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Instituto Superior Mutasa

Unidade Orgânica de Chimoio


Curso: Licenciatura em Psicologia Clinica
Cadeira: Psicofisiologia
Curso Nocturno

Sonho
/Analítico/

Chimoio, Setembro de 2021


Instituto Superior Mutasa
Unidade Orgânica de Chimoio
Curso: Licenciatura em Psicologia Clinica
Cadeira: Psicofisiologia
Curso Nocturno

Sonho
/Analítico/

Estudantes:
Domingas David Fazenda Trabalho de carácter avaliativo a ser
Florentino Ezequiel Dionísio apresentado no Instituto Superior Mutasa
do curso de Licenciatura em Psicologia
Clinica 2° Ano II° Semestre de 2021,
Disciplina de Psicofisiologia sob
orientação. drª Suzana Gabriel

Chimoio, Setembro de 2021

Índice
Pág.
Capitulo-I ................................................................................................................................. 1

1.0.Introdução ............................................................................................................................ 1

1.0. Objectivo ............................................................................................................................ 2

1.1 Objectivo geral .................................................................................................................... 2

1.2 Objectivo Específico............................................................................................................ 2

1.3 Metodologia ......................................................................................................................... 2

Capitulo-II ................................................................................................................................ 3

2.1. Sua definição de sonhos é a seguinte (Jung, 2009): ........................................................... 3

2.2. Causa dos Sonhos na perspectiva analítica ......................................................................... 5

2.3. Entre as principais funções dos sonhos .............................................................................. 6

2.4. Classificação do Sonhos ..................................................................................................... 7

2.5.A Importância os Sonhos de perspectiva analítica .............................................................. 8

2.6.Característica perspectiva analítica ..................................................................................... 9

2.6.1.Redutora............................................................................................................................ 9

2.6.2.Prospectiva........................................................................................................................ 9

2.6.3.Sonhos reactivos ............................................................................................................. 10

2.6.4.Sonhos telepáticos .......................................................................................................... 10

2.7.Sonhos e a Dinâmica Psíquica ........................................................................................... 10

Capitulo-III ............................................................................................................................ 12

3.1. Conclusão ......................................................................................................................... 12

3.2. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 13


Capitulo-I

1.0.Introdução

A psicologia dos sonhos é uma área fundamental dentro da psicologia do inconsciente. Dessa
forma, compreender os sonhos e o seu papel na psique é fundamental para todo aquele que se
interessa pelo inconsciente, seja por motivos profissionais ou por motivos pessoais, como
autoconhecimento. O que chamamos de ―psicologia dos sonhos‖ se refere ao estudo ou a
ocupação científica com os sonhos, contudo, não podemos perder de vista que em todos os
tempos os humanos sempre se ocuparam dos sonhos, compreendendo neles a possibilidade
de descobrir a vontade dos deuses ou mesmo para compreender e tratar doenças.

A psicologia dos sonhos se configura efectivamente no contexto científico com Freud,


através de seu impressionante trabalho ―A interpretação dos Sonhos‖ (1900). Com esse
trabalho, Freud inaugurou, por assim dizer, a psicanálise. A importância da teoria dos sonhos
era tamanha que, em 1932, em suas novas conferências introdutórias ao falar acerca de sua
teoria dos sonhos Freud afirmou que Esta ocupa um lugar especial na história da psicanálise e
assinala um ponto decisivo; foi com ela que a psicanálise progrediu de método
psicoterapêutico para psicologia profunda. (FREUD, 1996, p.17)

A concepção de Freud acerca dos sonhos estava intimamente relacionado com sua teoria
sexual. De tal forma que, para Jung, se tornava impossível sustentar o método freudiano de
interpretação dos sonhos. Assim, concepção acerca dos sonhos começou a se configurar com
a após a ruptura com a psicanálise. Segundo Jung,

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1.0. Objectivo

1.1 Objectivo geral


 Analisar a importância de estudo sonho na perspectiva analítico

1.2 Objectivo Específico


 Conceituar sonhos
 Identificar as diferentes causas de sonho
 Identificar as características sonho
 Identificar classificação de sonho

1.3 Metodologia

A Metodologia usada para a realização deste trabalho foi levantamento bibliográfico


retrospectivo de vários outros autores e que abordam de diferentes formas o tema em estudo.

A Metodologia usada para a realização deste trabalho foi levantamento bibliográfico


retrospectivo de vários outros autores e que abordam de diferentes formas o tema em estudo.

