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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL


FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ALEXANDRE NASSER WICHRESTINK

VERIFICAÇÃO DO MÉTODO CIENTEC DE


DOSAGEM EMPÍRICA DE CONCRETO

Porto Alegre
2007
2

ALEXANDRE NASSER WICHRESTINK

VERIFICAÇÃO DO MÉTODO CIENTEC DE


DOSAGEM EMPÍRICA DE CONCRETO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial à
conclusão do Curso de Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Fernando Recena

Porto Alegre
2007
3

ALEXANDRE NASSER WICHRESTINK

Aprovado em ___ de ___________________ de _____

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________
Prof. Fernando Recena

_________________________________
Prof. Almir Shaffer

________________________________
Prof. Maria Regina Leggerini
4

“Àqueles que tem bondade no coração e consideram o homem como prioridade, aos
que tem bom senso de saber reconhecer os limites humanos quando aplicados nas
atividades competitivas do nosso mundo capitalista.”
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço àqueles que sempre acreditaram, respeitaram e apoiaram minhas idéias e


iniciativas, por mais ousadas que pudessem parecer.

Agradeço à minha esposa, à compreensão e ao apoio neste período de


comprometimento aos estudos.

Agradeço especialmente à minha família, pela oportunidade de conhecimento e


desenvolvimento que me foram proporcionadas no decorrer da minha educação, a qual
faz parte diretamente o resultado de mais esta conquista.
6

VERIFICAÇÃO DO MÉTODO CIENTEC DE DOSAGEM EMPÍRICA DE CONCRETO

WICHRESTINK, A. – Aluno da PUCRS, Depto. Eng. Civil, Porto Alegre/RS


RECENA, F. – Prof. da PUCRS, Depto. Eng. Civil, Porto Alegre/RS

RESUMO

O presente trabalho visa verificar o método CIENTEC de dosagem empírica de


concretos convencionais de cimento Portland apresentado no livro Dosagem Empírica
e Controle da Qualidade de Concretos Convencionais de Cimento Portland, editado
pela EDIPUCRS em 2002.

Como a publicação já tem 5 anos, é necessário reavaliar sua propriedade,


tendo em vista as modificações ocorridas com os cimentos fabricados no Brasil e
principalmente no RS.

A verificação do método, efetivamente realizada pela comparação dos


resultados obtidos nos ensaios à compressão, aos 7 e 28 dias de idade, de traços
calculados segundo a orientação do referido método, com os valores teóricos médios
calculados segundo a NBR 12655/2006.

Foram escolhidos fCK 15 e 25 MPa por serem representativos do concreto


usualmente preparado em obra.
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ABSTRACT

The present work intends to verify CIENTEC's method of empirical dosage of


conventional Portland cement concrete, presented in the book "Empirical Dosage and
Quality Control of Conventional Portland Cement Concrete" edited by EDIPUCRS in
2002.

Since the publication already has 5 years, it is necessary to reevaluate its


efficiency regarding changes occured with cements manufactured in Brazil, and
specially in RS.

The method's verification will be done by the comparison of the results obtained
in the compression assays at 7 and 28 days of age, with calculated traces according to
the orientation of the related method, and with calculated average theoretical values
according with the NBR 12655/2006.

fCK 15 and 25 MPa had been chosen for being representative of the usually
prepared concrete in construction.
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
2 REVISÃO ...............................................................................................................12
2.1 TIPOS DE DOSAGEM ....................................................................................12
2.1.1 Dosagem Experimental............................................................................12
2.1.2 Dosagem Empírica...................................................................................13
2.2 PARÂMETROS DE DOSAGEM ......................................................................13
2.2.1 Teor de Água (H) ....................................................................................13
2.2.2 Teor de Argamassa (α) ............................................................................14
2.2.3 Relação Água/Cimento (a/c) ....................................................................14
3 MATERIAIS............................................................................................................15
3.1 CIMENTO........................................................................................................16
3.2 AGREGADOS .................................................................................................17
3.2.1 Agregado Miúdo.......................................................................................18
3.2.2 Agregado Graúdo.....................................................................................18
3.3 ADITIVO..........................................................................................................18
3.4 ADIÇÃO ..........................................................................................................19
4 ESCOLHA DOS MATERIAIS ................................................................................20
5 MÉTODO DE DOSAGEM EMPÍRICA - CIENTEC .................................................21
6 CÁLCULO DOS TRAÇOS .....................................................................................26
7 PRODUÇÃO DO CONCRETO...............................................................................29
8 RESULTADOS.......................................................................................................40
9 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ..............................................................42
10 AVALIAÇÃO DO MÉTODO ...................................................................................47
11 SUGESTÕES .........................................................................................................48
12 CONCLUSÃO ........................................................................................................49
13 ANEXOS ................................................................................................................50
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................98
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Agregado graúdo selecionado........................................................................................29

Figura 2: Areia sendo umidificada e homegeneizada com 4% de água................ 30

Figura 3 e 4: Areia sendo seca pelo método da frigideira.................................................31

Figura 5: Caixas e gabaritos para quantificar o volume de agregados....................32

Figura 6: Betoneira de contra corrente misturando o concreto......................................35

Figura 7: Tronco de cone para verificação do slump do concreto...............................36

Figura 8: Moldes para corpos de prova...........................................................................................37

Figura 9: Lubrificação do molde para corpos de prova........................................................37

Figura 10: Corpos de prova moldados e em processo de endurecimento…........38

Figura 11: Prensa hidráulica para ensaio da resistência à compressão.................39


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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados para dosagem do concreto com cimento CP II........................33

Tabela 2: Dados para dosagem do concreto com cimento CP IV......................33

Tabela 3: Dados para dosagem do concreto com cimento CP V.......................34

Tabela 4: Dados corrigidos para dosagem com cimento CP II.............................41

Tabela 5: Dados corrigidos para dosagem com cimento CP IV...........................41

Tabela 6: Dados corrigidos para dosagem com cimento CP V............................41

Tabela 7: Comparativo das resistências com cimento CP II...................................43

Tabela 8: Comparativo das resistências com cimento CP IV.................................43

Tabela 9: Comparativo das resistências com cimento CP V..................................43

Tabela 10: Resultados da dosagem do concreto com cimento CP II...............45

Tabela 11: Resultados da dosagem do concreto com cimento CP IV.............45

Tabela 12: Resultados da dosagem do concreto com cimento CP V..............45


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1 INTRODUÇÃO

O Brasil continua em uma situação na qual a mão de obra é de pouca


qualificação para obras civis. A falta de fiscalização, pouco conhecimento dos operários
e a utilização de métodos não apropriados para dosagem e execução de concretos em
obra, faz com que sejam edificadas estruturas com problemas, podendo apresentar má
qualidade e comprometimento da durabilidade.

Em virtude da necessidade de execução de concretos em obra, em pequeno


volume e que atendam as especificações de projeto, mas que não justifique a aplicação
de dosagem experimental, opta-se pela adoção de um método empírico, de fácil
aplicação.

O presente trabalho tem por objetivo verificar a aplicabilidade de um método


empírico de dosagem, o método CIENTEC, de fácil aplicação em obra e que garante a
obtenção de concretos compatíveis com os requisitos necessários, especificados em
projeto.

A proposta do trabalho é, verificar a confiabilidade do método em função de


algumas características geralmente manipuladas em obra, como por exemplo, a
trabalhabilidade do concreto, obtido através da adição indiscriminada de água sobre o
concreto fresco, dosada sem critério.

No primeiro momento serão apresentados os aspectos que diferenciam uma


dosagem empírica de uma dosagem experimental e o que caracteriza a utilização de
cada método, além dos parâmetros de dosagem fundamentais, para cada tipo de
concreto.

Após serão feitas citações relativas aos materiais empregados e


apresentaremos o experimento pelo método da dosagem empírica CIENTEC.
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2 REVISÃO

Nessa rápida revisão serão abordadas formas de distinguir a aplicação


adequada de cada método de dosagem, para o tipo de obra que se pretende realizar. A
importância dos parâmetros de dosagem na resistência e trabalhabilidade do concreto
e o que determina sua resistência, além dos tipos de cimentos e agregados mais
comuns.

2.1 TIPOS DE DOSAGEM

Dosagem de concreto é o processo pelo através do qual é definido o melhor


proporcionamento entre cimento, agregados, água e aditivos e/ou adições para
atendimento a determinados requisitos, ao menor custo possível.

2.1.1 Dosagem Experimental

Dosagem experimental é obtida através de experiências específicas, com


materiais definidos, vinculando a precisão dos resultados ao emprego de materiais
previamente escolhidos e perfeitamente caracterizados em laboratório.

A substituição de algum dos materiais, ou simplesmente a mudança de alguma


de suas características, pode gerar alterações nos resultados exigindo correções e
adaptações, não raramente.

