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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SERVIÇO SOCIAL

ELDA SILVA DIAMANTINO 


INGRID MAYARA MARQUES SOUZA NAZARETH
THAMILLE KÍSSIA NASCIMENTO COSTA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO

A Relação entre os Movimentos Sociais e Políticas Sociais

São Félix do Coribe


2018
ELDA SILVA DIAMANTINO 
INGRID MAYARA MARQUES SOUZA NAZARETH
THAMILLE KÍSSIA NASCIMENTO COSTA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISIPLINAR EM GRUPO

A Relação entre os Movimentos Sociais e Políticas Sociais

Produção Textual, apresentada as disciplinas de:


Pesquisa Social e Oficina de Formação;
Instrumentalidade em Serviço Social; Políticas Setoriais
e Politicas Setoriais contemporâneas; Movimentos
Sociais, do 4º semestre do Curso de Serviço Social da
Universidade Norte do Paraná – UNOPAR.

Professores: Rosane Ap. Belieiro Malvezzi; Amanda


Boza Gonçalves, Maria Lucimar Pereira; Maria Angela
Santini.

Tutor eletrônico: Viviane de Jesus Galvan


Tutor de sala: Luciana Oliveira Cunha dos Santos

São Félix do Coribe


2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................11
REFERÊNCIAS...........................................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO

Os movimentos sociais no Brasil teve sua história marcada pelos grandes


embates realizados contra os governos autoritários, sobretudo ainda nas lutas pela
liberdade e democracia, na década de 70 e parte da década de 80 é considerado
como inspiração no que diz respeito à ideologia que movia mentes e corações
desses movimentos sociais. Nos anos 90 o Brasil se encontrava no auge do
Neoliberalismo, que tinha como influencia diretamente por Ronald Reagan e
Margareth Thatcher que foi tido como berço das lutas contra os governos FHC, do
sucateamento de todos os aparelhos estatais, das “privatarias”, do desrespeito aos
trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil e de todos os traços básicos de um
governo que não dialogava com os movimentos sociais, pois estava ao lado das
elites brasileiras e internacionais em nome do capital privado, sem levar em
consideração o povo que vivia a margem da “democracia” então vivida.
O texto objetiva-se em discutir a importância da atuação dos movimentos
sociais podem provocar impactos importantes na forma de organização das políticas
publicas, bem como, compreender a questão histórica dos movimentos sociais no
Brasil e a construção do arcabouço legal das políticas sociais no Brasil. Ressaltando
ainda a relação entre os movimentos sociais e a construção das políticas sociais no
Brasil.
Nesse sentido o referente trabalho justifica-se por tentar compreender como
os movimentos sociais entram no cenário nacional com a finalidade de lutar pela
garantia de direitos que muitas vezes são negligenciados pelo poder público e pelos
diversos setores da sociedade, dentre eles o direito a saúde como condição
fundamental de sobrevivência. Ressaltando que o grande do Estado é articular as
políticas de desenvolvimento e de inovação com a de saúde, pautando-as pelas
necessidades sociais. A participação e controle social na implementação de políticas
públicas de saúde é um direito assegurado e que amplia a cidadania através de
transformações que avancem na consolidação do Sistema Único de Saúde e de
seus princípios norteadores.
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2 DESENVOLVIMENTO

No Brasil, a participação popular por meio de movimentos sociais tornou-se


objeto de estudo para diversos pesquisadores das mais variadas instituições na área
das Ciências Sociais a partir das três últimas décadas. Essa temática tem instigado
à pesquisa em decorrência de seu caráter aglutinador, que transforma forças sociais
dispersas em grupos articulados e bem organizados na busca da inserção social,
por meio de ações coletivas. “Ao realizarem estas ações, projetam em seus
participantes sentimentos de pertencimento social. Aqueles que eram excluídos de
algo passam a sentir-se incluídos em algum tipo de ação de um grupo ativo” (GOHN,
2003, p. 15-16). Cabe ressaltar a nossa compreensão sobre o que são movimentos
sociais. Concordamos com Gohn (2003), quando afirma que os movimentos sociais
são entendidos como:
Ações coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam distintas
formas da população se organizar e expressar suas demandas. Na ação
concreta, essas formas adotam diferentes estratégicas que variam da
simples denúncia, passando pela pressão direta (mobilizações, marchas,
concentrações, passeatas, distúrbios à ordem constituída, atos de
desobediência civil, negociações, etc.), até as pressões indiretas (GHON,
2003, p. 13).

