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A origem das diferenças de cor da pele nos humanos tem sido alvo de muitos estudos,

gerando, porém, muitas incertezas. Essas pesquisas levam a crer, que quando o
homem moderno(homo sapiens) surgiu, na África, há cerca de 150 mil anos,
todas as pessoas tinham pele negra. Com a migração, para a Ásia e a europa,
foram surgindo as diferentes tonalidades.

Cientistas de diversos países decidiram iniciar em 1990, um projeto ambicioso:


identificar o código genético contido nas células humanas (cerca de três bilhões
de caracteres).

Como é esse código que define tudo o que somos, desde a cor do cabelo, até o
tamanho dos pés, o trabalho com amostras genéticas colhidas em várias partes
do mundo está ajudando também a entender as diferenças entre as etnias
humanas.

Este projeto é denominado de Projeto Genoma Humano, e desde o seu início não
parou de produzir novidades científicas, porém, a mais importante é a
confirmação genética de que o homem surgiu realmente na África do Sul. A
pesquisa também auxiliou para derrubar velhas teorias sobre a superioridade
racial,

Todos os estudos da diversidade humana, principalmente os que usam o DNA, têm


demonstrado que a variação no interior dos chamados grupos raciais é
infinitamente maior do que a variação entre esses próprios grupos. Ou seja, que o
branco, é geneticamente tão diferente de outra pessoa branca, quanto de um
negro africano. Se tivermos acesso ao DNA de dez negros, dez brancos e dez
ameríndios, não dá pra saber quem é de qual grupo.

Tudo que somos tem alguma razão genética. Todo o desenvolvimento embrionário
segue um projeto ou roteiro genético.

A escravidão tornou-se necessária no Brasil, porque os trabalhos nas plantações e


nos engenhos, onde se fabricava o açúcar, exigiam muita gente. Os colonos
recorreram então aos índios. Mas, para a lavoura, a escravidão indígena não deu bons
resultados. Eles estavam acostumados a uma vida livre, pois nas tribos os trabalhos
mais pesados eram feitos pelas mulheres. Também eram defendidos pelos jesuítas
que lhes ensinavam a língua portuguesa e a religião cristã.
Entretanto, para certas atividades, corno a de caçar, pescar ou pilotar uma canoa, que
já exercia quando livre, o índio mostrou ser um bom escravo. Por isso houve sempre a
escravidão- indígena e numerosas expedições, chamadas entradas e bandeiras, foram
feitas ao interior com o fim de aprisionar os índios para depois vendê-los no litoral.

Para a agricultura, porém, tiveram os portugueses de recorrer à escravidão africana,


pois os negros já viviam-na África na condição de escravos e eram muito mais
resistentes que os índios.

Embarcados na África nos porões dos navios, muitos deles morriam, vitimados pela
má alimentação e pelas doenças. Por isso esses navios se chamavam tumbeiros,
palavra derivada de tumba ou sepultura.

Das doenças que acometiam os negros, as mais freqüentes eram o banzo, o sarampo
e a varíola. O banzo era a mais estranha de todas: o escravo ficava triste, por sentir
saudades de sua terra, recusava comer e morria de fraqueza.

Os negros que vieram para o Brasil pertenciam a vários grupos, sendo os mais
importantes o Sudanês e o Banto. Os portos do Brasil, que mais escravos africanos
receberam, foram os de Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Nessas cidades, os
negros, assim que chegavam, recebiam forte alimentação na base do milho, para
recuperar as forças perdidas durante a viagem; depois eram vendidos em leilão. Os
compradores examinavam o pobre escravo como quem compra um animal:
perguntavam pela idade, verificavam seus dentes estavam em bom estado ou se
havia defeitos pelo corpo.
No Brasil o negro praticou todos os ofícios e serviu até como criado doméstico.
Conhecedor do trabalho da mineração, tornou-se indispensável nas minas, onde valia
elevado preço. É de origem africana a espécie de peneira, chamada bateia, até hoje
usada pelo garimpeiro para catar ouro no fundo dos rios. Também de algumas
bandeiras participaram os africanos, que os paulistas chamavam tapanhunos.

Mas foi no engenho que os escravos prestaram os maiores serviços: trabalhavam


nos canaviais, na fabricação do açúcar e nas matas onde iam buscar lenha para as
caldeiras. À noite, recolhiam-se a uma dependência da fazenda chamada senzala.
O negro escravo exerceu grande influencia nos costumes do povo brasileiro: são de
origem africana muitas festas e danças, certas crenças que ainda têm tantos
seguidores, comidas, como o vatapá, o angu e o munguzá, e temperos, como o
azeite-de-dendê.
No Brasil os escravos eram em geral bem tratados. Mas, como houvesse casos de
castigos cruéis, o rei de Portugal proibiu, em 1700, que os escravos fossem marcados
a ferro quente, mutilados ou açoitados por faltas sem importância.

b) O quilombo de Palmares

Quando os negros que fugiam eram muitos, formavam agrupamentos fortificados,


chamados quilombos. Houve quilombos no Rio de Janeiro e na Bahia; o mais
importante, porém, foi o de Palmares, na serra da Barriga, no atual Estado de
Alagoas.
Em 1630, durante a invasão holandesa, em Pernambuco, os negros, aproveitando a
confusão provocada pela guerra, fugiram dos engenhos e foram reforçar esse
quilombo, formado alguns anos antes.
Em Palmares os negros fizeram roças de milho, feijão, mandioca, e procuravam
manter-se em paz com os moradores vizinhos, com os quais trocavam seus produtos
agrícolas por roupas e ferramentas. Haviam também organizado um governo
semelhante ao que tinham na África: as medidas mais importantes eram tomadas
pelos chefes militares, reunidos num conselho presidido pelo rei. Quando o quilombo
foi tomado, em 1694, já o rei havia morrido e o seu sobrinho, o Zumbi, chefiava as
tropas de Palmares.
Durante mais de cinqüenta anos, o quilombo de Palmares resistiu bravamente a
numerosos ataques de holandeses e portugueses. Finalmente o governador de
Pernambuco, João da Cunha Souto-Maior, resolveu confiar a luta contra os negros ao
bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Em 1694, depois de vinte e dois dias de
cerco, rendeu-se o último reduto dos negros no quilombo dos Palmares.
Durante muito tempo se disse que o chefe do quilombo, o Zumbi, preferiu suicidar-
se a ficar prisioneiro nas mãos dos vencedores. Está provado, porém, que ele, com
um grupo de vinte homens, lutou bravamente até morrer.

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