A revisão bibliográfica é vantajosa na medida em que desenvolve, esclarece e modifica


conceitos e ideias, permitindo a formulação precisa de problemas ou hipóteses pesquisáveis,
proporcionam uma visão geral acerca de determinados factos. Mais também corremos o risco
de lermos tudo que é livro, artigos, esperando encontrar qualquer coisa que explique o
objectivo do trabalho. Mas a maior dificuldade encontrada no local aquando do pedido de
documentos oficiais, material e documentação específica sobre o assunto em análise

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Capitulo-II

2.1. Sua definição de sonhos é a seguinte (Jung, 2009):


Os sonhos são os principais condutores do processo psicoterapêutico, trazendo uma visão
simbólica da situação do inconsciente do paciente. Neste sentido, os sonhos têm o papel de
comunicar a quem sonha suas falhas e faltas conscientes, sendo responsáveis por preparar
activamente o processo de desenvolvimento psíquico.

(JUNG, 2011, p. 16). ―O sonho é uma parcela da actividade psíquica involuntária, que
possui, precisamente, suficiente consciência para ser reproduzida no estado de vigília. Entre
as manifestações psíquicas são talvez os sonhos aquelas que mais nos oferecem dados
―irracionais‖.
Para Jung, diferentemente de Freud, o sonho é o que é, sem disfarces. O sonho possui um
significado intrínseco próprio.

Ele é uma força orientadora o ego. Para a compreensão dos sonhos, é necessário que
entender sua origem e que ele possui uma natureza distinta dos produtos da consciência, Jung
(2009):
―A razão para a posição excepcional do sonho está na sua maneira especial de se originar:
o sonho não é o resultado, como os outros conteúdos da consciência, de uma continuidade
claramente discernível, lógica e emocional da experiência, mas o resíduo de uma atividade
que se exerce durante o sono. Esta maneira de se originar é suficiente, em si mesma, para
isolar o sonho dos demais conteúdos da consciência, e este isolamento é acrescido pelo
conteúdo próprio do sonho, que contrasta marcantemente com o pensamento consciente.‖

Os sonhos podem trazer imagens, detalhes e acontecimentos que provêm de impressões,


pensamentos e estados de espírito do dia ou dos dias precedentes. Mesmo assim, os sonhos
ainda possuem uma função de nos guiar para frente, como cita Jung (2009)
―Neste sentido, portanto, existe certa continuidade, embora à primeira vista pareça uma
continuidade para trás, mas, quem quer que se interesse vivamente pelo problema dos
sonhos, não deixará de notar que os sonhos possuem também — se me permitem a expressão
— uma continuidade para frente, pois ocasionalmente os sonhos exercem efeitos notáveis
sobre a vida mental consciente, mesmo de pessoas que não podem ser qualificadas de
supersticiosas e particularmente anormais.‖

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Freud possuía uma concepção causal dos sonhos, em que parte de um desejo, de uma
aspiração recalcada, se expressa no sonho. Esse desejo é sempre algo de relativamente
simples e elementar, mas pode se dissimular sob múltiplos disfarces.

A abordagem causal parte dos elementos do sonho e, através de uma série de associações que
estes despertem vai, de elo em elo, até chegar a um desejo reprimido no inconsciente.
Isso não está errado, no entanto, limita a interpretação dos sonhos e o próprio inconsciente a
apenas complexos recalcados.

Jung também via os sonhos com uma finalidade, onde cada imagem onírica possui o seu
valor próprio. E isso traz uma diversidade de expressões simbólicas.

Para Jung, então, a conjugação dos dois pontos de vista: causal e finalista — que ainda não
foram desenvolvidos de maneira cientificamente satisfatória, em virtude de enormes
dificuldades tanto teóricas como práticas — nos pode levar a uma compreensão mais
completa da natureza do sonho (Jung, 2009).

Os sonhos então são, além de importante fonte de informação, um instrumento altamente


educativo, pois mostram de forma espontânea e simbólica a situação atual do inconsciente e
para onde ele pode encaminhar a consciência.

Além disso, os sonhos falam a linguagem do inconsciente, ou seja, utiliza uma linguagem
simbólica, o que torna difícil para a consciência, com sua linguagem linear, interpretá-los
sem ajuda.