Historicamente, várias ações foram empreendidas por classes e categorias


sociais em busca de seus direitos e necessidades, ou contra as diversas formas de
discriminação. No final da década de 1970 e início da década de 1980, os
movimentos de maior visibilidade no cenário nacional foram os movimentos
populares urbanos, articulados por grupos de oposição ao regime militar, dentre
eles, os movimentos estudantis, o movimento operário, o movimento pelas diretas já,
etc.
Com a nova conjuntura política, marcada pela implantação de um regime
democrático ocorrido no início dos anos 1980, novas práticas de mobilização popular
surgiram, transformando, nos anos 1990, as lutas sociais organizadas em
movimentos populares (GHON, 2003), criaram-se, nesse contexto, novas lutas,
tendo como base interesses e reivindicações de grupos diversos com objetivos
distintos: movimento contra a fome; em favor da moradia; em prol de meninos e
meninas de rua, etc. Dessa forma, a sociedade brasileira viu crescer, nesse período
histórico, grupos sociais com temáticas de lutas diferenciadas e que não desejavam
mais apenas protestar, contestar, mas buscavam representatividade institucional,
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organizando-se em movimentos sociais, que “constituem um campo de ação social


coletiva [...]. O repertório de ações sociais coletivas que os movimentos constroem
demarcam interesses, identidades, subjetividades e projetos de grupos sociais
específicos” (GHON, 2003, p. 8).
Com a conquista da democracia, os movimentos sociais mudaram seu modo
de atuação, realizando mais mobilizações e manifestações, que conferiam
visibilidade por intermédio dos meios de comunicação, tornando-se mais
estratégicos, alcançando dessa maneira maior representatividade institucional e uma
ação mais efetiva. A mudança que se operou nos movimentos sociais em
decorrência da nova conjuntura política não descaracterizou, entretanto, a sua
gênese de atuar coletivamente como resistência à exclusão e lutar em favor da
inclusão social. Os movimentos sociais continuaram configurando-se como espaço
alternativo que não deixa silenciar a luta, tornando-se porta-vozes de grupos
minoritários do ponto de vista político e econômico, que sempre estiveram à margem
na história.
A transformação do mundo em um lugar mais humanizado e menos injusto
só se fará possível por meio do engajamento na luta. É preciso uma análise crítica
das condições de exclusão a que muitos estão submetidos e tomando como base
essa análise empreender ações que superem tais condições.
Ainda no que se se refere as políticas sociais no Brasil estão relacionadas
diretamente às condições vivenciadas pelo País em níveis econômico, político e
social. São vistas como mecanismos de manutenção da força de trabalho, em
alguns momentos, em outros como conquistas dos trabalhadores, ou como doação
das elites dominantes, e ainda como instrumento de garantia do aumento da riqueza
ou dos direitos do cidadão (GHON, 2003). Não se pode precisar um período
específico do surgimento das primeiras identificações chamadas políticas sociais,
visto que, como processo social, elas se originam na confluência dos movimentos de
ascensão do capitalismo como a Revolução Industrial, das lutas de classe e do
desenvolvimento da intervenção estatal. Sua origem relaciona-se aos movimentos
de massa socialmente democratas e à formação dos estados-nação na Europa
Ocidental do final do século XIX, porém sua generalização situa-se na transição do
capitalismo concorrência para o capitalismo monopolista.
A política econômica e a política social estão relacionadas intrinsecamente
com a evolução do capitalismo (conforme proposta de reflexão), fundamentando-se
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no desenvolvimento contraditório da história (GHON, 2003), A política social surge


