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GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
MARKETING DE DIFERENCIAÇÃO
São Paulo
2017
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RESUMO: A preocupação básica deste estudo é refletir sobre como é possível utilizar o
marketing de diferenciação, baseado na inovação, fazendo com que a marca se destaque no
mercado e seja lembrada por seus consumidores, aumentando a carteira de clientes, resultando
em um faturamento fora do esperado, minimizando os efeitos da crise que o país tem
enfrentado. Por conseguinte, este artigo tem como objetivo analisar as principais definições de
inovação e diferenciação. No desenrolar do trabalho se investiga, com base em uma breve
revisão da literatura, sobre os conceitos da estratégia do oceano azul e o oceano vermelho e
quais os impactos desses conceitos na formulação de estratégias de marketing. Realizou-se
uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições de autores como: KIM &
MAUBORGNE (2005), SCHUMPETER (1982), MINTZBERG (2010), PORTER (1991) e
OSTERWALDER (2015), entre outros, procurando enfatizar a importância da diferenciação o
posicionamento da empresa no mercado globalizado. Concluiu-se que uma o marketing de
diferenciação é fator predominante nas organizações que valorizam desenvolvimento de
estratégias vencedoras, com base na inovação, uma vez que cria visibilidade para a marca,
além de fidelizar os seus clientes, alcançando assim, o sucesso tão desejado.
1 INTRODUÇÃO
O Brasil vem enfrentando uma crise econômica e atualmente são mais de 10 milhões
de desempregados no país, segundo dados divulgados pelo IBGE. Milhares de pessoas estão
mudando de hábitos e consequentemente a sua rotina. Essa realidade tem feito com que cada
vez mais brasileiros façam uso da criatividade e abram um negócio próprio. Ter o negócio
próprio é uma oportunidade de realizar muitos sonhos antigos e atingir uma realização
pessoal.
Devido ao aumento da concorrência, uma empresa nova no mercado ou até mesmo
uma empresa existente, pode passar despercebido pelos clientes. Consumidores passam a dar
preferência para irem até uma determinada loja ou serviço mesmo que distante, ao invés de
frequentarem alguma que esteja próxima de suas residências, devido ao atendimento
diferenciado, qualidade superior do produto, eficácia da empresa com o consumidor.
O presente trabalho tem como tema analisar como é possível utilizar o marketing de
diferenciação, baseado na inovação, fazendo com que a marca se destaque no mercado e seja
lembrada por seus consumidores, aumentando a carteira de clientes, resultando em um
faturamento fora do esperado, minimizando os efeitos da crise que o país tem enfrentado.
Nessa perspectiva, construíram-se as seguintes questões que nortearam este trabalho:
Analisar quais os principais conceitos de diferenciação e
inovação, com base na literatura de referência?
Investigar, com base em uma breve revisão da literatura, sobre
os conceitos da estratégia do oceano azul e o oceano vermelho?
Pesquisar quais os impactos dos princípios do oceano azul na
formulação de estratégias de marketing?
Nesse contexto, Chan Kim e Renée Mauborgne escreveram, no ano de 2005, o livro:
“A Estratégia do Oceano Azul - como criar novos mercados e tornar a concorrência
irrelevante”, que avalia o ponto de vista de empresas que se focaram na inovação e não na
batalha com os concorrentes. Desta maneira, os autores colocam o foco do empreendedor na
ação de detectar e explorar novos mercados que ainda se encontram livres de concorrentes.
Assim, a metodologia apregoada pelos dois autores apresenta uma série de ferramentas e entre
elas, se destacam oitos pontos fundamentais que devem ser seguidos por empreendedores que
desejam fugir do oceano vermelho, que é atribuído o mercado competitivo, para percorrer
com eficiência as calmas águas de um oceano azul da inovação.
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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Em resumo pode-se observar que, até a década de 70, as estratégias de crescimento das
empresas foram baseadas na existência de um negócio dominante e no aumento das vendas de
produtos ou a busca de novos mercados para esse negócio, tendo por foco a redução do custo
e a venda em valores de preço baixo.
Nas décadas de 70 e 80 há destaque para os pensadores da estratégia, como Michael
Porter. Assim, o foco passa a ser a definição da estratégia e a administração da estratégia. Para
tanto, a análise ambiental externa torna-se mais técnica e analítica. È desenvolvido o modelo
de análise das cinco forças competitivas desenvolvido por Porter (1991), que também
estabeleceu o conceito das estratégias genéricas de custo, diferenciação e enfoque e, ainda, de
cadeia de valor. Os executivos e os gestores assumem um papel mais ativo na formulação e na
execução da estratégia.
Nos anos 90 o crescimento das empresas teve por base os seus recursos e
competências, sendo que as empresas passaram a se focalizar em seus negócios principais,
especializando sua atuação. A abordagem do planejamento estratégico torna-se mais ampla e
sistêmica, sendo que a estratégia passa a ser tratada como um processo formal e deliberado.
Tem início o processo de integração entre o processo de planejamento e o controle da
execução. Incorpora-se à temática da estratégia a questão das competências essenciais, da
sustentabilidade ambiental e dos princípios e valores.
