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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

MARANHÃO
CAMPUS SÃO LUIS – MONTE CASTELO
DIRETORIA DE ENSINO SUPERIOR
DEPARTAMENTO DE CONTRUÇÃO CIVIL
ENGENHARIA CIVIL

CARLOS HENRIQUE FERREIRA DO NASCIMENTO

PONTES

SÃO LUÍS
2021
CARLOS HENRIQUE FERREIRA DO NASCIMENTO

PONTES

Trabalho apresentado ao Curso de


Engenharia Civil, à Disciplina de Pontes,
ministrada pelo Prof. Luciano Gomes Neto,
como requisito para obtenção de nota.

SÃO LUÍS
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 4
1.1 Conceitos Gerais ............................................................................... 6
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 8
2.1 Classificações das pontes ............................................................... 8
2.2 Elementos para elaboração de projeto de pontes ....................... 11
3 CONCLUSÃO .......................................................................................... 14
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO

A origem das pontes é mais antiga que a engenharia propriamente dita. As


primeiras surgiam a partir de fenômenos naturais, quando uma árvore ou
tronco da mesma caía sobre rios e permitia a travessia entre dois pontos.
Deste então o homem aperfeiçoou esses incidentes naturais, tornando o
processo de criação de pontes uma atividade essencial para criar caminhos e
permitir a expansão humana.

Além dos troncos, com o tempo outros materiais foram manipulados na


construção de pontes, primeiro os disponíveis na natureza como cipós, cordas,
pedras e travas feitas com pedaços de madeira. Posteriormente, adotaram-se
materiais artificiais e fabricados, possibilitando projetos mais refinados,
complexos e duráveis como os que conhecemos hoje em dia.

As pontes atuais são reflexos e evolução do período romano. As pontes


em arco de pedra surgiram no império romano e possuíam até 30 metros,
sendo que alguns dessas construções ainda estão conservados.
Caracterizada por construção em arco, semicirculares e firmes em pilares,
marcam tanto o estilo do período romano quanto renascentista (JESUS, 2013).

No início da idade média, foi marcado pela decadência do império romano


e com ele caiu também em desuso à rede de estradas. Inicia-se então um
período de estagnação na construção de pontes. Durante certo período a
capacidade dos profissionais da construção civil foi se atrofiando, pois não
existiam encomendas, exceto na construção de edifícios religiosos. Sendo
então os monges que transmitiam os ensinamentos que mantiveram para
construir os seus templos. Do estudo das pontes medievais entende-se que os
monges construtores foram grandes mestres que tentaram conservar as
magníficas obras romanas, antigas estradas, fortificações, pontes e aquedutos
espalhados pela generalidade do Continente Europeu (JESUS, 2013).

A sabedoria da construção de pontes era por esta altura detida quase


exclusivamente pela Igreja. O próprio Papa era o líder da Faculdade de
Construção de Pontes para monges, Algumas das pontes mais arrojadas cuja
construção não foi atribuída à igreja, denominaram-se pontes do diabo A
geometria atribuída às pontes desta natureza era caraterizada pela
irregularidade em termos de perfil longitudinal, arcos com diferentes vãos e
flechas, tabuleiro não horizontal, arcos quebrados e eventual assimetria As
pontes desta época são, de forma geral, caraterizadas pela sua robustez e
sobriedade, mais pitorescas que as pontes romanas, revelam algo de fantasia
(SANTOS; MORAIS; VARUM, 2009).

Figura 1 - A Ponte do Diabo (em italiano: Ponte del Diavolo) em Lanzo Torinese,
a norte da Itália.

Fonte: Google Imagens

Caracterizado pelo nascimento da ciência moderna, a Idade Moderna


(Renascimento) vai do século XVI até o XVIII depois de Cristo. Marcado por
diversos famosos artistas, engenheiros, músicos, arquitetos, cientistas foi
conhecida com a era da investigação e curiosidade, cujo conhecimento era
ilimitado e sem fronteiras. Entre os grandes nomes dessa época, encontram-
se Leonardo da Vinci, Galileu, Isaac Newton e Michelangelo (JESUS, 2013).