Dependendo da forma que o concreto for produzido, estima-se uma variação


para os resultados da resistência à compressão.
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2.1.2 Dosagem Empírica

O método de dosagem empírica parte de simplificações, adotando valores


médios para as características dos agregados e do cimento. A relação água/cimento e
outras características do concreto, são obtidas através de valores tabelados ou
retirados de curvas aproximadas, obtidas da experiência acumulada ao longo do tempo
por um profissional, uma instituição ou laboratório. Como sua aplicação é geralmente
para pequenos volumes de concreto, a diferença do custo não inviabiliza sua aplicação.

Métodos empíricos conduzem sempre a superestimação dos traços em favor


da segurança, gerando concretos com maior consumo de cimento e por conseqüência,
com o custo mais elevado.

Esses métodos são muito práticos e de fácil aplicação, tendo seu emprego
justificado em obras de pequeno porte ou com pouco volume de concreto. As fórmulas
que serão apresentadas, já trazem embutido o desvio padrão de dosagem de 7,0 MPa
em função das várias simplificações adotadas pelo método em sua concepção.

2.2 PARÂMETROS DE DOSAGEM

Entende-se por parâmetros de dosagem, aquelas variáveis que devem ser


especificadas, e que, em sua quantificação definem um traço de concreto com suas
características físicas e mecânicas.

2.2.1 Teor de Água (H)

O teor de água ou teor de água sobre materiais secos, em percentagem,


possui relação direta com a consistência, e que define juntamente com a coesão, a
trabalhabilidade da mistura, ou seja, consistência - aspecto objetivo, e, coesão -
aspecto subjetivo, da trabalhabilidade. Tanto será mais trabalhável um concreto
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quanto mais água for adicionada a ele, desde que não seja comprometida a coesão da
mistura.

A trabalhabilidade do concreto é medida através do ensaio do abatimento pelo


tronco de cone, mais conhecido como “slump”, que indica a consistência da mistura. Na
necessidade do aumento da trabalhabilidade, deve ser aumentado o volume da pasta.
Deve ser adicionada mais água para aumentar a fluidez do concreto, e de cimento para
evitar o aumento da porosidade. Com isso evitamos a diminuição da sua durabilidade e
resistência mecânica, por não alterar a relação água/cimento.

2.2.2 Teor de Argamassa (α)

É a proporção expressa em percentagem de massa, representada pela soma


de cimento e areia sobre o total de materiais secos. É estimada a partir da
granulometria do agregado graúdo, ou do seu volume de vazios, levando em conta a
forma do grão obtida em função da natureza da rocha e do tipo do equipamento de
britagem adotado na produção da brita.

Será sempre função das características dos agregados empregados.

2.2.3 Relação Água/Cimento (a/c)

É a massa de água com que foi produzido o concreto sobre a massa de


cimento. A resistência mecânica do concreto é característica principal da relação
água/cimento. Conforme definido pela Lei de Abrams, que diz: “dentro do campo dos
concretos plásticos, a resistência aos esforços mecânicos, bem como as demais
propriedades do concreto endurecido, variam na razão inversa da relação
água/cimento”, segundo a função logarítmica

A
R= a
c
B
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Onde:

• R é a resistência mecânica em determinada idade;

• A e B são constantes características da mistura de materiais empregados;

• a/c é a relação água/cimento;

ou seja, quanto menor for a relação água/cimento, maior será a resistência


mecânica do concreto, sua característica principal.

A redução da relação água/cimento, aumenta a resistência aos agentes


agressivos pela a diminuição da porosidade, aumentando a durabilidade.

Deve ser admitido um volume mínimo de pasta para garantir a


impermeabilidade do concreto, ou seja, na mistura, deve haver pasta suficiente para
preencher os vazios deixados pelo agregado miúdo e permitir o afastamento entre os
grãos, garantindo sua mobilidade relativa diminuindo o ângulo de atrito interno da
mistura.

3 MATERIAIS

A quantidade de materiais que podem compor o concreto é ilimitada.


Dependendo da região em que ele será utilizado, para que se torne economicamente
viável, é importante que se utilizem os materiais disponíveis. É possível relacionar os
grupos dos materiais mais sucintamente, pois possuem características bem definidas e
de relativa importância na elaboração de um tipo de concreto, seja para obter uma
determinada característica mecânica ou para criar uma situação física favorável, de
forma que atenda algum objetivo ou aplicação.
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3.1 CIMENTO

O cimento é obtido a partir da fusão incipiente do calcário e argila até a


sinetrização, obtendo-se o clínquer Portland. O clínquer é moído junto com gesso e
com adição, caso o cimento não seja puro, até obter um produto de textura fina. Os
vários tipos de cimentos como aglomerantes hidráulicos, determinam as características
do concreto.

O cimento pode ser apresentado em vários grupos, que se caracterizam pelos


constituintes da sua mistura e pelo tipo e/ou quantidade das adições empregadas.
Apenas citando os tipos de cimentos existentes com uma breve descrição:

• Cimento Portland Comum – CP I (NBR 5732/1991)

Cimento mais puro, sem presença de adições. De difícil obtenção.

• Cimento Portland Composto – CP II (NBR 11578/1991)

CP II E – Cimento Portland Composto com Escoria, com substituição do


clínquer em até 34%

CP II F – Cimento Portland Composto com Fíler, com substituição do


clínquer em até 10%, material carbonático.

CP II Z – Cimento Portland Composto com Pozolana, com substituição do


clínquer em até 10%.

• Cimento Portland de Alto Forno – CP III (NBR 5735/1991)

Cimento com substituição de até 70% do clínquer por escória de alto-forno.


Possui pega mais lenta e maiores resistências finais. Baixo calor de
hidratação e baixa resistência inicial, além de elevada resistência à sulfatos.
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• Cimento Portland Pozolânico – CP IV (NBR 5736/1991)

Cimento com substituição de até 50% do clínquer por pozolana. Utiliza


materiais pozolânicos. Possui menores resistências até os 28 dias. Baixo
calor de hidratação, baixa resistência inicial e elevada resistência à sulfatos.

• Cimento de Alta Resistência Inicial – CP V (NBR 5733/1991)

Cimento com apenas 5% de substituição do clínquer por material


carbonático. É um cimento mais fino e de pega mais rápida com maiores
resistências nas primeiras idades. Possui elevado calor de hidratação.

3.2 AGREGADOS

Como agregados, podem ser utilizados materiais naturais ou artificiais, que


apresentem resistência, isentos de contaminações e inertes quimicamente com o
cimento.

A forma dos grãos e a conformação superficial influenciam muito a


trabalhabilidade e as propriedades de aderência da pasta ao grão. Agregados
redondos e lisos facilitam a mistura e o adensamento do concreto. Agregados com
superfícies ásperas aumentam a resistência mecânica.

Predominantemente são utilizados agregados naturais como areia e cascalho


de rio, pedra ou cascalho britado e areia de britagem, obtidos de pedreiras. Estes dão
origem ao concreto normal, porém podemos obter concretos a partir de agregados
artificiais, como escória de alto forno, argila expandida ou sinterizada para concretos
leves ou com minérios de ferro, bário e titânio para concretos pesados.
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3.2.1 Agregado Miúdo

É conhecido por agregado miúdo a areia de origem natural ou resultante do


britamento de rochas estáveis, ou mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira
ABNT 4,8mm e ficam retidos na peneira ABNT 0,075mm. Como é um material muito
pequeno, possui área específica considerável, e quanto mais fina for a areia, maior
será sua área específica.

Em virtude disso, o inchamento da areia que para índices máximos é


considerado 4% a 6%, para teor de umidade. A umidade que contém a areia deve ser
quantificada, pois em função das variações de volume que ocorrem, deve ser corrigida
a quantidade de água a ser adicionada à mistura.

3.2.2 Agregado Graúdo

É considerado agregado graúdo o pedregulho ou a brita proveniente de rochas


estáveis, ou mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de malha
quadrada com abertura nominal de 152mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8mm.

Existem diferentes classes de pedra britada, como brita 0, brita1 ou brita 2,


além de outros. Utilizando mais de uma classe de brita em uma dosagem de concreto,
melhoramos o entrosamento entre os agregados, com maior preenchimento de vazios,
fazendo com que o concreto seja concebido com resistências mecânicas mais
elevadas e também a um menor custo.

3.3 ADITIVO

Entende-se por aditivos as substâncias que são incorporadas intencionalmente


ao concreto, em pequenas quantidades no momento da mistura do material, com a
finalidade de reforçar ou melhorar certas características, inclusive facilitando seu
preparo e utilização.
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É admissível a incorporação do aditivo em até 5% da massa aglomerante para


modificar as propriedades do concreto fresco ou endurecido. É sempre recomendado
que o aditivo seja testado antes de sua utilização.

Existem aditivos para inúmeras aplicações, e podem ter sua classificação com
atuação física, química e físico-química. Sua utilização é muito delicada, e se usado de
forma errada pode comprometer o concreto, pois apresentam efeitos colaterais.

