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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SERVIÇO SOCIAL

ELDA SILVA DIAMANTINO 


INGRID MAYARA MARQUES SOUZA NAZARETH
THAMILLE KÍSSIA NASCIMENTO COSTA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO

Monitoramento e Avaliação das Políticas Sociais

São Félix do Coribe


2019
ELDA SILVA DIAMANTINO 
INGRID MAYARA MARQUES SOUZA NAZARETH
THAMILLE KÍSSIA NASCIMENTO COSTA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISIPLINAR EM GRUPO

Monitoramento e Avaliação das Políticas Sociais

Produção Textual, apresentada as disciplinas de:


Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC I);
Comunicação na Prática do Assistente Social; Gestão
Social e Análise de Políticas Sociais; Seminários da
Prática VII – Tópicos Especiais I; Estágio em Serviço
Social III do 6º semestre do Curso de Serviço Social da
Universidade Norte do Paraná – UNOPAR.

Professores: Amanda Boza Gonçalves; Patrícia


Campos; Maria Angélica Santini e Nelma Galli.
Tutor eletrônico: Juliana Isabele Gomes Probst
Tutor de sala: Graziela Alves dos Santos

São Félix do Coribe


2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................14
4 REFERÊNCIAS...................................................................................................15
3

1 INTRODUÇÃO

Tratar de políticas de proteção social pressupõe uma breve


contextualização dos modelos de proteção implantados em países desenvolvidos e
o necessário contraponto com o modelo de proteção social brasileiro.
Ao longo da história a Assistência Social vem registrando grandes
mudanças no Brasil, tendo sua trajetória marcada por acontecimentos bastante
relevantes, que possibilitaram através de um prisma legal, a sua alteração do ponto
de vista passageiro e emergencial, enquanto ação filantrópica, caritativa e de
benesse, para sua inscrição na condição de política pública comum para todos,
enquanto direito do cidadão e dever do Estado.
Mas com a Constituição Federal de 1988 e a promulgação da Lei
Orgânica de Assistência Social (LOAS), a Assistência Social que, segundo
Fontenele (2007), até aquele momento era deixada em segundo plano, passa a ser
um dos componentes fundamentais na luta pela concretização das práticas de
igualdade e justiça estabelecidas na Constituição de 1988.
Nesse sentido o referente trabalho justifica-se por tentar
compreender a consolidação da Assistência Social como política social após a CF
de 88 e suas legislações afetas à área incluindo ainda os Processos de Trabalho do
Assistente Social nos serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade
voltada para a defesa das crianças/adolescente, jovens conforme o Estatuto da
Criança e do Adolescente, ofertando serviços em diversas situações como o
acolhimento institucional, acolhimento em república para jovens e família
acolhedora. Podendo conhecer o processo a qual o Assistente Social executa para
minimizar essas questões sociais.
4

2 DESENVOLVIMENTO

Antes da Constituição Federal de 1988 a política social brasileira


apresenta-se através de ações fragmentadas e inconclusas de previdência,
assistência e saúde, com a sua promulgação a assistência social passou a ser
reconhecida como política social, facilitando o acesso dos cidadãos aos serviços
básicos e buscado reduzir as desigualdades sociais.
A carta magna brasileira que garante vastos direitos sociais a toda
população, pelo menos e o que está previsto em sua forma, e uma grande ganho
para o pais, tendo em vistas que antes dessa apenas algumas classes de
trabalhadores podiam contar com direitos básicos de proteção social. O sistema de
previdência era direito dos sindicalizados, ficando desempregados, profissionais
autônomos e trabalhadores rurais a declive dos institutos de previdência, o que
evidência a forma fragmentada como sistema de proteção social brasileiro se
apresentava e se desenvolvia.
A partir da CF 88 foram criadas condições necessárias a
coletivização do seguro social, a ampliação dos direitos da população e ao
rompimento da restrição que tornavam os serviços de políticas sociais uso exclusivo
do cidadão contribuinte. Os serviços não contributivos foram ampliados a estes a ser
ofertadas de acordo com princípio da universalidade. A carta magna promoveu o fim
da relação direta e intrínseca entre a capacidade contributiva do cidadão e garantia
de seus direitos sociais.
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, houve uma
estruturação completa da previdência social, saúde e assistência social, unificando
esses conceitos sob a definição de Seguridade Social, sendo ela considerada um
marco histórico que inscreve a Assistência Social no elenco dos direitos sociais
constitutivos da cidadania.
Em 07 de dezembro de 1993 foi promulgada a Lei Orgânica da
Assistência Social (lei 8.742/93), LOAS, que regulamentou os artigos 203 e 204 da
Constituição Federal de 88, reiterando a ideia de Assistência Social como política
pública universal e de gestão participativa. Querendo dar concretude a esta nova
visão de Assistência Social, implantada na CF/88, segundo Brasil (1993), a LOAS
em seu artigo 1º a define como, direito do cidadão e dever do Estado, sendo uma
política de Seguridade Social não contributiva, que será realizada através de um
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conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade.


