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Psicologia de orientação positiva: uma proposta de intervenção

ARTIGO ARTICLE
no trabalho com grupos em saúde mental

Positive psychology orientation: an intervention proposal


for group work in mental health

Patrícia Mendes Lemos 1


Francisco Silva Cavalcante Júnior 2

Abstract This investigation aims at presenting a Resumo Este estudo visa à proposta de uma psicolo-
positive approach to psychology applied to the field of gia de orientação positiva aplicada à Saúde Mental
mental health in the treatment of patients with men- no acompanhamento de portadores de transtornos
tal disorders. The intervention here presented was mentais. Foi realizado em grupos terapêuticos com
conducted in therapeutic groups with patients from portadores num Centro de Atenção Psicossocial
a psychosocial care center (called CAPS). The analy- (CAPS). A análise do trabalho em grupo avaliado
sis of the group work was based on three basic con- baseou-se na abordagem humanista e sua visão de
cepts: the humanistic approach and its vision of men homem e mundo, no método (con)texto de letra-
and the world, the (con)text method of multiple lit- mentos múltiplos e na psicologia positiva. Usaram-
eracies, and positive psychology. Quantitative and se as metodologias quantitativa e qualitativa feno-
qualitative phenomenological research methodolo- menológica. Os resultados foram listados em catego-
gies were used. The research results were divided into rias que versam sobre a facilitação de grupos de por-
categories based on the group work with patients with tadores de transtornos depressivos. Ao buscar a prá-
depression-related disorders. Seeking for a new mod- tica de um novo modelo em saúde mental, que tenha
el of mental health care aimed at preserving the hu- como aspecto fundamental o zelo pela humanidade e
manistic approach and the rights of the citizen, the a cidadania dos usuários deste serviço, o CAPS surge
Psychosocial Care Center (CAPS) emerges as a his- como resultado histórico da construção dos concei-
torical result of the construction of the health/disease tos de saúde/doença, com fins de exercer os princípi-
concept in order to put into practice the principles os norteadores da reforma psiquiátrica no Brasil.
guiding the psychiatric reform in Brazil. Within this Neste processo de mudança, a psicologia de orienta-
process, a positive approach to psychology is opening ção positiva adentra os horizontes de uma prática
horizons for a practice based on a new view of the fundada num novo olhar sobre o sujeito, buscando a
subject, emphasizing and developing “virtuous” as- ênfase e o desenvolvimento de aspectos “virtuosos”
1
Setor de Psicologia. pects like the possibility of achieving health in its como possibilidade de alcançar a saúde em seu senti-
Centro de Atenção broader meaning, together health promotion and the do mais pleno, caminhando junto à promoção de
Psicossocial. Av. José
employment of different psychological practices. saúde e instalando um diferencial em relação a prá-
Figueira s/n, Centro.
62300-000 Viçosa do Key words Mental health, Positive psychology, Psy- ticas anteriores em psicologia.
Ceará CE. chopathology, Groups Palavras-chave Saúde mental, Psicologia positiva,
patriciasml@yahoo.com.br.
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Departamento de
Psicopatologia, Grupos
Psicologia, Universidade de
Fortaleza.
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Lemos PM, Cavalcante Júnior FS