Alguns tipos de aditivos podem ser relacionados, como segue:

•Aditivos Superplastificantes

•Aditivos Plastificantes

•Aditivos Retardadores de Pega

•Aditivos Aceleradores de Pega

•Aditivos Incorporadores de Ar

•Aditivos Expansores

3.4 ADIÇÃO

Adições ou substituições, geralmente proporcionam ao concreto efeitos


benéficos como redução do tamanho dos poros e canais capilares, diminuição do calor
de hidratação, maior resistência aos ataques químicos, tem maior durabilidade e maior
resistência mecânica a maiores idades. Adições minerais servem como agente anti-
corrosivo por deixar o concreto mais refinado.

Como substituem entre 5 e 30% do cimento do concreto, agem também em


favor da preservação de jazidas de calcário e argila e diminuição dos resíduos
lançados no meio ambiente.
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Sua principal aplicação na construção civil está relacionada com a melhoria das
características do concreto, sendo empregado também para obtenção do Concreto de
Alto Desempenho (CAD).

Vale salientar que o uso de adição melhora a qualidade de um concreto, mas,


não compensa a baixa qualidade de um concreto mal dosado.

Como exemplo de adições, temos:

• Adições ativas – pozolanas (microssílica, cinza volante, metacaulim)

• Adições inertes – calcáreo moído

4 ESCOLHA DOS MATERIAIS

Como o método foi desenvolvido, preferencialmente para os materiais


encontrados no Rio Grande do Sul, os concretos considerados na verificação foram
produzidos com a brita basáltica e granítica, e cimentos do tipo CP II, CP IV e CP V, de
fácil aquisição no comércio do RS.

A areia é proveniente da bacia do Rio Jacuí, de onde é obtida grande parte


deste tipo de agregado para fornecimento à construção civil nesta região, e que, por
ser dragada do leito de rios, em princípio apresentam baixos teores de impurezas, pois
são lavadas naturalmente.

Como agregado graúdo, foram escolhidos o granito e o basalto por serem


empregados largamente na produção de concretos no RS.
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5 MÉTODO DE DOSAGEM EMPÍRICA - CIENTEC

O método analisado, tem aplicação a partir da consideração dos materiais


encontrados no Estado do Rio Grande do Sul, sendo um trabalho de caráter geral,
onde todos os valores apresentados são resultados de médias obtidas de valores
determinados em laboratório, de materiais que podem ser agrupados em função de
suas características, ou das regiões em que são encontrados no Rio Grande do Sul.

A aplicação do método com materiais encontrados em outras regiões do país


nunca foi testado, não havendo, em princípio, restrições ao seu emprego a partir de
materiais semelhantes. É recomendável no entanto, que o emprego de concretos
dosados a partir deste método seja procedido de experiências prévias como intuito de
consubstanciar correções, que certamente se farão necessárias.

Em qualquer situação, a adoção destes valores médios poderá gerar distorções


no produto final, o traço, que deverá ser corrigido para garantir o atingimento das
características especificadas. Todas as verificações que vem sendo feitas ao longo dos
anos garantem que, dificilmente um traço calculado por este método determinará um
concreto que não possa vir a ser utilizado, ou que apresente distorções tão grandes na
resistência que possam comprometer a segurança da obra. É necessário neste
momento, salientar que não é possível descartar a possibilidade de ocorrem
incorreções significativas em função do mau emprego do método.

A caracterização principal do método CIENTEC deve-se às fórmulas para


cálculo da relação água/cimento. Para cada tipo de cimento foi deduzida uma fórmula
que, em função da resistência à compressão desejada, seja calculada a relação
água/cimento do concreto em questão.
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Enfim, o Método CIENTEC é aplicado da seguinte maneira:

1- Definição dos agregados

• Massa específica e Massa unitária

Agregado Massa específica Massa unitária


(kg/dm³) (kg/dm³)
Areia 2,63 1,50
Basalto "A" 2,57 1,21
Basalto "B" 2,80 1,33
Basalto "C" 2,95 1,41
Granito 2,64 1,29

sendo “A”, “B” e “C” indicações para os tipos mais comuns de basalto
encontrado no RS, definidos no livro Dosagem Empírica e Controle de
Qualidade de Concretos Convencionais de Cimento Portland.

• Inchamento da areia

Areia Coeficiente médio de inchamento


Fina 1,31
Média 1,29
Grossa 1,25

2- Determinação de H

Tipo de Cimento Classificação da Brita H (%)


1 9,20
Pozolânico 2 8,90
3 8,60
1 9,00
Comum 2 8,70
3 8,30
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3- Determinação de α

Natureza da Rocha Classificação da Brita Teor de Argamassa (%)


1 53
Granito 2 51
3 49
1 55
Basalto 2 53
3 51

4- Cálculo de a/c

Considerando os cimentos usuais no Rio Grade do Sul, o método apresenta 3


fórmulas para determinação da relação água/cimento, em função da resistência
mecânica desejada:

• Cimento Comum - CP II

a = 1,99 − log fCK


c 1,34

• Cimento Pozolânico - CP IV

a = 2,00 − log fCK


c 1,42

• Cimento de Alta Resistência Inicial - CP V

a = 2,15 − log fCK


c 1,35
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Exemplo de Cálculo:

Traço para fCK 15MPa com Cimento CP IV, utilizando Granito de brita1

Teor de água, H = 9,20

Teor de argamassa, α = 53%

2,00 − log 15
Relação água/cimento, a / c = = 0,58
1,42

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,58 = 6,30
H 9,20

Traço em massa = 1 : 5,30

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 15,86 %
1 + m 6,30

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 53 − 15,86 = 37,14 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 53 = 47 %

• Traço Unitário

Cimento = 15,86 % = 1,00

Teor de Areia 37,14


Areia = = = 2,34
Teor de Cimento 15,86

Teor de Brita 47,00


Brita = = = 2,96
Teor de Cimento 15,86

Água = a / c = 0,58
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• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 2,34 * 2,5 = 5,85 kg

Brita = 2,96 * 2,5 = 7,40 kg

Água = 0,58 * 2,5 = 1,45 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 5,85


Volume de Areia = = = 3,90 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 7,40


Volume de Brita = = = 5,74 dm³
Massa Unitária do Granito 1,29

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 3,90 * 1,29 = 5,03 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,45 − (5,85*,04) = 1,22 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 2,34 5,85 3,90 5,03
Brita 1 (G) 2,96 7,40 5,74 5,74
Água 0,58 1,45 1,45 1,22
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6 CÁLCULO DOS TRAÇOS

Conforme citado anteriormente, a verificação desse método, da forma como


idealizada para este trabalho, visa avaliar sua aplicação em obras na construção civil,
geralmente para a utilização de pequenos volumes de concreto. Para tal, optou-se em
desenvolver o cálculo de traços para concretos de 15 MPa e 25 MPa, por serem
considerados limites para este tipo de obra.

Foram utilizados três tipos de cimento, o CP II-Z, CP IV e o CP V RS com 2


tipos de agregados graúdos, o granito e o basalto, de forma que obtivéssemos 6 traços
diferentes. Em virtude disto, teremos um boa malha de comparação dois a dois, ou
seja, para cada traço do mesmo tipo de cimento, teremos resultados distintos devido ao
tipo de agregado utilizado, para cada fCK.

Para início dos cálculos, foram agrupados uma série de dados, que
apresentam os valores médios admitidos para cada tipo de material, como teor de
argamassa, quantidade de água sobre materiais secos, massa unitária e inchamento
da areia.

• Coeficiente médio de inchamento da areia média com 4% de umidade:

- i = 1,29

• Massa unitária:

- Areia = 1,50 kg/dm³

- Granito = 1,29 kg/dm³

- Basalto A = 1,21 kg/dm³

• Teor de argamassa para brita de classificação 1:

- Granito = 53 %

- Basalto = 55 %
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• Quantidade de água sobre materiais secos:

- Cimento comum com brita 1, H = 9,00 %

- Cimento pozolânico com brita 1, H = 9,20 %

Resumidamente, estão apresentados nas tabelas abaixo, os traços calculados.

Dados para a execução da dosagem com Cimento Comum

Cimento CP II

α fCK H
a/c
Traço
(%) (MPa) (%) (1+m)
Utilizando Granito
53 15 9,00 0,61 1 : 5,78
53 25 9,00 0,44 1 : 3,89
Utilizando Basalto A
55 15 9,00 0,61 1 : 5,78
55 25 9,00 0,44 1 : 3,89

Dados para a execução da dosagem com Cimento Pozolânico

Cimento CP IV

α fCK H
a/c
Traço
(%) (MPa) (%) (1+m)
Utilizando Granito
53 15 9,20 0,58 1 : 5,30
53 25 9,20 0,42 1 : 3,56
Utilizando Basalto A
55 15 9,20 0,58 1 : 5,30
55 25 9,20 0,42 1 : 3,56
28

Dados para a execução da dosagem com Cimento de Alta Resistência Inicial

Cimento CP V

α fCK H Traço
a/c
(%) (MPa) (%) (1+m)
Utilizando Granito
53 15 9,00 0,72 1 : 7,00
53 25 9,00 0,56 1 : 5,22
Utilizando Basalto A
55 15 9,00 0,72 1 : 7,00
55 25 9,00 0,56 1 : 5,22
29

7 PRODUÇÃO DO CONCRETO

A produção do concreto teve como alavanca inicial a seleção dos materiais


necessários para realizar a dosagem. Insumos como, caixas para quantificar o material
usado, moldes para corpos de prova, betoneira e prensa hidráulica, entre outros, foram
disponibilizados pelo Laboratório de Materiais de Construção, da PUCRS.