Após os anos 2000, o crescimento das empresas ultrapassou nos limites dos mercados
e passaram a depender de uma forte estratégia competitiva. Nesta fase são iniciados negócios
voltados totalmente para a inovação de um segmento e que na sua visão diferenciada,
extrapolam a competitividade dos mercados concorrentes. A execução da estratégia torna-se
um dos maiores desafios das organizações e é desenvolvido o Balanced Scorecard e a
inovação passa a ser um dos elementos mais importantes no processo de formulação de
estratégias. Nasce a estratégia do oceano azul, na qual foram identificadas empresas que
conseguiram obter a vantagem de custo e diferenciação, simultaneamente. Como se pode
observar na tabela 1, baixo, o conceito de estratégia evoluiu de uma abordagem fechada com
foco no crescimento da empresa, para uma abordagem mais dilatada, fundamentada na
competição. Se analisarmos o desenvolvimento dos mercados é possível verificar que o
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crescimento ocorria de forma natural, baseado apenas na competição por preços, e, a partir da
segunda metade do século, passou a considerar também a diferenciação dos produtos.
4 DISCUSSÕES TEÓRICAS
1
ANSELMO, Estevão; TOLEDO, Geraldo Luciano. MARKETING ESTRATÉGICO: ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO E
COMPETITIVA um estudo de caso sobre a evolução dos conceitos em uma empresa metalúrgica. Semead: Estudo de Caso
Marketing. São Paulo, p. 01-15. mar. 2003.
2
DTI (2001), UK Business Clusters in the UK: A First Assessment, Publications du DTI, Londres. DTI (2003). Disponível em: <
http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/+/http:/www.dti.gov.uk/files/file12093.pdf> Acesso em: 12 no. 2017.
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Assim, a palavra inovação é um dos principais termos do novo século, não apenas no
mundo dos negócios, mas no mundo da tecnologia, da moda, da comunicação e das empresas.
Conforme o professor Sandro Cortezia (2017). A melhor forma de definir o que é,
realmente, inovação, é compreender o que ela não é. Portanto, uma nova ideia, não é
inovação, apesar de que uma ideia criativa pode ser o início para o desenvolvimento de uma
inovação. A partir de uma ideia, pode-se evoluir para seu desenvolvimento, criando um
protótipo, ou invenção. Porém a invenção, por si só, também não é inovação.
O pesquisador Schumpeter (1982) foi o primeiro a fazer essa distinção. Para ele as
inovações “não precisam necessariamente ser invenções, e as invenções, enquanto não forem
levadas à prática, são economicamente irrelevantes” (SCHUMPETER, 1982, p. 36). Desta
maneira, toda e invenção é uma solução técnica para viabilizar uma ideia, para suprir a uma
necessidade previamente existente.
Já o Manual de Oslo (2005)3, publicado pela Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE), define inovação como:
“[...] a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um
processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na
organização do local de trabalho ou nas relações externas” (MANUAL DE OSLO, 2005, p. 55).
Significa dizer que uma ideia somente não gera inovação, mas a inovação pode partir de uma
invenção ou pode ter origem em uma nova disposição de meios já existentes na organização,
porém, para que seja considerada inovação, ela deve, obrigatoriamente, ser implementada na
prática e agregar valor, produzindo resultados para a empresa. Desta forma, como
esquematizam as figuras abaixo, a inovação sempre agrega valor:
3
Oslo manual. Third edition, OECD and Eurostat, Paris. 2005. Disponível em:< http://www.finep.gov.br/images/apoio-e-
financiamento/manualoslo.pdf> Acesso em: 12 nov. 2017.
8
VALOR (produto,
INOVAÇÃ
INOVAÇÃ agrega abrangência, ou
O
O
implemeta originalidade)
implemeta
da
da
propaganda para realizar mais vendas dentro de um mesmo mercado; pacote - oferecendo
soluções mais completas às necessidades de seus clientes, por exemplo, hardware e software;
desenvolvimento de mercado e/ou de produto - busca por novos mercados onde oferecer seus
produtos/serviços ou o desenvolvimento de novos produtos/serviços para oferecer nos
mercados atuais. Nesta abordagem também cabe à diversificação, caracterizada pelo
desenvolvimento de produtos e serviços novos para mercados novos.
Na figura abaixo, foi demonstrada a diferenciação em produto, canal, serviço, pessoal
e imagem, que são considerados os fatores de diversificação para o posicionamento de
marketing.
DIFERENCIAÇÃO
Produtos
Canal Serviço Pessoal Imagem
MARKETING
No livro, a estratégia dos oceanos azuis é analisada por meio do case do Cirque
du Soleil, conforme explicam os autores já citados:
“O Cirque du Soleil rompeu a regra das melhores práticas do setor circense,
alcançando ao mesmo tempo diferenciação e baixo custo, mediante a reconstrução
de elementos em ambos os lados das fronteiras setoriais vigentes.” KIM e
MAUBORGNE (2005 p. 80).
5 CONCLUSÕES
CHANDLER, Alfred D. Strategy and Structure: chapters in the history of the american
industrial enterprise. Cambridge, Massachussets, MIT Press, 1962.
CHARAN, R.; TICHY, Noel M. Every Business is a Growth Business: how your company
can prosper year after year. New York. Randon House, 1998.
HAMEL, Gary & PRAHALAD, C.K. Competindo pelo futuro-estratégias inovadoras para
obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. 4. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 1997.
KIM, Chan & MAUBORGNE, Renée. A Estratégia do Oceano Azul – como criar novos
mercados e tornar a concorrência irrelevante; Rio de Janeiro: Campus, 2005.
15
MINTZBERG, Henry & QUINN, James Brian. O Processo da Estratégia. Porto Alegre:
Bookman, 2006.
OECD. Oslo manual. Third edition, OECD and Eurostat, Paris. 2005. Disponível em:<
http://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf> Acesso em: 12 nov.
2017.
PRAHALAD, C.K.; HAMEL, G. Competindo pelo Futuro. Rio de Janeiro. Campus, 1995.