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PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL E SUAS APLICAÇÕES.

RESUMO: O cenário atual da construção civil, cada vez mais exige boas
práticas, no que se refere a reutilização de resíduos oriundos das próprias
atividades construtivas. O reuso de materiais descartados além de propiciar
vantagens econômicas também remete a uma redução do volume de descarte
dos elementos excedentes. Com isto buscou-se conhecer por meio da
literatura de bibliografias existente, a maneira com que o processo de
obtenção dos resíduos tratados acontece e como seu uso pode ser atrelado
em edificações em processo de execução.
PALAVRAS-CHAVES: Construção civil, resíduos sólidos, classificação, aplicações.

PROCESS OF CLASSIFICATION OF SOLID WASTE FROM CIVIL


CONSTRUCTION AND ITS APPLICATIONS.

ABSTRACT: The current scenario in the field of construction, has been seeking more
and more intense, in what concerns the reuse of waste from the constructive activities.
The reuse of discarded materials in addition to providing economic advantages also
leads to a reduction in the volume of discard of surplus elements. With this, we tried to
know through the literature of existing bibliographies, the way in which the process of
obtaining treated waste happens and how its use can be tied in buildings in the process
of.
KEYWORDS: Construction, solid waste, classification, applications.

1. INTRODUÇÃO
A construção civil é uma das atividades mais antigas que se tem conhecimento
e, desde o início, foi executada gerando como subprodutos grande quantidade
de resíduos minerais. Esse fato chamou atenção dos construtores já na época
do Império Romano, quando já são encontrados registros de reutilização dos
resíduos da construção na produção de novas obras (LEVY, 1995).
De acordo com HEWERTON BARTOLI (2011), atual presidente da Associação
Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição
(ABRECON), o Brasil desperdiça 8 bilhões de reais por ano porque não recicla
seus produtos. Os números indicam que 60% do lixo sólido das cidades vêm
da construção civil e 70% desse total poderia ser reutilizado.
É crescente a preocupação com a geração de resíduos e seu descarte na natureza,
e se tratando da construção civil, os chamados RCD’s são responsáveis por
aproximadamente 50% da ocupação dos aterros sanitários no Brasil, segundo SOUZA et
al (2013). Eles advêm do ciclo do processo construtivo, que inclui períodos de
manutenção e reformas, e demolições, que geram perdas de material, e as vezes
retrabalhos, no caso de correções de patologias, como citam AGOPYAN et al.(1998) e
JOHN (2000). Com vista neste fato, e em reduzir os gastos, construtoras estão
incorporando em suas novas obras agregados de origem reciclada em etapas diversas da
obra, pois são mais baratos do que a matéria prima original.
Porém tal uso enfrenta, ainda, alguma resistência em sua aplicação; é uma
técnica normatizada a pouco, além de não contar com técnicas seguras e confiáveis para
sua plena aplicação, fazendo gerar estoques enormes de entulho nas empresas de
beneficiamento. HOOD (2006) Ressalta que deve-se levar em consideração que a
construção civil utiliza matéria prima não renovável em seu curso, que tem origem em
grandes extrações em jazidas minerais, sejam de areia, argila, calcário ou granito (brita)
e por isso requerem cuidados ambientais devido aos impactos ambientais que provocam,
podendo até mesmo gerar a escassez do material, sendo, por isso, necessária a busca por
métodos alternativos e renováveis, que podem valorizar a edificação, e torná-la mais
barata.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Como já é sabido, o setor da construção civil é o campo que mais provoca
impactos socioeconômicos, além de ser o ramo que mais se utiliza de recursos naturais
não renováveis, conforme o que explica BRASILEIRO e MATOS (2015). O produto
que mais é descartado pelo setor, é também o próprio material consumido durante o
processo construtivo dos empreendimentos. O material remanescente da construção
civil, é dito como de baixa periculosidade, pelo fato de que não oferece riscos à saúde
humana de maneira imediata, no entanto a gravidade do problema encontra-se no seu
montante, uma vez que são geradas toneladas desse “lixo”.
Tendo como base a tabela abaixo, é possível observar a produção de resíduos
sólidos da construção civil no Brasil, em relação aos demais países.
Estimativa de geração de RCC em alguns países
Quantidade anual
País
Em milhões t/ano Em kg/habitante/ano Fonte
Tolstoy, Borklund e
Suécia 1,2 - 6 136 - 680 Carlson (1998) e EU
(1999)
Lauritzen (1998),
Brossink, Brouwers e
Holanda 12,8 - 20,2 820 - 1.300
Van Kessel (1996) e EU
(1999)
EPA (1998), Peng,
Estados Unidos 136 - 171 463 - 584 Grosskopf e Kibert
(1994)
Detr (1998) e Lauritzen
Reino Unido 50 - 70 880 - 1.120
(1998)
Bélgica 7,5 - 34,7 735 - 3.359
Lauritzen (1998) e EU
Dinamarca 7,5 - 34,7 440 - 2.010
(1999)
Itália 35 - 40 600 – 690
Alemanha 79 - 300 963 - 3.658
Japão 99 785 Kasai (1998)
U (1999) e Ruivo e
Portugal 3,2 - 4,4 325 - 447 Veiga (apud Marques
Neto, 2009)
Abrelpe (2011), Pinto
(1999), Carneiro et al.
Brasil 31 230 - 760
(2001) e Pinto e
González (2005)
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea 2012