Tudo passa – sofrimento, dor, sangue, fome, pes- (portadores de transtornos mentais) do CAPS,
te. A espada também passará, mas as estrelas ainda visto que o trabalho de grupo desenvolvido e ana-
permanecerão quando as sombras de nossa presença lisado aqui fora realizado para estes fins.
e nossos feitos se tiverem desvanecido da Terra. Não Com as mudanças alcançadas pela Luta Anti-
há homem que não saiba disso. Por que então não manicomial no Brasil (no final dos anos oitenta e
voltamos nossos olhos para as estrelas? Por quê? início dos anos noventa), à qual precederam ou-
Mikhail Bulgakov tros importantes movimentos; a pesquisa e desen-
volvimento dos psicofármacos (na década de cin-
qüenta), especialmente os antipsicóticos que atu-
Introdução am no tratamento das crises psicóticas; a criação
da Lei no 10.216 – que resguarda os direitos dos
Em demasia tem-se discutido sobre um novo con- portadores de transtornos mentais – a tentativa de
ceito de Saúde, que abranja diversos aspectos da fechamento dos hospitais psiquiátricos e o advento
vida dos indivíduos para a existência de uma real e da implantação e desenvolvimento dos serviços
ampla condição de bem-estar. O Sistema Único de prestados pelos CAPS; a SM vem redesenhando
Saúde (SUS) contempla e garante, em seus princí- suas formas de intervenção e tratamento, impon-
pios fundamentais, os direitos reservados a todos do diálogos entre diferentes eixos teóricos e práxis
os integrantes de uma sociedade, de forma iguali- na operacionalização urgente do novo modelo de
tária, integral e acessível1. saúde pública2.
A grande questão impeditiva do alcance destes Nesse cenário de perspectivas possíveis, a psi-
objetivos reside no fato de vivermos em uma soci- cologia tem ocupado papel atuante, engajada no
edade pouco desenvolvida em seu aspecto social, atual movimento de transformação, sendo o psi-
oferecendo escassos recursos em todos os seus ei- cólogo membro obrigatório das equipes de saúde
xos – lazer, esporte, educação, cultura, habitação, mental, que exercem práticas complexas, às vezes
geração de emprego e renda e, em nosso maior in- não tão bem definidas, na atenção psicossocial.
teresse, saúde. Conquistar a saúde em seu sentido Como a própria psicologia se dilui em diversos
amplo é o que se entende por promoção de saúde – contextos e abordagens, produzindo saberes e mo-
termo que perpassa todos os setores e equipamen- dos de atuação diferenciados, de acordo com os
tos sociais – lugar a ser descoberto e habitado por referenciais seguidos pelos profissionais da área, en-
todas as disciplinas e competências integradas, agin- tende-se que esta ciência também vive seu momen-
do em acordo com uma ética interdisciplinar em to presente na procura de uma maior solidez e apli-
que se unam condições e capacidades pelo objetivo cabilidade, na busca por encontrar-se a si mesma3.
comum de uma Saúde individual e coletiva. De acordo com os pressupostos apresentados,
Pensar sobre o desenvolvimento da Saúde in- o exercício da psicologia em SM deve estender-se
clui a necessidade de um avanço social complexo. para além da tradicional prática clínica, visto que
Os esforços político, administrativo e social dão- esta não apresenta subsídios suficientes para os ex-
se no sentido de empreender investimentos – ain- tensivos objetivos desejados. A clínica, como espaço
da de forma segmentada – para que o todo possa de elaboração subjetiva, emergência de insights e
então adquirir uma configuração um tanto mais campo de sofrimento e mal-estar, limita-se a tratar
adequada, mais próxima da eqüidade e da inte- especificidades que muitas vezes não contemplam a
gralidade almejadas. saúde em seu sentido amplo e em seus aspectos mais
No segmento da Saúde Mental (SM), por exem- positivos. Ainda que seu exercício se dê através das
plo, o empenho tem sido na busca por minimizar atitudes favoráveis do terapeuta, as quais podem
ou fazer cessar os efeitos negativos e até degradan- ser reproduzidas fora do setting terapêutico, e res-
tes das antigas formas de tratar o sujeito adoecido guarde um olhar social sobre o processo de cons-
psiquicamente. Para isso, o movimento de Refor- trução da subjetividade4, seus alcances restringem-
ma Psiquiátrica tem tomado a frente numa difícil se à melhora individual, sendo difícil o envolvimen-
luta contra as esferas de poder opressoras que, já to do sujeito com o mundo de maneira mais viva e
instituídas, reduzem o sujeito à condição de obje- direta, uma vez que este se relaciona exclusivamente
to, em intervenções que mais adoecem do que cu- com seu terapeuta e seu campo relacional delimite
ram e ferem intensivamente a cidadania e a condi- suas fronteiras em torno dessa mesma relação. Dessa
ção humana. maneira, a vinculação com a coletividade nessa prá-