Os sonhos carecem de lógica, tem uma moral duvidosa às vezes, apresenta alguns absurdos e
conta-sensos, por essa razão ainda é desprezado pelo homem moderno pautado na lógica.
Segundo Jung, os personagens que surgem no sonho, as situações representadas, referem-se
de fato à realidade objetiva. Isso acontece geralmente quando as pessoas com as quais se
sonha são conhecidos: sejam íntimos ou que desempenham papel atual na vida do sonhador.
Mas se os figurantes do sonho são desconhecidos, ou mesmo quando conhecidos, mas que
não mantém estreitas relações, no presente com o sonhador, então adquirem significação
peculiar: representam fatores autônomos da própria psique do sonhador, como sombra, anima
e animus (Silveira, 1981).

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Com a descoberta do inconsciente coletivo e dos arquétipos, Carl Jung percebeu que os
sonhos podem trazer muito material mitológico. Como diz Joseph Campbell em O Poder do
Mito: os mitos são sonhos públicos; os sonhos são mitos privados.

2.2. Causa dos Sonhos na perspectiva analítica

Em seus ―seminários sobre sonhos de crianças‖, Jung propõe alguns fatores que podem
causar sonhos, esses fatores não são exclusivos ou definitivos, mas, nos permitem ampliar,
avaliar e direcionar nossos questionamentos acerca do sonho. Assim, segundo Jung, os
sonhos podem ter sua origem relacionados a:

 Fontes somáticas:
 Acontecimentos psíquicos externos ao paciente
 Outros eventos físicos
a. Fontes somáticas: ―percepções corporais, estados patológicos ou indiposições físicas.
Pode tratar-se de manifestações corporais que, por sua vez, são ocasionadas por processo
psíquico totalmente inconsciente.‖(JUNG, 2011, p.20).

Eu me recordo de ter lido há alguns anos uma matéria num jornal local, um história de um
homem que sonhou que havia caído e ferido a cabeça, o sonho o deixou tão impressionado
que ele buscou um médico, solicitou exames e verificou que ele possuía um tumor no
cérebro, que estava em fase inicial, e pode realizar o tratamento. Na antiguidade os sonhos
eram considerados como fonte de diagnósticos e indicavam o tratamento para problemas
somáticos. Assim, não podemos perder de vista que não há separação entre corpo e a psique,
esses sonhos são especialmente importantes quando trabalhamos com uma perspectiva
psicossomática.

b. Acontecimentos psíquicos externos ao paciente –―Os sonhos não são causados somente
por factores físicos, e sim, também, por factores psíquicos. Por vezes ocorre de
determinados acontecimento psíquicos no meio ambiente serem percebidos pelo
inconsciente.
c. Outros eventos físicos – que não ocorrem no próprio corpo, e sim, no meio ambiente –
podem influenciar o sonho: ruídos, estímulos luminosos, frio e calor.‖ (JUNG, 2011,
p.21)

Passei por uma experiência recente que ajuda a pensar nessa afirmação de Jung, há alguns
dias tive um sonho com meu filho recém nascido, e, em meio a este sonho, acordo e vejo que
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ele estava chorando. Não estamos querendo que os sonhos são condicionados pelos eventos
físicos, mas, que determinados sonhos podem ser influenciados pelos estímulos externos
justamente por que o inconsciente não dorme. Assim, esses estímulos podem se associar aos
conteúdos inconscientes produzindo um sonho. Alguns sonhos podem parecer longos, mas,
de fato pode durar alguns segundos.

d. ―Acontecimentos passados, porém, podem igualmente entrar nos sonhos. Caso os


senhores se deparem com algo assim , deverão leva-lo a sério. Quando um nome histórico
que pode ter algum significado maior surge nos sonhos, costumo pesquisar o real
significado do nome. Pesquiso que tipo de pessoa foi designado por este nome e em que
contexto vivia, pois desse modo podemos explicar o sonho.

Os acontecimentos passados, personagens históricos, podem não estar claramente


relacionados com o quotidiano, quando examinados, verificadas a relações poderemos ter as
associações necessárias para compreender a mensagem sonho. Os arquétipos constituem
padrões basais de comportamento que podem se representar através de imagens universais.

e. Causas futuras O último grupo de causas, os senhores encontraram entre os sonhos que
antecipam conteúdos psíquicos futuros da personalidade que não são reconhecidos tais no
momento presente. Trata-se desse modo de acontecimentos futuros que ainda não
passíveis de serem reconhecidos no momento presente.