O renascimento é marcado por introduzir novas formas geométricas na


construção de estruturas arquitetônica. A “Pont Royal” é uma das pontes mais
famosa construída nesta época para substituir um de madeira, localizada em
Paris, teve sua construção concluída em 1689 (Id., 2013).

Com a Revolução industrial a construção de pontes passou a ser de


estruturas metálicas, sendo o custo econômico maior, logo, sua expansão foi
em baixa escala, optando-se por construção de pontes em alvenaria. A
primeira ponte construída em ferro fundido foi a de Coalbrookdale. Na França,
todos os projetos de engenharia civil (pontes, canais, estradas, etc.) deveriam
passar por engenheiros graduados na Escola em Paris(Id., 2013) O avanço da
Revolução Industrial fez com que as técnicas metalúrgicas no mundo fossem
totalmente modificadas: as indústrias com seu aumento na fabricação de
produtos e se tornando cada vez mais constante o uso de máquina a vapor,
fizeram o ferro e o aço se tornarem materiais essenciais para a construção,
pois com ele é possível construir estruturas mais leves, mais resistentes e num
menor prazo de conclusão (BRAGA, 2009).

A revolução industrial que tinha começado na Inglaterra no final do século


XVIII, gradualmente expandiu–se provocando mudanças enormes tanto no
cotidiano como na vida das pessoas. Novas formas de transporte em massa
por canal comboio foram criadas seguindo a evolução e a valorização e maior
utilização do carvão e da fábrica dos têxteis e cerâmicas. A combustão do
carbono era feita em fornos quentes em altas temperaturas eram foi também
essencial para a descoberta em 1824 por JOSEPH ASPDIN, queimando o
calcário e a argila em leeds assim a madeira e o ferro foram sendo substituído
pelo ferro fundido e pelo ferro forjado, que mais tarde seriam substituídos pelo
aço e também o concreto, os dois matérias de construção de pontes do século
XX (MARCHETTI, 2008).

1.1 Conceitos Gerais

Segundo Marchetti (2008, p. 2) os principais requisitos de uma ponte são:


funcionalidade (tráfego viável e satisfatório, vazão, etc.); segurança (materiais
de qualidade e que possibilitem menor tensão que as admissíveis, capazes de
não provocar ruptura); estética (visualmente agradável ao ambiente que for
implantado); durabilidade (a ponte deve atender as exigência de uso conforme
o previsto); e economia (buscar sempre economizar na sua produção, no
entanto, visando qualidade, sendo atendido os demais requisitos já citados).
Uma das maiores construções civis no Brasil, é a ponte Rio Niterói, localizada
no Rio de Janeiro, suporta um volume de tráfego superior a 150.000 veículos
diários (REVISTA BRASIL CONSTRUÇÃO, 2014).
Ponte é uma estrutura executada para vencer algum obstáculo sem
interrompê-lo totalmente. Esse obstáculo pode ser uma via, uma depressão ou
um curso d’água. Quando na parte inferior da estrutura, predominantemente
tivermos um lago ou um curso d’água, a estrutura é chamada, de um modo
geral, de ponte. Quando na parte inferior da estrutura uma via ou uma
depressão sem existir a presença de água, essa estrutura é chamada de
viaduto.
Figura 2 - Viaduto do Chá, cartão postal da maior cidade do Brasil.

Fonte: Google Imagens


2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Classificações das pontes

As pontes se classificam de acordo com alguns critérios, como serão


expostos nessa seção. A começar, podem ser classificadas quanto a sua
utilização, dividindo-se entre:

 Pontes Rodoviárias: são aquelas em que a carga acidental é


definida na norma NBR 7188.
 Pontes Ferroviárias: são aquelas em que a carga acidental é
definida na norma nbr 7189.
 Passarelas: são aquelas em que a carga acidental corresponde à
multidão de pessoas. Adota-se de um modo geral, a carga de 5
kN/m².
Figura 3 - Passarelas em Salvador, Bahia.

