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REVISTA

*
Harper’s Bazaar. Foto: Hiro. Design: Bea Feitler. Jan. 1968.
Introdução

Referência: revistas estrangeiras

Revistas estrangeiras adaptados para o mercado brasileiro.

Segmentação

Diversidade de revistas, diversidade de públicos >

classe, gênero, idade/geração, raça/etnia...


Século XIX : o nascimento da revista no Brasil
Primeira revista a ser impressa no Brasil:
As Variedades ou Ensaios de Literatura (1812).

Antes de 1808: imprensa proibida no país.

Presença da Corte no país: avanços no que tange à


publicação de impressos.

Proibido imprimir textos que criticassem o


cristianismo, o governo e os “bons costumes”.

Costumes, romance, conselhos domésticos,


instrução militar, política e ciências
Século XIX : revistas ilustradas
(1876-1898)

Forte influência da cultura


francesa

Jornal e Revista: fórmulas Angelo O mais importante


similares de composição Agostini periódico do século
(italiano) XIX: longevidade,
gráfica
causa abolicionista...

Ilustração de notícias

Primeira revista ilustrada


brasileira: Illustração
Brasileira (1854-1855).
Ilustração de Francisco Nascimento conhecido como Dragão do Mar.
Legenda: «À testa dos jangadeiros cearenses, Nascimento impede o
tráfico dos escravos da província do Ceará vendidos para o sul».
xilogravura, litografia, zincografia... Ilustração: altos índices de analfabetismo

(1861-1875) (1878-1879)

Rafael Bordalo
(português)

Henrique
Fleiuss
(alemão)

Revista dedicada à crônica de costumes e sátira política (com


exceção da família real). Colaboradores como Machado de
Assis. artistas gráficos estrangeiros
Art Nouveau

(1903-1905) (1904-1909)

A Avenida Arte, ciência, história e literatura. Artigos assinados por Olavo Bilac. Produção luxuosa, várias cores,
Colaboração: J. Carlos. papéis encorpados e coloridos. Fotografias; gravuras; e desenhos de Castro Silva.
Fotografia
(1900-1959)

1860: ilustradores
redesenhavam fotografias para
poder reproduzi-las.

1880-90: A fotografia passa a ser


amplamente utilizada na
imprensa.

Fotografia no miolo e às vezes


nas capas das revistas.

Processo ainda caro e, por vezes,


“grosseiro”. Preto e branco.
Fon-Fon (1907-58)
buzina
Vida Moderna:
carros,
movimento
sufragista

Raul
Pederneiras

Charges como
recurso para
chamar a
Fotografias com recortes
atenção do
diferenciados
público
O Tico-Tico (1905-77)

Primeira revista
infantil brasileira.

A primeira a
publicar histórias
em quadrinhos
para crianças no
país.

Passatempos,
literatura, artes,
história, ciência,
geografia, civismo,
desenho de
leitores, enigmas...
Para Todos (1918-32)

Com o lançamento da
concorrente Cinearte (1926),
muda linha editorial, fazendo
uso de maior liberdade gráfica.

J. Carlos,
capista a partir
de 1926.

Cronista visual

Art Déco

Inicialmente, uma
revista de cinema >
pinturas realistas de
atrizes e atores.
Melindrosas: mulheres
fumando e dirigindo carro

Influência do
designer
russo-francês
Erté
A fonte SAMBA já
estampou até mesmo
a camisa da seleção
brasileira de futebol.
Foi uma das
vencedoras do 2003
International Type
Design Contest.

Design: Tony e Caio de


Marco | Ano: 2003
J. Carlos

Illustração Brasileira; O Tico-Tico; Careta; Fon-Fon; O Malho; O Cruzeiro...

J. Carlos é racista quando


Publicou mais de 50.000 desenhos
representa negros.
Caricaturas, charges, cartuns, ilustrações, letras (capitulares,
títulos, cabeçalhos), adornos, peças publicitárias....
Aparentar saúde e capacidade de trabalho: banhos
Sports (1919-23) de mar, de sol, caminhadas, pedaladas, ginástica...

influência de Lucian Bernhard:


poster-objeto.
Novo segmento
editorial: esportes.