Para a garantia da reprodução dos traços com os mesmos materiais, os


agregados foram estocados previamente nas quantidades necessárias.

Figura 1: Agregado graúdo selecionado

A areia média utilizada, estava reservada em local coberto e seco.


Considerando que a experiência deveria representar uma situação típica de obra, foi
30

adicionada em média 4% água à areia antes do seu emprego. Esse processo foi
realizado com o auxílio da betoneira, para homogeneizar a areia após a adição da
água.

Figura 2: Areia sendo umidificada e homegeneizada com 4% de água

Desta adição de água tomamos uma parte da areia para examinar sua real
umidade. Utilizamos o método da frigideira, onde pesamos um determinado volume de
areia úmida, adicionamos uma solução combustível e a queimamos até que seja
retirada toda sua umidade pela a evaporação d’água.
31

Figura 3 e 4: Areia sendo seca pelo método da frigideira

Após umedecida, a areia deve ficar reservada em local que não ocasione perda
de umidade, de forma que para todas as dosagens que a utilizarão, não sejam geradas
distorções pala evaporação da água.

A quantificação dos materiais, resultado dos cálculos dos traços, foram feitas a
partir de uma quantidade de cimento em massa que garantisse um volume de concreto
suficiente para ser obtida uma boa mistura e também moldar dois exemplares para
ensaio à compressão aos 7 e aos 28 dias de idade. Para a aplicação em obra, é
calculado um volume de agregado miúdo e graúdo para uma determinada massa de
cimento, que em obra é considerada como 1 saco de cimento ou 50 kg, por betonada.

Feitas essas considerações, e estipulada a massa de cimento, que no caso


deste experimento foi o suficiente para moldar 4 corpos de prova de cada concreto,
calcula-se o volume de areia e de brita necessárias para a dosagem.

Para a areia, é importante considerar a umidade de 4% e descontar na água a


quantidade equivalente, já presente na areia. Para a brita não é considerada a
umidade, pois não há inchamento neste agregado.

Para quantificar os agregados, utiliza-se uma caixa com as medidas 25cm X


25cm X 18cm, determinando o volume a ser empregado para cada dosagem, em cada
32

traço. Isto é definido por gabaritos que permitem alterar a altura de agregados nas
caixas, permitindo obter o volume calculado para cada situação. É importante salientar
que para quantificar esse volume, no caso da areia, devemos considera-la com os 4%
de umidade.

Figura 5: Caixas e gabaritos para quantificar o volume de agregados

Em termos gerais, obtivemos para cada tipo de cimento utilizado, uma tabela
que se dispõe a auxiliar na produção do concreto, como segue:
33

• Cimento CP II

α fCK H
a/c Traço
Materiais
Traço Traço Quantidade Volume/Quantidade
(%) (MPa) (%) (1+m) (%) massa de Material de Material
CIMENTO 14,75 1,00 2500 g 2500 g
AREIA 38,25 2,59 6483 g 8,92 cm
53 15 9,00 0,61 1 : 5,78 BRITA 1 (Granito) 77,00 3,19 7966 g 9,88 cm
ÁGUA 9,00 0,61 1525 g 1266 ml
CIMENTO 20,45 1.00 2500 g 2500 g
AREIA 32,55 1,59 3979 g 5,48 cm
53 25 9,00 0,44 1 : 3,89 BRITA 1 (Granito) 47,00 2,30 5746 g 7,13 cm
ÁGUA 9,00 0,44 1100 g 941 ml
CIMENTO 14,75 1,00 2500 g 2500 g
AREIA 40,25 2,73 6822 g 9,39 cm
55 15 9,00 0,61 1 : 5,78
BRITA 1 (Basalto A) 45,00 3,05 7627 g 10,08 cm
ÁGUA 9,00 0,61 1525 g 1252 ml
CIMENTO 20,45 1,00 2500 g 2500 g
AREIA 34,55 1,69 4233 g 5,82 cm
55 25 9,00 0,44 1 : 3,89 BRITA 1 (Basalto A) 45,00 2,20 5501 g 7,27 cm
ÁGUA 9,00 0,44 1100 g 931 ml
Tabela 1: Dados para dosagem do concreto com cimento CP II

• Cimento CP IV

α fCK H
a/c Traço
Materiais
Traço Traço Quantidade Volume/Quantidade
(%) (MPa) (%) (1+m) (%) massa de Material de Material
CIMENTO 15,86 1,00 2500 g 2500 g
AREIA 37,14 2,34 5854 g 8,06 cm
53 15 9,20 0,58 1 : 5,30 BRITA 1 (Granito) 47,00 2,96 7408 g 9,19 cm
ÁGUA 9,20 0,58 1450 g 1216 ml
CIMENTO 21,93 1.00 3000 g 3000 g
AREIA 31,07 1,42 4250 g 5,85 cm
53 25 9,20 0,42 1 : 3,56
BRITA 1 (Granito) 47,00 2,14 6430 g 7,98 cm
ÁGUA 9,20 0,42 1258 g 1088 ml
CIMENTO 15,87 1,00 2500 g 2500 g
AREIA 39,13 2,47 6164 g 8,48 cm
55 15 9,20 0,58 1 : 5,30 BRITA 1 (Basalto A) 45,00 2,84 7089 g 9,37 cm
ÁGUA 9,20 0,58 1450 g 1203 ml
CIMENTO 21,93 1,00 3000 g 3000 g
AREIA 33,07 1,51 4524 g 6,22 cm
55 25 9,20 0,42 1 : 3,56 BRITA 1 (Basalto A) 45,00 2,05 6156 g 8,14 cm
ÁGUA 9,20 0,42 1258 g 1077 ml
Tabela 2: Dados para dosagem do concreto com cimento CP IV
34

• Cimento CP V

α fCK H
a/c Traço
Materiais
Traço Traço Quantidade Volume/Quantidade
(%) (MPa) (%) (1+m) (%) massa de Material de Material
CIMENTO 12,50 1,00 2500 g 2500 g
AREIA 40,50 3,24 8100 g 11,2 cm
53 15 9,00 0,72 1 : 7,00 BRITA 1 (Granito) 47,00 3,76 9400 g 11,6 cm
ÁGUA 9,00 0,72 1800 g 1476 ml
CIMENTO 16,07 1.00 2500 g 2500 g
AREIA 36,93 2,30 5745 g 7,97 cm
53 25 9,00 0,56 1 : 5,22 BRITA 1 (Granito) 47,00 2,92 7312 g 9,07 cm
ÁGUA 9,00 0,56 1400 g 1170 ml
CIMENTO 12,50 1,00 2500 g 2500 g
AREIA 42,50 3,40 8500 g 11,7 cm
55 15 9,00 0,72 1 : 7,00
BRITA 1 (Basalto A) 45,00 3,60 9000 g 11,9 cm
ÁGUA 9,00 0,72 1800 g 1460 ml
CIMENTO 16,07 1,00 2500 g 2500 g
AREIA 38,93 2,42 6056 g 8,33 cm
55 25 9,00 0,56 1 : 5,22 BRITA 1 (Basalto A) 45,00 2,80 7000 g 9,26 cm
ÁGUA 9,00 0,56 1400 g 1158 ml
Tabela 3: Dados para dosagem do concreto com cimento CP V

Com auxílio das tabelas apresentadas procedemos à produção dos concretos.


Em uma betoneira forçada de eixo vertical e contra corrente foram colocados os
agregados e o cimento, sendo a água adicionada lentamente após o início da mistura.
Após concluída a adição da água, mantivemos a betoneira em funcionamento por mais
dois minutos para homogeneizar por completo a mistura.
35

Figura 6: Betoneira de contra corrente misturando o concreto

Após realizada a mistura, procedemos a verificação da trabalhabilidade do


concreto pelo método do abatimento do tronco de cone, conforme NBR NM 67, mais
conhecido como “slump”. Com o auxílio do próprio molde do tronco de cone e da haste,
utilizada para adensamento do concreto, mede-se o quanto cedeu o volume de
concreto formado pelo tronco do cone como o concreto fresco, ou seja, verifica-se o
abatimento do tronco de cone. Em princípio quanto maior o abatimento, maior a
trabalhabilidade do concreto, desde que não ocorra segregação como já dito
anteriormente.
36

Figura 7: Tronco de cone para verificação do slump do concreto

O método CIENTEC para dosagem empírica de concreto garante que, a


resistência à compressão do concreto terá uma probabilidade de 95% de ser igual ou
superior ao fCK,proj para um slump de até 80 mm. Observando-se o concreto muito seco
ou muito consistente, pode-se adicionar água controladamente, de forma que se atinja
a consistência necessária dentro das margens admissíveis do método, e que satisfaça
a trabalhabilidade desejada, desde que não ultrapasse os 80 mm de abatimento.