Embora hoje a SM seja pensada de maneira tica dá-se através do resgate de experiências por meio
ampla, refere-se a esta, neste estudo, no sentido do do discurso do cliente ou da fala interventiva do
tratamento e do acompanhamento de usuários terapeuta, não ultrapassando tais limites.
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Sem negar a profundidade deste processo ou fine bem a construção de uma subjetividade – ado-
desmerecer sua eficácia em determinadas situações ecida ou não – realizada unicamente nessa relação
no tratamento do adoecer, cabe-nos pensar a psi- mundana, não podendo dela ser dissociada.
cologia como campo aberto de facilitação de pro- O mundo fenomenológico não é o ser puro, mas
cessos, com vistas ao desenvolvimento do porta- sim o significado que transparece na interseção de
dor de transtornos mentais em seus aspectos in- minhas experiências e das experiências do outro, pela
terpessoais, cabendo-lhe o privilégio do regaste engrenagem de umas com as outras, ele é, portanto,
destes na comunidade, na sociedade, na cultura a inseparável da subjetividade e da intersubjetividade
que pertencem4. que fazem sua unidade pela retomada de minhas
A partir disso, o trabalho com grupos5-10 vem experiências passadas nas minhas experiências pre-
sendo o grande meio pelo qual os psicólogos têm sentes, das experiências do outro na minha vida22.
facilitado a inclusão dos sujeitos no mundo, que O pensamento rogeriano humanista9 aponta
não se restringe ao subjetivo, embora o constitua e em direção à crença na orientação positiva do ho-
seja por ele constituído. Em uma nova saúde, bus- mem a partir do conceito de tendência atualizado-
cam-se as amplas e heterogêneas relações, muito ra. O referencial da abordagem centrada na pessoa
mais curativas e, fundamentalmente, preventivas traz sua grande contribuição ao priorizar as con-
das condições do mal-estar psicológico presentes dições facilitadoras que fazem emergir e impulsio-
na etiologia das disfunções mentais. nam a operacionalização dessa tendência. De acor-
Além de abranger um número maior de usuá- do com Rogers, todo indivíduo é dotado de poten-
rios, desafogando os consultórios e os horários cialidades voltadas para o desenvolvimento pes-
abarrotados na agenda dos profissionais, o grupo soal no empenho pela criação de uma “vida boa”.
atende a demandas outras, não direcionadas à psi- Por meio de um clima de aceitação, autentici-
coterapia individual. São exemplos disso: situações dade e empatia, o indivíduo passa a implicar-se no
pontuais, inter-relacionais, problemas de ordem processo de tornar-se pessoa, de ser o que é, para
social-comunitária, patologias leves a moderadas que a vida siga seu curso natural. E o curso mesmo
diagnosticadas em usuários sem comprometimento da vida é direcionado para a auto-realização, para
severo da personalidade. a experiência de satisfação e voltado para a pleni-
Os alcances do grupo também atendem à de- tude no campo inter-relacional8. Como uma cor-
manda institucional da estabilização ou melhora rente favorável de esperança, o movimento da vida
do quadro apresentado pelo portador do trans- discorre e se multiplica, perpassando suas experiên-
torno e se aproxima dos pressupostos do conceito cias legítimas, superando a dor e privilegiando es-
de saúde como bem-estar biopsicossocial. paços de bem-estar na construção de uma coleti-
A análise do trabalho em grupo desenvolvido vidade que também venha a se auto-atualizar. A
alicerçou-se em três vertentes principais: a abor- orientação positiva proposta por Rogers faz-se
dagem humanista8-12 e sua visão de homem e de presente em abordagens individuais e de grupos.
mundo, o método (con)texto de letramentos múl- O grupo constitui lugar privilegiado da troca
tiplos13-16 e a psicologia positiva17. de experiências. Os participantes auxiliam-se mu-
A corrente humanista da psicologia, também tuamente na compreensão do sofrimento e em sua
conhecida como terceira força3,18, ressalta aspectos superação. O processo grupal permite o envolvi-
positivos do desenvolvimento humano, destacan- mento dos participantes por meio de um elo que
do em sua fundamentação conceitos como liber- se estabelece nas interações, no espaço intersubje-
dade, conscientização e experiência enquanto ele- tivo5. A condição de implicação mútua na esfera
mentos essenciais da condição existencial do ho- do entre é o que possibilita a transformação pes-
mem. A fenomenologia e o existencialismo11,19-21 soal e mobiliza a mudança social. Ao criar laços de
fundadores da terceira força, são linhas afins que solidariedade entre os participantes, o grupo cons-
se complementam na tentativa de enfatizar a capa- titui uma comunidade que se relaciona a partir das
cidade de análise do fenômeno subjetivo na cons- lentes da cultura pelas quais as pessoas enxergam