Recorte de classe:
náutica, aviação,
automobilismo,
hipismo...
Linguagem inovadora:
ilustrações objetivas e
cores chapadas.

Thorwald Rasmussen, n. 10, 1921 Thorwald Rasmussen, n. 12, 1921


“O Humberto de Campos falava da mulher, das melindrosas, das prostitutas, de maneira
A Maçã (1922-29) positiva. Não tinha uma visão pejorativa dessas moças. Era algo engraçado, ridicularizava
os homens, que muitas vezes se tornavam escravos delas” – Aline Haluch

Público
masculino: Ilustrações bastante

“revistas picantes para a época

libertinas”

K. Lixto e
Andrés
Guevara

1925
1922 1924
A Maçã, páginas duplas de 1925, ilustrações de K.lixto
S. Paulo (1936-?)

10 números

Tornar o estado de SP um símbolo de


modernidade.

Valorizar a gestão do governador


Armando de Salles Oliveira.

Ruptura com a fotografia de cunho


realista

Inspiração: fotomontagens do
designer gráfico russo Rodchenko.
O Cruzeiro (1928-85)

A “revista da família brasileira” Primeiro número.

Ilustração: Manuel Móra.


Ibope (1950): 5 tipos de leitores >
homens, mulheres, adolescentes,
crianças e “criados”.

Reinou durante as
décadas de 30, 40 e 50

Cinema, Moda, Comportamento,


Política, Esportes, Saúde, Culinária...

Ênfase: fotojornalismo
> fortalecimento da parceria das
duplas repórter-fotógrafo

Comandada por Assis Chateaubriand,


dono dos Diários Associados.
1929
cultura popular:
iconografia do
carnaval brasileiro

Imagens de progresso

Zepelin; ares
cinematográfico

J. Carlos

1930 1934
Anos 40: hegemonia da fotografia colorida nas revistas destinadas ao grande público.

Rosto de
Fotografia colorida celebridades
no miolo pelo femininas
menos desde os
anos 1950.

1942: menção à guerra 1949 – fotografia: Jean Manzon


Coluna Garotas de Alceu Penna (1938-64) na revista O Cruzeiro: Gibson Girls:
atrair garotas das camadas médias e altas > linguagem gráfica específica ideais de feminilidades
(certa independência,
Secretário da redação > inspiração da coluna > Gibson Girls
desportista, estudiosa,
(Charles Dana Gibson – EUA, 1ª Onda do Feminismo)
autoconfiante, poder
escolher o companheiro)

1900s
1946

Pin-ups

1940

Alceu: estilista de moda e


designer gráfico

Influências: J. Carlos e Erté e


publicações estadunidenses
como Esquire, The New
Yorker e Life.

Vão Gôgo > Millôr Fernandes


1954

Cocktails; festas; ressacas; praia; carnaval; piscina; escola; namoro; casamento; crítica à violência doméstica

Transformações nos modos de vestir > saias, vestidos, calças...


Senhor (1959-64) Revista carioca sobre cultura. Pequena tiragem ($$$). Simbiose entre as linguagens das artes
plásticas e do design.

n. 19. Michel Burton. Tipografia como imagem. n. 30. Glauco Rodrigues. Cavalinho formado por n. 23. Glauco Rodrigues.
apostas do Jóquei Clube.

Projeto gráfico: Carlos Scliar, Glauco Rodrigues, Michel Burton, Bea Feitler.
Propagandas
na revista
Senhor.
Bea Feitler Senhor (60) | Harper’s Bazaar (61-71) | Setenta | Ms. | Rolling Stone | Vanity Fair

Um ex-professor de Bea na Parsons, Marvin Israel, se tornou


diretor de arte da Harper’s Bazaar e a convida para ser sua
assistente.

Após saída de Marvin, Ruth Ansel + Bea Feitler assumem a


direção de arte da HB.

Jean Shrimpton por Richard Avedon (1965).


A corrida espacial - Medalhista do New York
Art Director’s
1970: Feitler desenha o projeto
gráfico da revista Setenta,
publicação da Abril.

n. 5, 1970
Design: Bea Feitler + Lu Rodrigues
Fotografia: José Antonio

n. 5, 1970
Design: Bea Feitler + Lu Rodrigues
Fotografia: Antônio Guerreiro

Talvez seja um dos primeiros


editoriais de moda realizados
dentro de uma terra indígena no
Brasil. Aldeia de um dos povos
Xicrins (PA).

