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Unidade 1.

Processo de Execução
1.1 Introdução ao Tema

 que é EXECUÇÃO?

= Ato, efeito ou modo de executar;

= Realização;

= Cumprimento de sentença judicial;

= Levar a efeito; realizar, cumprir;

= Satisfazer uma prestação devida;

= Obrigar (um devedor) a cumprir por meio de ação judicial

= Cumprir uma obrigação prevista em um título.

 ESPONTÂNEA: quando o devedor cumpre voluntariamente a prestação;

 FORÇADA: quando o Estado-Juiz, diante da lesão, atua para que a parte lesada não
sofra as consequências do inadimplemento.

Processo de Execução

 Necessidade: quando surge uma crise de cooperação (ou inadimplemento ou


descumprimento)

 Conjunto de atos destinados à obtenção, pelo credor, em juízo, do cumprimento de


obrigação constante em título executivo extrajudicial. Esses mesmos atos de execução
são utilizados para o cumprimento de sentença (execução de título judicial)

 Finalidade precípua: satisfação forçada de um direito obrigacional.

Assim:

- Qualquer medida de produção de provas é excepcional;

- Atividade jurisdicional limita-se à satisfação do credor;

- Obriga o devedor a satisfazer a obrigação que não satisfez voluntariamente.

 EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

 Processo de execução tal qual como está regulado no NCPC é fruto de significativas e
sucessivas alterações havidas ainda no CPC/1973 nos últimos anos (2002-2006).

 No sistema originário do Código de Processo Civil (1973), a sentença judicial


condenatória, ainda que transitada em julgado, não se cumpria automaticamente.

 Inadimplência da obrigação a que fora condenado → ajuizamento de um processo de


execução, nos mesmos autos, mas autônomo, no qual seriam praticados os atos
satisfativos, destinados a efetivar o que fora determinado pelo juiz.

 Não havia distinções relevantes entre a execução por título judicial e extrajudicial. O
Livro II do CPC/73 tratava, de forma indistinta, de ambas.
 A partir de 2005 foi modificada essa sistemática e passou a considerar todo o
procedimento, desde o aforamento da demanda até a satisfação da execução, como
um processo único.

 Os antigos processos de conhecimento, de liquidação e de execução de sentença


passaram a ser um único processo - sincrético, que contém fases cognitivas e
executivas, passando então a ser tratado no livro referente ao processo de
conhecimento e não mais no de execução (CPC/1973).

 Desnecessidade de citação do devedor → intimação do advogado.

 Liquidação – julgamento por decisão interlocutória – cabe agravo de instrumento

 Consequências para a execução:

 Processo sincrético (mescla de conhecimento, liquidação e execução sentença)

 Sincretismo (perspectiva filosófica): tendência à unificação de ideias ou de


doutrinas diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis.

 O Novo CPC, Lei 13.105/2015, manteve esse sincretismo e, por vezes, deixou-o ainda
mais evidente, disciplinando pormenorizadamente a fase de cumprimento de sentença
dentro do processo de conhecimento.

UNIDADE 2. DA EXECUÇÃO EM GERAL


2.1 Organização da Matéria no Novo Código de Processo Civil Lei 13.105/2015

Parte Geral:

Livro I – Das Normas Processuais Civis

Livro II – Da Função Jurisdicional

Livro III – Dos Sujeitos do Processo

Livro IV – Dos Atos Processuais

Livro V – Da Tutela Provisória

Livro VI – Formação, Suspensão e Extinção do Processo

Parte Especial:

Livro I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença

Título III- Dos Procedimentos especiais

Livro II – Do Processo de Execução

Título I- Da execução em geral

Título II – Das Diversas espécies de Execução

Título III – Dos Embargos à Execução

Título IV – Da suspensão e extinção do processo de execução

Livro III – Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões
Judiciais

LIVRO COMPLEMENTAR – Das Disposições Finais e Transitórias.


 O Processo de Execução está contido no Livro II, da Parte Especial do Novo Código de
Processo Civil, nos artigos 771 a 925.

 DA EXECUÇÃO EM GERAL – Arts. 771 a 796 CPC - Preceitos básicos e aplicáveis


indistintamente a todos os processos executivos:

 DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO – Arts. 797 a 913 CPC. Execuções de títulos
extrajudiciais, reguladas separadamente pelo NCPC, de acordo com a natureza da
prestação a ser obtida do devedor, classificando-as em:

a) Execução para entrega de coisa (certa ou incerta);

b) Execução das obrigações de fazer e de não fazer;

c) Execução por quantia certa;

d) Execução contra a Fazenda Pública;

e) Execução de Alimentos.

 DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO – Arts. 914 a 920 do CPC.

 DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXEUÇÃO – Arts. 921 a 925 do


CPC.

2.3 PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO

a) Princípio da Autonomia

Devido ao sincretismo processual provocado pelas reformas do processo,


especialmente no que diz respeito à comunicação dos atos processuais, somente
aplicável à Execução de Título Extrajudicial, que constitui relação jurídica processual
independente.

O “cumprimento de sentença” é feito na mesma relação processual, sendo que


a execução é mera “fase” ou “módulo processual”, portanto náo é um procedimento
autônomo (actio iudicati).

b) Princípio da Patrimonialidade (ou realidade) – garantia do débito é o


patrimônio, e não a pessoa do devedor.

