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LICITAÇÕES PÚBLICAS
QUANTITATIVO DOS CASOS DE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE
LICITAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS MODALIDADES
Volta Redonda
2015
WASHINGTON BARBOSA ROSA
LICITAÇÕES PÚBLICAS
QUANTITATIVO DOS CASOS DE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE
LICITAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS MODALIDADES
Volta Redonda
2015
TERMO DE APROVAÇÃO
LICITAÇÕES PÚBLICAS
QUANTITATIVO DOS CASOS DE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE
LICITAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS MODALIDADES
BANCA EXAMINADORA
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Dedico esse trabalho ao meu Deus, pois me deu força para continuar, mesmo nos
momentos desanimadores.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha esposa Viviana, que sempre me incentivou a terminar o curso de
Administração Publica e me deu apoio para escrever meu trabalho final. Não posso
esquecer-me da minha amiga Pillar Hernandes, pois em todos os momentos
mostrou-se disposta a colaborar. Agradeço também a todos os amigos do curso de
Administração Pública do polo de Paracambi que direta ou indiretamente me
ajudaram nessa jornada.
“As adversidades despertam em nós capacidades que, em outras circunstâncias
ficariam adormecidas”.
Horácio
RESUMO
O presente trabalho tem como tema a Licitação Pública, de maneira mais específica,
como a dispensa e inexigibilidade de licitação se comportam em quantidades de
processos e valores em relação às modalidades licitatórias. Num primeiro momento
conceitua-se Administração Pública, bem como seus princípios norteadores e as
razões pela qual o seu funcionamento eficaz se torna necessário. Em seguida
aborda-se a licitação pública tendo como base a lei que a institui (Lei 8.666/93),
diferenciam-se as modalidades de licitação e os tipos de licitação para depois fazer
uma abordagem dos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação e mostrar as
especificidades de cada um desses casos. Na sequência são abordados os
quantitativos dos casos de contratação direta em relação às modalidades. A
metodologia utilizada foi análise quantitativa e seu objetivo foi de pesquisa
exploratória, os procedimentos adotados na coleta de dados foi o documental de
natureza quantitativa, mas também bibliográfica. O objetivo foi analisar o
comportamento, em termos quantitativos, das modalidades de licitação e relacioná-
los aos casos de dispensa e inexigibilidade, também teve como objetivo verificar se
a hipótese de que os processos licitatórios são crescentes se confirmam. A resposta
para o problema foi que os casos de dispensa de licitação são os mais utilizados, se
comparado a outras modalidades, porém o seu uso vem diminuindo a cada ano,
ainda assim continua em quantidade superando em muito às modalidades. Perde
em valores de compras para modalidade pregão eletrônico, pois esta teve aumento
em quantitativos e em valores, neste foi muito superior à dispensa. Os casos de
inexigibilidade cresceram consecutivamente e algumas modalidades diminuíram em
muito o seu uso, como é o caso do pregão presencial. De forma geral o uso da
licitação pública diminuiu nos últimos sete anos (2008 a 2014), logo, a hipótese de
que a licitação pública é crescente não se confirmou.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13
2.1 Objetivos Gerais .................................................................................................. 13
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 13
2.3 Hipótese .............................................................................................................. 13
2.4 Problema ............................................................................................................. 13
2.5 Justificativa .......................................................................................................... 14
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 15
3.1 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................ 15
3.1.2 Da Organização da Administração Pública ...................................................... 16
3.1.3 Dos Princípios Constitucionais ......................................................................... 19
3.2 DA LICITAÇÃO PÚBLICA ................................................................................... 23
3.2.1 Dos Princípios da Licitação .............................................................................. 24
3.2.2 Do Dever de Licitar ........................................................................................... 25
3.2.3 Dos Impedimentos ........................................................................................... 27
3.2.4 Do Objeto da Licitação ..................................................................................... 27
3.2.5 Dos Tipos de Licitação ..................................................................................... 28
3.2.5.1 Do menor preço ............................................................................................. 29
3.2.5.2 Da melhor técnica ......................................................................................... 30
3.2.5.3 Da melhor técnica e preço............................................................................. 30
