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Instalar um sistema de videovigilância em sua casa pode dar-lhe mais tranquilidade,
principalmente se costuma estar muito tempo ausente da sua habitação, tem uma idade
avançada ou vive numa moradia isolada. Se está a ponderar instalar câmaras de vigilância deve
saber que a legislação tem inúmeras normas definidas. E caso viole o que está definido na lei, as
coimas a serem aplicadas são bastante pesadas, podendo chegar a dezenas de milhares de
euros.
Por isso, saiba o que está previsto na legislação e o que pode ou não filmar com a as suas
câmaras. Saiba ainda quais as regras que deve cumprir e que tipo de coimas podem ser
aplicadas se não forem cumpridas as normas do sistema de videovigilância e proteção de dados.
Existe alguma legislação específica que defina as regras dos sistemas de videovigilância em
casa?
Sim. E a legislação está ligada não só ao exercício da atividade de segurança privada e da
autoproteção, que foi atualizada pelo Decreto-Lei nº46/2019, de 8 julho, mas também em relação
à proteção das pessoas singulares e ao tratamento de dados pessoais e circulação dos mesmos.
A legislação referente à proteção de dados foi alterada pelo Decreto-Lei nº58/2019, de 8 de
agosto.
Anteriormente, sempre que pretendia instalar um sistema de videovigilância era necessário fazer
um pedido de autorização à Comissão Nacional de Proteção de Dados, CNDP. Para além disso,
era também necessário pagar uma taxa de 150 euros para instalar um sistema de videovigilância
em sua casa. No entanto, com a atualização da lei e a entrada em vigor do novo Regulamento
Geral sobre a Proteção de Dados, já não é necessário pedir a autorização, nem pagar a taxa
anteriormente obrigatória.
Existem também várias regras definidas na lei para poder usufruir de um sistema de
videovigilância em sua casa, com definições tanto para empresas como para particulares. Caso
não cumpra as regras definidas na lei estão previstas multas pesadas para particulares e
empresas.
Posso ser eu a instalar um sistema de videovigilância ou tenho que contratar uma empresa
certificada?
Um particular pode ter em sua casa um sistema de videovigilância, no entanto este tem que ser
instalado por uma empresa certificada, e tem que cumprir os critérios definidos nos serviços de
segurança privada. Ou seja, para ser possível instalar este tipo de sistema o serviço deve:
Que cuidados devo ter para cumprir as regras legais impostas a um sistema de videovigilância?
Para além de ter que contratar uma empresa certificada que garanta todas as regras que já
foram referidas anteriormente, a lei ainda estabelece as seguintes obrigações legais:
- Todas as gravações de imagens obtidas através de um sistema de videogilância são
conservadas em registo codificado. No entanto a conservação das imagens tem o limite máximo
de 30 dias contados a partir da respetiva captação. Após este período as imagens devem ser
destruídas no prazo máximo de 48 horas.
- As pessoas que tenham acesso às gravações devem guardar sigilo sobre as mesmas. Caso
não o façam podem ser alvo de um procedimento criminal.
- Não é permitido ceder ou copiar as gravações obtidas. Tal só é possível caso seja aplicado os
termos da legislação processual penal.
Mas as regras não terminam aqui. Caso pretenda instalar um sistema de videovigilância é
necessário cumprir as seguintes regras de afixação e divulgação:
- Em todos os locais que são objeto de vigilância com recurso a câmaras de vídeo é obrigatório
afixar num local bem visível a menção "Para sua proteção, este local é objeto de videovigilância";
- Para além da menção, deve estar visível a entidade de segurança privada autorizada a operar
o sistema. É importante que estejam bem visíveis o nome da empresa e o alvará da mesma ou a
licença para exercer a atividade;
- Por fim, deve ainda estar afixado o responsável pelo tratamento dos dados recolhidos.
Nota: Estes avisos que devem estar afixados e ser acompanhados de simbologia adequada.
Esta simbologia é definida pelos membros responsáveis do Governo português.
Sim, mas as câmaras deverão ser colocadas de forma a garantir a protecção da privacidade de
outros cidadãos.
Envolvendo a videovigilância intrusão ou restrições na área dos direitos, liberdades e garantias
— por exemplo, os direitos à imagem, à liberdade de movimentos e à reserva da vida privada e
familiar —, cabe à lei decidir em que medida estes sistemas podem ser utilizados e, em especial,
assegurar que as restrições se limitam ao necessário para salvaguardar outros interesses
fundamentais.
Assim, a colocação das câmaras de vigilância deve ser feita de forma a que estas apenas
abranjam a sua propriedade, o que exclui a captação de imagens da via pública, de propriedades
de terceiros ou caminhos de uso comum (e.g., servidões de passagem).
Para além disso, a videovigilância efectuada por recurso às referidas câmaras deve realizar-se
segundo determinadas condições técnicas, o que implica a contratação de profissionais ou
empresas de segurança privada, munidos de licença e alvará válidos, os quais podem então
montar o sistema.