no capitalismo com as mobilizações operárias e a partir do século XIX com o
surgimento desses movimentos populares, é que ela é compreendida como
estratégia governamental. Com a Revolução Industrial na Inglaterra, do século XVIII
a meados do século XIX, esta trouxe consequências como a urbanização
exacerbada, o crescimento da taxa de natalidade, fecunda o germe da consciência
política e social, organizações proletárias, sindicatos, cooperativas na busca de
conquistar o acolhimento público. A expressão “política social” teve origem entre
pensadores alemães de meados do século XIX que criaram, em 1873, uma
associação para seu estudo. A partir daí, a expressão passou a ser amplamente
utilizada, muitas vezes sem uma clareza conceitual ações de política social. Ainda
nesta recente sociedade industrial, inicia-se o conflito entre os interesses do capital
e os do trabalho.
Dessa forma, pode-se afirmar que não há política social desligada das lutas
sociais. De modo geral, o Estado assume algumas das reivindicações populares, ao
longo de sua existência histórica. Os direitos sociais dizem respeito inicialmente à
consagração jurídica de reivindicações dos trabalhadores. Certamente, não se
estende a todas as reivindicações, mas na aceitação do que é conveniente ao grupo
dirigente do momento. E com Faleiros (1991, p.8), pode-se afirmar que:

As políticas sociais ora são vistas como mecanismos de manutenção da


força de trabalho, ora como conquista dos trabalhadores, ora como arranjos
do bloco no poder ou bloco governante, ora como doação das elites
dominantes, ora como instrumento de garantia do aumento da riqueza ou
dos direitos do cidadão.

Os conselhos de políticas públicas tornam-se um amparo para que as


classes menores sejam ouvidas e possam contribuir na criação de políticas
públicas que atendam as necessidades destes grupos sociais, logo tendo a atuação
desses indivíduos pertencentes destes grupos materializando e fortificando a
participação social da população. Podemos afirmar, como nos propõe Scherer-
Warren (2008, p. 19) em suas diferentes análises sobre os movimentos sociais, que:

No cenário brasileiro do novo milênio, há a emergência de um movimento


cidadão crítico, que não atua de forma isolada, mas em redes nacionais e
globalizadas e que se caracteriza por estar desenvolvendo um ideário
político que visa a transposição de várias fronteiras restritivas dos
movimentos sociais mais tradicionais de nossa história.
           
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Os movimentos sociais têm um importante papel a ser exercido tomando


como base um novo conceito de planejamento público marcado pela participação
popular, que como o próprio nome sugere, exige a participação dos movimentos
sociais que, bem antes do processo de redemocratização e sobretudo por ocasião
da Assembleia Nacional Constituinte de 1987 que promulgou a Constituição Federal
de 1988, vem desempenhando um papel fundamental para consolidação do nosso
Estado Democrático de Direito. Além disso, os movimentos sociais ampliam,
aprofundam e redefinem “a Democracia tradicional do Estado político e a
democracia econômica para uma democracia civil numa sociedade civil” (FRANK;
FUENTES, 1989, p. 20).
E para que este papel possa se efetivar, não temos dúvida do quão
importante à ideia de uma educação dos movimentos populares se torna
fundamental e necessária. Uma Educação voltada para o exercício da cidadania em
seu sentido mais pleno, em que os cidadãos efetivamente participam das decisões
políticas que os afetam. Uma concepção de cidadão enquanto sujeito político que
exige “uma revisão profunda na relação tradicional entre educação, cidadania e
participação política” (ARROYO, 1995, p. 74 apud RIBEIRO, 2002, p. 115).
Nesse viés escolhemos as Políticas Públicas Setoriais de direito a saúde
para compreendermos a participação social na Implementação dessa política numa
visão critica e reflexiva, uma vez que, a participação e controle social na
implementação de políticas públicas setoriais de saúde é um direito assegurado e
que amplia a cidadania através de transformações que avancem na consolidação do
Sistema Único de Saúde e de seus princípios norteadores. O controle social é um
dos grandes aliados na fiscalização do compromisso dos gestores públicos em
assegurar a implementação de programas, projetos, ações e avanços em saúde,
sendo, portanto, primordial a participação democrática em conferências, conselhos,
fóruns, ouvidorias e outros espaços.
Tanto a Constituição Federal quanto as leis que amparam o Sistema Único
de Saúde (SUS) são resultantes de uma série de movimentos da sociedade civil
ocorridos no Brasil, sendo o movimento pela Reforma Sanitária fundamental para a
construção desse sistema, enquanto expressão de um Estado democrático de
direitos, em direção à universalização do acesso à saúde. Desta maneira, não é
possível discutir a elaboração de políticas em saúde sem entender a atuação,
deveres e direitos do Estado Brasileiro, bem como dos indivíduos e coletividade,
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sendo necessária uma ampla visão da construção da saúde na política brasileira