Com o intuito de concretizar tais concepções, foi aprovada em 2004
a Resolução n. 145/04 (Conselho Nacional de Assistência Social, Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Secretaria Nacional de Assistência
Social), que trata da implantação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS),
que foi construída a partir de discussões realizadas em todos os estados brasileiros
por meio de fóruns e conferências (FREITAS; GUARESHI, 2014). A PNAS
estabeleceu-se, conforme Bering e Boschetti (2011), como forma de concretizar o
conteúdo da LOAS e numa promessa de realização do Sistema Único da
Assistência Social (SUAS).
Já, a construção do SUAS foi um grande salto na organização da
Política de assistência social, trazendo de forma descentralizada, hierarquizada e
participativa uma nova forma de gestar a política. Ressaltamos que a participação
dos usuários nos conselhos de assistência social é considerada um dos grandes
avanços nesse processo, colocando o usuário como protagonista da Política de
assistência social, dando vez e voz a quem era considerado mero receptor de ações
assistencialistas. O Sistema de Assistência Social (SUAS) é um sistema público não
contributivo, narra Brasil (2005), descentralizado que tem por incumbência a
administração do conteúdo especial da Assistência Social na área da defesa social
brasileira. Sua norma operacional básica foi aprovada em 2005.
O SUAS, segundo Tomaz (2007), elenca como unidade de ação a
família em sua localidade, quebrando com o convencional arranjo dos serviços, com
base nos elementos populacionais (criança, idoso, deficientes), e estruturando-os
em dois níveis de segurança social, a básica e a especial (sendo a última
contemplada por dois patamares, de média complexidade e de alta complexidade),
garantindo a sobrevivência, o convívio ou vivência familiar.
A Proteção Social Básica Tem como objetivo prevenir situações de
risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e o
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que
vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação
(ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros)
e/ou fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social
(discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
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A Proteção Social Básica tem como porta de entrada do Sistema Único da


Assistência Social os Centros de Referência de Assistência Social - CRAS - Unidade
pública e estatal, que oferta serviços emergenciais e/ou continuados a famílias e
indivíduos em situação de vulnerabilidade social, contando com os tais serviços:
Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família-PAIF, Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos e o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para
Pessoas com Deficiência e Idosas.
A Proteção Social Especial (PSE) destina-se a famílias e indivíduos
em situação de risco pessoal ou social, cujos direitos tenham sido violados ou
ameaçados. Os serviços de média complexidade oferta atendimento especializado a
famílias e indivíduos que vivenciam situações de vulnerabilidade, com direitos
violados, geralmente inseridos no núcleo familiar, a convivência familiar está
mantida, embora os vínculos possam esta fragilizados ou até mesmo ameaçados.
Esses serviços tem o CREAS como a unidade estatal, realizando os demais
serviços: serviços de proteção e atendimento especializado a famílias e indivíduos
PAEFI, Serviço especializado em abordagem social, serviços de proteção social a
adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de liberdade assistida LA,
e de prestação de serviços à comunidade PSC, Serviços de proteção social para
pessoas com deficiência ,idosas e suas famílias e o serviço especializado para
pessoas em situação de rua.
A Proteção Social Especial de Alta Complexidade tem por objetivo
ofertar serviços especializados, em diferentes modalidades e equipamentos para
garantir a segurança de acolhida. Destina-se a públicos diferenciados, como
crianças e adolescentes, jovens entre 18 e 21 anos, jovens e adultos com
deficiência, adultos e famílias, mulheres em situação de violência doméstica, idosos
e famílias ou indivíduos desabrigados/desalojados. É importante notar que, para
cada público, há modalidade (s) específica (s) de serviços de acolhimento
tipificadas. Tais serviços devem primar pela preservação, fortalecimento ou resgate
da convivência familiar e comunitária - ou construção de novas referências, quando
for o caso - adotando, para tanto, metodologias de atendimento e acompanhamento
condizente com esta finalidade
Os serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade são:
Serviço de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades: Abrigo
institucional; Casa-Lar; Casa de Passagem; Residência Inclusiva. Serviço de
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Acolhimento em República; Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora; Serviço


