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Entre gritos, a solidão

Imersos em um mundo onde o sistema de produção vigente é o capitalismo, que despreza a


tristeza, o hedonismo é imposto como regra e a mídia divulga produtos e fotos de pessoas felizes
em festas como sinônimo de felicidade, aqueles que sofrem com a solidão são vistos como infelizes.
Em primeira análise, é fato que o mundo contemporâneo enaltece aqueles que vão a festas
para buscar a felicidade ou aqueles que possuem milhares de seguidores nas redes sociais, assim,
para este mundo sinônimo de felicidade é estar sempre com amigos ou tentando preencher o vazio
em festas, diante disso, não sofrem a dor real da solidão, e não compreendem que a partir dela
nasce uma beleza e somos capazes de nos auto reconhecer. Analogamente a Epicuro que dizia que
uma das coisas que precisávamos para sermos felizes é a auto reflexão.
Outrossim, o mundo capitalista despreza a solidão, assim, faz como que os indivíduos percam
a capacidade de refletir e aprender com a sua própria solidão, dessa forma, transformam os
humanos similares à figura andrógina de profunda angústia e desespero existencial, que foi pintada
no quadro “O grito” de Munch, em busca de um lugar que sejam compreendidos.
Logo, é necessário que o homem contemporâneo siga o que pregava Epicuro para que saiba
lidar com a sua solidão, e assim, não se transforme na figura andrógina de Munch.

Laura Teixeira

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