Fonte: Google Imagens

Além desse critério, as pontes também podem ser classificadas quanto ao


esquema estrutural, onde encontramos:

 Vigas Bi-apoiadas e sucessão de vãos isostáticos: essas pontes, em


geral, têm altura constante e são executadas em concreto armado
ou protendido. Por outro lado, as vigas principais podem ser ou não
pré-moldadas. Como referência, podemos dizer que para vãos até
25 metros em concreto armado, a estrutura será mais econômica.
 Vigas Bi-apoiadas com balanços: Essa solução é a mais usada
profissionalmente, sobretudo para vãos pequenos. Em geral são
executadas em concreto armado e moldadas in loco.

 Ponte Constituída por vãos contínuos: as pontes com vãos


contínuos, portanto sem juntas de dilatação, são usadas para
vencer grandes vãos com altura menor. Nessas estruturas, têm sido
usados grupos de 3 vãos, sendo, em princípio, a relação mais
econômica (1: 1,3: 1). As vigas moldadas in-loco podem ter altura
constante ou variável.

 Pontes em arco: as pontes em arco podem ser executadas com


arcos isostáticos (tri-articulados) ou hiperestáticos (bi-articulados ou
bi-engastados). O esquema estático em arco é interessante pois o
efeito da flexão é reduzido. Assim, consegue-se vencer grandes
vãos com uma estrutura esbelta. Tem-se executado pontes em
arcos com vãos de até 300 metros. A relação h/L é da ordem de
1/100.
Figura 4 - Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília.

Fonte: Google Imagens

 Pontes em balanços sucessivos: Nessa técnica, a partir de um pilar,


executa-se alternadamente para cada lado, aduelas que são
moldadas in-loco ou pré-moldadas. Essas pontes são em concreto
protendido e as aduelas são “ligadas” entre si por meio da
protensão. São utilizadas para vencer grandes vãos. O objetivo
principal da construção em balanços sucessivos é o de eliminar os
cimbramentos.
 Pontes estaiadas: Nesse caso, o vigamento fica suspenso por cabos
denominados de estais que são fixados nas torres. O vão da viga
fica reduzido entre os estais. As vigas são em geral pré-moldadas e
são executadas conjuntamente para os 2 lados da torre. Os estais
são tracionados e ocorre compressão nas vigas.

Figura 5 - Ponte Estaiada João Isidoro França, Teresina, Piauí.

Fonte: Google Imagens

 Pontes suspensas: Pode ser descritas como: um tabuleiro com uma


ou mais torres; extremidades da ponte: grandes ancoragens ou
contra-pesos; cabos principais: esticados de uma ancoragem,
passando pelo topo das torres para chegar à ancoragem oposta; ou
flexíveis: vulneráveis à ação do vento.

Figura 6 - Golden Gate Bridge, em São Francisco nos EUA, é uma das pontes
suspensas mais famosas do mundo.

Fonte: Google Imagens


Além dessas, as pontes também podem ser classificadas quanto à seção
transversal:

 Seção com duas vigas principais: usadas em pontes rodoviárias de


pequenas larguras e em pontes ferroviárias (b< 10 m).

 Seção com três ou mais vigas principais: usadas para obras com
grandes larguras (b >10 m). Nesses casos devemos estudar o
chamado “efeito grelha”.

 Seção em estrado celular: apresentam várias vigas, tendo laje


superior e inferior. Usadas para obras largas, apresentam um
aspecto estético mais adequado embora a construção seja mais
trabalhosa. Quando do dimensionamento poderemos contar com
grandes mesas de compressão para momentos fletores positivos e
negativos. Isso pode acrescentar uma considerável economia de
material. essas pontes são esbeltas e apresentam grande rigidez à
torção sendo portanto utilizadas em casos de pontes curvas, no
plano horizontal.

 Seção caixão: apresentam 2 vigas principais com laje superior e


inferior. Essas seções têm as mesmas características das seções
celulares e são usadas, em geral, quando tivermos larguras
relativamente pequenas.