CPC, Art. 789:

O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento
de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.

Responsabilidade Patrimonial*

Exceção: Prisão civil por dívida de alimentos, CF, art. 5º, LXVII.

c) Princípio do Exato Adimplemento

A execução não atingirá o patrimônio do devedor, senão naquilo que for


necessário para a satisfação do credor (art. 824, CPC).

 Penhora de bens tantos quantos bastem para o pagamento do principal, juros,


custas e honorários advocatícios (art. 831, CPC).

d) Princípio da Utilidade

Não se admite o uso da execução apenas para trazer prejuízo ao devedor, sem
que reverta em benefício ao credor.
A penhora não será levada a efeito quando evidente que o produto da execução dos
bens encontrados for totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução
(CPC, art. 836).

O processo, dentro do possível, deve dar a quem tenha um direito tudo e exatamente
aquilo que tenha o direito de conseguir.

e) Princípio da Efetividade (eficiência)

A execução faz-se no interesse do exequente (art. 797, CPC), e deve garantir-


lhe o mesmo resultado que decorreria do adimplemento da obrigação (execução
específica), ressalvada a excepcional conversão em pecúnia.

f) Princípio da Menor Onerosidade - a execução faz-se no interesse do


exequente. Porém, quando por vários meios puder ser obtida a satisfação do
exequente, o juiz mandará que a execução se faça do modo menos gravoso para o
executado (CPC, art. 805).

Eficiência X Ampla defesa

 Não deve ser tomado de modo absoluto:

Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar
outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos
executivos já determinados (Art. 805, Par. Único, CPC).

g) Princípio da responsabilidade

Incumbe ao devedor o pagamento de custas, despesas do processo e


honorários advocatícios.

h) Princípio do contraditório.

Princípio Constitucional, previsto no artigo 5º, inciso LV, da CRFB/88

* Existe discussão doutrinária acerca de sua efetiva aplicação no processo de execução.

São três correntes doutrinárias:

1ª) Existe contraditório – se for negado, se estaria negando a própria existência do


processo (Alexandre Câmara e Cândido Dinamarco)

2ª) Existe contraditório atenuado - adequado às circunstâncias da execução –


provimento jurisdicional eminentemente satisfativo (Amaral Santos, Arruda Alvin e Humberto
Theodoro Júnior).

3º) Não existe contraditório – e ampla defesa, pois na tutela jurisdicional o juiz não vai
questionar a dívida do devedor (Alfredo Buzaid)

i) Princípio da lealdade

Dever de boa-fé processual. Atos atentatórios à dignidade da justiça ensejam


punição (arts. 774,CPC).

Boa-fé objetiva (sujeitos do processo).

j) Princípio do título executivo (ou cartularidade)

A atividade executiva sempre pressupõe um título executivo (judicial ou


extrajudicial).
k) Princípio da Adequação – Um tipo de execução adequado para cada
modalidade obrigacional.

l) Princípio da Disponibilidade - CPC, art. 775.

 Art. 775.  O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas


alguma medida executiva.

 Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:

I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre


questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários
advocatícios;

II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou


do embargante.

 2.2 DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 771. Llivro II da Parte Especial do CPC regula a execução fundada em título
executivo extrajudicial.

Aplicam-se essas disposições também:

- aos procedimentos especiais de execução;

- aos atos executivos realizados no cumprimento de sentença;

- aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força


executiva.

Subsidiariamente, aplicam-se à execução as disposições do Livro I da Parte Especial.

 Art. 772.  O JUIZ PODE, em qualquer momento do

processo:

I - ordenar o comparecimento das partes;

II - advertir o executado de que seu procedimento

constitui ato atentatório à dignidade da justiça;

III - determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações em geral
relacionadas ao objeto da execução, tais como documentos e dados que tenham em
seu poder, assinando-lhes prazo razoável.

 NOVIDADE: Art. 773.  O JUIZ PODERÁ, de ofício ou a requerimento, determinar as


medidas necessárias ao cumprimento da ordem de entrega de documentos e dados.

 Parágrafo único.  Quando, em decorrência do disposto neste artigo, o juízo receber


dados sigilosos para os fins da execução, o juiz adotará as medidas necessárias para
assegurar a confidencialidade.

 DOS ATOS ATENTATÓRIOS À DIGNIDADE DA JUSTIÇA:

 Art. 774.  Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou


omissiva do executado que:

I - frauda a execução;

II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;


III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;

IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;

V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os
respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão
negativa de ônus.

Parágrafo único.  Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não
superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será
revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem
prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.

 RESPONSABILIDADE DECORRENTE DA EXECUÇÃO INDEVIDA

 Art. 776.  O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a
sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a
obrigação que ensejou a execução.

 PROCEDIMENTO PARA COBRANÇA DE MULTA FIXADA EM RAZÃO DE CONDUTA


ATENTATÓRIA À DIGNIDADE DA JUSTIÇA

 Art. 777. A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé


ou de prática de ato atentatório à dignidade da justiça será promovida nos próprios
autos do processo.

FIXAÇÃO

Responda às perguntas e fundamente:

1 O princípio da autonomia aplica-se tanto à execução de título extrajudicial quanto à


execução de título judicial? Explique.

