Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
I =r m
m
Para um corpo com n partículas o momento de inércia de massa em
relação ao eixo de rotação é dado por
Figura 14.1
n
I = ∑ ri mi
2
i =1
que no caso limite, ou seja quando o número de partículas tende ao infinito, resulta na integral
I = ∫ r 2 dm (14.1)
m
que é de difícil solução. Na bibliografia são encontradas soluções para algumas geometrias
simples desde que o material de que é feito o corpo seja considerado homogêneo.
na qual IAREA é o momento de inércia de área (o termo correto seria momento estático de
segunda ordem da área A em relação ao eixo estabelecido). Este é o único caso no qual se
consegue determinar o momento de inércia de massa de geometrias complexas. Pela equação
ENG 01156 – Mecânica - Aula 14 132
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
(14.2) nota-se que o momento estático de segunda ordem depende apenas da distribuição de
área e do quadrado da distância do elemento diferencial em relação ao eixo de referência.
Y
A
x
dA
r y
0 X
I x = ∫ y 2 dA I y = ∫ x 2 dA (14.3)
A A
I o = I z = ∫ r 2 dA (14.4)
A
A A
( )
I o = ∫ r 2 dA = ∫ x 2 + y 2 dA = ∫ x 2 dA + ∫ y 2 dA = I x + I y
A A
(14.5)
É importante ressaltar que a unidade dos momentos de inércia é [L4 ]. Além disso, pode-se
notar que os momentos de inércia assumem sempre valores positivos ou seja
Ix > 0 , Iy > 0 , Io > 0
ENG 01156 – Mecânica - Aula 14 133
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
Raio de Giração. Os raios de giração Rx, Ry e Ro (Rz) são definidos pelas expressões
Ix Iy Io
Rx = Ry = Ro = (14.6)
A A A
, as quais podem ser mais facilmente lembradas fazendo-se analogia com a expressão para o
2 2 2
cálculo do momento de inércia de uma partícula, ou seja I x = A R x , I y = A R y e I o = A Ro .
A unidade do raio de giração é do tipo [L] ou seja m, cm, mm. Os raios de giração são
usualmente empregados no cálculo de colunas.
Quando o momento de inércia de uma área em relação a um eixo que passa pelo
centróide da área é conhecido, pode-se empregar o Teorema dos Eixos Paralelos para
determinar o momento de inércia da área em relação a um outro eixo paralelo ao eixo central.
Para se deduzir a expressão do teorema dos eixos paralelos considera-se a Fig. (14.3) na qual
C é o centróide da área A e os eixos X’ e Y’ são eixos centrais desta área (passam pelo
centróide) e são paralelos aos eixos X e Y.
Y'
Y
xc x' dA
y'
C
X'
d
yc
O X
Para se calcular o momento de inércia da área ilustrada em relação ao eixo X pode-se fazer
dI x = ( y '+ y c )2 dA e substituir este resultado na (14.3) obtendo-se
∫A y '
2
A integral dA , por analogia com a equação (14.3), representa o momento de inércia da
área A em relação ao eixo central X’, ou seja I x ' = ∫ y ' 2 dA . O produto 2 y c é constante
A
podendo ser representado fora da integral. A integral ∫A y ' dA é o momento estático de 1ª
ordem em relação ao eixo central X’. Esta integral deve ser igual a zero já que o eixo X’ é
ENG 01156 – Mecânica - Aula 14 134
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
central, ou seja S x ' = 0 . A integral ∫AdA resulta na própria área A. Logo, a expressão final do
teorema de Steiner fica sobre a forma
2
I x = I x '+ A y c (14.8)
e de modo análogo tem-se
2 2
I y = I y '+ A x c e Io = Ic + A d (14.9)
3
b X Aplicando-se o Teorema de Steiner pode-se calcular o
momento de inércia em relação ao eixo central Xc
3 2 3 3 3
Figura (14.4) bh h bh bh bh
= I X c + bh ⋅ → IXc = − =
3 2 3 4 12
Com raciocínio análogo demonstra-se que o momento de inércia em relação ao eixo Yc vale
3
hb
I yc =
12
Os momentos de inércia de um quadrado são obtidos fazendo-se b = h nas expressões obtidas.