ciência, por meio da percepção experienciada, sob o mundo15.
o solo da vida mesma, da existência concreta. O O portador de transtorno mental deve ser o
humanismo em psicologia reporta o homem a si centro do tratamento, não se enfatizando a doen-
próprio, à sua natureza imbricada numa realidade ça, mas a existência do doente, que é sujeito em
mundana, em que homem e mundo se constituem potencial. Ainda que as defesas rígidas, as estrutu-
mutuamente e se relacionam como duas mãos en- ras resistentes à mudança e os modos de funcio-
trelaçadas (não se sabe qual mão está tocando a namento comprometidos impeçam ou emperrem
outra). Essa concepção merleau-pontyana19,22 de- a atualização de uma tendência à realização e satis-
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fação, o portador está em processo de tornar-se, e psicopatologia e das formas de seu tratamento, apre-
sua melhora é sempre uma possibilidade9,22. sentando as conseqüências favoráveis de um arse-
A incongruência básica9,10 apresenta-se na rea- nal teórico-prático orientado para a positividade.
lidade do portador. Sua psicopatologia define-se Vandenberg, Gendlin, De Nicola, citados por
em termos de incoerência entre o pensar e o dizer, Moreira22, perfazem uma psicopatologia huma-
entre o querer e o fazer, entre o ser e o expressar-se. nista, inserindo o modelo fenomenológico na des-
Faz-se necessário o resgate da consciência de si, para crição dos transtornos mentais. Analisam severos
o portador criar novos sentidos para sua condição transtornos, como a psicose, contribuindo para
existencial e tomar posse de suas potencialidades sua compreensão no sentido descritivo e existen-
para ser o que deseja, plenamente. Tanto em dis- cial. Nessa perspectiva, a condição de saúde defi-
funções neuróticas como em psicoses, a incon- ne-se como abertura à experiência, como a realiza-
gruência interfere no livre funcionamento organís- ção da tendência atualizante, enquanto a doença
mico, impedindo a condição de saúde. quer dizer um “afastamento da responsabilidade
Saúde psicológica significa flexibilidade, opon- de existir”, na qual o indivíduo se encontra aprisi-
do-se à rigidez21. Ao fixar-se numa postura patoló- onado num mundo particular e separado do mun-
gica repetitiva e paralisada, o portador se vê impe- do compartilhado.
dido de exercer as múltiplas possibilidades de uma Em SM, os manuais de psiquiatria23,24 atuam
vida boa. Em alguns transtornos, ele nem sequer como requisitos norteadores para o diagnóstico e
pode reconhecê-las, por se perceber inteiramente o prognóstico de transtornos mentais, não consti-
absorto em seu sofrimento e nos demais desdobra- tuindo a última palavra sobre a realidade do porta-
mentos desagradáveis que ele determina à sua vida. dor. Na tentativa de universalizar a linguagem e o
A tendência atualizante encontra-se com seu entendimento das patologias, estes guias são ferra-
funcionamento comprometido na patologia9,10. mentas de consulta e de orientação, frutos de pes-
Seja por uma prevalência de fatores biológicos, quisas que ressaltam a importância de se conside-
emocionais ou socioeconômicos, a patologia se rar a cultura, que (re) desenha os moldes de suas
desenvolve ao impedir o livre fluir dessa tendência. patologias e dita o que seja saudável e o que seja
Não é prioridade saber onde a doença começa ou o adoecer num contexto específico. Confundem-se
porquê, mas sim como ela se processa, com que as classificações dos transtornos mentais com sua
função passou a se configurar e quais os meios de descrição fenomênica. Cabe o esclarecimento, por-
minimizar ou cessar a dor vivida. Ainda que a do- tanto, de que as primeiras dizem respeito à noso-
ença possa ser entendida como uma estratégia de- grafia dos transtornos, enquanto que à descrição
fensiva do organismo, sinalizando a necessidade de destes, tal qual se apresentam, sem terminações clas-
mudança, ela se caracteriza mais apropriadamente sificatórias ou taxativas, dá-se o nome de psicopa-
como um apelo dessa tendência querendo se atua- tologia. Cabe a cada profissional e às equipes de
lizar. Na concepção rogeriana positivamente orien- SM lançar aos portadores o olhar sensível voltado
tada, a aceitação incondicional garante o apreço para a sua existência e seus potenciais de melhora.
das experiências do outro (portador do transtor- Realizar o acompanhamento de portadores de
no), independente de quaisquer condições, para que transtornos mentais sem o conhecimento prévio de
haja a compreensão mais realista de sua experiên- psicopatologia em seu sentido amplo, da nosografia
cia – denominada compreensão empática – po- dos transtornos, do processo social de criação dos