de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências. De acordo
com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, o acolhimento provisório
e excepcional para crianças e adolescentes de ambos os sexos, inclusive crianças e
adolescentes com deficiência, sob medida de proteção no Art. 98 Do Estatuto da
Criança e do Adolescente) e em situação de risco pessoal e social, cujas famílias ou
responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função
de cuidado e proteção. As unidades não devem distanciar-se excessivamente, do
ponto de vista geográfico e socioeconômico, da comunidade de origem das crianças
e adolescentes atendidos.
Grupos de crianças e adolescentes com vínculos de parentescos,
irmãos, primos, etc., devem ser atendidos na mesma unidade. O acolhimento será
feito até quer seja possível o retorno à família de origem (nuclear ou extensa) ou
colocação em família substituta. O serviço deverá ser organizado em consonância
com os princípios, diretrizes e orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente
e das “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes”.
O serviço de acolhimento institucional para crianças e adolescentes
pode ser desenvolvidos nas seguintes modalidade: Atendimento em unidade
residencial onde uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador residente,
prestando cuidados a um grupo de até 10 crianças e/ou adolescentes; Atendimento
em unidade institucional semelhante a uma residência, destinada ao atendimento de
grupos de até 20 crianças e/ou adolescentes. Nessa unidade é indicado que os
educadores/cuidadores trabalhem em turnos fixos diários, a fim de garantir
estabilidade das tarefas de rotina diárias, referência e previsibilidade no contato com
as crianças e adolescentes. Poderá contar com espaço específico para acolhimento
imediato e emergencial, com profissionais preparados para receber a
criança/adolescente, em qualquer horário do dia ou da noite, enquanto se realiza um
estudo diagnóstico detalhado de cada situação para os encaminhamentos
necessários. Para os jovens é destinada, prioritariamente àqueles entre 18 e 21
anos após o desligamento de serviços de acolhimento para crianças e adolescentes
ou em outra situação que demande este serviço. Possui tempo de permanência
limitado, podendo ser reavaliado e prorrogado em função do projeto individual
formulado em conjunto com o profissional de referência. O atendimento deve apoiar
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a qualificação e inserção profissional e a construção de projeto de vida.