R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

2 Existe alguma restrição ao princípio da patrimonialidade? Indique.

R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

3 Existe alguma exceção ao princípio da patrimonialidade? Indique.

R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________
4 Qual a responsabilidade de exequente por uma execução indevida?

R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

 2.4 AS PARTES NA EXECUÇÃO – CPC, ARTS. 778-780

Legitimidade ativa:

- Originária

- Derivada ou superveniente

ORIGINÁRIA → Pode promover o credor a quem a lei confere título executivo


(aquele cujo nome consta no título executivo) – art. 778, caput, CPC

• É admissível o litisconsórcio, tanto ativo como passivo;

• Não se admite intervenção de terceiro.

DERIVADA → Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em


sucessão ao exequente originário (art. 778, §1º, CPC):

I – o Ministério Público nos casos previstos em lei;

II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte


deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;

III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi


transferido por ato entre vivos (endosso de título cambial);

IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional (ex. Legal:


fiança);

* Independe de consentimento do executado.

 Legitimidade Passiva – contra quem deve ser ajuizada a execução (Art. 779 CPC)

- Devedores originários;

- Sucessores

- Responsáveis

→ São sujeitos passivos na execução:

- Devedor reconhecido como tal no título executivo (originários);

- Espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor (sucessores);

Novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante


do título executivo;
Ex. Assunção de dívida por terceiro – CC, art. 299 – ato negocial de que
participem novo e velho devedor; ou em ato unilateral do novo credor;

- Fiador do débito constante em título extrajudicial.

- Responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do


débito;

- Responsável tributário, assim definido na legislação própria;

CUMULAÇÃO DE EXECUÇÕES

 Art. 780 do CPC

Admite que o credor cumule num só processo várias execuções contra o mesmo
devedor, ainda que fundados em títulos diferentes

(reunião de vários títulos diferentes num só processo)

- ponto de vista formal – única execução

- ponto de vista substancial

– tantas execuções quantas as dívidas

• Pluralidade de lides ou pretensões insatisfeitas solucionadas dentro de um mesmo


processo

• Não obstam a cumulação:

- desigualdade de valores

- diversidade da natureza do títulos

Economia processual – tanto do juízo como do próprio devedor

Faculdade do credor – não está compelido a unificar suas execuções.

 Requisitos de Admissibilidade - unificação execuções

- Identidade de credor

- “coligação de credores” não é permitida;

- não impede litisconsórcio ativo;

- Identidade de devedor

- repele “coligação de devedores

- admite-se o litisconsórcio passivo;

- Competência do mesmo juízo para todas as execuções

- Idêntico procedimento – evitar tumulto processual

Ex: Exeçução de Obrigação de Fazer com obrigação de dar.


• Facultativo;

• Não se aceita paralelo ajuizamento de ações separadas para cada um dos coobrigados
ou co-responsáveis;

• Não é dado ajuizar simultânea e paralelamente uma execução para cada título;

• Súmula 27/STJ – Pode uma única execução, fundar-se em mais de um título


extrajudicial.

• Não se admite utilizar-se simultaneamente duas vias executivas buscando o mesmo


efeito satisfativo (art. 805 do CPC), segundo jurisprudência do STJ;

• Abuso de Multiplicidade de execuções – juiz reduz o processo a uma única execução –


evitar gastos processuais inúteis (STJ).

 2.5 Competência
 2.5.1 Para execução de títulos executivos extrajudiciais (CPC, art. 781)
I - foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de
situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de
qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser
proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será
proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em
que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o
executado.

 Atos executivos (art. 782,CPC)

 Por determinação do juiz e cumpridos pelo Oficial de Justiça;


• Comarcas contíguas;
• Força policial;
• Inclusão em cadastro de inadimplentes e cancelamento da inscrição;
• Disposições aplicáveis à execução de título judicial

Inscrição do nome do executado em cadastros de inadimplentes (art. 782, §§ 3º a 5º,


CPC):
*Possibilidade do juiz determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de
inadimplentes.
*Aplica-se também à execução definitiva de título judicial*
*Não se confunde com o protesto da sentença transitada em julgado, depois de
transcorrido o prazo para o pagamento voluntário previsto no 523 (art. 517)
*Ineficácia absoluta quando devedor já estiver inscrito!
*Cancelamento imediato - se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução
ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo.
 Sobre a Inscrição do nome do executado em cadastros de inadimplentes
pergunta-se:
Qual a forma adequada: Ofício X mandado
Quem cumpre?
Quem cancela?
 2.6 Requisitos necessários para realizar qualquer Execução
- Inadimplemento do Devedor (art. 786)
- Título Executivo, judicial ou extrajudicial (arts. 783 e 798, I)

 2.6.1 Inadimplemento do Devedor


INTERESSE DE AGIR DO CREDOR → necessário que o devedor tenha se
tornado inadimplente.
Inadimplemento ↔ exigibilidade da prestação
→ enquanto não vencido o débito, não se pode falar em
descumprimento da obrigação do devedor.
DEVEDOR INADIMPLENTE → aquele que não cumpriu, na forma e no
tempo devidos, o que lhe competia segundo a obrigação pactuada.
 Assim:
- Sem o vencimento da dívida, não ocorre a sua exigibilidade. E não sendo
exigível a obrigação, o credor carece da ação executiva (art. 783).
- Não há necessidade de se produzir prova do inadimplemento com a inicial.
Basta o transcurso do prazo da citação sem o cumprimento da obrigação –
prova da mora do devedor.
- Sempre que o devedor satisfizer a obrigação, não haverá como prosseguir a
execução;
- Sempre que houver satisfação parcial, só se poderá prosseguir sobre o
remanescente;

Exceptio non adimpleti contractus


Exceção de contrato não cumprido (arts.476 e 477 do CC)

- Em obrigações recíprocas e simultâneas.