rém, isso não significa dizer que ao adoecer o orga- conceitos de saúde e doença25 e as nuanças culturais
nismo esteja funcionando plenamente, apenas o de cada comunidade seria proceder de forma pro-
adoecimento constitui a forma como o desejo de se fundamente negligente. É preciso conhecer para trans-
realizar encontrou para comunicar-se. formar. Neste modo de pensar, todos os aspectos
Não negando os pólos negativos da existência, assumem sua relevância, ainda que o lugar privilegi-
tais como: a resistência, os mecanismos neuróticos ado seja o reconhecimento das potencialidades do
de defesa, a divisão psicótica, a incongruência e o portador, de sua família, de sua comunidade, no
mal-estar, a inflexibilidade dos distúrbios de per- lidar com a patologia e em sua transcendência.
sonalidade, a concepção rogeriana simplesmente Levando em consideração todos os aspectos
busca dar ênfase às condições positivas, facilitado- importantes no conhecimento do adoecer psíqui-
ras de uma relação que delineia uma configuração co, pode-se partir para as estratégias de interven-
nova, mais plena, mais satisfatória, mais saudável. ção utilizadas. Entre estas, a aplicação do método
Em meio a críticas, às vezes infundadas, acerca (con)texto de letramentos múltiplos13-16 na facilita-
do trabalho dos profissionais de SM, esta investiga- ção dos grupos terapêuticos fora de grande viabili-
ção também deseja o esclarecimento do que seja a dade na evolução favorável dos portadores. A es-
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colha desta forma de intervenção deu-se pelos pres- patologia, na tentativa de apreender os fenômenos
supostos do método adequarem-se aos objetivos disfuncionais da mente, a psicologia volta seu olhar
do trabalho com grupos de conotação positiva. para a saúde e todos os aspectos positivos da con-
Ao estabelecer como regra na condução das dição humana, acreditando que o enfoque dado
atividades a atitude fundamental do “sem julga- ao tratamento tem a ver diretamente com aquilo a
mentos”, os participantes sentem-se abertos a ex- que se direciona este olhar das disciplinas e dos
periências desprovidas de conteúdos negativos, profissionais.
advindos de comentários ou expressões deprecia- Yunes17 destaca a missão da ciência psicológica
tivas, que reduzam a si mesmos ou aos outros. na construção de uma visão do ser humano com
Com isso, há a criação de um clima propício de ênfase nos aspectos virtuosos. A psicologia positi-
respeito às diferenças e abertura às experiências de va tenta levar os psicólogos a adotarem uma pos-
troca e de exposição de conteúdos emocionais. tura mais apreciativa dos potenciais, das motiva-
Sendo uma metodologia para o trabalho em ções e das capacidades dos indivíduos, buscando
grupo, desenvolvida tanto na psicologia como na transformar as antigas questões em novas opor-
educação, embasa seus fundamentos na terapia tunidades de compreender eventos psicológicos
cultural – prática através da qual os participantes como otimismo, altruísmo, esperança, alegria, sa-
realizam a leitura de mundo a partir de seu contex- tisfação, e outros tão importantes para a investi-
to cultural; no conceito de letramentos - enquanto gação quanto depressão, ansiedade, angústia e
“conceituação e práticas sociais de leitura, de escri- agressividade. Chama atenção para o estudo do
ta e da linguagem” que são expressas por meio de conceito de resiliência enquanto capacidade pro-
múltiplas formas de representação de sentidos; e funda para a superação de crises em situações ad-
na aprendizagem experiencial - aquela que permite versas, estando presente em indivíduos, comuni-
a interação entre a educação e a vida, experiência dades e instituições.
organísmica de encontro com o imediato, incluin- Por não se delimitar exclusivamente à corrente
do os aspectos cognitivo e não-cognitivo16. da psicologia positiva, optou-se por usar o termo
No método (con)texto de letramentos múlti- psicologia de orientação positiva nesta pesquisa, uma
plos, os participantes são convidados a expressar vez que outras correntes de pensamento se mes-
seus pensamentos, sentimentos e lembranças de clam na interação de conceitos para a compreen-
maneira livre e criativa, recorrendo às suas próprias são otimista da realidade existencial do portador e
ferramentas de representação do mundo. Na apren- suas possibilidades de tratamento.
dizagem compartilhada, tornam-se autores de suas A compreensão de “positivo” expressa aqui se
vidas e são valorizados em seus potenciais. Em sua assemelha àquela definida por Bradburn, citado
aplicação psicológica, o método facilita o encontro por Giacomoni26, em que o bem-estar constitui um
dos participantes com suas próprias experiências, estado que denota uma prevalência do afeto positi-
ao vivenciarem a liberdade de representar seus sen- vo sobre o negativo. Nessa perspectiva, a felicidade