Estes conteúdos apontam para ações ou situações futuras do sonhador que não se baseiam em
absoluto na psicologia atual do paciente. (JUNG, 2011, p.29)

Este último grupo é interessante por apontar a tendência natural do inconsciente em se


direcionar para o futuro ou a etapa posterior do desenvolvimento. Jung já afirmava que ―não
é apenas o passado que nos condiciona, mas também o futuro, que muito tempo antes já se
encontra em nós e lentamente vai surgindo a partir de nós mesmos.(JUNG, 2006, p.115)
Esses sonhos indicam possibilidades futuras ou mesmo intuições que acerca do futuro. O
inconsciente, até onde podemos compreender, não é condicionado pelo tempo.

2.3. Entre as principais funções dos sonhos

Entre as principais funções dos sonhos temos: a economia psíquica e orgânica.


Neurofisiologistas modernos, na base de experiências, chegaram à conclusão de que não
sonhar é mais prejudicial que não dormir (Silveira, 1981).

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Mas a função mais importante em termos psicológicos é a de compensação. Para Jung, os
sonhos funcionam principalmente como auto-reguladores de posições conscientes demasiado
unilaterais ou até antinaturais. Essa compensação Poe inclusive antecipar uma realização
consciente.
Sobre isso Silveira (1981) cita:

―Sempre que a atitude consciente extrema-se, seja no sentido de extroversão ou de


introversão que saia fora dos ritmos peculiares ao tipo psicológico do indivíduo, ou quando
uma das funções de orientação do consciente (pensamento, sentimento, sensação, intuição)
torna-se demasiado hipertrofiada em detrimento das demais; sempre que o indivíduo
supervaloriza ou, ao contrário, subestima a si próprio ou a outrem; sempre que necessidades
especificas a cada um são negligenciadas, surgem sonhos compensadores indicando que a
psique funciona como um sistema auto-regulador.‖

Por essa razão deve-se conhecer a situação consciente do sonhador. A função de


compensação dos sonhos pode então negar, criticar, confirmar ou modificar uma atitude
consciente.

Além da função compensadora, outra função importante do sonho é a função prospectiva.


Ou seja, em alguns casos, ele pode trazer uma antecipação do futuro, inclusive também como
forma de correcção ou confirmação da atitude consciente.

Jung também cita o sonho reactivo, onde acontecimentos traumáticos são revividos no sonho,
tais como violentos choques de guerra, incêndios, inundações, acidentes, perdas de pessoas
queridas.
Esses sonhos tem como função a repetição constante de forma a levar o estimulo traumático a
se desgastar.

2.4. Classificação do Sonhos

1. Os pequenos sonhos
2. Os grandes sonhos

Jung também classificava os sonhos em grandes e pequenos.

1. Os pequenos sonhos se referem aos acontecimentos do dia a dia e a problemas ordinários.


2. Os grandes sonhos são aqueles carregados de significações profundas, seja de caráter
individual ou colectivo, sonhos que perturbam, infundem medo ou exaltam. São
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carregados de imagens arquetípicas e mudam completamente o direccionamento da
atitude corriqueira. É comum no inicio da análise o paciente ter um grande sonho, que
marca o inicio do seu processo.

Por vezes nossos sonhos podem nos mostrar nossos desejos ou nossos traumas, mas se
analisarmos a fundo eles nos dizem coisas que não queremos ver nem ouvir. Por isso sua
analise não é fácil.
A análise dos deve ser feita com seriedade, pois eles constituem as melhores fontes de
informação sobre as etapas em que o sonhador se encontra em seu processo de
individuação.
Portanto, se empenhar em compreender seu simbolismo pode ampliar nossa maneira de
encarar nossa própria vida e o mundo. Todo aquele que trilha o caminho do
autoconhecimento deve saber que o sonho é a base do desenvolvimento da personalidade.
Seu significado nos faz encontrar o sentido mais profundo de nossa existência, dando
sentido a ela.

2.5.A Importância os Sonhos de perspectiva analítica

Carl Jung deu grande importância a análise dos sonhos no processo de psicoterapia,
transformando em uma ferramenta essencial no processo de autoconhecimento.
A interpretação dos sonhos é uma ferramenta antiquíssima utilizada por diversas culturas
anteriores a nossa. Os povos primitivos, que possuíam uma mente mais mitológica que a do
homem moderno, já notava sinais de que os sonhos eram mensagens. No entanto, eles
analisavam os sonhos de forma literal.
A análise dos sonhos em psicoterapia, e da descoberta de algo simbólico por trás das
imagens, começou com Sigmund Freud, que em 1900, lançou a obra inovadora chamada A
Interpretação dos sonhos, onde ele notou que os sonhos nos mandam mensagens oriundas do
inconsciente. Sendo essas mensagens provenientes de materiais reprimidos pela nossa
consciência, principalmente de cunho sexual e agressivo. Ou seja, eram desejos secretos que
muitas vezes, por repressão da sociedade ou da própria pessoa, não podiam ser realizados.
Para Freud, então, o sonho seria a realização de forma disfarçada de desejos reprimidos.
Com Carl Jung, os sonhos adquiriram uma importância ainda maior e passaram a não se
limitar a conteúdos recalcados pela consciência.