“Nenhum contratante pode exigir a prestação do outro, antes de ter
cumprido a sua”.
- Arts.787 e 798, I, d, do CPC
 É defeso a um contraente, antes de cumprida a sua obrigação, exigir o
implemento da do outro
→ Não se procederá à execução, se o devedor se propõe satisfazer a
prestação, com meios considerados idôneos pelo juiz, mediante a execução da
contraprestação pelo credor, e este, sem justo motivo, recusar a oferta”.
 Título Executivo
TÍTULO EXECUTIVO → INDISPENSÁVEL AO CREDOR para a execução forçada
→Documento dotado de eficácia para tornar adequada a tutela
executiva de determinada pretensão;
→Dá a certeza da existência de crédito, necessária para que a esfera
patrimonial do devedor seja invadida;
→Além de desencadear a execução, seja a forma de processo
autônomo, seja como uma fase do processo anterior, o título é que dará os
contornos e os limites da execução.
→Execução → consequências graves (desapossamento de bens do devedor) →
não é faculdade dos interessados atribuir força executiva a determinado
documento.
→Somente o legislador é que pode fazê-lo, cabendo exclusivamente à
lei discriminar quais os títulos executivos, o que é feito no CPC, nos artigos 515
e 784, além da legislação extravagante.

 Processo de conhecimento - se discute, à procura da definição do direito que


virá solucionar a controvérsia das partes.
 Processo de execução - se realiza o direito já declarado numa sentença
condenatória ou num documento extrajudicial a que a lei reconhece poder de
conferir à obrigação certeza, liquidez e exigibilidade.

2.6.2 Dos títulos Executivos


Sistema Unitário

 Título executivo judicial e título executivo extrajudicial têm o mesmo peso.


 Título Executivo Extrajudicial
- Art. 784 do CPC e Leis esparsas

Art. 784, I do CPC - Cambiais


 Literalidade: título vale pelo que se encontra nele escrito
 Autonomia: as diversas obrigações assumidas num mesmo título são
independentes
 Abstração: O título desapega-se do negócio jurídico que justificou a sua
emissão, o que não é absoluto.
 Apresentação formal do título

Letra de Câmbio (Art. 784,I, CPC)


 Três intervenientes:
 o tomador (se beneficia do pagamento, credor),
 o sacador (ordena o pagamento, emite o título) e
 o sacado/aceitante (pessoa a quem a ordem de pagamento é
dirigida/devedor).
 Título nominativo (endosso)
 Prescrição: 3 anos do vencimento (devedor principal-sacado e avalista;
 Ordem de pagamento
 Deve conter: expressão letra de câmbio, nome e documento do sacado,
lugar do pagamento, nome do tomador, local e data do saque, assinatura
do sacador.
 Decretos n. 2044/1908, 56.595/66 e 57.663/66, que recepcionaram a Lei
Uniforme de Genebra.

Nota Promissória (Art. 784, I, CPC)


 Representa uma promessa de pagamento em favor do beneficiário ou a sua
ordem.
 Deve conter: denominação de nota promissória, a promessa pura e simples
de pagar quantia determinada, identificação da pessoa em favor de quem
ou à ordem de quem deve ser paga, identificação da data da sua emissão
assinatura do emitente, data e lugar do pagamento. (arts. 75 e 76 da LU-
Decreto n. 57663/66).
 Promessa de pagamento
 Sacador (emitente ou subscritor) – promete pagar
 Sacado (beneficiário) – credor
 Prescrição: 3 anos (77, LU)

Duplicata (Art. 784, I, CPC)


 Se prende à causa de emissão.
 Representa uma compra e venda ou uma prestação de serviços (Lei 5474,
de 18/7/1968).
 Inicial da execução a duplicata deve vir acompanhada da respectiva nota
fiscal e, não tendo sido aceita, com o instrumento de protesto para suprir a
ausência da assinatura do devedor no título.
 Prescrição:
 Em 3 anos contra o sacado e avalistas a contar do vencimento do título; e,
 Em 1 ano, a contar do protesto, contra o endossante e seus avalistas (art.
18 da Lei 5474/68)

Debênture (Art. 784, I, CPC)


 Disciplinada pela Lei 6404/76, art. 52 e seguintes que trata das sociedades
anônimas.
 Como forma de estimular a criação de capital de giro, necessário ao
incremento das atividades das referidas sociedades, a lei permitiu a
emissão destes títulos, destinando-se à aquisição pelo público em geral.
 A emissão é ato privativo da Assembléia Geral da sociedade.
 Inicial + certificado de debênture
 Prescrição: 5 anos