3.2.5.4 Do maior lance ou oferta ............................................................................... 31
3.2.6 Das Modalidades de Licitação.......................................................................... 31
3.2.6.1 Concorrência ................................................................................................. 31
3.2.6.2 Tomada de preços ........................................................................................ 32
3.2.6.3 Convite .......................................................................................................... 33
3.2.6.4 Concurso ....................................................................................................... 33
3.2.6.5 Leilão ............................................................................................................. 34
3.2.6.6 Pregão ........................................................................................................... 34
3.2.7 Da Escolha da Modalidade............................................................................... 35
3.2.8 Da Dispensa e Inexigibilidade de Licitação ...................................................... 36
3.2.9 Das Hipóteses de Dispensa de Licitação ......................................................... 36
3.2.9.1 Em função da economicidade ....................................................................... 37
3.2.9.2 Em razão de situação excepcional ................................................................ 38
3.2.9.3 Em razão do objeto ....................................................................................... 38
3.2.9.4 Em razão da pessoa...................................................................................... 38
3.2.9.5 Da inexigibilidade de licitação ....................................................................... 39
3.2.9.6 Dos casos de inexigibilidade de licitação ...................................................... 39
3.2.9.7 Das formalidades .......................................................................................... 40
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 42
5 ANÁLISE DA PESQUISA ...................................................................................... 43
6 RESULTADOS ....................................................................................................... 48
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 49
8 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 51
11
1 - INTRODUÇÃO
A Administração Pública, para cumprir suas funções atua nos mais variados
segmentos, produzindo bens, serviços e realizando uma série de atividades das
mais variadas possíveis (NIEBUHR, 2011, p. 14).
Diante do exposto esse trabalho tem como objetivo analisar os dados sobre licitação
pública, mais especificamente, os caos de dispensa e inexigibilidade de licitação
12
2 - OBJETIVOS
2. 2 – Objetivos específicos
2.3 – Hipótese
Esse trabalho baseia-se na hipótese que a licitação pública nas UASGs (Unidades
Administrativas de serviços Gerais são Crescentes) e que os casos de licitação
direta são maiores o quantitativo de licitação.
2.4 - Problema
2.5 - Justificativa
3 - REVISÃO DE LITERATURA
3.1 - Da Administração Pública
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987).
Neste ponto Olivo (2010, p.93) diz que “administração indireta é o conjunto de
pessoas administrativas, que vinculadas à administração direta, tem o objetivo de
desempenhar atividades administrativas descentralizadas”.
Para Meirelles (1979, p.298) a autarquia é pessoa jurídica de Direito Público, com
função pública própria e típica, outorgada pelo Estado, autarquia é forma de
descentralização administrativa, através da personificação de um serviço retirado da
Administração centralizada.
Barros (2008, p.40) afirma que as sociedades de economia mista são estruturadas
sob a forma de sociedade anônima, constituída por capital público privado, devendo
existir participação majoritária do Poder Público e participação na gestão da
empresa, logo, o Estado tem o maior peso no direito a voto.
Barros (2008, p.59) define princípios como sendo toda proposição, pressuposto de
um sistema, que lhe garante a validade e o legitima. Em sentido jurídico são
proposições normativas básicas que orientam e condicionam a aplicação do direito.
Rosa (2006, p.9) ensina que esses princípios estão previstos na Constituição
Federal, em seu art.37, e que somam - se a outros implícitos na Carta Magna e
correspondem aos alicerces da ciência jurídica e deles decorrem todo o sistema
normativo.
Esses princípios estão explicitados na Constituição Federal em seu artigo 37, caput,
conforme disposto:
Princípio da Legalidade
Significa dizer que todos os atos da Administração Pública, devem estar previstos
em lei e ainda assim fazem-se necessários atos de decretos, portarias, entre outros,
como forma de legalizar os feitos públicos em suas esferas. Medauar, (2007).
Princípio da Impessoalidade
Princípio da Moralidade
Barros (2008, p 71) diz haver alguns autores que entendem que o conceito de
moralidade administrativa é vago e que é absorvido pelo próprio conceito de
legalidade, porém que o citado princípio está insculpido no art. 37, caput, da
Constituição Federal, tratando-se de princípio constitucional expresso.