2
No cálculo de Ix considerou-se que dI x = y dA . Valendo-se em conta o Teorema de Steiner
nota-se que deveria existir um outro termo que seria o momento de inércia da faixa
infinitezimal em relação ao seu eixo central. Este termo não é considerado no cálculo por
resultar num infinitésimo de ordem superior.
ENG 01156 – Mecânica - Aula 14 135
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
dy
h capítulo 13) como
x
x=
b
(h − y )
y
h
b x
Aplicando-se estas considerações na equação (14.3)
fica
h
b hy 3 y 4 b h 4 h 4 bh 3
I x = ∫ y dA = ∫
A
2 h 2
0
y x dy =∫
h 2
0
y
b
(h − y ) dy = − = − =
h h 3 4 h 3 4 12
0
r 2 2 2
C I xc = ∫ y ⋅ 2 r − y dy =
Xc −r 4
r
4
πr
Por simetria I y c =
4
Este problema também pode ser resolvido adotando-se uma faixa diferencial com espessura
dx e paralela ao eixo y. Neste caso, o processo de solução deve aplicar o teorema de Steiner.
O momento de inércia diferencial é definido como
dx (2 y )3 2 y 3dx
dI x c = + 2 y dx ⋅ 0 =
12 3
ENG 01156 – Mecânica - Aula 14 136
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
Yc
I x c = ∫ dI x c = ∫
A
2 y3
r
−r 3
dx = ∫ (
r 2 2
−r 3
r − x2 )
32
dx
y
C
4
Xc πr
I xc =
r 4
-y
dx
n n
I x = ∑ I x i = ∑ I x i + Ai yi
2
(14.10)
i =1 i =1
Y
10
3 1
2 2
10
20
3
O
10
X 1
(cm)
30 10
Como a peça é formada apenas por retângulos os resultados úteis para solução deste
problema estão apresentados na página 112. Também é importante o Teorema de Steiner.
Aplicando-se o primeiro esquema de solução tem-se
3 3 3
40 ⋅ 10 10 ⋅ 30 10 ⋅ 10
+ 25 ⋅ (10 ⋅ 10 ) = 166666 cm
2 4
I x = I x1 + I x2 + I x3 = + +
3 3 12
3 3 3
10 ⋅ 40 30 ⋅ 10 10 ⋅ 10
+ 10 (10 ⋅ 40 ) +
2 4
I y = I y1 + I y 2 + I y3 = + = 106666 cm
12 3 3
4
I o = I x + I y = 273334 cm
40 ⋅ 40
3 30 ⋅ 20 3 20 ⋅ 10 3
+ (− 10 )2 (40 ⋅ 40 ) − + (− 20)2 (30 ⋅ 20 ) −
4
I y = I y1 − I y2 − I y3 = = 106666 cm
12 12 3
1) Determinar os momentos de inércia do perfil C ilustrado na Fig. (14.6) em relação aos seus
eixos centrais Xc e Yc.
Yaux Yaux Yc
tb
xc
th
h
Xc C Xc
tb
Solução: O primeiro passo para a solução do problema é localizar o centróide do perfil C. Como este perfil tem
um eixo de simetria, o eixo Xc é localizado em h 2 sem necessidade de cálculo. Para localizar o eixo Yc adotou-
se Yaux como eixo de referência, o qual está localizado na metade da espessura da alma do perfil. Logo o
centróide pode ser localizado fazendo-se
ENG 01156 – Mecânica - Aula 14 138
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
b t
2(bt b ) − h
x=
∑ x i Ai
= 2 2 = bt b (b − t h )
Ai 2bt b + (h − 2t b )t h 2bt b + (h − 2t b )t h
Uma vez localizados os eixos centrais, calcula-se, então, os momentos de inércia em relação à estes eixos.
Quando se calcula o momento de inércia em relação ao eixo X central observa-se que as parcelas
correspondentes às mesas superior e inferior são iguais a menos dos sinais das cotas. Apesar disto, estes termos
resultam em valores iguais porque estão elevados ao quadrado. Para simplificar a expressão resultante agrupou-
se estes termos tomando-se apenas um deles e multiplicando por 2.
t h (h − 2t b )3 b t b 3 h t bt h t
2 3 2
I xc = + + b t b − b + b + b tb − + b
12 12 2 2 12 2 2
t h (h − 2t b )3 bt 3 h t
2
I xc = + 2 b + b tb − b
12 12 2 2
(h − 2tb )t h 3 ( t b3 2
b t
+ h − 2t b )t h x + 2 b + b t b − h
2
I yc = − x
12 12 2 2
2) Determinar os momentos de inércia do perfil I ilustrado na Fig. (14.7) em relação aos seus
eixos centrais Xc e Yc.