Cheque (Art. 784, I, CPC)

 Ordem de pagamento à vista, sacada contra um Banco e com base em


suficiente provisão de fundos depositados pelo sacador em mãos do sacado
ou decorrente de contrato de abertura de crédito entre ambos.
 Título que não se prende a sua causa de emissão.
1)  No campo “R$”, escreva o valor do cheque em números.
2) No espaço “Pague por este cheque a quantia de”, escreva o valor do
cheque por extenso. Esse valor deve ser igual ao valor em números.
3)  Depois, você escreve o nome da pessoa ou a quem você está realizando
o pagamento.
4)  Nos traços em branco (______,___de_________de______), você coloca
local e data em que você está preenchendo o cheque.
5)  Por último, você precisa assinar o cheque, autorizando o banco a pagar a
pessoa ou a empresa que apresentá-lo para pagamento. A assinatura
deverá ser igual aquela que você registrou no cartão de assinaturas quando
abriu sua conta corrente.
* Vide jurisprudências sobre prescrição do cheque pré-datado.

Prescrição do Cheque
Deve ser apresentado a contar da emissão em 30 dias na praça e 60 dias
fora da praça de pagamento, conforme o art. 33 da Lei 7357/85.
- A prescrição, conforme o artigo 59 da mesma lei é de 6 meses contados
da expiração do prazo de apresentação.
- Se o cheque não é apresentado ao banco nos 30 dias (por exemplo), pode,
mesmo assim, o credor propor a execução, conforme a jurisprudência,
contando-se o prazo de prescrição a partir dos 30 dias da emissão do título.

FIXAÇÃO
1. Quais são os requisitos necessários para realizar qualquer execução?
R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

2. Como se define a competência para as execuções de títulos extrajudiciais?


R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________
3. O que se exige para a execução das obrigações recíprocas assumidas em
negócios bilaterias?
R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

4. Quais são os títulos executivos judiciais?


R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

5. Cite as características dos títulos previstos no inciso I, do art. 784, do CPC.


R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

6. Quais são os requisitos de execução da Duplicata?


R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

7. Qual o prazo prescricional do cheque?


R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Dos títulos Executivos Extrajudiciais


Art. 784, CPC
 Inciso II: Escritura Pública ou outro Documento Público
Assinado pelo devedor
 Inciso III: Documento Particular
Assinado pelo devedor e por duas testemunhas
 Prescrição: 5 anos (art. 206, §5º, I do CC)

 Inciso IV: Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público,
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou
por conciliador ou mediador credenciado por Tribunal (art. 167, CPC).
Assistindo ambas as partes (referendar não é homologar, mas sim
assistir as partes).
Art. 784, V, CPC - Contratos garantidos
 Direitos reais de garantia, acessórios a uma obrigação principal
 Hipoteca (1473 do CC)
 Penhor (1431 do CC)
 Anticrese (1506, CC)
 Outro direito real de garantia (Ex. caução, art. 1191 CC)
 Conferem a preferência ao credor sobre os bens dados em garantia.
 Contrato de Seguro de vida em caso de morte (Art. 757 e ss., CC).
Contrato em que o segurador se compromete a, em caso de falecimento
do segurado, pagar determinada indenização ao beneficiário por ele instituído.
Outros danos pessoais dependem de ação de conhecimento.
A inicial deve ser instruída com a apólice de seguro e com o comprovante do
falecimento do segurado.
Negativas de pagamento: doença pré-existente, embriaguez, suicídio.

SEGURO DE VIDA. MORTE SEGURADO. NEGATIVA DE COBERTURA SOB A


ALEGAÇÃO DE DOENÇA PREEXISTENTE E MÁ-FÉ DO SEGURADO POR OMISSÃO
DE SEU VERDADEIRO ESTADO DE SAÚDE. AUSÊNCIA DE EXIGÊNCIA DE EXAME
CLÍNICO PRÉVIO PARA PACTUAÇÃO DO SEGURO. MA-FÉ NÃO CARACTERIZADA.
DEVER DE INDENIZAR EXISTENTE. 
A seguradora deve provar a má-fé do segurado, sendo certo que quando não
realiza o prévio exame clínico no segurado, não pode escusar-se do pagamento
ao beneficiário ao argumento que haveria doença pré-existente. RECURSOS
NÃO PROVIDO.
TJSC. Ap. Cível, Acórdão 2014.083162-8, Rel.Des. Gilberto Gomes de
Oliveira, de
Joinville, 2ª Câm.Direito Civil, j. 26/02/2015 

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO DE VIDA. NEGATIVA


SECURITÁRIA EM FACE DA ALEGAÇÃO DE DOENÇA PRÉ-EXISTENTE. EXAME
PRÉVIO NÃO EXIGIDO NO MOMENTO DA CONTRATAÇÃO. PRESUNÇÃO DE BOA-
FÉ DO SEGURADO. RISCO ASSUMIDO PELA SEGURADORA. COBERTURA DEVIDA.
RECURSO DESPROVIDO.