Para nosso experimento foi estipulado um slump 60 mm +/- 10 mm. Os


concretos produzidos apresentaram-se muito seco, com elevada consistência e slump
na faixa de 20 mm. Para atingir a trabalhabilidade desejada poderíamos utilizar
aditivos, mas como o objetivo é avaliar o método na forma que na qual foi concebido,
adicionamos água além da quantidade calculada, de forma a manter o slump dentro do
limite garantido pelo método.
37

A trabalhabilidade é o elemento mais sensível, visto que o método não sugere


quantidades diferentes de água para agregados de granulometrias diferentes ou com
mais elevado teor de finos.

Após realizar a adição de mais água, e verificar o novo slump, retornamos o


concreto para a betoneira, homogeneizamos novamente e moldamos os corpos de
prova, conforme NBR 5738/2003.

Figura 8: Moldes para corpos de prova

Figura 9: Lubrificação do molde


38

Com os moldes já nivelados, deve ser feita a correta identificação. Antes de


serem levados aos reservatório para cura, devem aguardar nos moldes para pega e
somente após seu endurecimento ocorrer a desforma, após 24 horas. Feito isso podem
ser identificados no próprio corpo com marcador especial.

Figura 10: Corpos de prova moldados e em processo de endurecimento


39

Os quatro corpos de prova de cada dosagem ficaram em processo de cura por


imersão em reservatórios devidamente identificados, para posterior ensaio. Um
exemplar foi ensaiado aos 7 dias e o outro aos 28 dias, verificando sua resistência à
compressão, segundo a NBR 5739/1994.

Figura 11: Prensa hidráulica para ensaio da resistência mecânica à compressão


40

8 RESULTADOS

Em uma primeira verificação dos resultados, ainda no processo de produção do


concreto, o método utilizado conduziu a misturas de uma pastas muito secas, sem
trabalhabilidade adequada à aplicação em obra. Porém, utilizando uma das
condicionantes do método CIENTEC, que permite adicionar água até se atingir um
slump máximo de 80 mm, sem comprometimento da resistência, foi possível obter o
concreto com a trabalhabilidade estipulada.

Verificada visualmente, durante a produção dos traços, a coesão fica bem


definida quando utilizada em concretos da maior resistência. Para o concreto de 15
MPa, que possui menor volume de pasta, o agregado fica levemente descoberto,
sendo visualmente identificado. Contudo, há de se salientar que antes da adição de
mais água à mistura, os materiais apresentavam baixa coesão e com pouquíssimo
entrosamento.

Considerando que, em média os slump obtidos ficaram entre 50 e 60 mm, o


que para o método é aceitável, embora nestes casos ainda com baixa trabalhabilidade,
as resistências verificadas nos ensaios de resistência a compressão apresentaram-se
satisfatórias para os 28 dias.

Foi observado também que para os slump obtidos nos ensaios, foi necessário
em todos os casos, aumentar a quantidade de água para melhorar a trabalhabilidade
do concreto fresco.
41

Dados corrigidos após a adição de água na moldagem com cimento CP ll

Adição de
Α fCK Água H a/c Traço Slump
(%) (MPa) (ml) (%) (1+m) (mm)
Utilizando Granito
53 15 275 10,62 0,72 1 : 5,78 50
53 25 176 10,43 0,51 1 : 3,89 55
Utilizando Basalto A
55 15 187 10,03 0,68 1 : 5,78 50
55 25 126 10,02 0,49 1 : 3,89 65
Tabela 4: Dados corrigidos para dosagem do concreto com cimento CP II

Dados corrigidos após a adição de água na moldagem com cimento CP lV

Adição de
α fCK Água H a/c Traço Slump
(%) (MPa) (ml) (%) (1+m) (mm)
Utilizando Granito
53 15 - 9,20 0,58 1 : 5,30 20
53 25 370 11,84 0,54 1 : 3,56 50
Utilizando Basalto A
55 15 273 10,95 0,69 1 : 5,30 50
55 25 205 10,74 0,49 1 : 3,56 60
Tabela 5: Dados corrigidos para dosagem do concreto com cimento CP IV

Dados corrigidos após a adição de água na moldagem com cimento CP V

Adição de
α fCK Água H a/c Traço Slump
(%) (MPa) (ml) (%) (1+m) (mm)
Utilizando Granito
53 15 320 10,62 0,85 1 : 7,00 55
53 25 128 9,81 0,61 1 : 5,22 65
Utilizando Basalto A
55 15 266 10,38 0,83 1 : 7,00 60
55 25 154 9,97 0,62 1 : 5,22 55
Tabela 6: Dados corrigidos para dosagem do concreto com cimento CP V
42

9 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

De acordo com os resultados nos ensaios dos corpos de prova aos 28 dias,
que permitiu verificar a resistência à compressão para 95% da resistência final de cada
concreto dosado, obtivemos valores de acordo com o esperado pela aplicação do
método CIENTEC de dosagem empírica.

Visto que os resultados obtidos devem ser considerados uma fotografia de uma
experiência, representando um valor puntual, e atribuindo tais valores a uma
distribuição normal, dada pela curva de Gauss, verificamos que todos os concretos
dosados pelo método empírico CIENTEC realizados, mantiveram-se dentro da faixa
aceitável, sempre superior ao fCK.

Em uma dosagem experimental o cálculo do fcm deve ser realizado a partir da


equação

fcm = fCK + 1,65 Sd

Sendo:

• fcm – Resistência média

• fCK – Resistência característica à compressão

• Sd – Desvio padrão

• 1,65 – Coeficiente tabelado (Gauss)

Se o mesmo critério fosse considerado na dosagem empírica, o Sd a ser


adotado seria 7,0 MPa, o que conduziria as resistências a 28 dias de 26,6 MPa e 36,6
MPa, respectivamente para os fCK de 15 MPa e 25 MPa.

A comparação direta dos valores obtidos com os valores teóricos pode ser
feita a partir da observação da tabela que segue:
43

• Com cimento CP II

fCK_28 (MPa) fCK (MPa)


fCK (MPa) Brita Cimento
obtido teórico

Granito 23,5
15 CP II 26,6
Basalto 26,1

Granito 38,9
25 CP II 36,6
Basalto 40,5
Tabela 7: Comparativo das resistências para dosagem com cimento CP II

• Com cimento CP IV

fCK_28 (MPa) fCK (MPa)


fCK (MPa) Brita Cimento
obtido teórico

Granito 25,9
15 CP IV 26,6
Basalto 18,8

Granito 31,8
25 CP IV 36,6
Basalto 36,6
Tabela 8: Comparativo das resistências para dosagem com cimento CP IV

• Com cimento CP V

fCK_28 (MPa) fCK (MPa)


fCK (MPa) Brita Cimento
obtido teórico

Granito 22,4
15 CP V 26,6
Basalto 22,7

Granito 36,4
25 CP V 36,6
Basalto 36,4
Tabela 9: Comparativo das resistências para dosagem com cimento CP V
44

É possível observar ter ocorrido pequenas diferenças nos traços dos concretos
com CP II de basalto (15MPa), CP IV de granito (15 MPa), CP IV de basalto (25 MPa) e
CP V de granito e basalto (25 MPa), podendo ser considerada uma igualdade. Vale
salientar que não foi adicionada mais água no traço com cimento CP IV utilizando
granito para fCK =15 MPa.

Já nos traços dos concretos com CP II de granito (15MPa), CP IV de basalto


(15 MPa), CP IV de granito (25 MPa) e CP V de granito e basalto (15 MPa), a
resistência obtida foi menor, mas ainda com segurança superior ao fCK, confirmando
uma das premissas do método.

Nos traços para os concretos CP II de granito e basalto (25 MPa), a resistência


foi superior.

Como a resistência do concreto varia com diversos fatores, a precisa avaliação


da resistência deve ser feita por um número “n” de reproduções de um mesmo traço
para possibilitar o cálculo de um valor médio.

No estudo, mesmo com pequenas reproduções de cada traço é possível dizer


que foi verificado o princípio do método quanto à resistência a compressão.

A quantidade de água necessária para a produção de um concreto com um


trabalhabilidade pré estabelecida vai variar com a superfície específica da mistura, que
dependerá da finura do cimento, da granulometria dos agregados além do teor de
materiais polverulentos da brita.

Normalmente é a variabilidade dos resultados se deve à variação na adição de


água, requerida em cada caso.

No caso presente a trabalhabilidade medida pelo “slump” foi inferior ao


desejado, exigindo a adição de água. Com isso foi elevada a relação água/cimento sem
que a perda de resistência ocorrida comprometesse a aplicação do método.

Como todas as fórmulas utilizadas para obtenção da relação água/cimento do


método empírico CIENTEC já consideram o desvio padrão, podemos dizer que os
45

ensaios nos levaram a resultados em que 95% das vezes o fCK,proj foi igualado ou
superado pelo fCK,real, conforme apresentado nas tabelas abaixo.