As repúblicas para jovens devem ser organizadas em unidades
femininas e unidades masculinas, garantindo-se, na rede, o atendimento a ambos os
sexos, conforme demanda local, devendo ser dada a devida atenção à perspectiva
de gênero no planejamento político-pedagógico do serviço. Este serviço deverá ser
organizado em consonância com os princípios, diretrizes e orientações constantes
no documento “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescente”.
Para além das normativas do SUAS, estes serviços requerem a
observação das seguintes legislações:
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/1990
que é o conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como
objetivo a proteção integral da criança e do adolescente, aplicando medidas e
expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal e regulatório dos direitos
humanos de crianças e adolescentes. O objetivo estatutário é a proteção dos
menores de 18 anos, proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental,
moral e social condizente com os princípios constitucionais da liberdade e da
dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade. As medidas protetivas
adotadas pelo ECA são para salvaguardar a família natural ou a família substituta,
sendo está última pela guarda, tutela ou adoção. A guarda obriga a prestação de
assistência material, moral e educacional, a tutela pressupõe todos os deveres da
guarda e pode ser conferida a pessoa de até 21 anos incompletos, já a adoção
atribui condição de filho, com mesmos direito e deveres, inclusive sucessórios.
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade, à convivência familiar e comunitária para meninos e meninas, e também
aborda questões de políticas de atendimento, medidas protetivas ou medidas
socioeducativas, entre outras providências.
O Estatuto da Criança e Adolescente, inicialmente, concentrou a
normatização do processo de adoção no Brasil dos menores (crianças e
adolescentes), enquanto o Código Civil de 2016 tratava da adoção dos maiores de
idade. Com o advento do Código Civil de 2002, toda normatização da adoção,
maiores de idade ou não, ficou a cargo do novo diploma civilista.
A Lei nº 12.010 que ainda em 2009, foi aprovada, conhecida como
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Nova Lei de Adoção, altera artigos do ECA e revoga dispositivos do Código Civil e
da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). A partir da promulgação dessa lei, os
juízes, além de justificar e fundamentar a entrada e saída de crianças e
adolescentes nas unidades de acolhimento, passam a ter um prazo de seis meses
para reavaliar a permanência das crianças e adolescentes em serviços de
acolhimento. Esse dispositivo garante permanente revisão e avaliação de todo o
sistema de proteção e da necessidade da medida protetiva, caso a caso. A família
passa a ser considerada em dimensões estendidas e ampliadas para além da
unidade pais e filhos ou da unidade do casal (família nuclear) e também como
aquela formada por parentes próximos com os quais a criança ou o adolescente
convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. A Lei nº 12.010 reforça a
necessidade da preservação dos vínculos familiares e fraternais, declarando que “os
grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família
substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se,
em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos” (artigo 28 – parágrafo
4). Outro aspecto positivo diz respeito aos adolescentes com mais de 12 anos que
passam a ter o direito de ser ouvidos em audiência, sendo necessário seu
consentimento para a colocação em família substituta ou adotiva.
No tocante à adoção, com o advento da Lei Nacional de Adoção (Lei
nº 12010/09), “houve uma reviravolta no tratamento legal, eis que não há mais
dispositivos no Código Civil regulamentando o instituto”. (TARTUCE, op. cit. p.286).
Nesse diapasão, as mudanças introduzidas no Estatuto da Criança e
do Adolescente provenientes da Lei nº 12.010/2009 passaram a regularizar e
detalhar todos os tipos de adoção, estabelecendo o art. 1618 do Código Civil, que o
ECA regulamenta, inclusive, o processo de adoção dos maiores de 18 anos.
Diversas inovações legislativas ocorreram durante esses quase de
30 anos de vigência do Estatuto. No entanto, no que tange à adoção e a colocação
da criança e adolescente em família substituta, a mudança mais recente trata-se da
Lei nº 13.509/2017, que altera o ECA, o Código Civil e a CTL para trazer novas
normas incentivando e facilitando o processo de adoção.
O serviço acolhimento institucional, previsto pela Política de
Assistência Social, configura-se como mais uma opção de proteção à criança e
adolescente, cujo objetivo é a reintegração familiar e reduzir a reincidências das
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situações de risco, de modo que busca atuar no sentido de preservar a vida em