com o intuito de entender todas as particularidades envolvidas na implantação do
Sistema Único de Saúde.
Assim a perspectiva da participação social nas políticas públicas de saúde é
considerada uma das formas mais avançadas de democracia, ao determinar uma
nova relação entre Estado e sociedade e fortalecer a democratização da gestão
pública em saúde, de modo que as decisões sobre as ações na saúde sejam
negociadas com representantes da sociedade, conhecedores da realidade de saúde
das comunidades. Por meio das políticas públicas, o Estado deve contribuir para
minimizar as desigualdades sociais e incentivar uma cidadania pró- ativa, para que
as pessoas, com direitos reconhecidos e concretizados, possam também se
solidarizar e multiplicar as formas de cooperação.
Muito se tem avançado em termos de políticas públicas. Entretanto, para
alcançarmos um maior grau de cidadania, é necessário que o Estado supere as
práticas pouco democráticas e que a sociedade extrapole seu conformismo e
civismo tutelado. Além disso, é necessário o reconhecimento e a valorização das
vozes dos atores sociais para que o envolvimento e a participação social, bem como
o exercício da cidadania sejam mais ativos. No entanto, esta aproximação e
compromisso significam um desafio tanto para o Estado brasileiro quanto para a
sociedade (Bortoli, Moreira, Kovaleski Sal, 2017).
Ainda há desafios para a Participação Social no SUS, pois a participação da
comunidade no sistema de saúde é condição fundamental para o exercício pleno da
saúde, capaz de promover equidade e de transformar a atenção, sendo
imprescindível para a conquista de direitos e espaços democráticos, já que
diferentes grupos sociais influenciam a formulação, execução, fiscalização e
avaliação das políticas públicas de saúde1. Entretanto, frequentemente se verifica
que a participação e o controle social não estão efetivados em plenitude, devido,
sobretudo, a falta de informação e a existência de interesses múltiplos para que a
população não saiba que possui direitos e que pode exigi-los.
A participação social não se realiza por si só, pelo contrário depende de
ações complementares a ela, tais como: erradicação do analfabetismo; inclusão de
conceitos básicos de democracia; cidadania, sistema eleitoral e qualidade
democrática nos próprios currículos escolares; formação de lideranças, de jovens e
mulheres; incentivo ao rodízio de lideranças nas organizações civis e nos conselhos;
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disponibilidade de assessoria técnica independente aos membros do jogo da


participação; ampliação da capacidade de acompanhamento de desempenho das
políticas públicas pelos atores sociais.
É preciso avançar na formação constante dos atores envolvidos no controle
social, por meio de ações de educação em saúde, para poder ampliar a capacidade
da população de externar suas necessidades e desejos e colaborar para a formação
política, aumentando a efetividade do controle social sobre as políticas públicas,
através da politização dos movimentos e práticas populares. Assim, para que ocorra
a participação ativa da população é necessária a percepção da saúde como um
direito, pois a obrigatoriedade institucional da participação a torna menos efetiva
quando comparada à participação socialmente construída. O fortalecimento da
participação social na gestão das políticas de saúde deve ser valorizado como uma
decisão política institucional, possibilitando avanços na equidade e na
universalização do acesso à saúde, além de significar uma oportunidade para a
inserção ativa, crítica e criativa dos sujeitos dos no contexto de atenção à saúde15.
Nos espaços institucionais de participação devem ser fortalecidos elementos
necessários para consolidar e efetivar a participação popular, como a relação entre
os atores e a comunicação para a socialização de informações e conhecimentos em
saúde, sendo fundamental garantir a cada um o direito de se expressar, ser ouvido e
considerado.
Outro aspecto que merece destaque é o incentivo à criação de conselhos
locais de saúde, favorecendo a participação da comunidade, especialmente por
estarem próximos da população, sendo necessário acompanhar e qualificar as
iniciativas locais de controle social, no sentido dos conselhos constituir-se em
espaços plurais para legitimação de outra concepção de saúde, de promoção do
diálogo transdisciplinar e da afirmação popular15. As necessidades em saúde se
evidenciam na ação política e, sobretudo, na liberdade do cidadão, traduzida por
conhecimentos, institucionalidades e poderes, em todos os campos da vida social,
dentro de uma perspectiva de justiça social, cidadania e de direitos humanos. É
assim que a participação do cidadão no controle social reconhece e garante o direito
à saúde, amplia e democratiza saberes, conhecimentos e poderes e também
configuram-se práticas significativas e inovadoras em relação à participação social e
à inclusão do cidadão nas decisões públicas, relativas ao setor saúde.
O exercício da participação social constitui-se como um elemento
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fundamental para o exercício pleno da saúde, capaz de promover equidade e de