Resultados obtidos pela moldagem com cimento CP II

Fc (7 Fc (28
α fCK H a/c Traço Slump dias) dias)
(%) (MPa) (%) (1+m) (mm) (MPa) (MPa)
Utilizando Granito
53 15 9,00 0,61 1 : 5,78 50 17,3 23,5
53 25 9,00 0,44 1 : 3,89 55 33,0 38,9
Utilizando Basalto A
55 15 9,00 0,61 1 : 5,78 50 19,8 26,1
55 25 9,00 0,44 1 : 3,89 65 32,6 40,5
Tabela 10: Resultados da dosagem do concreto com cimento CP II

Resultados obtidos pela moldagem com cimento CP IV

Fc (7 Fc (28
α fCK H a/c Traço Slump dias) dias)
(%) (MPa) (%) (1+m) (mm) (MPa) (MPa)
Utilizando Granito
53 15 9,20 0,58 1 : 5,30 20 16,9 25,9
53 25 9,20 0,42 1 : 3,56 50 20,2 31,8
Utilizando Basalto A
55 15 9,20 0,58 1 : 5,30 50 12,5 18,8
55 25 9,20 0,42 1 : 3,56 60 24,1 36,6
Tabela 11: Resultados da dosagem do concreto com cimento CP IV

Resultados obtidos pela moldagem com cimento CP V

Fc (7 Fc (28
α fCK H a/c Traço Slump dias) dias)
(%) (MPa) (%) (1+m) (mm) (MPa) (MPa)
Utilizando Granito
53 15 9,00 0,72 1 : 7,00 55 15,2 22,4
53 25 9,00 0,56 1 : 5,22 65 28,3 36,4
Utilizando Basalto A
55 15 9,00 0,72 1 : 7,00 60 16,6 22,7
55 25 9,00 0,56 1 : 5,22 55 26,5 36,4
Tabela 12: Resultados da dosagem do concreto com cimento CP V
46

Mesmo havendo variação na resistência, conforme citado anteriormente, os


resultados representam uma fotografia da experiência realizada, não caracterizando a
necessidade de introduzir alterações nas fórmulas da relação água/cimento do método
CIENTEC. Para que isso ocorra, é necessária a existência de um fcm para cada traço, o
que deve ser obtido de uma série de moldagens realizadas a partir de dosagens
idênticas de concreto, porém distintas, ou seja, “n” dosagens do mesmo traço,
representando um montante considerável de ensaios com várias amostras. Este seria o
determinante principal para o balizamento dos resultados médios com as fórmulas em
questão, aí então, indicando um possível ajuste nas fórmulas.
47

10 AVALIAÇÃO DO MÉTODO

Não podemos simplesmente atribuir adjetivos, à métodos provenientes da


experiência acumulada de profissionais ou pela utilização de tabelas com valores
médios. Embora simples, o método apresentado beneficia a segurança do concreto
quando, por tratar-se de um método empírico, superestima o traço em favor da
segurança. A conseqüência desta seperestimação é o aumento do consumo de
cimento na dosagem do concreto, o que tende a tornar mais elevado o custo do
concreto, logo, aumentando o custo da obra. Um divisor de águas é relacionar o custo
do emprego de um método experimental versus o custo de cimento no método
empírico para uma determinada obra. Em geral, grandes obras também podem ser
realizadas pelo método CIENTEC.

Facilmente aplicado em obra, o método considera algumas variantes que, caso


fossem empregadas com pequenas variações em outros métodos, no caso de métodos
experimentais, poderiam comprometer a resistência do concreto em sua situação final,
ou seja, um fCK,Real imcompatível com o fCK,proj. Caso as variantes admitidas no processo
empírico não apresentem distorções absurdas, o que necessita de um
comprometimento da parte do executor em obra, o concreto não sofrerá tanta variação
ao ponto de comprometer sua resistência mecânica à compressão.

Em casos mais delicados é fundamental o acompanhamento de responsáveis


pela obra a fim de garantir a qualidade do concreto. Ou seja, o método é prático e
confiável, mas requer atenção na sua elaboração ou mistura.
48

11 SUGESTÕES

A partir do estudo apresentado, verificou-se a possibilidade de realização de


experiências futuras, que complementem tal trabalho que sirvam de critérios para
refinamento do que já foi constatado.

• Realizar os experimentos com um número maior que n=1, para o mesmo


traço e as mesmas variantes desse traço.

• Utilizar volume de concreto maior, não otimizando o consumo de


materiais, como o que foi realizado. Aumentaria a confiabilidade na
dosagem dos materiais separados por volume, quando quantizados nas
caixas.

• Proceder na verificação do slump sem a adição de água. Verificar a


consistência do concreto exatamente com os dados iniciais da dosagem,
como ponto de partida.

• Verificar o método exatamente com o slump limite de 80 mm, premissa


limite para abatimento do troco de cone que garante a confiabilidade do
método. Pode ser considerado como o balizador perfeito para um ponto
de chegada, para um próxima experiência.
49

12 CONCLUSÃO

É com a ótica voltada para emprego de um processo simples de produção de


concreto na obra civil de pequeno porte, onde a utilização de um método experimental
não justifique seu alto custo, verificamos a pratica aplicabilidade deste método empírico
para dosagem de concreto.

Pra tal, consideramos que o maior consumo de cimento, dado o volume a ser
utilizado, não é comprometedor ao orçamento do tipo de construção em questão. Neste
caso, o método empírico de dosagem de concreto CIENTEC apresenta boa relação
custo-benefício.

Esse método garante que a resistência à compressão de projeto será obtida


mesmo adicionando-se água a mais em sua composição, respeitando um abatimento
do tronco de cone em até 80 mm. Conforme verificamos no experimento, com um
slump menor ao determinado pelo método, obtivemos em todos os casos resistências à
compressão acima da resistência de projeto, ou nominal.

Podemos dizer que, se aplicado racionalmente em obra, admitindo todas as


suas considerações teóricas, obteremos concretos confiáveis para os fins aos quais
estarão sendo aplicados.

Vemos que é importante a busca da ótima qualidade em tudo que é produzido,


seja por exigência do mercado ou pela responsabilidade técnica de um profissional,
tanto na execução quanto na fiscalização. O método é confiável e de fácil
implementação, contudo não é possível obter um produto de boa qualidade se não
houver comprometimento, mas além de tudo, um mínimo de conhecimento e
fiscalização.
50

13 ANEXOS

• CÁLCULO DOS TRAÇOS

Cálculo do traço para fCK 15MPa com Cimento CP II, utilizando Granito

Teor de água, H = 9,00

Teor de argamassa, α = 53%

1,99 − log 15
Relação água/cimento, a / c = = 0,61
1,34

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,61 = 6,78
H 9,00

Traço em massa = 1 : 5,78

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 14,75 %
1 + m 6,78

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 53 − 14,75 = 38,25 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 53 = 47 %

• Traço Unitário

Cimento = 14,75 % = 1,00

Teor de Areia 38,25


Areia = = = 2,59
Teor de Cimento 14,75
51

Teor de Brita 47,00


Brita = = = 3,19
Teor de Cimento 14,75

Água = a / c = 0,61

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 2,59 * 2,5 = 6,48 kg

Brita = 3,19 * 2,5 = 7,98 kg

Água = 0,61 * 2,5 = 1,53 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 6,48


Volume de Areia = = = 4,32 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 7,98


Volume de Brita = = = 6,18 dm³
Massa Unitária do Granito 1,29

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 4,32 * 1,29 = 5,57 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,53 − (6,48*,04) = 1,27 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


52

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 2,59 6,48 4,32 5,57
Brita 1 (G) 3,19 7,98 6,18 6,18
Água 0,61 1,53 1,53 1,27

Com a adição de mais 275 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,53 + 0,275) * 0,61


a/c= = 0,72
1,53

e novo teor de água,

0,72 * 9,00
H= = 10,62 %
0,61

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 307 kg
1,00 2,59 3,19
+ + + 0,72
2,92 2,63 2,64
53

Cálculo do traço para fCK 25MPa com Cimento CP II, utilizando Granito

Teor de água, H = 9,00

Teor de argamassa, α = 53%

1,99 − log 25
Relação água/cimento, a / c = = 0,44
1,34

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,44 = 4,89
H 9,00

Traço em massa = 1 : 3,89

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 20,45 %
1 + m 4,89

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 53 − 20,45 = 32,55 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 53 = 47 %

• Traço Unitário

Cimento = 20,45 % = 1,00

Teor de Areia 32,55


Areia = = = 1,59
Teor de Cimento 20,45

Teor de Brita 47,00


Brita = = = 2,30
Teor de Cimento 20,45

Água = a / c = 0,44
54

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 1,59 * 2,5 = 3,98 kg

Brita = 2,30 * 2,5 = 5,75 kg

Água = 0,44 * 2,5 = 1,10 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 3,98