É ônus processual da seguradora fazer a prova inversa (fato desconstitutivo do


direito do autor) atinente à circunstância de que o segurado já era, no
momento da contratação do seguro, portador da doença que ocasionou a sua
morte.
Ademais, presume-se a boa-fé do segurado ao preencher e assinar o
questionário acerca do seu estado de saúde, dentre outras informações
prestadas nessa seara, cabendo à seguradora, pois, a realização de exames
prévios de saúde.
Assim, não há falar em exclusão de responsabilidade contratual se a seguradora
não prova que o segurado realmente estava acometido de alguma moléstia
grave e que tinha conhecimento de tal fato ao tempo da assinatura da proposta
securitária.
TJSC. Apelação Cível nº 2014.059755-1, de Laguna, Relator: Des. Joel Dias
Figueira Júnior, 4ª Câm. Direito Civil. J. em 25/02/2016.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO DE VIDA. NEGATIVA


SECURITÁRIA EM FACE DA ALEGAÇÃO DE DOENÇA PRÉ-EXISTENTE. EXAME
PRÉVIO NÃO EXIGIDO NO MOMENTO DA CONTRATAÇÃO. PRESUNÇÃO DE BOA-
FÉ DO SEGURADO. RISCO ASSUMIDO PELA SEGURADORA. COBERTURA DEVIDA.
RECURSO DESPROVIDO.

É ônus processual da seguradora fazer a prova inversa (fato desconstitutivo do


direito do autor) atinente à circunstância de que o segurado já era, no
momento da contratação do seguro, portador da doença que ocasionou a sua
morte.
Ademais, presume-se a boa-fé do segurado ao preencher e assinar o
questionário acerca do seu estado de saúde, dentre outras informações
prestadas nessa seara, cabendo à seguradora, pois, a realização de exames
prévios de saúde.
Assim, não há falar em exclusão de responsabilidade contratual se a seguradora
não prova que o segurado realmente estava acometido de alguma moléstia
grave e que tinha conhecimento de tal fato ao tempo da assinatura da proposta
securitária.
TJSC. Apelação Cível nº 2014.059755-1, de Laguna, Relator: Des. Joel Dias
Figueira Júnior, 4ª Câm. Direito Civil. J. em 25/02/2016.

SEGURO DE VIDA. NEGATIVA DE COBERTURA. EMBRIAGUEZ. FATO


PREPONDERANTE PARA A OCORRÊNCIA DO INFORTÚNIO CONFIGURADO.
AGRAVAMENTO DE RISCO POR ESTAR O SEGURADO EMBRIAGADO. ART. 768
DO CC. EXCLUDENTE DE COBERTURA CONFIGURADA. INDENIZAÇÃO NÃO
DEVIDA.
Na linha de precedentes do Superior Tribunal de Justiça, a cláusula do contrato
de seguro que exclui a cobertura prêmio quando o segurado, em estado de
embriaguez, causa o agravamento do risco, não é abusiva.
Para a configuração da hipótese de exclusão da cobertura securitária prevista
no art. 768 do Código Civil atual, exige-se que a conduta direta do segurado
importe num agravamento, por culpa grave ou dolo, do risco objeto do
contrato.
ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. NECESSÁRIA INVERSÃO EM VIRTUDE DA REFORMA
INTEGRAL DA SENTENÇA. VERBAS HONORÁRIAS FIXADAS EM PROL DO
CAUSÍDICO DA DEMANDADA.
Havendo a reforma integral da sentença, a redistribuição dos ônus
sucumbenciais deve se dar de forma automática, de acordo com os
balizamentos fornecidos pelo CPC.
TJSC. Apelação Cível nº 2014.053941-8, de São Bento do Sul. Rel: Des. Gilberto
Gomes de Oliveira, 2ª Câm. Direito Civil.

APELAÇÃO DA SEGURADORA (3) ALCOOLEMIA DO RÉU. CAUSA NÃO


DETERMINANTE. COBERTURA SECURITÁRIA RECONHECIDA.
- "A embriaguez do segurado, por si só, não enseja a exclusão da
responsabilidade da seguradora prevista no contrato, ficando condicionada a
perda da cobertura à efetiva constatação de que o agravamento de risco foi
condição determinante para a ocorrência do sinistro. Precedentes." (STJ, AgRg
no AREsp 281.255/MG, rel. Min. Sidnei Beneti, j. em 16/04/2013).
(TJSC. Processo: 2012.043345-7 (Acórdão) Relator: Henry Petry Junior. Origem:
Blumenau. Orgão Julgador: Quinta Câmara de Direito Civil. Julgado em:
25/06/2015. Juiz prolator: Jorge Luiz Costa Beber

APELAÇÃO CÍVEL. SEGURO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.