Princípio da Publicidade
O autor expõe, ainda, que o princípio da publicidade impõe que todos os atos
administrativos se tornem públicos e, com isto, condiciona a que a administração
pública aja com transparência dando a conhecer todas as suas decisões.
Penteado Filho (2006, p. 20) concorda ao dizer que este princípio consiste no
acesso difuso do público às informações, relativas às atividades desempenhadas
pelos órgãos públicos.
Princípio da Eficiência
Moraes (2008, p.48) alega que o planejamento inadequado das ações do Estado,
quase sempre leva a paralisação de serviços e obras e traz prejuízos a sociedade e
que deriva dessa falta de observância ao princípio da eficiência.
Além desses princípios encontrados no artigo 37, caput, da Carta Magna, existem
outros princípios norteadores da Administração Pública, porém não é pretensão
exauri-los e sim mostrar a importância desses para nortear a Administração Pública
e os casos de licitação pública.
23
Barros (2008, p 119) menciona que a licitação na sua evolução histórica deixou o
aspecto exclusivamente econômico para se transformar em instrumento, que
embora continue visando tal benefício à Administração Pública, buscou também
permitir uma maior participação de todos os interessados e sujeitou a Administração
a um comportamento obediente a lei e com isso afastou a subjetividade.
Para Niebuhr (2011, p.36) “a licitação pública é o meio para celebrar contrato
administrativo, que é o meio para contemplar o interesse público, a fim de propiciar a
Administração Pública o recebimento de utilidades produzidas por terceiros [...]”.
Na verdade a Lei 8.666/93 em seu artigo 3º acrescenta outros três princípios aos
dos art. 37, caput da Constituição Federal que são o princípio da igualdade, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e os correlatos, ou
25
seja, todos os princípios que tem relação com a lei de licitações, portanto, essa
relação citada no art. 3º não é esgotável.
Nascimento (2007, p.32) nos informa que os impedimentos previstos nesse artigo
tem importância significativa, porque retiram do certame os agentes públicos que,
pelo conhecimento da administração licitante, poderiam influenciar em seu resultado.
Moraes (2008, p.189) entende que tudo (produtos, serviços, compras e alienações)
que as pessoas públicas estejam obrigadas a licitar, e que possa ser fornecido ou
prestado por mais de uma pessoa (competição) será objeto da licitação.
Existe uma confusão que sempre ocorre quando se trata de tipo e modalidade de
licitação, muitas vezes usam-se os termos trocados em relação ao que se quer
dizer.
Barros (2008, p.125) diferencia os termos, pois para ele enquanto na linguagem
comum os termos tipos de licitação e modalidades possam ter o mesmo significado,
outro conceito é dado pela Lei de licitações, pois ela outorgou a tais termos
conceituação diferenciadas. Tipos seriam os modelos de licitação enquanto
modalidades se caracterizam pela forma processual como os tipos são licitados.
Meirelles (1998, p.263) afirma que a licitação de menor preço é a mais usual em
relação aos demais tipos de licitação, pois esses vêm a atender casos especiais da
Administração Pública. É utilizada para contratar obras simples, serviços que não
requerem especialização, para aquisição de materiais ou gêneros padronizados.
Isso ocorre, pois a Administração procura, nesses casos, obter simplesmente a
melhor vantagem econômica.
Concorda Barros (2008, p.125) quando diz que esse tipo de licitação é a mais
aplicada, e ocorre quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração determinar que seja vencedor o licitante que apresentar a proposta de
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço.
30
Esclarece Barros (2008, p.125) que esse tipo é aplicado nas licitações de natureza
predominante intelectual, como a elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,
supervisão e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para elaboração de
estudos técnicos e projetos básicos executivos.
Moraes (2008, p. 230) explica que esse tipo de licitação é feito um ajuste entre a
proposta técnica e a proposta preço, ou seja, com esse tipo licitatório busca-se
atingir um objeto que seja capaz de possuir certo grau de qualidade, mas que o
preço, também seja interessante e vantajoso.
Moraes (2008, p. 230) faz a diferenciação entre a licitação de melhor técnica e
melhor técnica e preço nos dizendo que:
Barros (2008, p.126) expõe que de acordo com a Lei 8.666/93 esse tipo de licitação
tem aplicação nos casos de bens ou concessão de direito real de uso, conforme o
artigo 45 da referida Lei:
Moraes (2008, p.235) acrescenta que “o tipo de licitação maior lance é utilizado na
modalidade leilão, enquanto a maior oferta é empregada para alienação de bens,
quando for utilizada a concorrência”.