transformar a atenção à saúde, contribuindo para construção da cidadania e
formação de sujeitos coletivos. Embora prevista em lei desde a criação do SUS, a
participação social é um processo em permanente construção, sendo dependente de
ampla mobilização da comunidade na defesa de seus direitos.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dessas argumentações percebemos que a atuação dos movimentos


sociais pode provocar impactos importantes na forma de organização das políticas
publicas setoriais como espaço de construção da vida.
Portanto a temática dos movimentos sociais tem instigado a pesquisa na
área das ciências humanas em decorrência do seu caráter aglutinador, que
transformam forças sociais dispersas em grupos articulados e bem organizados na
busca da inserção social, por meio de ações coletivas.
Nesse sentido compreendemos que a participação do cidadão nas políticas
públicas setoriais, conferindo um caráter mais participativo e democrático à sua
formulação, construção e implementação, visando fortalecer o exercício da
cidadania.
A participação na formulação e tomada de decisão nas questões relativas à
saúde é uma conquista da população brasileira e elemento fundamental da
democracia, considerando-se um direito, mas também um dever ético do cidadão. A
proposta da participação social permite uma maior presença do cidadão na
fiscalização dos recursos e da gestão das políticas de saúde, podendo influenciar
significativamente a agenda do governo em relação às prioridades e ações a serem
desenvolvidas nas áreas compreendidas pelas respectivas políticas. Sendo a saúde
um bem público, suas ações não podem ser definidas unilateralmente, mas sim pela
articulação dos diversos atores envolvidos: usuários, profissionais da saúde,
prestadores de serviço e representantes do governo.
É certo que mudanças mais substanciais nas políticas públicas só ocorrem
quando efetivamente se altera a composição do poder político. Assim, torna-se
imprescindível a reflexão sobre a necessidade de incorporação das demandas
coletivas no campo da saúde através da participação social como um instrumento de
ampliação da cidadania, permitindo transformações que avancem na consolidação
do SUS e na garantia de acesso universal à saúde enfrentando sucessivos avanços
e recuos. Por isso, devem ser proporcionadas condições para que a democracia
participativa se efetive na prática e que a sociedade civil se torne protagonista no
processo de controle social nas políticas públicas de saúde.
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REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna


(Orgs). Por uma educação do campo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

BORTOLI, Moreira, Kovaleski Sau. & Transf. Soc., ISSN 2178-7085, Florianópolis,
v.8, n.2, mai-ago, p.103-111, 2017. Disponível em:
http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/piana-9788579830389-02.pdf. acesso em:
16/04/2018.

COHN, A. O estudo das políticas de saúde: implicações fatos. In: Campos GWS et
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EVANGELISTA, Carlos Augusto Valle. Direitos Indígenas: o debate na Constituinte


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FALEIROS, Vicente de Paula. A política social do Estado capitalista: as funções da


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https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/breve-historia-dos-movimentos-
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GHON, Maria da Glória(Org.). Movimentos Sociais no início do século XXI: antigos e


novos atores sociais. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

RIBEIRO, Marlene. Educação para a cidadania: questão colocada pelos movimentos


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Disponível em: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/breve-historia-dos-
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SCHERER-WARREN, História: Debates e Tendências, vol. 7, nº 1, p. 9-21, jan./jun.


2008. Disponível em: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/breve-historia-
dos-movimentos-sociais-no-brasil/. Acesso em 15/04/2018.

____. Redes de movimentos sociais. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2005.

SCHERER-WARREN, Ilse; KRISCHKE, P. (orgs.). Uma revolução no quotidiano?:


os novos movimentos sociais na América do Sul. São Paulo: Brasiliense, 1987.

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