estímulos
somáticos só excepcionalmente têm uma significação determinante. Geralmente esses
estímulos se integram completamente na expressão simbólica do conteúdo inconsciente do
sonho, ou, dito de outro modo: são utilizados como meio de expressão.‖(JUNG, 2000, p.199)
Naturalmente, nunca professarei que as leis que os regem sejam alguma coisa de
―sobrenatural‖. Apenas afirmo que eles escapam ao alcance de nosso saber meramente
académico. Assim, os conteúdos telepáticos contestáveis possuem um carácter de realidade
que zomba de qualquer expectativa de probabilidade. Embora sem me arriscar a uma
concepção teórica a respeito desses fenómenos, creio, todavia, que é correto reconhecer e
sublinhar sua realidade‖(JUNG, 2000, p.201)
10
1. O sonho representa a reacção do inconsciente frente a uma situação da
consciência(…)” (JUNG, 2011, p. 18) – No primeiro caso o sonho expressa o
inconsciente, podendo ser favorável a postura da consciência, onde, o sonho
complementaria a realidade vivida, ou poderia ser desvarável a posição do inconsciente,
sendo . Assim, frente a uma escolha ou acção da consciência, o inconsciente pode se
expressar por meio do sonho, este podendo ser complementar ou compensatório a atitude
da consciência. Estando intimamente ligado aos acontecimentos recentes.
2. O sonho representa uma situação que é fruto do conflito entre a consciência e o
inconsciente(…)”( Ibid) Neste caso, independente o acontecimento recente da
consciência, o sonho expressa a acção espontânea do inconsciente, que difere de tal modo
da atitude da consciência.
3. O sonho representa a tendência do inconsciente cujo objectivo é uma modificação da
atitude da consciência(…)”(ibid) Esses sonhos indicam o movimento do inconsciente
em direcção a consciência. Esses sonhos são significativos, pois, muitas vezes, indicam o
curso para onde o desenvolvimento ―deve seguir.
4. O sonho representa processos inconsciente que não evidenciam uma relação com a
situação inconsciente ” (Ibid) – Neste caso, os sonhos emergem do inconsciente
apresentando um carácter numinoso. São chamados de ―Grandes Sonhos‖, por serem
experimentados como uma iluminação. Indicam um processo de desenvolvimento
psíquico a partir do inconsciente arquetípico, contudo, sem ser condicionado pelos
processos da consciência.
11
Capitulo-III
3.1. Conclusão
São sonhos onde um ―acontecimento particularmente afectivo é antecipado ―telepaticamente‖
no tempo e no espaço‖ (JUNG, 2000, p. 200) p.ex. uma mãe sonha que acontece algo como
filho, acorda desesperada. Mas, tarde chega a noticia da morte do filho. Jung considerava que
os sonhos telepáticos apontavam para peculiaridades do inconsciente, como o fato do mesmo,
aparentemente, não ser determinado pelo tempo ou mesmo espaço – estes são determinantes
fundamentais para a consciência. O inconsciente, por sua vez, não faz distinção entre
passado, presente e futuro, como notamos por nos sintomas, memórias e nos sonhos. Acerca
desses sonhos, Jung afirma
Naturalmente, nunca professarei que as leis que os regem sejam alguma coisa de
―sobrenatural‖. Apenas afirmo que eles escapam ao alcance de nosso saber meramente
académico. Assim, os conteúdos telepáticos contestáveis possuem um carácter de realidade
que zomba de qualquer expectativa de probabilidade. Embora sem me arriscar a uma
concepção teórica a respeito desses fenómenos, creio, todavia, que é correto reconhecer e
sublinhar sua realidade‖(JUNG, 2000, p.201)
Geralmente, os sonhos arquetípicos possuem um carga energética superior, de tal forma, que
tendem a promover mudanças significativas na atitude da consciência.
12
3.2. Referências Bibliográficas
FREUD, S. Conferência XXIX: Revisão da teoria dos sonhos. In: Obras completas. Rio de
Janeiro: Imago. v. XXII, 1996.
JUNG, C. G., Memórias Sonhos e Reflexões, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975
13