3.2.6.1 - Concorrência
Moraes (2008, p.202) informa que “a ampla publicidade e a universalidade são, pois
características peculiares da concorrência, a qual é utilizada para compras e
contratação de grande vulto”.
Ainda citando Moraes (2008, p.202) ele explica que mesmo sendo a concorrência
utilizada para valores de grande vulto, a mesma pode ser usada para compras de
qualquer valor.
3.2.6.3 - Convite
3.2.6.4 - Concurso
Madeira (2010) argumenta que o concurso não visa à contratação, o que se quer
apenas, é premiar alguém por seu trabalho, e não significa que este trabalho será
executado, mas poderá ser mais tarde, dependendo da viabilidade.
3.2.6.5 - Leilão
Madeira (2010) esclarece que o que diferencia o leilão das outras modalidades é o
fato de que neste a proposta de valor mais alto é a que será aceita.
3.2.6.6 - Pregão
O pregão não está relacionado no rol das modalidades trazidas pela Lei 8.666/93 em
seu artigo 22, este foi trazido pela Lei 10.520, de 17 de julho de 2002.
35
Niebuhr,( 2011, p37) apesar de ser regra que se faça a licitação pública, há casos
em que essa pode ser dispensada ou inexigida e razão de situações especiais.
Nasce aqui a dispensa e inexigibilidade de licitação autorizada por lei.
A dispensa de licitação pode ser verificada em situações nas quais, mesmo sendo
viável que ocorra competição, esta poderia colocar em dificuldade à satisfação do
interesse público.
“Percebe-se que só é pertinente aludir à dispensa de algo que poderia ser realizado.
Só se dispensa aquilo de que se dispõe não o que está fora do alcance” (Niebuhr,
2011, p.41).
Niebuhr (2011, p.233) esclarece que a licitação pública é obrigatória apenas para
contrato acima de determinado patamar econômico, que justifique os gastos a serem
efetuados.
Neste caso, está autorizado a contratar diretamente, por dispensa de licitação,
publica, com amparo do nos inciso I e II artigo 24 da Lei 8.666/93:
Niebuhr (2011, p.235) não concorda com esses valores para critério de dispensa,
pois para ele é perfeitamente possível realizar a licitação pública para contrato de tal
montante, sem que a administração incorra em prejuízo econômico. Ainda cita que
R$ 15.000,00 (quinze mil reais), para obras e serviços de engenharia e R$ 8.000,00
(oito mil reais), para os demais serviços e compras, talvez, não sejam valores tão
elevados para União, porém para milhares de municípios brasileiros, tais valores são
altíssimos, a ponto de levar muitos deles a não realizar licitações, pois a grande
maioria de seus contratos não ultrapassam os respectivos montantes.
38
Moraes (2008, p.199) entende que esses casos se assemelham aos casos de
inexigibilidade de licitação, porém recebeu tratamento de dispensa pela lei. Cita que
“se a intenção é contratar determinada pessoa e o interesse público exigir, não há
como licitar”.
A licitação será inexigível quando for inviável a competição. Com isso, mesmo se
quiser licitar, a Administração não terá condições de realizar o certame pela
impossibilidade de fazê-lo (MORAES, 2008, p. 200).
Niebuhr (2001, p.139) ensina que a inexigibilidade ocorre por falta de elementos que
possibilitem a competição e que não há como inventariar os casos de inexigibilidade
de licitação, visto que, no futuro pode haver situações que se sequer hoje são
supostas, bem a frente das que hoje se delineiam. Por esse motivo esses casos não
se esgotam e estão abertos ao aparecimento de novas situações que exigem a
inexigibilidade.
Mesmo com todo o esforço do legislador em dificultar o uso da licitação direta, esta
supera em quantitativo às modalidades como mostram os capítulos seguintes.
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4 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para tanto, foi realizada uma análise quantitativa, a partir do levantamento dos
dados de processos e seus valores entre os anos de 2008 a 2014, publicados no
site de compras do Governo Federal (http://www.comprasgovernamentais.gov.br/).