tidos partindo de sua experiência pessoal. Valoriza, é pensada como o equilíbrio entre os dois aspectos,
assim, o conhecimento cultural e vivencial de cada levando em conta o tempo que um indivíduo passa
integrante, sendo a troca de experiências estimulada experimentando emoções positivas em sua vida ou
na criação de um clima livre de julgamentos e pre- o quanto se encontra predisposto a estas.
conceitos. Ao enfatizar as potencialidades humanas Caracterizando a realidade institucional pes-
e seu poder transformador, a metodologia em ques- quisada, destaca-se que os processos grupais de-
tão soma mais um elemento no tripé de uma inter- senvolveram-se num Centro de Atenção Psicosso-
venção de orientação positiva em psicologia. cial (CAPS), tipo II27 – o qual atende a uma popu-
Por último, ressaltamos a psicologia positiva17 lação de 70.000 a 200.000 habitantes, em sua mai-
propriamente dita, que tem alcançado espaço nos oria pertencentes a comunidades de baixa renda.
últimos anos nas ciências sociais e psicológicas, ao O CAPS constitui um serviço de saúde aberto e
considerar os aspectos ditos positivos como a feli- comunitário do SUS, lugar de referência no trata-
cidade e outras emoções semelhantes, além de seus mento para pessoas acometidas por sofrimento
benefícios e maneiras de desenvolvê-los. Esta nova psíquico, desde psicoses, neuroses graves a demais
ciência tem buscado o rigor de pesquisas que evi- quadros, cuja severidade e/ou persistência justifi-
denciem e identifiquem intervenções promotoras quem sua permanência num dispositivo de cuida-
do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas. do intensivo, comunitário, personalizado e pro-
Por este motivo, suas práticas têm sido pensadas motor de vida. Formado por uma equipe multi-
na esfera da SM em seu amplo entendimento. disciplinar, o CAPS em análise situa-se num muni-
Após a ênfase demasiada no mal-estar e na cípio da região norte do estado do Ceará.
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O perfil diagnóstico dos usuários deste servi- res de 18 anos, com diagnóstico para a transtornos
ço, referente ao período de novembro de 2004 a depressivos (F32, F33, F34.1 – CID), não estáveis,
setembro de 2005, apresentou-se de acordo com o em caráter intensivo (usuários que recebiam 22 aten-
Gráfico 123. dimentos/mês) ou semi-intensivo (usuários com
A partir do perfil apresentado, constatou-se um doze procedimentos/mês). Os processos grupais
número maior de transtornos fóbico-ansiosos e ocorriam em doze encontros semanais, com o má-
depressivos. No atendimento a esta clientela – re- ximo de doze usuários. A metodologia na condu-
presentante da maior parte dos usuários do servi- ção dos grupos esteve fundamentada principalmen-
ço –, atuava o setor de psicologia em seus atendi- te no método (con)texto de letramentos múltiplos16,
mentos individuais e em grupo, além de outras utilizando em menor escala recursos da terapia co-
atividades. munitária30 e da dinâmica de grupo31.
Os grupos terapêuticos específicos por patolo- Na busca de compreender quais os aspectos
gia foram o campo de nossa coleta de dados. Faci- emergentes da prática de grupos orientada positi-
litados por um psicólogo e, por vezes, contando vamente e sua importância no tratamento dos
com a co-facilitação de outro técnico da equipe, os transtornos mentais, utilizaram-se as metodolo-
grupos destinavam-se aos portadores acima rela- gias quantitativa e qualitativa fenomenológica de
cionados. Em particular, nos deteremos aos gru- pesquisa. Considerou-se que o método fenome-
pos formados por portadores de transtornos de- nológico na investigação da vivência dos usuários
pressivos. De caráter breve, esses instrumentos vi- permite uma maior aproximação de suas experi-
savam a fornecer apoio psicológico e educar acerca ências autênticas e imediatas, através do envolvi-
do tratamento da depressão28,29, facilitando a emer- mento existencial dos pesquisadores e seu posteri-
gência de conteúdos emocionais na criação de es- or distanciamento reflexivo19,21.
paço apropriado de livre expressão, escuta e troca Foram analisados os processos interpessoais
de experiências, bem como de aprendizagem de con- em três grupos de portadores de transtornos de-
dutas que contribuíssem para o resgate de condi- pressivos, por meio de observações, entrevistas
ções psíquicas facilitadoras de um prognóstico fa- semi-estruturadas realizadas durante os encontros,
vorável, minimização do número de internamen- intervenções do terapeuta, expressões dos partici-
tos e para a (re)inserção social. Os critérios de in- pantes e impressões dos profissionais da equipe
clusão nos grupos eram: usuários do CAPS, maio- acerca do trabalho com os grupos terapêuticos.