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2.6.Característica perspectiva analítica

A compensação caracteriza-se pelo confronto da atitude da consciência com os conteúdos do


inconsciente. Desde modo, para compreender a função compensatória do sonho faz-se
necessário compreender a atitude da consciência e qual aspecto pode estar sendo
compensado. A compensação pode ser,

2.6.1. Redutora

Esta compensação se característica por ser uma função negativamente compensadora, isto é,
sua manifestação visa reorientar a consciência explicitando os aspectos negativos opostos a
consciência. Um exemplo, seria um individuo que leva uma vida notadamente religiosa, tem
sonhos onde se encontra bêbado em prostíbulos.

O sonho redutor tende, antes, a desintegrar, a dissolver, depreciar, e mesmo destruir e


demolir. Evidentemente, isto não quer dizer que a assimilação de um conteúdo redutor tenha
um efeito inteiramente destrutivo sobre o indivíduo como um todo. Pelo contrário este efeito
é muitas vezes altamente salutar, porque afeta apenas a atitude e não a personalidade total.
(JUNG, 2000, p.195)

2.6.2. Prospectiva

Esta forma de compensação se caracteriza pela capacidade do inconsciente em retornar à


consciência todos os elementos que passaram desapercebidos pela consciência ou mesmo,
não conseguiram retornar a consciência. Essa compensação complementa na consciência.

em primeiro lugar, que o inconsciente, na medida em que depende da consciência,acrescenta


à situação consciente do indivíduo todos os elementos que, no estado de vigília, não
alcançaram o limiar na consciência, por causa de recalque ou simplesmente por serem
demasiado débeis para conseguir chegar por si mesmo até à consciência. A compensação daí
resultante pode’ ser considerada como apropriada, por representar uma auto-regulação do
organismo psíquico. (JUNG, 2000, p.193)

Dessa função compensatória, temos como exemplo o célebre sonho do químico alemão
Kekulé (Friedrich August Kekulé Von Stradonitz) . Kekulé estava pesquisando a formula do
benzeno, em especial acerca de sua representação gráfica, e o trabalho não estava
progredindo. Ele adormeceu e sonhou com uma cobra que engolia o próprio rabo, a partir
desse sonho ele considerou a formula hexagonal do benzeno.

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Esses sonhos reintegram a consciência elementos que complementam e possibilitam uma
reorganização da percepção, assim como a resolução de questões.

2.6.3. Sonhos reactivos

Estes sonhos são frutos de situações traumáticas ou de grande violência. São sonhos que
expressam uma tentativa inconsciente de lidar com tal situação. A principal característica é
que esses sonhos são refractários a análise e a interpretação.

―os mesmos sonhos reactivos, sobretudo, em condições físicas patológicas, em que dores
violentas influenciam decisivamente o desenrolar do sonho. Em minha opinião, os estímulos
somáticos só excepcionalmente têm uma significação determinante. Geralmente esses
estímulos se integram completamente na expressão simbólica do conteúdo inconsciente do
sonho, ou, dito de outro modo: são utilizados como meio de expressão.‖(JUNG, 2000, p.199)

2.6.4. Sonhos telepáticos

São sonhos onde um ―acontecimento particularmente afectivo é antecipado ―telepaticamente‖


no tempo e no espaço‖ (JUNG, 2000, p. 200) p.ex. uma mãe sonha que acontece algo como
filho, acorda desesperada. Mas, tarde chega a noticia da morte do filho. Jung considerava que
os sonhos telepáticos apontavam para peculiaridades do inconsciente, como o fato do mesmo,
aparentemente, não ser determinado pelo tempo ou mesmo espaço – estes são determinantes
fundamentais para a consciência. O inconsciente, por sua vez, não faz distinção entre
passado, presente e futuro, como notamos por nos sintomas, memórias e nos sonhos. Acerca
desses sonhos, Jung afirma

Naturalmente, nunca professarei que as leis que os regem sejam alguma coisa de
―sobrenatural‖. Apenas afirmo que eles escapam ao alcance de nosso saber meramente
académico. Assim, os conteúdos telepáticos contestáveis possuem um carácter de realidade
que zomba de qualquer expectativa de probabilidade. Embora sem me arriscar a uma
concepção teórica a respeito desses fenómenos, creio, todavia, que é correto reconhecer e
sublinhar sua realidade‖(JUNG, 2000, p.201)