SEGURO DE VIDA EM GRUPO. MORTE DO SEGURADO. - PROCEDÊNCIA NA
ORIGEM.
EMBRIAGUEZ. CAUSA DETERMINANTE DO AGRAVAMENTO DO RISCO E DA
OCORRÊNCIA DO SINISTRO. PERDA DA COBERTURA.
- A embriaguez do segurado na condução de veículo somente exime o
segurador do pagamento do valor de cobertura de garantia da apólice se
aquela, desde que voluntária ou, ao menos, culposa, tiver sido a causa
determinante do agravamento do risco e da ocorrência do sinistro, à luz do art.
768 do Código Civil, com ônus da prova dado à seguradora, porquanto fato
extintivo do direito do segurado.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.
TJSC. Apelação Cível n. 0301019-09.2014.8.24.0074, de Trombudo Central.
Relator: Des. Henry Petry Junior. 5ª Cam. Direito Civil. J. 04/07/2017.
COBRANÇA. SEGURO DE VIDA. POSTULAÇÃO DESACOLHIDA. SUICÍDIO DA
SEGURADA NO PERÍODO DE CARÊNCIA ESTABELECIDO PELO ART. 798 DO
CÓDIGO CIVIL. RECURSO DO BENEFICIÁRIO.
NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA MÁ-FÉ NO ATO DA CONTRATAÇÃO
SECURITÁRIA. PRECEDENTES DA CORTE E DO STJ. MÍNGUA PROBATÓRIA A
DEMONSTRAR A PREMEDITAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA. INVERSÃO DOS
ENCARGOS DA SUCUMBÊNCIA.
Segundo interpretação sistemática do art. 798 do Código Civil em consonância
com os princípios da boa-fé, se não houver densa prova da existência de
premeditação no momento da contratação - ônus esse, aliás, da seguradora - o
imediato pagamento do seguro é a única providência que se espera do
segurador.
APELAÇÃO PROVIDA.
TJSC. Apelação Cível nº 2012.002318-4, da Capital. Rel.Des. Gilberto Gomes de
Oliveira, 2ª Câm. Direito Civil.

APELAÇÃO CÍVEL. SEGURO DE VIDA EM GRUPO E PROCESSUAL CIVIL.


EMBARGOS À EXECUÇÃO. SUICÍDIO DO SEGURADO - PARCIAL PROCEDÊNCIA
NA ORIGEM
(1) APELO DA SEGURADORA. TÍTULO EXTRAJUDICIAL. SEGURO DE VIDA.
CERTIFICADO INDIVIDUAL DE SEGURO. CONTRATO DE SEGURO. MATÉRIA NÃO
CONTROVERTIDAS. CERTEZA, LIQUIDEZ E EXIGIBILIDADE PRESENTES.
INEXISTÊNCIA DE NULIDADE DA EXECUÇÃO.
[...]
(2) MÉRITO. SUICÍDIO DO SEGURADO DENTRO DO BIÊNIO DO ART. 798 DO
CC/2002. PERDA DA COBERTURA. NÃO OCORRÊNCIA. INAPLICABILIDADE
LITERAL DO DISPOSITIVO LEGAL. LEITURA À LUZ DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
INTUITO DE FRAUDAR A RELAÇÃO SECURITÁRIA NÃO EVIDENCIADO. DEVER
DE INDENIZAR SUBSISTENTE.
- "[...] não é razoável admitir que o legislador pátrio, em prejuízo do
beneficiário de boa-fé, tenha deliberadamente suprimido o critério subjetivo
para aferição da premeditação do suicídio. O período de dois anos
mencionado pela norma brasileira, dessa forma, não deve ser examinado
isoladamente. É necessário promover a análise das demais circunstâncias que
envolveram sua elaboração, pois seu objetivo certamente não foi substituir a
prova da premeditação do suicídio [...] (TJSC - Processo: 2015.004723-1
(Acórdão). Relator: Henry Petry Junior. Origem: Blumenau. Orgão Julgador:
Quinta Câmara de Direito Civil Julgado em: 18/06/2015. Juiz Prolator: Sérgio
Agenor de Aragão.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA. INDENIZAÇÃO


SECURITÁRIA. MORTE DE SEGURADO DECORRENTE DE SUICÍDIO. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO OPOSTOS PELA SEGURADORA.
DEMANDA PRINCIPAL EXTINTA. INCONFORMISMO DA EXEQUENTE. NÃO
ACOLHIMENTO. SUICÍDIO OCORRIDO NOS PRIMEIROS DOIS ANOS DE
CELEBRAÇÃO DO CONTRATO. CAUSA EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE DA
APELADA QUE TORNA DESPICIENDA A PROVA DE PREMEDITAÇÃO. EXEGESE DO
ART. 798 DO CC. ENTENDIMENTO UNIFORMIZADO PELA SEGUNDA SEÇÃO DO
STJ NO JULGAMENTO DO RESP 1.334.005/GO. ADOÇÃO DE CRITÉRIO OBJETIVO
TEMPORAL. DEVER DE INDENIZAR NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
"1. Durante os dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, o
suicídio é risco não coberto. Deve ser observado, porém, o direito do
beneficiário ao ressarcimento do montante da reserva técnica já formada
(Código Civil de 2002, art. 798 c/c art. 797, parágrafo único).
2. O art. 798 adotou critério objetivo temporal para determinar a cobertura
relativa ao suicídio do segurado, afastando o critério subjetivo da
premeditação. Após o período de carência de dois anos, portanto, a seguradora
será obrigada a indenizar, mesmo diante da prova mais cabal de premeditação.
3. Recurso especial provido." (STJ, REsp 1334005/GO, Rel. Ministro Paulo de
Tarso Sanseverino, Rel. p/ Acórdão Ministra Maria Isabel Galotti, Segunda
Seção, j. em 8-4-2015).
TJSC. Apelação Cível n. 0002562-15.2011.8.24.0046. Relator: Desembargador
Substituto Carlos Roberto da Silva. Câm. Especial Chapecó. J. 17/05/2017.