35,00%
32,32%
30,00% 29,29%

25,00%

20,00% 19,69%

15,00%
10,00% 8,08%

5,00% 3,30% 5,05%


1,98% 1,98% 1,51%
0,00%
F 00-09 F 10-19 F 20-29 F 31 F 32-39 F 40-48 F 60-62.9 F 70-79 Outros
transtornos
Série 1 3,30% 1,98% 19,69% 5,05% 29,29% 32,32% 1,98% 8,08% 1,51%

Gráfico 1. Perfil diagnóstico dos usuários do CAPS II.


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Após a descrição e a análise fenomenológica Categorias negativas
do material coletado, optou-se pela elaboração de
categorias que expressassem os aspectos negativos Traços rígidos de personalidade
e positivos a partir trabalho com grupos de orien- Entre outros fatores, um dos grandes impedi-
tação positiva. mentos na evolução favorável de transtornos de-
pressivos está na rigidez da personalidade28,29 do
portador. Os fatores da personalidade estão liga-
Resultados e discussão dos ao grau de maior dificuldade ou facilidade de
o paciente modificar seu modo de pensar e seus
Para considerar positiva uma categoria, levaram- padrões de comportamento. Por isso, alguns não
se em conta os seguintes aspectos: 1) a evolução evoluem satisfatoriamente em atividades com gru-
dos usuários em relação à patologia: o percentual pos de caráter breve.
de usuários que tiveram evolução favorável foi de
62,59% no total dos grupos avaliados, conside- Prevalência do fator biológico
rando-se “evolução favorável” para aqueles que Quando há a prevalência de fatores biológicos
alcançaram maior estabilidade do quadro psíqui- na origem da patologia, o tratamento medicamen-
co ou ausência de sintomas depressivos, o que fora toso torna-se mais eficaz. Ainda que o trabalho
avaliado pela passagem de usuário intensivo para psicológico auxilie na capacidade imunológica do
semi-intensivo, de semi-intensivo para não-inten- organismo32, as recidivas são imprevisíveis, prin-
sivo (referente a usuários que recebiam três aten- cipalmente nas depressões crônicas.
dimentos/mês) ou ambulatório, o recebimento da
alta do serviço ou ainda aqueles que receberam Dificuldades contextuais de adesão
alta do tratamento psicológico e permaneceram a conceitos positivos
em atividades ocupacionais; 2) o reconhecimento Tanto na equipe multidisciplinar, como nos
da sensação de melhora relatada pelos usuários outros setores relacionados à Saúde Mental, exis-
participantes após a conclusão o grupo; 3) a avali- tiu certa resistência em se pensar e enfatizar aspec-
ação psiquiátrica realizada em consultas posterio- tos positivos ou a prevalência do hábito de valori-
res ao término do grupo para verificar a mudança zar o mal-estar, a patologia e as limitações no tra-
ou permanência do plano terapêutico; 4) o acom- tamento do portador de transtornos mentais, o
panhamento da evolução dos usuários atendidos que dificultou a propagação e disseminação de
em psicoterapia individual; 5) a confirmação da condutas mais positivas.
equipe sobre a evolução positiva dos usuários.
O processo grupal orientado positivamente Limitações no processo de criação
trouxe a emergência de categorias positivas, que de redes sociais
foram trabalhadas no decorrer do tempo de reali- O desafio da promoção de saúde está em reali-
zação do grupo e contribuíram para uma condição zar uma boa articulação entre setores e criar espa-
existencial mais saudável na experiência dos usuá- ços promotores de saúde nas próprias comunida-
rios. As categorias negativas dizem respeito às limi- des, para que o portador possa estar inserido soci-
tações encontradas neste processo. Todas as cate- almente e se manter em contato com instrumentos
gorias foram apreendidas a partir do que se deno- de apoio e bem-estar, não necessitando adoecer. Era
minou etapas do processo grupal – inicial (caracte- comum a resistência de portadores em receber alta
rizada pela resistência, pelo pessimismo e pela rigi- do serviço por não quererem desfazer o vínculo
dez dos usuários); intermediária (caracterizada pela com aquele que, muitas vezes, era o único espaço
evolução favorável de parte dos usuários e inflexi- onde se sentiam apoiados e em contato positivo
bilidade de outros, e relativa dificuldade de adesão com as pessoas, experienciando coisas boas.
a aspetos positivos da existência); final (aquela em
que os usuários elaboravam o processo de saída do Categorias positivas
grupo e realizavam sua auto-avaliação, em que se
observou a assimilação dos aspectos positivos). Desenvolvimento pessoal
Dentre as formas de expressão utilizadas pelos usu- Refere-se ao grau de amadurecimento - descri-
ários para comunicar os aspectos positivos e nega- to por Rogers9,10 como uma das metas da facilita-
tivos, foram produzidos e compartilhados: con- ção de processos - relatado pelos usuários, aos
teúdos verbais, colagens em grupo, desenhos e po- valores aprendidos e à exaltação da experiência de
esias. Os nomes dos usuários apresentados são fic- compartilhar seu sofrimento com outras pessoas
tícios, visando à preservação do anonimato. que vivenciavam situações semelhantes. Esta cate-
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Lemos PM, Cavalcante Júnior FS