Quanto aos objetivos da pesquisa esta foi exploratória, pois a finalidade era de
ampliar o conhecimento acerca dos quantitativos da atividade licitatória.
5 – ANÁLISE DA PESQUISA
Mas, se comparada ano a ano conclui-se que os casos de dispensa de licitação têm
sofrido quedas consecutivas. Nesse caso, ao averiguar o valor total dos sete anos
em relação a cada ano tem-se um percentual como mostrado no gráfico 1.
DISPENSA DE LICITAÇÃO
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
16%
14%
17%
13%
18%
12%
10%
Fonte: Elaborada pelo autor. Dados de referência retirados de:
<http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-
gerais-_2014.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015.
com valores altos e que seu aumento em quantitativo se dá por essa modalidade ser
mais dinâmica.
Uma novidade trazida pelo pregão é a inversão das fases, onde primeiro é realizada
a abertura das propostas e, após ocorrem os lances, é aberto o envelope contendo a
documentação de habilitação do licitante que ofertou o melhor lance.
Nesta modalidade não se impões limite de valor para contratações.
Scarpinella (2002, p.75) explana que no pregão não há relação entre o procedimento
e o valor da futura contratação, desde que o objeto a ser licitado seja um bem ou
serviço comum.
Para Moraes (2008, p. 211) serviços comuns os que se encontram com facilidade no
mercado e cuja classificação independe de aferição técnica.
O gráfico de número 3 mostra em percentuais no decorrer dos anos desde 2008 até
2014 as oscilações nos processos de compra e valores e o crescimento do pregão
eletrônico, principalmente em relação aos valores das compras.
Fonte: <http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-
dados-gerais-_2014.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015.
47
De modo geral houve queda no uso das licitações, no decorrer dos últimos sete
anos, essa queda se refletiu nos valores das compras. Isso indica que as
Administrações Direta, Autárquica e Fundacional (UASG) estão gastando menos
anualmente conforme mostra o gráfico 4 e 5:
A queda nos processos de compras refletiu diretamente nos valores desta com uma
relação direta entre as duas. Não, necessariamente, é regra que essa relação seja
diretamente proporcional, pois em alguns anos (2010 e 2012) houve diminuição nas
quantidades de processos de compras sem que isso refletisse tão expressivamente
nos valores.
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6 - RESULTADOS
De modo geral o uso da licitação pública diminuiu ao longo dos últimos anos, logo,
não se confirmou a hipótese de que a licitação é crescente, porém foi confirmado
que o uso da licitação direta é maior que o das modalidades de licitação.
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7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por ser o pregão eletrônico uma modalidade mais abrangente e com inversão de
fases, o que facilita o trabalho das comissões de licitação e aumenta o interesse dos
concorrentes, tem ocorrido uma migração das demais modalidades para esta, ainda
que incipiente.
O trabalho revelou que a licitação pública não é crescente, aliás, vem decrescendo
em quantidade total de uso nos anos analisados. Houve queda de 6%, se
comparado ao ano de 2008, logo, a hipótese de crescimento não se confirmou, pois
na verdade aconteceu uma diminuição do uso da licitação no período analisado.
50
É possível dizer que essa queda nos processos de compras e nos seus valores se
dá por existir uma diminuição nos investimentos governamentais, ou mesmo um
sucateamento dos bens públicos. A também a questão das privatizações, das
parcerias públicas privadas (PPPs), e da desestatização.
Trabalhos futuros poderão descobrir o motivo dessa diminuição ocorrida tanto nos
processos de compras como nos valores dessa ao longo dos anos, também se faz
importante descobrir a contribuição do pregão eletrônico para a economicidade e
agilidade dos processos de compras.
51
8 - REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em 8 de março de
2015.
52
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Direito Administrativo, tomo I. 11. Ed. Rio De
Janeiro, Editora Elsevier, 2010, 23.070p, versão digital.
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 11. Ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2007, 432p.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 23. Ed. Editora RT,
São Paulo, 1979, 677p.
ROSA, Márcio Fernandes Elias. Direito Administrativo. 8. Ed. São Paulo, Editora
Saraiva, 2006, 288p.