Volume de Areia = = = 2,65 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 5,75


Volume de Brita = = = 4,46 dm³
Massa Unitária do Granito 1,29

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 2,65 * 1,29 = 3,42 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,10 − (3,98*,04) = 0,94 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


55

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 1,59 3,98 2,65 3,42
Brita 1 (G) 2,30 5,75 4,46 4,46
Água 0,44 1,10 1,10 0,94

Com a adição de mais 176 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,10 + 0,176) * 0,44


a/c= = 0,51
1,10

e novo teor de água,

0,51 * 9,00
H= = 10,43 %
0,44

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 430 kg
1,00 1,59 2,30
+ + + 0,51
2,92 2,63 2,64
56

Cálculo do traço para fCK 15MPa com Cimento CP II, utilizando Basalto A

Teor de água, H = 9,00

Teor de argamassa, α = 55%

1,99 − log 15
Relação água/cimento, a / c = = 0,61
1,34

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,61 = 6,78
H 9,00

Traço em massa = 1 : 5,78

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 14,75 %
1 + m 6,78

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 55 − 14,75 = 40,25 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 55 = 45 %

• Traço Unitário

Cimento = 14,75 % = 1,00

Teor de Areia 40,25


Areia = = = 2,73
Teor de Cimento 14,75

Teor de Brita 45,00


Brita = = = 3,05
Teor de Cimento 14,75

Água = a / c = 0,61
57

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 2,73 * 2,5 = 6,83 kg

Brita = 3,05 * 2,5 = 7,63 kg

Água = 0,61 * 2,5 = 1,53 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 6,83


Volume de Areia = = = 4,55 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 7,63


Volume de Brita = = = 6,30 dm³
Massa Unitária do Granito 1,21

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 4,55 * 1,29 = 5,87 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,53 − (6,83*,04) = 1,25 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


58

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 2,73 6,83 4,55 5,87
Brita 1 (B) 3,05 7,63 6,30 6,30
Água 0,61 1,53 1,53 1,25

Com a adição de mais 187 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,53 + 0,187) * 0,61


a/c= = 0,68
1,53

e novo teor de água,

0,68 * 9,00
H= = 10,03 %
0,61

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 308 kg
1,00 2,73 3,05
+ + + 0,68
2,92 2,63 2,57
59

Cálculo do traço para fCK 25MPa com Cimento CP II, utilizando Basalto A

Teor de água, H = 9,00

Teor de argamassa, α = 55%

1,99 − log 25
Relação água/cimento, a / c = = 0,44
1,34

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,44 = 4,89
H 9,00

Traço em massa = 1 : 3,89

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 20,45 %
1 + m 4,89

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 55 − 20,45 = 34,55 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 55 = 45 %

• Traço Unitário

Cimento = 20,45 % = 1,00

Teor de Areia 34,55


Areia = = = 1,69
Teor de Cimento 20,45

Teor de Brita 45,00


Brita = = = 2,20
Teor de Cimento 20,45

Água = a / c = 0,44
60

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 1,69 * 2,5 = 4,23 kg

Brita = 2,20 * 2,5 = 5,50 kg

Água = 0,44 * 2,5 = 1,10 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 4,23


Volume de Areia = = = 2,82 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 5,50


Volume de Brita = = = 4,55 dm³
Massa Unitária do Granito 1,21

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 2,82 * 1,29 = 3,63 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,10 − (2,82*,04) = 0,93 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


61

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 1,69 4,23 2,82 3,63
Brita 1 (B) 2,20 5,50 4,55 4,55
Água 0,44 1,10 1,10 0,93

Com a adição de mais 126 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,10 + 0,186) * 0,44


a/c = = 0,49
1,10

e novo teor de água,

0,49 * 9,00
H= = 10,02 %
0,44

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 429 kg
1,00 1,69 2,20
+ + + 0,49
2,92 2,63 2,57
62

Cálculo do traço para fCK 15MPa com Cimento CP IV, utilizando Granito

Teor de água, H = 9,20

Teor de argamassa, α = 53%

2,00 − log 15
Relação água/cimento, a / c = = 0,58
1,42

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,58 = 6,30
H 9,20

Traço em massa = 1 : 5,30

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 15,86 %
1 + m 6,30

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 53 − 15,86 = 37,14 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 53 = 47 %

• Traço Unitário

Cimento = 15,86 % = 1,00

Teor de Areia 37,14


Areia = = = 2,34
Teor de Cimento 15,86

Teor de Brita 47,00


Brita = = = 2,96
Teor de Cimento 15,86

Água = a / c = 0,58
63

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 2,34 * 2,5 = 5,85 kg

Brita = 2,96 * 2,5 = 7,40 kg

Água = 0,58 * 2,5 = 1,45 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 5,85


Volume de Areia = = = 3,90 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 7,40


Volume de Brita = = = 5,74 dm³
Massa Unitária do Granito 1,29

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 3,90 * 1,29 = 5,03 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,45 − (5,85*,04) = 1,22 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


64

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 2,34 5,85 3,90 5,03
Brita 1 (G) 2,96 7,40 5,74 5,74
Água 0,58 1,45 1,45 1,22

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 339 kg
1,00 2,34 2,96
+ + + 0,58
2,75 2,63 2,64
65

Cálculo do traço para fCK 25MPa com Cimento CP IV, utilizando Granito

Teor de água, H = 9,20

Teor de argamassa, α = 53%

2,00 − log 25
Relação água/cimento, a / c = = 0,42
1,42

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,42 = 4,56
H 9,20

Traço em massa = 1 : 3,56

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 21,93 %
1 + m 4,56

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 53 − 21,93 = 31,07 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 53 = 47 %

• Traço Unitário

Cimento = 21,93 % = 1,00

Teor de Areia 31,07


Areia = = = 1,42
Teor de Cimento 21,93

Teor de Brita 47,00


Brita = = = 2,14
Teor de Cimento 21,93

Água = a / c = 0,42
66

• Utilizando 3,0 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 1,42 * 3,0 = 4,26 kg

Brita = 2,14 * 3,0 = 6,42 kg

Água = 0,42 * 3,0 = 1,26 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 4,26


Volume de Areia = = = 2,84 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 6,42


Volume de Brita = = = 4,98 dm³
Massa Unitária do Granito 1,29

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 2,84 * 1,29 = 3,66 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,26 − (4,26*,04) = 1,09 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


67

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 3,00 3,00 3,00
Areia 1,42 4,26 2,84 3,66
Brita 1 (G) 2,14 6,42 4,98 4,98
Água 0,42 1,26 1,26 1,09

Com a adição de mais 370 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,26 + 0,370) * 0,42


a/c= = 0,54
1,26

e novo teor de água,

0,54 * 9,20
H= = 11,84 %
0,42

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 444 kg
1,00 1,42 2,14
+ + + 0,54
2,75 2,63 2,64
68

Cálculo do traço para fCK 15MPa com Cimento CP IV, utilizando Basalto A

Teor de água, H = 9,20

Teor de argamassa, α = 55%

2,00 − log 15
Relação água/cimento, a / c = = 0,58
1,42

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,58 = 6,30
H 9,20

Traço em massa = 1 : 5,30

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 15,86 %
1 + m 6,30

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 55 − 15,86 = 39,14 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 55 = 45 %

• Traço Unitário

Cimento = 15,86 % = 1,00

Teor de Areia 39,14


Areia = = = 2,47
Teor de Cimento 15,86

Teor de Brita 45,00


Brita = = = 2,84
Teor de Cimento 15,86

Água = a / c = 0,58
69

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 2,47 * 2,5 = 6,18 kg

Brita = 2,84 * 2,5 = 7,10 kg

Água = 0,58 * 2,5 = 1,45 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 6,18


Volume de Areia = = = 4,12 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 7,10


Volume de Brita = = = 5,87 dm³
Massa Unitária do Granito 1,21

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 4,12 * 1,29 = 5,31 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,45 − (6,18*,04) = 1,20 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


70

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 2,47 6,18 4,12 5,31
Brita 1 (B) 2,84 7,10 5,87 5,87
Água 0,58 1,45 1,45 1,20

Com a adição de mais 273 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,45 + 0,273) * 0,58


a/c = = 0,69
1,45

e novo teor de água,

0,69 * 9,20
H= = 10,95 %
0,58

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 323 kg
1,00 2,47 2,84
+ + + 0,69
2,75 2,63 2,57
71

Cálculo do traço para fCK 25MPa com Cimento CP IV, utilizando Basalto A

Teor de água, H = 9,20

Teor de argamassa, α = 55%

2,00 − log 25
Relação água/cimento, a / c = = 0,42
1,42

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,42 = 4,56
H 9,20

Traço em massa = 1 : 3,56

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 21,93 %
1 + m 4,56

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 55 − 21,93 = 33,07 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 55 = 45 %

• Traço Unitário

Cimento = 21,93 % = 1,00

Teor de Areia 33,07


Areia = = = 1,51
Teor de Cimento 21,93

Teor de Brita 45,00


Brita = = = 2,05
Teor de Cimento 21,93

Água = a / c = 0,42
72

• Utilizando 3,0 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 1,51 * 3,0 = 4,53 kg