Art. 784, VII, CPC


 Crédito decorrente de Foro e laudêmio
(Enfiteuse, art. 2038 CC)
- Foro – renda anual que o enfiteuta deve pagar ao proprietário do imóvel
- Laudêmio – valor devido pelo alienante ao senhorio direto, sempre que se
realizar a transferência do domínio útil, por venda ou dação em pagamento.
Art. 784, VIII, CPC
 Crédito locatício (Lei 8.245/90)
- As despesas condominiais também podem ser incluídas na execução
contra o locatário.
- Somente a multa moratória pode ser objeto de execução.
- Poderá ser promovida contra locatário e fiador. Exclusivamente contra
este, somente nos casos de renúncia ao benefício de ordem.

Art. 784, IX, CPC


 CDA - Execução regida pela Lei 6830/80.

Art. 784, X, CPC


 Contribuições de Condomínio
Ordinárias ou Extraordinárias.

Art. 784, XI, CPC


 Certidão de Serventia Notarial ou de Registro, relativa a valores ou
emolumentos e demais despesas devidas relativas aos atos por ela praticados.

 Títulos executivos previstos em leis esparsas – Art. 784, XII:


- Cédula de crédito bancário (Lei nº 10.931/2004, art.28);
- A decisão que fixa ou arbitra e o contrato que estipula honorários advocatícios
(Lei 8.906/94, art. 24);
- As cédulas de crédito rural (Lei 8.929/94, art. 1º);
- As cédulas de crédito industriais (Dec.-lei 413/69, art. 10);
- As cédulas de crédito comerciais (Lei 6.840/80 c/c o Dec.-lei 413/69);
- As cédulas de crédito imobiliário (Lei 10.931/2004, art.18)
- Os créditos dos órgãos de controle de exercício de profissão (Lei 6.206/75, art.
2.º);
- As decisões do TCU que resultem na imputação de débito ou multa (CF, art. 71,
§3.º);
- O instrumento de contrato garantido por alienação fiduciária (Dec.-lei 911/69,
art. 5.º);
- As decisões do CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Lei
8.884/94, art. 60);
- Os adiantamentos em contrato de câmbio (Lei 4.728/65, art. 75).
- Termo de Ajustamento de Conduta (Lei 7.347/85)
 Títulos Executivos Extrajudiciais Estrangeiros:
- Não dependem de homologação para serem executados;
- Terá eficácia mediante atendimento dos requisitos de formação exigidos pela lei do
lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como lugar para o cumprimento
da obrigação.
 Ação procedimento comum relativa ao débito não inibe a Ação de Execução.
 Título Executivo Extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de
conhecimento, a fim de obter título executivo judicial (art. 785, CPC).
 Requisitos do Título Executivo
→ Art. 783 do CPC – A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em
título de obrigação LÍQUIDA, CERTA e EXIGÍVEL.

OBRIGAÇÃO

CERTA LÍQUIDA EXIGÍVEL

Existência indiscutível Valor conhecido Quando possa ser exigida

An debeatur (o que se deve) Quantum debeatur (quanto se deve) Vencida

 Requisitos do Título Executivo

 CERTEZA – quando não há dúvida de sua existência


- refere-se ao órgão Judicial, e não às partes
- decorre da perfeição formal do título e da ausência de reservas à sua plena
eficácia.
 LIQUIDEZ – plus que se acrescenta à certeza da obrigação.
- Obrigação precisa quanto ao seu objeto;
- Sabe-se que “se deve” e o “quanto” ou “o que” se deve
- Mesmo sem trazer em si exatamente a quantia da dívida, são considerados
líquidos os títulos:
- indicam todos os elementos para apurá-la mediante simples cálculo
aritmético em torno de dados do próprio documento.
- Ex. cláusula de juros
 EXIGIBILIDADE – refere-se ao vencimento da dívida.
- Dívida exigível é aquela que está vencida, seja porque se alcançou o termo,
seja porque se operou a condição a cuja ocorrência a eficácia do negócio jurídico está
subordinada.
- Inadimplemento do devedor
- Inexigível – Exemplo:
- a obrigação sujeita a encargo, enquanto não for cumprido;
- sujeita a condição, enquanto não satisfeita;
- sujeita a termo, enquanto não alcançado.
 Certeza, liquidez e exigibilidade devem ser verificadas no momento em que se
inicia a execução forçada e não naquele em que se forma o título.

 EXIGIBILIDADE – Arts. 786 a 788, CPC


A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa,
líquida e exigível consubstanciada em título executivo.

A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito


exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.

Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a


contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a
execução, sob pena de extinção do processo.

O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação


ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir
a contraprestação que lhe tocar.

O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor


cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela
não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo,
caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o
direito de embargá-la.
Fixação
1. Quais os requisitos do Documento particular e do Documento público para fins
de execução?
R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

2. Quais são os requisitos do Título Executivo?


R:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

3. Qual o título executivo que fundamenta a Execução Fiscal?


R:_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

4. O contrato de prestação de serviços advocatícios, para fins de execução de


honorários, por se tratar de documento particular, exige a assinatura de duas
testemunhas? Explique.
R:____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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