goria também inclui a auto-avaliação de si no pro- dade para aceitar aquilo que não podemos mudar,
cesso, realizada por todos, como na verbalização a coragem para mudar as coisas que podemos e a
de Lúcia: “eu consegui cuidar dos meus problemas sabedoria para diferenciar umas das outras”.
sem descontar nos outros, como fazia com minha
filha” – referiu durante a exibição de um filme, com Felicidade
os olhos marejados, enquanto beijava a filha de Grande parte dos usuários expressou clara-
oito anos, anteriormente alvo de sua agressividade mente seu desejo de ser feliz. Era por isso que esta-
e depositária de suas frustrações. vam ali. Ser feliz tinha a ver com estar saudável.
Em todos os grupos, houve expressões de querer
Solidariedade encontrar felicidade quando os usuários refletiam
Diz respeito ao aprendizado de direcionar o sobre os motivos para estarem presentes nos en-
olhar para o outro, mesmo na experiência de dor, contros, participando do processo. Enquanto nos
o que alivia o sofrimento. “Mesmo a gente estando dois primeiros grupos, o terapeuta optou por cha-
doente, tem gente que sofre mais, e quando a gente mar o grupo de Phoenix, realizando a analogia
ajuda, se sente melhor”, afirmou Maria. entre a possibilidade de “renascer das cinzas” tal
como a ave mitológica e de sair do sofrimento in-
Comemoração tenso vivenciado na depressão; no terceiro grupo,
Tem a ver com a necessidade de celebração, de ao deixar que os próprios usuários escolhessem o
ênfase ao aspecto positivo. Ao término do grupo, nome do grupo a que pertenceriam, este passou a
sem nenhuma orientação prévia do terapeuta, os ser denominado: “Buscando a felicidade”.
usuários sempre se reuniam para uma celebração.
Mesmo sem condições econômicas favoráveis, to-
dos se cotizavam para a realização de uma “festa” Considerações finais
em que desfrutavam da alegria pela melhora que
conquistaram. Neste momento, era visível a trans- A experiência de exercer uma psicologia orientada
formação da tristeza inicial na alegria da etapa final. positivamente é reveladora das potencialidades dos
seres humanos, mesmo com certo grau de impedi-
Aceitação do negativo na existência mento e comprometimento impostos pela patolo-
Faz parte do quadro depressivo a postura rígi- gia. O portador constitui um ser de potencialidades
da do portador na sua severa dificuldade em acei- e deve ser reconhecido como tal. Não há meios de
tar perdas/frustrações e superá-las28,33. Ao apega- pensar a (re) inserção social e a promoção de saúde
rem-se a dor do passado, os portadores sentem- sem uma visão otimista dos processos humanos
se culpados ou vitimados e não conseguem perdo- que esteja impregnada na política, nas disciplinas,
ar a si mesmos ou à vida pelo que lhes ocorreu. Ao na gestão social, enfim, em todos os setores.
vivenciarem essa dor e expressarem-na, discutin- Da dimensão da dor é possível extrair seu pólo
do acerca da presença do sofrimento na vida de oposto – o bem-estar. No entanto, não se poderia
todos os participantes, e reconhecendo que, em propor a exclusão dos ditos aspectos negativos de
última instância, a dor psíquica traz um aprendi- quaisquer práticas psicológicas sem correr o risco
zado deveras enriquecedor, os usuários conseguem de cair na ideologia da auto-ajuda ou do mero
adquirir certa resignação ou até mesmo a liberta- aconselhamento, negando a rigidez de uma dor
ção da dor. “Eu já até perdoei o homem que matou psíquica presente na experiência imediata do por-
meu marido, procuro não pensar mais nisso, Deus tador. Tal atitude significaria ao mesmo tempo
é quem sabe, se eu tinha de passar por isso”, rela- negligência e alienação.
tou Flor, que já vinha lutando pela superação des- A existência humana contempla infinitos pares
sa perda há dois anos. de opostos que se completam, se intercalam e se
sobrepõem em movimentos diferentes, de modo
Serenidade que não haveria meios de viver sem sofrer ou de
Chamou-se serenidade a esta sensação alcan- apenas sofrer sem poder viver plenamente.
çada, também expressada pelos usuários como paz A grande questão se fundamenta na prevalên-
interior, calma, relaxamento. Mostrou-se em ex- cia de fatores bons, virtuosos, realizadores, não
pressões espontâneas de se abraçarem uns aos por intermédio de uma moralidade ultrapassada
outros a cada encontro, ou de realizarem algum ou para a reparação de carências e danos numa
tipo de oração que os reportasse à tranqüilidade prática caridosa ou penosa da psicologia, mas pelo
desejada. Ana conduziu espontaneamente o grupo reconhecimento de um desejo da existência direci-
na oração da serenidade: “Senhor, dá-nos a sereni- onado ao bem comum e à felicidade. Libertos das
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determinações do mal-estar tão familiarizado, vis-
lumbrando possibilidades de experienciarem uma
vida voltada para os aspectos positivos, os porta-
dores de transtornos mentais puderam se reco-
nhecer em condições novas, mais plenas e, porque
não dizer, mais felizes.

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Artigo apresentado em 02/06/2006


Aprovado em 06/07/2007

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