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A pesquisa e os trabalhos de conclusão

de curso em mestrados profissionais em


educação: experiências e práticas

Profa. Tânia Maria Hetkowski


Base e Legislação
 Parecer do CFE de 1965;
 Portaria 47 de 17 de outubro de 1995;
 Portaria 80 de 16 de dezembro de 1998;
 Portaria 07 de 22 de junho de 2009;
 Portaria 17 de 28 de dezembro de 2009;
 Portaria 174 de 31 de dezembro de 2014;
 Portaria 81 de 3 de junho de 2016.
“Todo Mestrado Profissional em
Educação deve ter bases acadêmica e
aplicada, porém nem todo o
programa acadêmico exige uma
aplicabilidade”

(FOMPE, 2014)
MESTRADO PROFISSIONAL

Mestrado Profissional é a designação do Mestrado que enfatiza


estudos e técnicas diretamente voltadas ao desempenho de um
alto nível de qualificação profissional. Esta ênfase é a única
diferença em relação ao acadêmico. Confere, pois, idênticos grau
e prerrogativas, inclusive para o exercício da docência, e, como
todo programa de pós-graduação stricto sensu, tem a validade
nacional do diploma condicionada ao reconhecimento prévio do
curso (Parecer CNE/CES 0079/2002).
PORQUE MESTRADO PROFISSIONAL?

O Mestrado Profissional responde a uma


necessidade socialmente definida de capacitação
profissional de natureza diferente da propiciada pelo
mestrado acadêmico e não se contrapõe, sob nenhum
ponto de vista, à oferta e expansão desta modalidade de
curso, nem se constitui em uma alternativa para a
formação de mestres segundo padrões de exigência
mais simples ou mais rigorosos do que aqueles
tradicionalmente adotados pela pós-graduação.
São basicamente três diferenças em
relação ao mestrado acadêmico:

1. A análise e avaliação dos MPE tem fichas próprias e


diferenciadas;
2. O corpo docente do curso deve ser altamente
qualificado, conforme pela produção intelectual
constituída por publicações específicas, produção
artística ou produção técnico científica, ou ainda por
reconhecida experiência profissional (no caso dos
MPE composto apenas por doutores);
3. O Trabalho de Conclusão Final do Curso poderá ter
diferentes formatos.
Portaria No 17, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009

§ 3º O trabalho de conclusão final do curso poderá ser apresentado em diferentes


formatos, tais como dissertação, revisão sistemática e aprofundada da literatura,
artigo, patente, registros de propriedade intelectual, projetos técnicos, publicações
tecnológicas; desenvolvimento de aplicativos, de materiais didáticos e instrucionais e
de produtos, processos e técnicas; produção de programas de mídia, editoria,
composições, concertos, relatórios finais de pesquisa, softwares, estudos de caso,
relatório técnico com regras de sigilo, manual de operação técnica, protocolo
experimental ou de aplicação em serviços, proposta de intervenção em
procedimentos clínicos ou de serviço pertinente, projeto de aplicação ou adequação
tecnológica, protótipos para desenvolvimento ou produção de instrumentos,
equipamentos e kits, projetos de inovação tecnológica, produção artística, sem
prejuízo de outros formatos, de acordo com a natureza da área e a finalidade do
curso, desde que previamente propostos e aprovados pela CAPES.
“Pesquisa só se
aprende fazendo”

(Gatti, 2009).
PESQUISA APLICADA É INTENCIONAL!

 Pesquisar em educação é agir intencionalmente e, esse agir é


de caráter social, uma ação social que requer outro tipo de
conhecimento, aquele conhecimento que diz respeito à
relação e incorporação de teorias com/em práticas
intencionais, com finalidades socialmente definidas;
 Pesquisar em educação significa trabalhar com algo relativo a
seres humanos ou com eles mesmos, em seu próprio
processo de vida;
 Pesquisar nos meandros dos MPE não dispensa rigor e
consistência.
“Os métodos nascem do embate de
ideias, perspectivas, teorias, com a
prática.
Eles não são somente um conjunto de
passos que ditam um caminho.
São também um conjunto de crenças,
valores e atitudes”

(Gatti, 2012).
MÉTODOS SÃO VIVOS

• Método não e algo abstrato;

• Método é ato vivo, concreto, que se releva nas ações, na nossa


organização do trabalho investigativo, na maneira como
olhamos as coisas do mundo;

• Método não é apenas uma questão de rotina de passos e


etapas, de receita, mas de vivência de um problema, com
pertinência e consistência em termos de perspectivas e metas;

• Quando falamos em métodos nos referimos a forma que


construímos, sistematizamos e difundimos conhecimentos;

• Nos MPE os pressupostos teóricos e metodológicos levam a


constituição de referenciais claros e fortes, capazes de
sustentar um agir, intencionalmente, social.
PESQUISA APLICADA É VIVA!

• Reconhecimento de situações vividas ENTRE o campo de


pesquisa e o campo profissional e, conseqüentemente,
identificações com as dimensões das experiências pessoas e
das experiências da pesquisa, supõem a busca de reflexão
sobre a autenticidade epistemológica das relações entre
experiências, pertencimento e legitimidade do vivido.