Brita = 2,05 * 3,0 = 6,15 kg

Água = 0,42 * 3,0 = 1,26 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 4,53


Volume de Areia = = = 3,02 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 6,15


Volume de Brita = = = 5,08 dm³
Massa Unitária do Granito 1,21

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 3,02 * 1,29 = 3,90 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,26 − (4,53*,04) = 1,08 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


73

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 3,00 3,00 3,00
Areia 1,51 4,53 3,02 3,90
Brita 1 (B) 2,05 6,15 5,08 5,08
Água 0,42 1,26 1,26 1,08

Com a adição de mais 205 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,26 + 0,205) * 0,42


a/c = = 0,49
1,26

e novo teor de água,

0,49 * 9,20
H= = 10,74 %
0,42

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 450 kg
1,00 1,51 2,05
+ + + 0,49
2,75 2,63 2,57
74

Cálculo do traço para fCK 15MPa com Cimento CP V, utilizando Granito

Teor de água, H = 9,00

Teor de argamassa, α = 53%

2,15 − log 15
Relação água/cimento, a / c = = 0,72
1,35

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,72 = 8,00
H 9,00

Traço em massa = 1 : 7,00

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 12,50 %
1 + m 8,00

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 53 − 12,50 = 40,50 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 53 = 47 %

• Traço Unitário

Cimento = 12,50 % = 1,00

Teor de Areia 40,50


Areia = = = 3,24
Teor de Cimento 12,50

Teor de Brita 47,00


Brita = = = 3,76
Teor de Cimento 12,50

Água = a / c = 0,72
75

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 3,24 * 2,5 = 8,10 kg

Brita = 3,76 * 2,5 = 9,40 kg

Água = 0,72 * 2,5 = 1,80 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 8,10


Volume de Areia = = = 5,40 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 9,40


Volume de Brita = = = 7,29 dm³
Massa Unitária do Granito 1,29

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 5,40 * 1,29 = 6,97 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,80 − (8,10*,04) = 1,48 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


76

a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 3,24 8,10 5,40 6,97
Brita 1 (G) 3,76 9,40 7,29 7,29
Água 0,72 1,80 1,80 1,48

Com a adição de mais 320 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,80 + 0,320) * 0,72


a/c = = 0,85
1,80

e novo teor de água,

0,85 * 9,00
H= = 10,62 %
0,72

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 261 kg
1,00 3,24 3,76
+ + + 0,85
3,00 2,63 2,64
77

Cálculo do traço para fCK 25MPa com Cimento CP V, utilizando Granito

Teor de água, H = 9,00

Teor de argamassa, α = 53%

2,15 − log 25
Relação água/cimento, a / c = = 0,56
1,35

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,56 = 6,22
H 9,00

Traço em massa = 1 : 5,22

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 16,07 %
1 + m 6,22

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 53 − 16,07 = 36,93 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 53 = 47 %

• Traço Unitário

Cimento = 16,07 % = 1,00

Teor de Areia 36,93


Areia = = = 2,30
Teor de Cimento 16,07

Teor de Brita 47,00


Brita = = = 2,92
Teor de Cimento 16,07

Água = a / c = 0,56
78

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 2,30 * 2,5 = 5,75 kg

Brita = 2,92 * 2,5 = 7,30 kg

Água = 0,56 * 2,5 = 1,40 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 5,75


Volume de Areia = = = 3,83 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 7,30


Volume de Brita = = = 5,66 dm³
Massa Unitária do Granito 1,29

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 3,83 * 1,29 = 4,95 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,40 − (5,75*,04) = 1,17 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


79

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 2,30 5,75 3,83 4,95
Brita 1 (G) 2,92 7,30 5,66 5,66
Água 0,56 1,40 1,40 1,17

Com a adição de mais 128 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,40 + 0,128) * 0,56


a/c = = 0,61
1,40

e novo teor de água,

0,61 * 9,00
H= = 9,81 %
0,56

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 342 kg
1,00 2,30 2,92
+ + + 0,61
3,00 2,63 2,64
80

Cálculo do traço para fCK 15MPa com Cimento CP V, utilizando Basalto A

Teor de água, H = 9,00

Teor de argamassa, α = 55%

2,15 − log 15
Relação água/cimento, a / c = = 0,72
1,35

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,72 = 8,00
H 9,00

Traço em massa = 1 : 7,00

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 12,50 %
1 + m 8,00

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 55 − 12,50 = 42,50 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 55 = 45 %

• Traço Unitário

Cimento = 12,50 % = 1,00

Teor de Areia 42,50


Areia = = = 3,40
Teor de Cimento 12,50

Teor de Brita 45,00


Brita = = = 3,60
Teor de Cimento 12,50

Água = a / c = 0,72
81

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 3,40 * 2,5 = 8,50 kg

Brita = 3,60 * 2,5 = 9,00 kg

Água = 0,72 * 2,5 = 1,80 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 8,50


Volume de Areia = = = 5,67 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 9,00


Volume de Brita = = = 7,44 dm³
Massa Unitária do Granito 1,21

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 5,67 * 1,29 = 7,31 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,80 − (8,50*,04) = 1,46 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


82

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 3,40 8,50 5,67 7,31
Brita 1 (B) 3,60 9,00 7,44 7,44
Água 0,72 1,80 1,80 1,46

Com a adição de mais 266 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,80 + 0,266) * 0,72


a/c = = 0,83
1,80

e novo teor de água,

0,83 * 9,00
H= = 10,38 %
0,72

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 260 kg
1,00 3,40 3,60
+ + + 0,83
3,00 2,63 2,57
83

Cálculo do traço para fCK 25MPa com Cimento CP V, utilizando Basalto A

Teor de água, H = 9,00

Teor de argamassa, α = 55%

2,15 − log 25
Relação água/cimento, a / c = = 0,56
1,35

100 * a
Traço = 1 + m = c = 100 * 0,56 = 6,22
H 9,00

Traço em massa = 1 : 5,22

• Desdobramento do traço

100 100
Teor de Cimento, Ci = = = 16,07 %
1 + m 6,22

Teor de Areia, Areia = α − Ci = 55 − 16,07 = 38,93 %

Teor de Brita, Brita = 100 − α = 100 − 55 = 45 %

• Traço Unitário

Cimento = 16,07 % = 1,00

Teor de Areia 38,93


Areia = = = 2,42
Teor de Cimento 16,07

Teor de Brita 45,00


Brita = = = 2,80
Teor de Cimento 16,07

Água = a / c = 0,56
84

• Utilizando 2,5 kg de cimento para moldagem dos corpos de prova temos


em massa:

Areia = 2,42 * 2,5 = 6,05 kg

Brita = 2,80 * 2,5 = 7,00 kg

Água = 0,56 * 2,5 = 1,40 kg

• Cálculo do volume seco dos agregados:

Massa de Areia 6,05


Volume de Areia = = = 4,03 dm³
Massa Unitária da Areia 1,5

Massa de Brita 7,00


Volume de Brita = = = 5,79 dm³
Massa Unitária do Granito 1,21

• Cálculo dos volumes considerando o inchamento da areia em 4% para o


Rio Grande do Sul.

Coeficiente de Inchamento, i = 1,29

Volume da Areia Úmida = Volume da Areia Seca * i = 4,03 * 1,29 = 5,20 dm ³

Volume de Água = Massa de Água − ( Massa da Areia * Umidade) =


1,40 − (6,05*,04) = 1,16 dm ³

O volume da brita não sofre alteração com a umidade.


85

Para a dosagem deste traço tivemos a seguinte relação de materiais:

Traço em Massa Volume


Materiais
massa (Kg) Areia Seca Areia c/ 4% umidade
Cimento 1,00 2,50 2,50 2,50
Areia 2,42 6,05 4,03 5,20
Brita 1 (B) 2,80 7,00 5,79 5,79
Água 0,56 1,40 1,40 1,16

Com a adição de mais 154 ml de água para obter o slump desejado,


tivemos uma nova relação água/cimento,

(1,40 + 0,154) * 0,56


a/c = = 0,62
1,40

e novo teor de água,

0,62 * 9,00
H= = 9,97 %
0,56

portanto, o consumo teórico de cimento por m³ de concreto para este traço


é:

1000 dm³
Ci =
Traço massa Cimento Traço massa Areia Traço massa Brita a
+ + +
γ Ci γ ar γ br c

1000 dm³
Ci = ≅ 338 kg
1,00 2,42 2,80
+ + + 0,62
3,00 2,63 2,57

• RELATÓRIO DOS ENSAIOS A COMPRESSÃO


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14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RECENA, Fernando A. Piazza, Material de aula. Materiais de Construção II,


FENG PUCRS, 2006.

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Concreto Armado. Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 5738, Concreto –


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Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos, Rio de Janeiro, 1994.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR NM 67, Concreto


Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone, Rio de
Janeiro, 1998.
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