Conforme a tabela acima, o Brasil é produtor de 31 milhões de toneladas ao ano


de resíduos sólidos de construção civil, abaixo de países como: Alemanha e Japão que
possuem políticas de tratamento mais eficientes, uma vez que na Europa,
conhecimentos relativos a reutilização desses resíduos já existe desde a década de
oitenta, enquanto no Brasil ainda é muito recente.
Ações que mitigam e regulamentam o descarte adequado dos resíduos da
construção civil, passaram a coexistir no Brasil, em 5 de julho de 2002, quando o
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), publicou uma resolução
estabelecendo definições e métodos para o manejo desse tipo de resíduo. A resolução
CONAMA nº 307 Art. 2º Inciso l, define os resíduos sólidos da construção civil como:
“Provenientes de construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e
da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,
pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça
ou metralha.”

Já a Lei 12.305/2010 Art. 13° Inciso h, define os resíduos sólidos oriundos da


construção civil, como “os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de
obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos
para obras civis.”
Segundo o CONAMA, são quatro as classes dos resíduos;
 A: Resíduos que podem ser usados como agregado reciclável;
 B: Resíduos recicláveis para outros fins;
 C: Resíduos com pouca viabilidade de reciclagem;
 D: Materiais não recicláveis, ou tóxicos.

Sendo estes, advindos da construção civil, podem ser separados em Agregado reciclado
de concreto, que contem em sua maioria apenas a presença de concreto, e em Agregado
reciclado misto, com a presença de material cerâmico,
A manipulação correta do material descartado pelas atividades da construção
civil no Brasil, apresenta significativa deficiência no descarte e falta de valia dos
materiais resultantes do processamento do entulho da construção para aplicação em
novos empreendimentos, aspectos estes que podem ser estagnados com o marketing da
informação, ou seja, a apresentação para os clientes do campo da construção civil,
destes novos materiais relativizando fatores econômicos e técnicos. Sem a cultura do
descarte adequado destes resíduos, as empresas de reciclagem enfrentam dificuldades
em receber material de qualidade, tendo que estar presentes na hora da demolição e
coleta, para poder garantir a integridade do produto final, e mais; ainda se tem o
imposto sobre o material, que já o teve coletado da primeira vez.
A NBR 15116 normatiza o uso dos agregados na construção, e diz que a adição
de agregados reciclados não impacta negativamente a estrutura em que será aplicada,
apenas deve-se ter o cuidado com a resistência que ele confere ao produto final, sua
concentração em cada concreto corrigindo o traço de acordo com o tipo do agregado,
atentando sempre aos ensaios e analises para cada caso. No Brasil, o uso de agregados,
exceto as areias, se restringe a concretos sem fins estruturais, e a pavimentações, e
mesmo assim, se realmente fosse utilizado na integra, ocuparia a fração de 20% das
obras decorrentes em todo o território nacional
3. MATERIAIS E MÉTODOS

4. DADOS E DISCUÇÃO

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFÊRENCIAS

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