2.7.Sonhos e a Dinâmica Psíquica

Os sonhos desempenham um papel importante no processo de auto-regulação psíquica, Jung


especificou quatro possibilidades de significação dos sonhos na dinâmica psíquica, seriam
elas,

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1. O sonho representa a reacção do inconsciente frente a uma situação da
consciência(…)” (JUNG, 2011, p. 18) – No primeiro caso o sonho expressa o
inconsciente, podendo ser favorável a postura da consciência, onde, o sonho
complementaria a realidade vivida, ou poderia ser desvarável a posição do inconsciente,
sendo . Assim, frente a uma escolha ou acção da consciência, o inconsciente pode se
expressar por meio do sonho, este podendo ser complementar ou compensatório a atitude
da consciência. Estando intimamente ligado aos acontecimentos recentes.
2. O sonho representa uma situação que é fruto do conflito entre a consciência e o
inconsciente(…)”( Ibid) Neste caso, independente o acontecimento recente da
consciência, o sonho expressa a acção espontânea do inconsciente, que difere de tal modo
da atitude da consciência.
3. O sonho representa a tendência do inconsciente cujo objectivo é uma modificação da
atitude da consciência(…)”(ibid) Esses sonhos indicam o movimento do inconsciente
em direcção a consciência. Esses sonhos são significativos, pois, muitas vezes, indicam o
curso para onde o desenvolvimento ―deve seguir.
4. O sonho representa processos inconsciente que não evidenciam uma relação com a
situação inconsciente ” (Ibid) – Neste caso, os sonhos emergem do inconsciente
apresentando um carácter numinoso. São chamados de ―Grandes Sonhos‖, por serem
experimentados como uma iluminação. Indicam um processo de desenvolvimento
psíquico a partir do inconsciente arquetípico, contudo, sem ser condicionado pelos
processos da consciência.

11
Capitulo-III

3.1. Conclusão
São sonhos onde um ―acontecimento particularmente afectivo é antecipado ―telepaticamente‖
no tempo e no espaço‖ (JUNG, 2000, p. 200) p.ex. uma mãe sonha que acontece algo como
filho, acorda desesperada. Mas, tarde chega a noticia da morte do filho. Jung considerava que
os sonhos telepáticos apontavam para peculiaridades do inconsciente, como o fato do mesmo,
aparentemente, não ser determinado pelo tempo ou mesmo espaço – estes são determinantes
fundamentais para a consciência. O inconsciente, por sua vez, não faz distinção entre
passado, presente e futuro, como notamos por nos sintomas, memórias e nos sonhos. Acerca
desses sonhos, Jung afirma

Naturalmente, nunca professarei que as leis que os regem sejam alguma coisa de
―sobrenatural‖. Apenas afirmo que eles escapam ao alcance de nosso saber meramente
académico. Assim, os conteúdos telepáticos contestáveis possuem um carácter de realidade
que zomba de qualquer expectativa de probabilidade. Embora sem me arriscar a uma
concepção teórica a respeito desses fenómenos, creio, todavia, que é correto reconhecer e
sublinhar sua realidade‖(JUNG, 2000, p.201)

Os sonhos arquetípicos, isto é, cujo conteúdo é essencialmente marcado pelos arquétipo, de


tal modo, que as associações pessoais não são suficientes para compreende-los, nem mesmo
o ponto de vista final ou causal, justamente, por possuírem um fundo coletivo, isto é,
impessoal. Os chamados ―motivos típicos‖ são referentes às temáticas oriundas das
experiências universais humanas, por isso mesmo, podem ser reconhecidas (e
compreendidas) nas mitologias, nas narrativas religiosas, nos contos de fadas.

Geralmente, os sonhos arquetípicos possuem um carga energética superior, de tal forma, que
tendem a promover mudanças significativas na atitude da consciência.

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3.2. Referências Bibliográficas
FREUD, S. Conferência XXIX: Revisão da teoria dos sonhos. In: Obras completas. Rio de
Janeiro: Imago. v. XXII, 1996.

JUNG, C. G., Memórias Sonhos e Reflexões, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975

JUNG, C.G., Natureza da Psique, Petrópolis:Vozes, 2000.

JUNG, C.G. Seminários sobre sonhos de crianças, Petrópolis: Vozes, 201

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