 Seção Laje maciça: essa seção é utilizada para vencer vãos


pequenos, da ordem de até 12 metros; tem a vantagem da facilidade
da execução.

2.2 Elementos para elaboração de projeto de pontes

De forma geral, o projeto e a execução de uma ponte envolvem um grande


número de conhecimentos e informações auxiliares, como:
 Teoria das estruturas;
 Concreto armado e protendido;
 Mecânica dos solos;
 Geologia;
 Hidráulica e hidrologia;
 Materiais;
 Topografia;
 Estradas;
 Fundações.

Para isso supõe-se a presença direta ou indireta de especialistas nessas


diversas áreas. Evidentemente as áreas de planejamento da parte financeira
e da coordenação das diversas etapas não podem ser esquecidas.

Para que o projeto estrutural atinja suas finalidades, há a necessidade do


conhecimento de muitas informações como observado acima. Desse modo, o
desenvolvimento do projeto envolve as seguintes etapas:

 Estudos preliminares: são as informações sobre sistema viário,


topografia, cargas, gabaritos, drenagem, estudos geotécnicos, etc.
 Ante-projeto: envolve os seguintes elementos, após os estudos
preliminares: memorial de cálculo, através do qual se justificam as
soluções propostas; desenhos com o pré-dimensionamento;
estimativa de quantidades de materiais.
 Projeto: o projeto estrutural se constitui num conjunto de
documentos que permitirão a execução da obra. Esses documentos
são:

A- Memorial descritivo: no memorial descritivo são relatadas as


características geométricas da obra, o esquema estrutural e a
justificativa técnica da solução final.

B- Memorial de cálculo: neste memorial são mencionadas as


normas usadas e apresentados os cálculos de forma minuciosa.
C- Desenhos executivos: são eles:
- locação da obra;
- desenhos de fôrmas e armações de todos os elementos da
estrutura;
- fases de execução;
- cimbramentos especiais.

D- Materiais: deverão ser relacionados todos os materiais a serem


utilizados na construção, bem como as quantidades de materiais.
3 CONCLUSÃO

Podemos concluir que a construção de pontos marcada por tantas


edificações, mesmo sendo iniciada a sua confecção em um tempo arcaico, ou
seja, pouco conhecimento, já era um dos maiores feitos que a engenharia civil
pode trazer, sinônimo de desenvolvimento econômico e crescimento
populacional, constantemente temos projetos que objetivam a melhoria de tal
estrutura querendo assim para o futuro , não pontes tão pesadas e sim pontes
renováveis e leves de grande resistência e pouco afetivas as futuras gerações,
ou seja, a ponte sempre está em desenvolvimento.

Após tantos anos com diversas modificações em pontes a pergunta é:


“como serão as pontes do futuro?” As pontes do futuro tem sido um desafio,
diversas estratégias estão sendo colocadas em prática para trazer esse
interesse pela construção de pontes no futuro. Tais pontes terão que ser de
materiais leves e que não afetem o planeta
REFERÊNCIAS

BELARMINO, A. D. S., et al. (2017). Criação e evolução das técnicas da


engenharia na construção de pontes. Revista Farociência (ISSN 2359-
1846), 4(1). https://doi.org/10.36703/farociencia.v4i1.163
BRAGA, T.M.G. Cronologia do Uso dos Metais. Portal Metálica: Construção
Civil. São Paulo, 2009.
JESUS, J.J.C. Caraterização Geométrico-Estrutural de Pontes em Arco de
Alvenaria na Região de Bragança. São Paulo: Instituto Politécnico de
Bragança, 2013.
MARCHETTI O. Pontes de Concreto Armado. São Paulo: Editora Blucher,
2008.
REVISTA Brasil Construção. 2. ed.. Rio Grande do Sul, 2014.
SANTOS, P.; MORAIS, M.; VARUM, H. Proposta de um método construtivo de
pontes de alvenaria em arco. 1º Congresso de Segurança e Conservação de
Pontes ASCP. Lisboa, 2009.

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