• (PIMENTEL, 2009, p. 128)


Aprendi estes formatos de TCC:
1. Dissertação;
2. Prototipagem;
3. Relatório Técnico (produto Motor de Jogo);
4. Relatório Técnico Científico;
5. Memorial Descritivo (Produto Musical);
6. Memorial Videodocumentado (produto Vídeo);
7. Memorial Narrativo-Descritivo;
8. Modelagem Cognitiva;
9. Proposta de Inovação Tecnológica;
10. Plano de Ação;
11. Projeto de Aplicação;
12. Projeto de Adequação Tecnológica;
13. Projeto de Inovação Tecnológica.
A Pesquisa Aplicada é o resultado de elementos
entrelaçados que envolvem o sujeito no/do engajamento
e na/da intervenção, concebendo um imbricamento das
teorias e práticas; empirias e cientificidade; experiências
e novas aprendizagens; realidade e possibilidades;
problemas e soluções; propostas e ações e; sonhos e
perspectivas de melhoria dos processos educacionais
brasileiros.

(HETKOWSKI, 2015)
PESQUISA APLICADA NO MPE

Fonte: Ferreira, Viana e Hetkowski, 2014.


PESQUISA

 A imersão do pesquisador no DNA da pesquisa significa firmar um


compromisso com a Universidade, com as demandas e problemáticas
da rede educacional, buscando coletivamente soluções possíveis e
plausíveis à realidade do lócus em questão, pois engajar-se demanda
estar no/para contexto estudado, aberto as propositivas vivas e
pululantes do cotidiano escolar nos seus aspectos pedagógicos,
administrativos, tecnológicos entre outros (HETKOWSKI, 2015).
 Essa perspectiva de pesquisa engajada demanda tempo, mergulho,
compromisso político, conhecimento teórico-prático, diálogo,
flexibilidade e rigorosidade científica (HETKOWSKI, 2015).
 Para Gatti (2011), “sem reflexão e auto-reflexão sobre o ato de
conhecer, as formas de ver e colocar problemas, a maneira de tentar
abordá-los, sem crítica e auto-crítica não há pesquisa”.
ENGAJAMENTO

 O processo de engajamento tem como características a imersão


no contexto escolar, a apropriação dos fatos e problemas, o
entrelaçamento dos saberes, dados e significados, o qual ocorre
naturalmente no ir e vir do pesquisador, a partir do olhar sobre
e/nos dados e seus significados, considerando a realidade dos
sujeitos, seus anseios, suas relações, seus conceitos e crenças;

 O engajamento requer o conhecimento do contexto e do ‘outro’ e,


para além disto, exige a participação efetiva do ‘outro’ (do
pesquisado), o que resulta em um processo de amadurecimento
mútuo, pois o pesquisador influencia o pesquisado, mas também e
influenciado por ele (HETKOWSKI, 2015).
INTERVENÇÃO

 Os processos de intervenção se propõem deixar “legados” nos


espaços educacionais (sejam públicos ou privados), os quais devem
ser para/da comunidade escolar, como resultado de uma propositiva
coletiva, elaborada através de trocas, anseios, discussões e ações
que envolvem a Universidade e os profissionais da educação
(HETKOWSKI, 2015).

 Para Gatti (2011) “pesquisar é avançar fronteiras, é transformar


conhecimentos e não fabricar análises segundo determinados
formatos. Balizas, sim, consistência, sim, plausibilidades, sim,
aprisionamento do real em dogmas, não.”
INTERVENÇÃO
 A intervenção gera a maturidade nos diálogos
sobre/para tratar dos problemas; demanda
mobilização dos sujeitos sociais à construção/criação
de proposições e; remete os sujeitos a ação criativa e
inovadora no contexto pesquisado. Esses processos
geram ações e/ou inovações das práticas; concebe o
entrelaçamento do saber-fazer criativo, reflexivo e
científico às demandas da realidade.
REFERÊNCIAS E PUBLICAÇÕES:

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www.uneb.br/geotec
LINKs: www.casuloofilme.uneb.br
CONTATOS: http://www.multimidiauati.uneb.br/
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www.uneb.br/gestec/
hetk@uol.com.br
HETKOWSKI, Tânia Maria, VIANA, Gilvania Clemente e FERREIRA, Alice Fontes. Mestrado Profissional
em Educação: construção de um percurso à Pesquisa Aplicada e de Intervenção. XIV Simpósio
Internacional IHU – Revoluções tecnocientíficas, culturas, indivíduos e sociedades. Rio Grande do Sul:
UNISINOS, comunicação aprovada, 21 a 24 de outubro de 2014.

HETKOWSKI, Tânia Maria . PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO: cenário e perspectivas


metodológicas dos Mestrados Profissionais. EPENN, Natal, 2014.

HETKOWSKI, Tânia Maria . PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INOVADORAS E TIC: uma parceria entre
universidade e rede pública de ensino. ENDIPE, Fortaleza, 2014.

HETKOWSKI, Tânia Maria. Mestrados Acadêmicos e Profissionais na Área de Educação (Mesa com
Romualdo Portela, Marcia dos Santos Ferreira e Alfredo Macedo Gomes) , 37 ANPED, FORPRED
Nacional, 2015.

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