Yc
tb
th
h
C Xc
tb
t h (h − 2t b )3 b t b 3 h t bt h t
2 3 2
I xc = + + b t b − b + b + b tb − + b
12 12 2 2 12 2 2
t h (h − 2t b )3 bt 3 h t
2
I xc = + 2 b + b tb − b
12 12 2 2
(h − 2tb )t h 3 3
tb b (h − 2t b )t h 3 tb b 3
I yc = +2 = +
12 12 12 6
ENG 01156 – Mecânica - Aula 14 139
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
b1
Yc Yc
t1
th
h
C Xc
y
Xaux Xaux
b2
t2
t 2 h − t1 − t 2 t 2
(b1t1 ) h − − + + [(h − t1 − t 2 )t h ]
t1
y=
∑ y i Ai
= 2 2 2 2
Ai b1t1 + b2 t 2 + (h − t1 − t 2 )t h
t h (h − t1 − t 2 )3 2 b t b t
3 2 3 2
h t h t
I xc = + t h (h − t1 − t 2 ) y + 1 1 + b1 t1 − 1 + y + 2 2 + b2 t 2 − 2 − y
12 12 2 2 12 2 2
(h − t1 − t 2 )t h 3 t1b13 t 2 b2 3
I yc = + +
12 12 12
Y 2
y = 3− x
4) Calcular os momentos de inércia em relação aos
eixos X e Y.
Solução: Este tipo de problema deve ser resolvido por
integração. Para tal adota-se uma faixa de integração com área
dA = y dx . O primeiro passo na solução do exercício é calcular
3m
dx
3 2 3 3 3
y dx y y dx y dx y dx
dI x = + y dx = + =
12
2 12 4 3
3
y dx 2 2 X
dI y = + y dx x = y x dx x
12
3 1,73 m
y dx
O termo é desprezado por ser um infinitésimo de ordem
12
superior.
ENG 01156 – Mecânica - Aula 14 140
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
3
1,73 1,73 3 1,73
y 1 3 − x 2 dx = 1 27 − 27 x 2 + 9 x 4 − x 6 dx
Ix = ∫0 3
dx =
3 ∫0
3 ∫0
1,73
1 x
3 5 7
27 x 9x 4
I x = 27 x − + − = 7,13 m
3 3 5 7
0
1,73
1,73 2 2 1,73 3 5
3x 2 − x 4 dx = 3x − x
∫0 ∫0
4
Iy = x 3 − x dx = = 2,08 m
3 5
0
5) Determine o momento de inércia da barra fina mostrada na figura em relação aos eixos X e
Y. Considere que t << l .
t
l
ds
θ
x
Solução: Adota-se uma faixa de integração de área dA = t ds . Decompondo a coordenada do centróide da faixa
de integração s, medida ao longo do eixo da barra, em relação aos eixos X e Y tem-se x = s cosθ e y = s sen θ .
Para calcular o momento de inércia da faixa de integração deve-se aplicar o teorema de Steiner, o que resulta em
2 2
dI x = dI xc + t ds y e dI y = dI yc + t ds x . Desprezando os momentos de inércia da faixa de integração em
relação ao seu eixo central, ou seja dI xc ≈ 0 e dI yc ≈ 0 , e escrevendo-se as coordenadas x e y em função de s e
2 2 2 2
θ tem-se dI x = s t sen θ ds e dI y = s t cos θ ds . Calculando-se agora as integrais tem-se
l
l s3 tl
3
∫
2 2 2 2
I x = s sen θ t ds = t sen θ = sen θ
0 3 3
0
l
l s3 tl
3
∫
2 2 2 2
I y = s cos θ t ds = t cos θ = cos θ
0 3 3
0
l t ds
3 3
l 2
+ t ds s = t s ds =
tl
∫ ∫
2
inércia polar, ou seja I o = , o que confirma a simplificação anterior já que
0 12 0 3
Io = I x + I y