Modelo: Antonieta Starace.


Produtora: Regina Boni.
Design: Lu Rodrigues + Bea Feitler
Fotografia: Claudia Andujar.
1971: Direção de arte da Ms., a convite da jornalista feminista estadunidense Gloria Steinem, 1971.
Segmentação do Mercado Editorial “A única maneira de manter uma grande empresa em crescimento
é ir ao encontro de todos os segmentos de mercado” – Victor Civita
(fundador da Abril)
Capricho: 1952 Claudia: 1961

Só em 1981 foi
reformulada
para uma revista
pro público
adolescente.
Realidade (1966-76) Revista jornalística (SP) Fotografia dirigida ao grande público.

Jornalismo em primeira
pessoa.
Linguagem cinematográfica Dimensão temporal Cortes, close-up, mudança de ângulo.
Censura

Temas tabus
Veja (1968-) Filho de Victor
Roberto Civita* (estágio na Time) Civita, fundador
da Abril e
primeira pessoa a
Depois de anos iniciais difíceis (censura), torna-se líder de vendas a partir da década seguinte. obter a licença
dos títulos Disney
na América
Latina.

Edição
censurada.

Depois de anos iniciais


difíceis (censura), torna-
se líder de vendas a
partir da década
seguinte.

AI-5: fechamento da Câmara e do Senado por tempo indeterminado. Presidente Arthur da Costa e Silva sentado sozinho no Congresso.
1960

1975

A revista Playboy foi impedida pela censura da Ditadura Militar de usar o título em questão, sendo
chamada inicialmente de Homem. Em 1978, a revista pode assumir seu nome original.
Jornais Contraculturais

Millôr, Jaguar,
Sérgio Cabral,
Ziraldo...

1969-1991 1971-1973
Jornais LGBT

1978-81

1981-87 – GALF (Grupo Aliança Lésbica Feminista)


Factor Zero (80-81): primeira punkzine brasileira. Linguagem DIY emprestada dos padrões gráficos britânicos.
Terry Jones: fundador da revista. Ex-diretor
de arte da Vogue britânica.

1980

1987:
tribos
urbanas

Revista britânica: moda, música, arte e cultura.

Uso de novas tecnologias.

Ampliação, distorção de imagens.


Revistas ainda mais
segmentadas: jovens 2001
surfistas e/ou fãs de rock

Trip (1986-)
Marca gráfica:
Rafic Farah –
papel + tesoura

1987, Rafic Farah. N. 6.


Gráfica (1986-) Considerada a mais importante revista de Atualização dos
design já publicada no Brasil. profissionais do país.

Raízes: revista de design Avant


Garde de Herbert Lubalin.
REVISTAS NEGRAS
*
Drum (África do Sul, 1951-)
Ebony (EUA, 1945-)
Raça (Brasil, 1996-)
REFERÊNCIAS

CARDOSO, R. O design brasileiro antes do design: aspectos da história gráfica, 1870-1960.

LIMA, Ewennye R. A. Revista P’ra Você – uma história das seduções do moderno no Recife de 1930 (Dissertação de
Mestrado). Campina Grande (PB) 2017.

LIMA, Rafael L. Efrem. Estética moderna do design pernambucano: Lula Cardoso Ayres. (Dissertação de Mestrado).
Recife (PE), 2011.

MELO, Chico Homem de; RAMOS, Elaine (orgs.). Linha do tempo do design gráfico no Brasil. São Paulo: Cosac Naify,
2011.

MELO, Chico Homem de (org.). O design gráfico brasileiro: anos 60. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

MIRA, Maria Celeste. O Leitor e a Banca de Revistas: o caso da Editora Abril. 1997. 359 f. Tese (Doutorado em
Sociologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/ Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.
VÍDEOS

J. Carlos – O cronista do Rio (2014) - https://www.youtube.com/watch?v=U27Iz_1Nnes

O Pasquim - https://www.youtube.com/watch?v=jIMBQax_yRw

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