família. As legislações que dão suportes à proteção social de crianças e
adolescentes trouxeram importantes avanços no sentido de conferir atendimento
digno, direitos, condições para o desenvolvimento pleno de crianças e adolescentes
que estão em situação de risco social e pessoal e a reintegração familiar, quando
possível, trazendo alterações no trabalho de acolhimento institucional, como a
garantia do direito à convivência familiar e comunitária, e o fortalecimento de
vínculos familiares.
Essa prevê a intersetorialidade e o trabalho em rede, ou seja, a
articulação entre políticas e seus serviços para atender as necessidades das
famílias e seus membros. Essa rede é composta pelo sistema de garantia de direitos
como Conselho Tutelar, Conselhos de Direitos de Crianças e Adolescentes,
Judiciário, CREAS, CRAS, ONG’s e outras entidades de assistência social que
prestam serviços de acolhimento institucional ou defesa de direitos do segmento. O
trabalho em rede para garantir integralidade no atendimento remete também à
interdisciplinaridade nos processos de trabalho das equipes, tanto das organizações
governamentais como na não governamental, portanto, uma articulação de saberes
e práticas, considerando os multifatores que geram riscos sociais.
Os princípios metodológicos dos serviços de acolhimento para
criança e adolescente, independentemente de sua modalidade de atendimento, são
os mesmos. As instituições de acolhimento, seja qual for a sua modalidade, além de
estarem preparadas para prestar cuidados diários àqueles que estão sob sua
responsabilidade, devem manter seu foco no trabalho de reintegração e, desta
forma, preparar gradativamente para o desligamento da criança/adolescente seja
pelo retorno ao seu meio familiar, seja pela inserção em família substituta ou ainda
para a vida independente na sociedade. Estes princípios devem assegurar um
ambiente e cuidados que facilitem o desenvolvimento das crianças e adolescentes
acolhidos. De acordo com as Orientações Técnicas do MDS (2009), os principais
aspectos que devem ser desenvolvidos pelos serviços são: Seu desenvolvimento
integral, a superação de vivências de separação e violência, a apropriação e
ressignificação da sua história de vida, o fortalecimento da cidadania, autonomia e
inserção social.
O serviço de acolhimento em republica para jovens oferece o apoio
e moradia subsidiada a grupos de jovens em situação de vulnerabilidade e risco
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pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados,


em processo de desligamento de instituições de acolhimento, que não tenham
possibilidade de retorno à família de origem ou de colocação em família substituta e
que não possuam meios para auto-sustentação. A república oferece atendimento
durante o processo de construção de autonomia pessoal e possibilita o
desenvolvimento de auto-gestão, auto-sustentação e independência. Possui tempo
de permanência limitado, podendo ser reavaliado e prorrogado em função do projeto
individual formulado em conjunto com o profissional de referência.
Jovens entre 18 e 21 anos em situação de vulnerabilidade e risco
pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados e
que não possuam meios para auto-sustentação. Tal serviço é particularmente
indicado para o acolhimento de jovens em processo de desligamento de serviços de
acolhimento para crianças e adolescentes por terem completado a maioridade,
porém que ainda não tenham conquistado a autonomia, podendo também destinar-
se a outros jovens que necessitem do serviço. As especificidades na república são
organizadas em unidades femininas e unidades masculinas, garantindo-se, na rede,
o atendimento a ambos os sexos, conforme demanda local, devendo ser dada a
devida atenção à perspectiva de gênero no planejamento político-pedagógico do
serviço, inclusive no que tange aos direitos sexuais e reprodutivos e à proteção à
maternidade.
Especial atenção deve ser dada à escolha dos componentes de
cada república, a qual deverá ser feita por equipe técnica capacitada, devendo ser
levados em consideração aspectos como perfil, demandas específicas e grau de
autonomia de cada usuário, bem como o grau de afinidade entre os mesmos.
Sempre que possível e recomendável, os jovens deverão ter participação ativa na
escolha dos colegas de república, de modo a que, na composição dos grupos, sejam
respeitadas afinidades e vínculos previamente construídos. Deverá ser
disponibilizado na rede número suficiente de repúblicas localizadas em edificações
que respeitem as normas de acessibilidade, de maneira a possibilitar o atendimento
integrado a jovens com deficiência.
O serviço da família acolhedora se organiza em residências de
famílias acolhedoras cadastradas, de crianças e adolescentes afastados do convívio
familiar por meio de medida protetiva segundo o ECA, Art. 101, em função de
abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente
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impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja


viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua impossibilidade,
encaminhamento para adoção. Propicia o atendimento em ambiente familiar,
garantindo atenção individualizada e convivência comunitária, permitindo a
continuidade da socialização da criança/ adolescente. Tal serviço encontra-se
contemplado, expressamente, na Política Nacional de Assistência Social (2004),
como um dos serviços de proteção social especial de alta complexidade e no Plano
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa de Direitos de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária (2006).
Do ponto de vista legal, assim como os serviços de acolhimento
institucional, o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora deve organizar-se
segundo os princípios e diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente,
especialmente no que se refere à excepcionalidade e à provisoriedade do
acolhimento, ao investimento na reintegração à família de origem, nuclear ou
extensa, à preservação da convivência e do vínculo afetivo entre grupos de irmãos,
à permanente articulação com a Justiça da Infância e da Juventude e a rede de
serviços. Trata-se de um serviço de acolhimento provisório, até que seja viabilizada
uma solução de caráter permanente para a criança ou adolescente – reintegração
familiar ou, excepcionalmente, adoção. É uma modalidade de acolhimento
diferenciada, que não se enquadra no conceito de abrigo em entidade, nem no de
colocação em família substituta, no sentido estrito, porém podendo ser entendido
como regime de colocação familiar preconizado no artigo 90 do Estatuto da Criança
e do Adolescente. Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes, atendimento em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada
e convivência comunitária, permitindo a continuidade da socialização da
criança/adolescente.
O público alvo são geralmente Crianças e adolescentes de 0 a 18
anos, que estão em medida protetiva
Este serviço de acolhimento é particularmente adequado ao
atendimento de crianças e adolescentes cuja avaliação da equipe técnica do
programa e dos serviços da rede de atendimento indique possibilidade de retorno à
família de origem, ampliada ou extensa, salvo casos emergenciais, nos quais
inexistam alternativas de acolhimento e proteção. Para as crianças pequenas que
vivenciam situações de violação de direitos, o acolhimento familiar tem se mostrado
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uma forma de atendimento adequada a suas especificidades


Número Máximo de Crianças e Adolescentes Acolhidos Cada família
acolhedora deverá acolher uma criança/adolescente por vez, exceto quando se
tratar de grupo de irmãos, quando esse número poderá ser ampliado. Neste último
caso, em se tratando de grupo de mais de dois irmãos, deverá haver uma avaliação
técnica para verificar se o acolhimento em família acolhedora é a melhor alternativa
para o caso, ou se seria mais adequado o acolhimento em outra modalidade de
serviço, como Casa–lar, por exemplo. A decisão fica a critério da avaliação da
equipe técnica do programa, como também da disponibilidade da família em acolher.
Os serviços da rede de proteção à infância e juventude,
especialmente o requerente do ingresso da criança no programa (Justiça da Infância
e Juventude, Conselho Tutelar, Equipe de Supervisão e Apoio aos Serviços de
Acolhimento, etc.), devem iniciar discussão do caso com a equipe técnica, antes que
a modalidade acolhimento familiar seja a opção de proteção decidida. Objetiva-se
com isso traçar um trabalho em rede e de continuidade ao atendimento à criança e
sua família.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observamos no que diz respeito a política de assistência social no


Brasil, tem alcançado muitos avanços, superando o aspecto assistencialista de
caráter esmolado que era reconhecido antes das mudanças constitucionais da
década de 1988. Essas mudanças colocaram a assistência social no tripé da
seguridade social, caracterizando-a como um direito do cidadão assim como as
demais políticas sociais concernentes a saúde e a previdência.
Diante do exposto percebe-se que o processo de trabalho do
Serviço Social nos níveis de proteções sociais diante das situações de
vulnerabilidade e risco social sofridos por crianças, adolescentes e jovens pode-se
conhecer as diversas leis que beneficiam e protegem à esses grupos podendo
conhecer os trabalhos que são desenvolvidos a partir de um direito violado em uma
situação voltada a alta complexidade, minimizando então os danos sofridos
juntamente com uma rede de proteção que assim garantem esses direitos.
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4 REFERÊNCIAS

Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível no link:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 10/09/2018

Lei 13.509, de 22 de novembro de 2017. Disponível no link:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13509.htm. Acesso em:
12/09/2018

http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipifica
cao.pdf.

http://www.neca.org.br/images/plano_de_acolhimento.pdf

Política Nacional de Assistência Social. Disponível no link:


http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/
PNAS2004.pdf. Acesso em: 10/10/2018

Norma Operacional Básica do SUAS. Disponível no link:


https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/assistencia_social/nob_suas.pdf

Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. Disponível no link:


http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/ti
pificacao.pdf. Acesso em: 12/10/2018

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